História X-Girls - Bless (parte 2)

Victoria

Depois de nos despedirmos das garotas, Luna e eu seguimos para o meu quarto. Giro a maçaneta da porta a abrindo e entro no quarto seguida da morena. Me sento na cama e ela se senta ao meu lado, aproveito a deixa para deitar minha cabeça em seu ombro e segurar sua mão.

-Eu estava com medo de te perder- A morena quebrou o silêncio após alguns instantes. Entrelacei nossos dedos e a fitei enquanto aproximava meus lábios perigosamente dos dela até os selar devagar.

-Eu sempre voltarei pra você. - Levantei da cama e me sentei no colo da mais velha passando minhas pernas ao lado das dela e jogando meu cabelo para o lado. Fui deitando meu corpo sobre o dela devagar vendo à morena se deitar na cama. Sorrio de canto fitando seus lábios que agora ela mordia. Deixei um selar demorado em seus lábios apenas como pretexto para iniciar um beijo ardente que a mais nova correspondeu. Senti suas mãos a invadir minha blusa e tocar minha pele enquanto ela tomava o controle do beijo. Ela era controladora e me puxava para mais perto a medida que nossas línguas se chocavam uma contra a outra.

Ajudei a mais nova a tirar minha blusa e a arremessei pra algum lugar do quarto sem me importar muito em onde ela cairia. Tudo o que me importava era aquele momento com minha amada. Separei nossos lábios devagar e fitei seus olhos.

-Eu te amo Luna… demorei muito para perceber isso e acabei ficando com medo de não me acei…-Senti o indicador dela sobre meus lábios e olhei para seu sorriso.

-Não seja boba Vic, espero o mesmo a tanto tempo.

Me deitei ao lado da mais nova e acariciei seu rosto macio com as costas da mão. Passei meu braço por sua cintura e a puxei para mais perto colando nossos corpos e deixando nossos rostos bem próximos. Aproximei nossos lábios até que se tocassem para que começasse um beijo calmo e carinhoso. Movíamos nossas línguas sem pressa a medida que minhas mãos exploravam as costas da garota ainda cobertas pela blusa. Senti suas mãos deslizando por minha barriga devagar descendo até o cós de minha calça. Arfei baixo quando percebi que ela havia desatado o botão e deslizava o zíper para baixo de forma lenta e torturante me fazendo gemer baixo contra seus lábios. Ela tinha um efeito sobre mim que eu não podia explicar. Quando sua mão me tocou o ponto sensível por cima da calcinha praguejei baixo e gemi em seu ouvido.

-Isso é maldade Luna…-Gemi baixo e mordi sua orelha devagar. Ela sorriu e manteve sua mão ali a me torturar enquanto brincava com minha sanidade. Meus lábios estavam entreabertos quando a morena deslizou sua língua pelos mesmo me provocando e sorrindo de canto. Senti quando minha calcinha fora afastada para o lado e arfei quando senti ela me penetrar com um dedo-Luna...

-Shh, não queremos acordar as outras não é mesmo?-Ela sorriu e passou a lamber meu pescoço devagar me arrancando mais gemidos. Involuntariamente passei a mover minha cintura contra os dedos dela. Quando a morena percebeu me penetrou mais um dedo e sorriu vendo que eu arqueara as costas com o contato.

Meu coração palpitava forte. Tomei os lábios da morena em um beijo cheio de paixão e prazer enquanto a empurrava sobre a cama e me sentava sobre seus quadris. Senti suas mãos deslizarem por minhas costas me fazendo arrepiar com aquilo. Mas era bom estar ali com ela. Nada poderia me deixar mais feliz do que estar nos braços da mulher que meu coração escolheu para amar. Colei nossas intimidades​ e movi minha cintura contra a dela em um roçar gostoso. Não mais segurávamos os gemidos que agora ecoavam pelo quarto. Senti meu corpo se aquecer, como se algo estivesse pronto a explodir entre nós. Gemi alto juntamente com ela quando atingimos nosso ápice juntas em um longo gemido uníssono. Permiti-me descansar ao lado dela completamente suada mas feliz, abracei sua cintura e fiquei a fitar seus olhos. Deslizei minha mão por sua bochecha lenta e carinhosamente.

-No que está pensando Vic-Apos algum tempo a morena me questionou. Balancei a cabeça em negativa e selecione seus lábios. Aproximei-me dela e me aconcheguei junto a seu pescoço-Vai ficar tudo bem amor, com certeza nos vamos vencer o Kaibur.

Ela parecia ter lido a minha mente. Estava preocupada com toda aquela reviravolta nas nossas vidas. Ele parecia ser invencível, nos derrotou completamente. Fechei meus olhos e comecei a relaxar. Luna emanava um calor aconchegante e me acalmava de tal forma que não demorei a adormecer.

 Ao abrir meus olhos senti que meus pés não tocavam o chão. Eu estava em pé em alguma coisa mas sabia que não estava tocando o solo. Olhei ao redor e vi a extensão de um enorme algodão branco e paredes tão altas que não dava pra enxergar o teto. Remexi meus dedos e senti que no que eu estava pisando era macio, extremamente macio. Ouvi o som de passos ecoarem suavemente pelas paredes e vi um rapaz muito bem aparentado descer as escadas que até então eu não havia sequer notado. Ele trajava calças jeans rasgadas e uma camiseta larga, com um sobretudo que o cobria por completo e botinas de couro, tinha cabelos loiros desgrenhados e olhos dourados. Dei um passo para trás, ele emanava poder.

