1. Spirit Fanfics >
  2. Wrong Love >
  3. Capítulo 12

História Wrong Love - Capítulo 12


Escrita por: RochaAndRusso

Notas do Autor


Boa leitura! Espero que gostem <3

Capítulo 12 - Capítulo 12


-Não tem necessidade de me buscar todo dia… -Comentei, lhe entregando o capacete logo depois que ele tirou o meu.

 

-Foi a melhor coisa que eu consegui pensar para você não precisar enganar mais sua mãe. -Taylor respondeu, me fazendo rir de leve e concordar. Já era o terceiro dia seguido que ele me levava até a esquina da minha casa. Vale lembrar que só tinha passado quatro dias desde o nosso primeiro beijo.

 

-Eu queria poder contar a ela sobre você. -Comentei, suspirando, ajeitando a mochila em um dos meus ombros.

 

-É o seu pai que te impede? -Questionou, me fazendo assentir.

 

-Se você conhecesse ele como eu conheço você me entenderia. -Ri pelo nariz, sem achar graça.

 

-Tudo bem, não reclamo do jeito que estamos. Se for parar para pensar, não deixo de estar escondendo isso do Derek também. Ele com certeza não iria gostar também. -Concordou e eu apenas assenti. -O lado bom é que eu me sinto um adolescente namorando escondido. -Ele, e eu riria junto, mas a palavra “namorando” me fez parar por um segundo.

 

-Namorando? -Repeti e ele franziu o cenho, com um sorriso como se achasse minha expressão engraçada.

 

-Eu não estou ficando com mais ninguém, você está? -Questionou e eu apenas balancei a cabeça. -Então, isso é quase um namoro, não? -Ele ergueu a sobrancelha para mim e eu espremi os lábios, olhando meus próprios pés no segundo seguinte e rindo da minha própria timidez.

 

-Desculpa, eu não estava esperando por isso. -Comentei, mas ele não disse nada, apenas me puxou para perto dele e chegou um pouco para trás da moto, me encostando nela de modo que ficássemos perto o suficiente para nos beijarmos. A mesma sensação deliciosa de calor invadiu meu corpo e a timidez sumiu como se nunca tivesse existido. O capacete chegou a cair no chão mas não interrompemos o beijo por isso. O mundo tinha sumido e eu só queria estar ali naquele momento para sempre. Infelizmente ele durou muito menos do que eu gostaria.

 

-Deixaram cair o capacete. -A voz familiar me fez afastar rápido de Taylor e mirar quem eu menos queria ver naquele momento. Usava terno e sua expressão era séria e congelada. Meu corpo gelou e o medo revirou meu estômago, me fazendo engolir o seco.

 

-Pai? -Arfei, apavorada. -Eu…

 

-Quieta. -Disse rígido, seus olhos me encarando com visível desdém.

 

-Senhor, nós dois…

 

-Não dirija a palavra a mim. -Ele mirou Taylor por breves segundo. -Já para casa. -Ele deu as costas e saiu andando em passos rápidos e duros.

 

-Eu vou com você, ele não pode brigar só com você. -Taylor já estava se levantando, mas eu o interrompi, olhando-o com os olhos já marejados.

 

-Não, vai embora, se você ficar só vai piorar tudo. -Pedi, quase suplicando.

 

-Mas…

 

-Por favor. -Segurei seu rosto, olhando-o. -Eu vou ter que ouvir tudo o que ele tem que me dizer de qualquer jeito, se não for agora, seria depois. Você aqui só iria adiar qualquer coisa.-Completei e ele suspirou, passando a mão pelo cabelo, me puxando para um abraço logo depois.

 

-Preciso ir antes que ele venha me buscar.

 

-Qualquer coisa me liga. -Avisou antes de me dar um beijo e eu assentir, correndo para casa logo depois.

 

    Parei com a mão na maçaneta. Era a última chance de fugir daquilo. Mas era meu pai, uma hora ou outra eu teria que ouvir, não adiantaria fugir. Entrei enxugando as lágrimas que desceram, tentando me recompor. A casa parecia vazia, pelo silêncio com certeza minha mãe não estava em casa, para o meu azar. Subi devagar e fui direto para meu quarto, mas assim que entrei me arrependi. Ele estava na minha janela, observando a rua.

