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História Wrong for you - Encontro


Escrita por: LolaFly

Notas do Autor


Tudo bom?
Me matem, por favor.

Eu sou uma pessoa tão enrolada nessa vida que deveria ser presa e obrigada a escrever.
Bom, para inicio de conversa, eu não tava afim mesmo de escrever esse capitulo, mas alguns dias atrás resolvi continuar de onde havia parado e hoje finalizei, e sinceramente curti muito.

Para quem estava no aguarde tanto da fic, quanto do encontro do Minnie com o Jooheon, isso finalmente irá acontecer hoje. Isso é spoiler? Claro, mas ta bem obvio só pelo titulo do capitulo.

Leiam e lá nas notas finais, nós vamos conversar sobre algo bem sério, okay?
Boa leitura

Capítulo 8 - Encontro


 

 

 

Quando eu era criança, recebi a notícia de que eu teria um irmão da melhor maneira possível. Gritei, chorei e comemorei muito, pois pensava que nosso relacionamento seria como aqueles vistos nos filmes.

Depois que ele nasceu, eu fiquei um pouco chateado porque vi como realmente era a vida tendo um irmão. Eu não recebia tanta atenção como antes e por muitas vezes tinha que ser responsável para cuidar do Hongseob, mas isso não me abalou por muito tempo. Eu amava o meu irmão e prometi que sempre estaria ao lado dele.

E hoje, em seu aniversário de 11 anos, eu jamais poderia faltar.

Eu ainda tinha uma certa birra de ir para a casa dos meus pais, o lugar que eu cresci e criei inesquecíveis memorias. Não era por causa de meus pais ou por causa de algum empregado, e sim por causa dele. Eu sabia que Jooheon visitava frequentemente a casa, ainda que tivesse se mudado muito recentemente.

Eu soube que assim que ele voltou de Jeju, ele resolveu se mudar para um apartamento em Hongdae, este que podia ser pago graças a sua empresa de prestação de serviço de transporte. Talvez ele quisesse realmente anular toda e qualquer possibilidade de me encontrar ou ficar em algum lugar que remetesse a lembranças relacionadas a minha pessoa.

 

A verdade é que eu estava tentando enrolar ao máximo possível o dia em que eu me encontraria com Jooheon, porque eu sei que ele não quer me ver e eu também não quero ter o desagrado de ser observado de maneira estranha por causa de minha barriga, ou ele pensar que esse filhote que eu carrego não é digno. Eu não preciso do julgamento dele, e muito menos de sua pena.

Mas esse encontro iria acontecer, já que eu tenho certeza que Jooheon é próximo demais de Hongseob para faltar a essa ocasião. Eu pretendia levar alguém comigo, talvez Jeonghan, porém, ele tinha um compromisso para hoje, ou Hwasa, mas ela também não poderia comparecer, ou, em última opção, Shownu, contudo, eu sei que se eu o levar causará ainda mais problemas que o necessário. Então eu teria que enfrentar isso tudo sozinho.

Tentei acordar o mais tarde possível e me arrumar da maneira mais lenta, peguei o caminho mais longo e estou tentando retardar ainda mais minha chegada ao evento parado em frente à entrada da mansão observando o profundo nada depois de ter saído do meu taxi, pronto para ir para a festa que está acontecendo no jardim dos fundos, mas não tendo coragem de sair do lugar.

- Tudo bem, Minhyuk. Você consegue.

Tentei falar para me dar alguma coragem e talvez tivesse funcionado, pois sai do carro com cuidado carregando uma caixa em mãos que continha o presente do meu irmão e ajeitando minha blusa larga.

Passei pela a entrada da mansão, após a confirmação do porteiro, passos calmos e ao invés de passar por dentro da casa como de costume, contornei a mesma para chegar no jardim dos fundos, podendo identificar que a celebração já havia começado por causa dos gritos infantis e balões coloridos enfeitando todo o grande jardim, algumas mesas com adultos, provavelmente pais das crianças e amigos de seus pais, e uma grande mesa com um bolo não tão grande, mas bonito e chamativo na cor verde com detalhes em branco, com vários docinhos ao redor.