 

-Qual o nome dele? -Questionou e eu respirei fundo, deixando minha mochila ao lado da cama.

 

-Taylor...Taylor Lautner. -Respondi, com a voz trêmula.

 

-Quantos anos? -Questionou e eu respirei fundo, pensei em mentir, mas sabia que seria pior se ele descobrisse depois.

 

-21. -Respondi.

 

    Ele se virou para mim e se aproximou, com a mesma expressão séria, assustadora.

 

-Eu não te criei para ser uma vadia. -Ele disse em seu volume de voz normal, mas era possível reparar o tom de raiva, quase um ódio. Como uma facada no meu estômago.

 

-Eu não…

 

-Cala a boca! -Ele gritou, mas o som do tapa que ele me deu na cara pareceu ser mais alto.

 

    Meu rosto queimou, um tapa tão forte que me desequilibrou e eu caí na cama, já chorando. O olhei assustada, com a mão no rosto como se isso ajudasse a parar de doer. Sua expressão de raiva era assustadora, e a sensação de dejavu era ainda pior.

 

“ -Você machucou ela, Brownie! Sabe que sua mulher pode tirar seus filhos de você por isso, não sabe? -Os dois amigos conversavam baixo para a criança encolhida na cama, com lágrimas nos olhos não escutasse, mas ela escutava, observando o homem de costas vestido com uniforme de policial e seu pai olhando-a ainda com os olhos ardendo de raiva, apesar do roxo em sua perna doer pela pancada que seu pai lhe dera com um guarda chuva.

 

-Isso não vai acontecer, ela sabe que eu acabo com a raça dela se ela tira meus filhos de mim. -Sr. Brownie bufou de raiva. -Eu já prometi que isso não vai mais se repetir, não disse? Ela tá viajando, até voltar o roxo já saiu, Caroline já me disse que não vai contar a ninguém mais se eu não bater mais nela, está resolvido.

 

-Não vou aliviar se isso voltar a se repetir! Se algum vizinho voltar a te denunciar eu não vou inventar mais nenhuma desculpa, já virei com as algemas. -O policial falou firme, mas não abalava a raiva de Brownie.

 

-Tudo bem, obrigado! Já disse que não precisará mais fazer isso! -Ambos se despediram e o policial foi embora, deixando a garotinha encolhida na cama sozinha novamente com o homem que acabara de aceitá-la fortes pancadas que tinha deixado seu corpo dolorido. -Ei! -Ele se aproximou, fazendo ela se encolher. -Vai ficar tudo bem, já te desculpei pelos papéis que você molhou sem querer. Já te prometi que não vou mais te bater. Eu te desculpo, você me desculpa e esquecemos que isso aconteceu, tudo bem? -Completou e esperou a garotinha assentir devagar, ainda com o olhar apavorado, um misto de dor e medo. Do seu próprio pai.”

 

-Você me prometeu…-Arfei, sem fôlego, com medo. -Prometeu que nunca mais bateria em mim. -Falei olhando-o, mas ele parecia ignorar, furioso.

 

-Prometi sim. -Concordou, me puxando pelo braço com força me levantando, tanta força que me fez gemer de dor. -Vai ver por isso você virou essa vadia que é hoje! -Ele me jogou pro outro lado, fazendo eu cair para cima da cadeira do computador, o que derrubou o abajur da mesa que se quebrou no chão bem ao meu lado. -Aposto que já deu para a metade desse bairro! -Ele falou grosso, mas se policiava para não gritar.

 

-Para, você está me machucando! -Tentei gritar, mas o choro abafou o grito, mas isso fez ele se aproximar com rapidez e puxar meu cabelo para que eu o olhasse.

 

-Você cala a sua boca porque você não tem mais o direito de se defender! -Ele falou ríspido, alto, me olhando nos olhos bem de perto, depois empurrou minha cabeça, fazendo-a bater na cadeira a qual eu me apoiava, apavorada.

 

-Você é um monstro… -Falei, mas saiu tão baixo que eu duvidei que ele tinha escutado. Ele se afastou para junto da janela novamente, respirando pesado, como se tentasse me acalmar. Enquanto eu tentava me levantar com a ajuda do apoio da cadeira, mas ao me ajoelhar, sentir meu joelho doer, com o caco de vidro do abajur cortando minha pele.