- Finalmente chegou! –Senti alguém me abraçando por trás com força e sorri quando vi quem era. – Você puxou a mim. Sempre chegando atrasado.

- Eu não tenho culpa se aprendi em casa. Foi essa a educação que eu recebi. – Respondi me virando e dessa vez abraçando meu pai Hoseok da maneira correta e com muita força, ou pelo menos tentei, já que ele me impediu de me espremer nos braços do mesmo, provavelmente com medo de machucar o bebê em minha barriga. Hoseok era um avô babão.

- Pense nas palavras antes de falar porque eu não te ensinei nada do tipo. Quem te estragou foi esse idiota. – Hyungwon, que estava ao lado do marido, disse sorrindo e também me abraçando com força e tendo o mesmo cuidado que Shin. – Você demorou muito, Minnie.

Começamos a conversar sobre como estava a minha vida, me questionando frequentemente de coisas que fazia ao longo do dia-a-dia, e aconselhando em alguns pontos para melhorar o cuidado em relação a minha saúde e a do bebê.

Eu me sentia feliz por ser apoiado por meus pais mesmo que aquele bebê tenha sido concebido em uma situação um tanto quanto peculiar para as famílias mais tradicionais. Hyungwon o apoiava pois sabia como era ter um filho daquela forma, obviamente não queria que eu passasse pelas mesmas dificuldades que o próprio passou para criar uma criança, então dava ao seu máximo para apoiar e não me julgar. Eu sabia.

Hongseob ficou extremamente feliz em me ver, principalmente quando viu o tamanho do presente que eu carregava em meus braços. Senti uma alegria fora do comum ao ver a felicidade de meu único irmão.

 

A celebração seguiu naturalmente. As crianças brincaram sem parar enquanto todos os adultos conversavam nas mesas descontraidamente, inclusive eu mesmo, que notei alguns olhares estranhos das outras pessoas, porém, nada alarmante, até porque minha barriga não estava tão explicita graças as roupas largas e negras que usava para disfarçar. Em breve, a barriga iria aumentar e eu teria que aprender a lidar melhor com os olhares alheios, então tentava ignorar desde já.

Mas um detalhe crucial era a pessoa que faltava naquela festa. Jooheon ainda não havia aparecido.

Eu não sabia se ficava chateado ou feliz. Chateado, pois Jooheon era muito querido por meu irmão e o mesmo com certeza ficaria decepcionado se Jooheon não aparecesse em seu aniversário. E feliz porque assim não teria que olhar o Lee nos olhos, não teria que decidir entre conversar naturalmente com ele ignorando completamente os fatos do passado, ou se fingiria que Jooheon não existia, fazendo a presença do mesmo passar despercebida. Qualquer que fosse a escolha, seria desagradável para meu emocional e psicológico.

Não posso passar por situações de estresse, então teria que me controlar ao máximo se sua presença surgisse.

 

- Crianças, venham cantar parabéns para o Hongseob!

A pessoa que mais sabia lidar com criança, obviamente meu pai, Shin Hoseok, chamou todos para cantar parabéns para o meu irmão, e rapidamente um amontoado de crianças se colocou ao redor da grande mesa onde se encontrava o bolo, enquanto os adultos ficaram um pouco mais afastados.

Hoseok segurou o Hongseob no colo para o mesmo ficar em uma altura onde não ficasse escondido atrás da mesa enquanto que Hyungwon estava ao lado dos dois, pronto para acender a vela colocada no centro do bolo. Eu estava afastado, escondido no meio dos adultos, mas podia ver perfeitamente o sorriso de meus pais e meu irmão, estavam todos felizes por causa daquele dia especial e isso me fazia sorrir igualmente.

Eu preferi me manter afastado, para não chamar tanta atenção. Apesar de desejar muito estar ali com minha família, eu me segurei. Tenho que aprender a me resguardar melhor a partir de agora, para o bem de meu filho e o meu próprio.

Um dia, temos que amadurecer.

 

- Então, vamos começar? 1, 2, 3!