 

-Olha só, você é uma estúpida! -Ele voltou a me mirar com ódio, vendo o meu joelho com sangue, apesar do corte ter sido pequeno e não profundo. -Eu devia te expulsar dessa família! Te colocar na rua! -Agora ele já falava mais alto, eu já soluçava, com medo e dor. -Mas é isso que você quer, não é? -Ele se aproximou me empurrando, me fazendo cair sentada na cadeira, onde me encolhi quando ele se aproximou de maneira que seu rosto ficasse bem próximo ao meu. O encosto da cadeira me impedia de me afastar. -Está louca para eu te jogar na rua e você ir correndo atrás daquele cara, ele é o seu cafetão? É isso? -Provocou, mas eu mal conseguia falar, o nó em minha garganta não deixava. -Eu não vou facilitar. -Ele enfiou a mão no bolso da minha bermuda, pegando meu celular e tacou no chão pisando em cima com força, quebrando-o sem piedade, o que me fez chorar ainda mais. Em seguida ele foi até a janela, trancando-a e tirando a chave, depois pegou o notebook na mesa ao meu lado e voltou a aproximar de mim. -Isso é para você aprender a se dar valor. -Completou com outro tapa na cara, ainda mais forte, que me fez soltar outro gemido de dor. Só ouvi a porta bater e ser trancada por fora antes de finalmente ficar sozinha no quarto. Meu rosto ardia e minhas lágrimas caíam fora de controle. Eu tremia, apavorada.

 

 

    Quando consegui me acalmar, já estava escurecendo. Me certifiquei de não ter vidro no pequeno machucado do joelho e o limpei com a água que ficava na garrafinha na minha mesinha de cabeceira. Ouvi quando minha mãe chegou e ouvi também quando eles brigaram. Ouvi ele ameaçando caso ela tentasse me soltar. A noite passou lentamente, sem que eu conseguisse nem sequer cochilar, quando já estava clareando, ouvi o barulho de carro em frente a casa, que eu fui ver pela janela. Um táxi e meu pai entrando nele com sua maleta de trabalho e uma mala. Assim que o carro partiu pela rua, ouvi o barulho da minha porta sendo destrancada e quando me virei, minha mãe já estava abrindo a porta.

 

-Mãe! -Corri até ela, abraçando-a.

 

-Me desculpa, meu amor! -Ela devolveu o abraço, caindo em lágrimas junto comigo.

 

-Como você consegue aguentar ele, mãe? -Enxuguei as lágrimas quando sentamos na minha cama.

 

-Por que ele trabalha mais do que fica em casa desde sempre, meu amor. Você e seu irmão tem a vida boa que tem graças a ela. -Suspirou, secando seu rosto também. -Ele não vai mais chegar perto de você, eu prometo! -Ela segurou meu rosto, voltando a chorar. -Eu te amo muito minha filha. -Falou, alisando meu rosto, me abraçando novamente logo depois.-Eu não vou deixar ele encostar nem mais um dedo em você, minha filha, eu prometo! -Completou, beijando minha cabeça. -Agora toma um banho que eu vou fazer algo bem gostoso pra você comer, está bem? -Ela se afastou novamente para me olhar e eu assenti, ela foi para a cozinha e eu peguei uma muda de roupa e fui tomar banho, verificando se tinha algum hematoma, mas tinha apenas o pequeno corte no joelho e uma leve marca na maçã do rosto, um roxo bem clarinho, embora doesse quando encostava, era quase imperceptível. Tomei um banho quente e coloquei o pijama, sentindo o sono chegar com mais força, mas meu estômago doía de fome, então fui direto para cozinha, onde meu prato já estava na bancada com a comida pronta.

 

-Como vai ser? -Perguntei enquanto comia e ela lavava a louça, de costas para mim. -Quando ele voltar? Como vai ser?

 

-Vai ser normal. -Ela desligou a torneira e se virou para mim. -Vocês quase não se falam. Vai continuar assim. Você logo se forma e vai para faculdade e vai poder sair e perto dele igual seu irmão. Só precisamos esperar mais um pouco. -Ela se aproximou de mim, alisando meu cabelo.