E todos começaram a cantar em coro a famosa música de aniversário, batendo palmas no mesmo ritmo ao mesmo tempo que a vela no bolo queimava e Hongseob observava tudo com o maior sorriso no rosto.

Quase no final da música, Hongseob fechou os olhos e depois soprou a vela, fazendo que as palmas perdessem o ritmo certo e ficasse mais eufóricas e a música parou, dando lugar aos gritos em comemoração.

Depois de alguns minutos, os adultos se dispersaram para suas respectivas mesas à espera do bolo que seria servido e as crianças voltaram a brincar, menos Hongseob que ainda recebia parabéns de algumas pessoas e conversava com seus pais, os abraçando.

Resolvi finalmente me aproximou, esperando minha vez para abraçar meu irmão, e quando essa hora chegou, me agachei com cuidado para ficar na altura de Hongseob e o abracei forte, falando em seu ouvido:

- Parabéns, Hong. Posso saber o que você desejou?

E o grito de Hongseob e a euforia para sair dos meus braços deixou com que minha pergunta morresse no ar sem uma resposta.

- Tio Heon! – Hongseob gritou enquanto corria em direção ao homem que havia acabado de chegar na festa. Um sentimento de surpresa tomou conta do meu corpo, ou seria melhor chamar esse tal sentimento de susto?

Jooheon estava ali. Usando um terno negro e gravata azul, com a cabelo bem penteado. Uma visão um tanto quanto incomum. Sua expressão não estava tão suave como eu me recordava, ele mostrava um sorriso pequeno e simpático para Hongseob, mas aquilo não era a alegria e felicidade que Jooheon sempre mostrava, em minha opinião. Tinha muita coisa errada em Jooheon.

- Desculpa ter demorado tanto para aparecer, eu estava em uma reunião. – Jooheon disse calmamente, afagando os fios da criança abraçava sua cintura. – Eu trouxe um presente bem maneiro, mas ele está no carro. Adivinhe o que é.

- Não sei, Tio Heon.

- Uma dica: É algo que você queria muito.

- Hum... o skate 3056? – Hongseob supôs e o sorriso de Jooheon confirmou sua hipótese. – Não acredito, Tio Heon! Meu Deus! Posso pegar agora?

- Deixe para pegar depois. Tem muitas crianças aqui e vai acabar dando confusão. – Jooheon disse e Hongseob concordou, em seguida o abraçando mais forte e agradecendo muitas vezes. – Ainda bem que eu acertei no presente. Agora vá brincar com os outros, se divirta.

Hongseob agradeceu mais uma vez e correu para seus amigos, aproveitando aquele dia tão bom.

- Às vezes eu penso que você mima esse garoto mais que eu. – Hoseok falou depois de se aproximar de seu amigo, dando um high five e rindo. – Poxa, não roube o meu posto de pai.

- Desculpe-me se eu sei fazer o seu trabalho melhor que você. – Jooheon brincou.

- Dar presentes para ele é muito fácil, quero ver ficar acordando de noite porque ele ta chorando ou fingir ser um cavalinho por horas só para ele brincar de cowboy.

- Tudo bem, você ganhou essa. – Jooheon riu. – A propósito, a festa está muito bonita. Aposto que foi o Hyungwon quem preparou, porque se fosse você, isso aqui estaria uma merda.

- Gostaria de mais respeito de sua parte, babaca. – Hoseok fingiu estar irritado. – Mas foi Hyungwon quem preparou mesmo. Ele é tão bom, não é? Acho que ele consegue fazer tudo que ele quiser. Eu sou um cara muito sortudo.

Jooheon suspirou. – Vai começar a falar o quanto que o Hyungwon é bom, né? Jesus Cristo! Se passou anos e você continua agindo como se fosse um adolescente apaixonado, Hoseok.

 - Se eu não continuar agindo assim quando se trata de Hyungwon, significa que a magia acabou. A graça do amor é ser um idiota apaixonado por quem se ama. – Hoseok disse, em seguida sorrindo ainda mais e colocou a mão no ombro do amigo. – Agora eu tenho que ir. Hyungwon precisa de minha ajuda.

- Ajuda em que sendo que os garçons vão servir tudo?

Hoseok deu um sorriso de lado cheio de segundas e até mesmo terceiras intenções. – Precisa de ajuda com assuntos de adultos, você sabe.

Jooheon revirou os olhos e Hoseok foi em direção a casa, onde Hyungwon o esperava na porta, com um sorriso. Quando o ator alcançou seu marido, selaram os lábios e entrelaçaram os dedos das mãos, seguindo para dentro da mansão para fazerem o que pretendiam fazer.

Notei que aquele era o momento certo para eu me afastar, antes que Jooheon notasse minha presença, apesar de eu achar que ele já havia me notado.

Meus pais estariam dentro da casa e Hongseob ocupado demais brincando, então notei que não haveria problema caso eu saísse sem dar adeus, depois eu pediria desculpas e diria que houvesse uma urgência ou falaria que eu senti uma tontura e resolvi ir embora para não causar problemas para eles. Sim, aquela era a desculpa perfeita.

No momento, a única coisa que me importava iria ir embora rapidamente dali.

 

Ao invés de contornar a casa como eu havia feito ao chegar, resolvi passar por dentro da mesma. Notei o fluxo de empregados que caminhava por lá, tentando servir os convidados da melhor forma possível. Tentei passar rapidamente para não incomoda-los e logo estava no salão de entrada da casa, só mais alguns passos e estaria quase fora.

- Por que anda tão rápido? Isso não vai te fazer bem.

Depois de meses, ouvi a voz que eu tentei ao máximo não escutar novamente. Ao mesmo tempo que senti o toque da mão quente que eu evitei tanto. Olhei para trás e vi o rosto que eu pensava frequentemente e desejava a todo custo não encarar frente a frente como estava fazendo agora.

- Olá, Minhyuk. Está tentando fugir de mim?

Jooheon estava sério. Não pude evitar meu desconforto interno ao ouvir sua voz soar tão séria, além do fato de que ele disse meu nome, e não o apelido que eu me acostumei a escutar por anos.

Em reflexo, balancei meu braço para escapar de seu aperto e Jooheon me soltou imediatamente ao ver que aquela era minha vontade. Ele nunca ia contra minha vontade, pelo menos isso não mudou.

- Eu não deveria? Você deixou muito claro naquele dia que não gostaria mais de me ver, nunca mais. Estou me afastando o máximo possível. – Respondi seriamente, tentando mostrar uma postura dura perante a ele. Não deixaria brechas ou fraquezas aparentes para ele.

- Eu não disse para você se afastar.

- O tapa que você me deu já demonstrou tudo que você queria falar. – Falei seco. – Agora tenho que ir embora.

Tentei novamente voltar ao meu caminho para a saída da casa, mas a mão de Jooheon em meu pulso impediu meus passos. Novamente me virei e tentei não ser afetado pelo olhar triste dele. Eu não deveria me submeter aos seus olhares, não poderia deixar tudo que ele fez passar despercebido.

- Por favor, vamos nos resolver. – Jooheon disse passando a mão pelos seus fios castanhos. – Eu me arrependo todos os dias por ter feito que eu fiz. Eu queria mudar as coisas.

- Se você se arrepende tanto, por que demorou tanto tempo para me procurar? Por que veio dizer isso depois de tanto tempo? – Questionei irritado. – Por que você me ignorou por tanto tempo? Por que não pediu desculpas por ter me julgado tanto, me ofendido e ainda ter me batido? Eu me lembro perfeitamente de tudo, tudo que você fez sem nem mesmo ter escutado meu lado antes. Como você acha que eu me senti esse tempo todo? Depois de você ter jogado tantas coisas na minha cara e me deixado largada naquele aeroporto na frente de todas as pessoas que viram a cena toda?

Jooheon abriu a boca, mas nenhum som saiu. Ele permaneceu longos segundos em silencio antes de balbuciar a palavra “Desculpa”, mas eu não senti nada ao escutar aquilo. Eu não precisava continuar assim.