 

-E aí você vai ficar aqui sozinha? -Questionei, pasma.

 

-Eu vou ficar bem, minha filha. Confia em mim. -Ela deu um beijo na minha cabeça. -Já avisei para a escola que você não vai hoje, está bem. Pra você descansar. -Completou e eu assenti, sem forças para continuar aquela conversa agora.

 

 

Acordei assustada, provavelmente com algum sonho ruim do qual eu dei graças a Deus por não recordar. Já estava de tarde, finalmente a dor de cabeça tinha melhorado, mas quando a campainha tocou, ecoou na cabeça dolorosamente. Ouvi minha mãe atender enquanto eu levantava da cama, Dakota surgiu na porta logo depois.

 

-Como você está? -Ela me abraçou forte, se afastando rapidamente para me analizar. -Isso foi ele? -Ela passou o polegar na maçã do meu rosto, e eu afastei sua mão com um ‘ai’ de incômodo.

 

-Bem. E sim, foi. -Assenti. -Acho que eu nunca fiquei com tanto medo na vida. -Suspirei. -Como você soube? -A olhei, só então notando que não tinha como ela saber.

 

-Taylor, ele foi na minha casa falar comigo depois que não encontrou você no colégio hoje. -Ela se sentou na cama, enquanto eu me sentava na cadeira do computador, só então notei que minha mãe já tinha limpado o abajur quebrado. -Ele tá preocupado com você. Na verdade ele tá desesperado. Quase veio aqui mas achou melhor eu vir, obviamente.

 

-Quem que está desesperado? -Minha mãe apareceu na porta do quarto, se encostando no batente da porta. Eu e Dakota nos entre olhamos.

 

-Pensei que meu pai tinha te contato. -Comentei, respirando fundo.

 

-Ele falou que era um garoto mais velho o motivo de tudo, mas não falou quem nem mais nada. -Explicou.

 

-Senta aí, eu te falo sobre ele. -Falei, apontando para a cama.

 

    Contei tudo o que era conveniente, o que envolvia Derek, mas sem os detalhes psicopatas, ela não precisava de mais preocupação.

 

-Como minha menininha está crescendo! -Ela tampou a boca com a mão e eu ri junto com Dakota. -Você podia ter me contado antes, talvez eu te ajudasse a evitar tudo o que aconteceu. Mas agora já passou e é melhor você falar com ele para avisar que está bem. -Comentou.

 

-Meu pai quebrou meu celular e deve ter levado meu notebook com ele. -Comentei, recostando na cadeira.

 

-Eu vou comprar outro celular para você amanhã. Eu falaria para você ir falar com ele na casa dela, mas considerando que ele mora com o Derek e tudo mais, deve ficar meio chato, né? -Ela fez uma careta. -Seu pai não avisou quanto tempo vai ficar fora, então é melhor não arriscar de trazê-lo aqui.

 

-Você não se importa mesmo que eu fique com ele? -Questionei, sentindo o alívio dominar meu corpo quando ela balançou a cabeça.

 

-Esqueceu que seu pai é 8 anos mais velho que eu? Quando a gente começou a namorar eu tinha 15 anos e ele tinha 23!-Ela falou, fazendo eu e Dakota abrirmos a boca, chocadas. Claro que eu sabia a diferença de idade, mas não sabia que tinham começado a namorar tão cedo.

 

-Que hipócrita! -Dakota falou chocada, fazendo minha mãe rir, assentindo. -Desculpe, Sra. Brownie, mas pelo amor de Deus, né? -Ela revirou os olhos.

 

-Não precisa se desculpar, eu concordo plenamente. Ele adora julgar os outros, mas na hora de olhar para o próprio umbigo tudo vale. Infelizmente o machismo está muito presente. Lembra quando seu irmão estava ficando com uma garota novinha? Seu pai fez o que? Nada! -Ela falou revoltada, revirando os olhos.

 

-Vamos trocar de assunto, né? Eu tô com fome! -Levantei num pulo, fazendo minha mãe rir.

 

-Eu fiz o bolo que você gosta, vamos lá que já deve estar pronto! -Falou animada, descendo para cozinha enquanto seguíamos ela.

 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...