- Por mais que você peça desculpas agora, nada vai mudar o passado. Jooheon, eu não te amo mais.

Finalmente sai daquela mansão, seguindo para o portão principal e assim pedir um taxi. Não quis olhar para trás, não quis pensar em Jooheon. Esfreguei a manga de minha blusa muitas vezes em meus olhos para limpar as lagrimas. Eu fiz de tudo para evitar vê-lo, pois sabia como terminaria esse encontro. Eu sempre terminaria chorando.

 

 

 

Sentado na rua, eu esperava o taxi chegar enquanto tentava afastava meus pensamentos do ocorrido minutos atrás. Escondi minha cabeça entre minhas pernas dobradas, como se fosse uma criança, e talvez eu fosse.

O que eu estava fazendo da minha vida? Eu ainda era praticamente uma criança e já estava carregando outra criança. Como eu guiaria essa situação?

Eu era jovem demais, e não teria uma vida estável se não fosse pela a ajuda dos meus pais. Ainda que o pai da minha criança tenha dito que iria me ajudar, isso não muda o fato de que eu estou praticamente sozinho, sendo eu uma criança. Eu não tenho responsabilidade em muitas áreas da minha vida e estou sendo obrigada a criar consciência da vida a força nesse momento. Em alguns meses, eu terei um pequeno ser que necessita de tantos cuidados, tanta atenção, não sei se serei capaz de conduzir tudo isso sozinho.

É tão desesperador. Eu queria chorar no ombro de meu pai, queria poder voltar ao tempo que eu não tinha tantos problemas assim. Como irei trabalhar e ganhar dinheiro para dar uma vida perfeita ao meu filho ao mesmo tempo que tenho que cuidar e dar atenção máxima a ele?

Eu não vou aguentar isso. Eu deveria abortar...

Merda! Não! Eu não posso pensar nisso de maneira alguma.

Me irrita ter pensado nisso mesmo que por apenas um segundo. Jamais posso desistir do meu filho, é uma vida. Não foi concebido na situação mais favorável, mas mata-lo por isso seria um pecado que eu jamais cometeria, não me perdoaria por fazer isso. Ele não tem culpa de minha irresponsabilidade. Eu cometi um erro, mas isso não significa que a criança necessariamente seja o erro, muito pelo contrário. Ele é meu filho e será tão amado quanto eu fui amado.

Eu não posso desistir de meu filho, no entanto, isso não me conforta tanto ao ponto de eu não sentir um desespero enorme ao pensar no futuro. Estou sozinho e não sei mais o que fazer.

Uma buzina me faz levantar a cabeça e me desperta de meus pensamentos.

- Por que está chorando? – Jooheon estava dentro de seu carro, falando em um tom mais alto para que eu pudesse escutar. Automaticamente limpei minhas lagrimas e voltei para o estado frio que eu decidi mostrar para ele a partir de agora.

- O que está fazendo aqui? – Questionei ignorando sua pergunta.

- Resolvi te dar uma carona.

- Quem lhe disse que eu irei aceitar?

Jooheon suspirou. – Minhyuk, eu queria conversar com você um pouco. Vamos agir como adultos, tudo bem?

- Adultos não gritam ou batem nas outras pessoas quando estão com raiva, ou ignoram a versão da história dos outros.

- Na verdade, adultos fazem justamente isso. – Jooheon riu com sua própria piada, mas eu não demonstrei nenhuma feição divertida perante aquilo. – Por favor, entre. Logo vai escurecer e esperar no meio da rua não é seguro.

- Meu táxi logo chegará, não se preocupe.

- Onde você mora?

- Longe.

Jooheon deu um sorriso vitorioso. – Então, venha. É bom que você economiza seu dinheiro ao pegar uma carona comigo ao invés de pagar um desconhecido qualquer.

Suspirei e entrei no carro. Eu preciso economizar o máximo possível, ele tinha razão e isso me matava de raiva.

- Me diga seu endereço. – Ele pediu e rapidamente eu o fiz. Em seguida, me calei totalmente observando Seoul sendo pintada pelo crepúsculo, ignorando Jooheon ao máximo possível.

Depois de alguns minutos, senti a mão de Jooheon em meu ombro, me obrigando a olha-lo. Ele permanecia com seu olhar na estrada vazia, os lábios fechados e a expressão tortuosa. Não consegui interpreta-lo, tanto em sua expressão facial quanto a corporal, tornando a tarefa de entende-lo mais intensiva que o normal.

 Ele parecia quebrado.

- O que foi? – Perguntei tentando parecer seco.

- Por que você estava chorando?

Suspirei e voltei a olhar para a paisagem de prédios. – Isso não é de seu interesse.

Abruptamente, o carro parou no meio da rua vazia. Olhei ao redor e notei que não havia ninguém ali, normalmente aquele lugar era bem vazio por ser um pouco mais afastado do comercio central de Seoul.

- O que está fazendo, Jooheon? Ficar parado aqui pode ser perigoso. – Ditei um tanto quanto raivoso. Eu só queria sair dali e deitar na minha cama. – Jooheon, está me escutando?

Novamente olhei para ele e, desta vez, o mesmo me encarava de volta. Suas mãos apertavam o volante e sua postura era tensa. Isso me assustava um pouco, mas eu ainda assim me controlava para não demonstrar da mesma forma que ele explicitava seus sentimentos por meio de seus gestos e expressões.  

- Por que está sendo assim? – Jooheon questionou irritado. – Você não é o Minhyuk que eu conheço. Minnie nunca agiria assim, nunca seria frio como você está sendo. O que aconteceu com você? Cadê o seu sorriso, ou suas roupas coloridas, o cabelo amarelo ofuscante, as piadas, o jeitinho infantil e divertido?

- Um dia todo mundo precisa amadurecer! – Gritei. – Como você quer que eu continue sendo sua criança? Me diga! Você tem noção do que eu passei esses meses? Porra!

- E você? Sabe pelo que eu passei? – Jooheon falou no mesmo tom. – Você sabe o que é acordar todos os dias sabendo o que eu fiz com você e ao mesmo tempo pensar que durante semanas você mentiu para mim e ainda me iludiu ao fazer tudo que fez ao meu lado naquela ilha enquanto esperava o bebê de outro homem?! Que droga, Minhyuk! Eu sempre quis estar ao seu lado e te proteger de tudo, mas o que eu posso fazer se você mente e joga toda a esperança que você alimentou em mim por alguns dias no lixo?! Me diga! Me diga qual é a atitude que eu devo tomar com isso tudo! Eu sempre quero estar ao seu lado, não quero te ver no estado que você está agora, mas eu simplesmente não consigo fazer tudo isso sabendo que você me usou.

- Eu te usei? Sim, talvez eu tenha usado se você ver dessa forma. Mas eu estava desesperado. – Sentia o suor frio escorrendo por minha pele, ao mesmo tempo que meus nervos estavam ao máximo e meu corpo tremia pela adrenalina injetado por aquela discussão que eu tanto havia evitado. Eu queria chorar. – Você sabe o que eu pretendia fazer depois de voltar de Jeju? Droga, eu iria matar o meu filho. Eu iria arranca-lo da minha barriga e mata-lo sem que ninguém soubesse que eu havia engravidado algum dia, mas o Shownu encontrou os testes de alguma forma e jogou a merda no ventilador no aeroporto mesmo, e o pior de tudo, na sua frente! Eu pretendia terminar com ele, abortar o nosso filho e depois voltar para você. Mas tudo deu errado. Eu briguei com o Shownu, briguei com você e prometi nunca mais estar com você depois do tapa que eu recebi na frente de todos, mas pelo menos uma coisa eu fiz certo, eu não matei meu filho. E eu me orgulho disso, mesmo com todos os meus erros.

Os olhos de Jooheon se arregalaram e as lagrimas transbordaram de meus olhos, criando um caminho por minhas bochechas ao mesmo tempo que minha boca tremia de nervosismo e minhas mãos se agarravam ao tecido de minha própria blusa, apertando com tanta força que fazia com que os ligamentos de meus tempos esbranquiçassem e doessem.

Jooheon, em um ataque de raiva súbito, socou com força o volante a sua frente, também chorando como eu, apesar de seu choro parecer mais desesperado. Nenhum de nós recebemos um tutorial para lidar com uma situação tão complicada.

- Mas por que você mentiu? Eu teria ajudado, teria feito melhor. Jamais te bateria por raiva. Eu não iria cometer tantos erros. Tudo isso por causa de uma mentira. – Ele sussurrou em um folego só. Sua respiração estava tão pesada. – Por que não fizemos nada certo, me diga.

Eu não sabia o que responder. Eu nem mesmo queria falar. Estava tão cansado e com tanto sono, e sentia que o bebê em minha barriga estava tão estressado quanto, então apenas encostei no vidro do carro e fechei meus olhos, me permitindo dormir mesmo em uma situação tão conturbadora. Eu jamais deveria ter entrado naquele carro com Jooheon.

 

 


Notas Finais


Para inicio de conversa, algumas partes desse capitulo foram dedicadas para adolescentes que passam por algo chamado "gravidez indesejada", eu tentei retratar os pensamentos confusos que passam na cabeça dessas jovens confusas. Por favor, eu fiz isso foi para de alguma forma demosntrar por meio do personagem Minhyuk que existem alternativas mesmo que você estava gravida tão jovem. O corpo é seu e a vontade é sua, mas pense muito bem antes de cometer um aborto, tudo bem? Converse com seus familiares e veja suas opções. Para a vida, sempre existe uma alternativa, mas se você pensa que vai ser melhor para você abortar, então faça o que for melhor para ti, porém, sempre reveja suas alternativas.

Outra coisa: Aconteceu algo muito desagradavel com alguém bem próximo de mim recentemente, e isso me fez refletir que talvez ocorra com muitas leitores minhas, e até mesmo pessoas que nem sabem quem eu sou ou o que é o spirit.
Garotas, se vocês estão com alguém, seja um peguete de uma semana ou um namorado de quatro anos, vocês devem ter total controle de seu corpo. Não faça o que não quiser apenas por pressão do garoto ou garota que é seu companheiro, somente aproveitem o momento quanto tiverem a certeza que estão prontas para aproveitar. E caso essx companheirx não respeite o seu tempo ou sua vontade, isso significa que elx não é a pessoa certa para você, pois o corpo é seu e todos tem que respeitar isso.
Caso ocorra casos mais extremos, onde a pessoa tocou seu corpo sem sua permissão, diga para alguém, procure orgãos de proteção a mulher, pois isso não pode passar imune. Mas tenha cuidado para quem você fala, pois vivemos em um país extremamente machista que acha que um abuso é sempre culpa da vítima, então infelizmente você tem que ter cuidado para quem você diz pois pode acabar sendo julgada, sendo que você não é a culpada. No entanto, nunca deixe que esse crime ao corpo passe imune.
Muitas mulheres se sentem culpadas pelo abuso que elas sofreram, se sente tristes e deprimidas e não tem coragem de fazer algo, porém, não seja dessa maneira assim como você não deve julgar essas mulheres.
Mesmo você já tendo relações sexuais ou não, você é quem deve ditar se quer fazer algo ou não, o corpo é seu e você só deve fazer se estiver com vontade de fazer com alguém que te faça se sentir confortável ou feliz. Não importa se esse parceiro é seu namoradx, ficante ou desconhecido de balada, o importante é você ter relações sexuais com ele se você quiser.
E um detalhe importante: Abuso sexual não se resume somente na penetração forçada, mas sim qualquer contato sexual não permitido. Tenham cuidado

Pronto. Textão terminado. Desculpa por abordar algo tão sério.

Outra coisinha: Obrigada por 1.000 favoritos, me sinto extremamente feliz ao ver Wrong For You ganhando tanto reconhecimento.

Desculpa por ter desaparecido. O colégio me odeia e me quer ver sem vida social, assim como impedir o meu lazer.

Até logo


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