- Seja bem vinda Victoria, ao Palácio do Trovão,- pisquei os olhos e o rapaz não estava mais lá. Olhei ao redor e não o vi. Senti o toque de seu braço por cima de meus ombros e me sobressaltei. Virei meu rosto lentamente e vi seu sorriso que acharia muito bonito se eu não estivesse tão assustada- Eu sou Astarios, e nós temos muito o que conversar.

-Astarios?- olhei para o rapaz que continuava a sorrir para mim.-O Deus das tempestades?- ele assentiu com a cabeça.

Astarios estalou os dedos e um pedaço da nuvem se retorceu e alongou-se se transformando em uma mesa para duas pessoas e duas cadeiras. Nos sentamos e uma bandeja de frutas veio voando e parou sobre a mesa. O rapaz de mais de dois mil anos de idade pegou uma pera e a mordeu enquanto me encarava com aqueles intensos olhos dourados que mais pareciam uma forja de ouro ardente.

-Me diga Vic, o que sente pela Luna a hospede da minha amada Ragna?-ele disse de forma calma.

-Hospede de Ragna?- Perguntei curiosa e ele apenas riu soprado- O que é tão engraçado?

-Ragna é o nome da mulher mais bonita do mundo através das gerações. Foi a mulher que escolhi passar o resto de minha eternidade ao lado dela e, pra minha sorte, ela compartilhou de meu desejo. Ragna é a Deusa dos pólos magnéticos e ela esta dentro da sua namorada.

A intensidade de suas palavras me atingiu como uma flecha no peito, afinal era exatamente o mesmo sentimento que eu nutria por Luna desde a primeira vez em que meus olhos encontraram os da morena. Lágrimas copiosas passaram a escorrer por minha face e Astarios sorriu.

-Você sente o mesmo não é minha pequena? Isso me prova tudo o que eu precisava saber sobre você.-Ele disse calmamente enquanto tocava minha mão com seu indicador- Nem sempre será apenas questão de força. Às vezes não precisamos de alguém forte, precisamos apenas de alguém para estar ao nosso lado. Eu, Astarios, o Deus das tempestades, te concedo agora a minha benção para que proteja os nossos amigos e amadas.

Quando ele tocou em minha mão pude sentir uma corrente elétrica correr por meu corpo inteiro. Pude sentir meu coração acelerar a ponto de doer, meu sangue fluía numa velocidade alucinante. Vi meu rosto refletido na bandeja de prata onde estavam as frutas e percebi que meus olhos estavam dourados assim como os dele, ondas de choque emanavam de meu corpo eletrizando todo o ambiente fazendo  possível ouvir os estalos da eletricidade estática. De repente meu corpo ficou leve, como se eu tivesse descarregado toda aquela energia. Abri os olhos e vi que eu estava a alguns metros de Astarios. Mas como? Eu nem sequer havia movido um dedo. Ia abrir a boca para perguntar mas ele me deu a resposta depois de um sorriso divertido. Astarios se transformou em uma massa de pura energia e passou a se teletransportar pelo ambiente numa velocidade incrível passando pelo teto (que só agora eu havia notado). O teto era adornado com diversas pinturas mostrando tempestades majestosas e calmarias relaxantes, e o mais importante, todas elas se mexiam. A folhagem nas arvores balançava de forma lenta em uma calmaria e de forma extremamente violenta numa tempestade. Raios a iluminar o céu por ínfimos segundos que para mim não pareciam ter fim. Era maravilhoso. Astarios parou ao meu lado e me tocou o ombro fazendo com que voltasse minha atenção a ele.

-Agora você tem que voltar minha pequena ThunderLady, Luna precisará de você em breve.- o rapaz tocou o centro de minha testa com seu indicador e eu despertei confusa. Olhei para o dorso de minha mão e uma leve cicatriz dourada em forma de raio cintilava levemente. Sorrio. Sabia o que significava aquela pequena marca. A aprovação de Astarios.

Olhei para a marca e tive minha atenção desviada quando um pequeno objeto de metal bateu em minha cabeça. Peguei o objeto e o olhei atentamente. Era um pequeno apontador de metal que Luna usava para apontar seus lápis de colorir que pintavam seus lindos desenhos. Mas o que aquele objeto fazia flutuando ali? Olhei ao redor e vi que todos os objetos de metal do quarto estavam flutuando, e Luna estava no centro de um tornado furioso deles.

Amber

Quando abri os olhos estava de volta a aquele mundo onde havia me encontrado com Flame pela primeira vez, mas agora ele me parecia diferente. As chamas me pareciam mais calmas e tremulavam lentamente enquanto a ruiva caminhava descalça em minha direção.

-Bem vinda de volta Amber. - ela disse com sua voz aveludada e calma enquanto se aproximava. - Vejo que ficou mais forte desde a última vez.

-É bom te ver de novo Flame. - sorrio e abraço a ruiva como se fossemos velhas amigas- Mas por que eu estou aqui?

Ela suspirou profundamente. Era um suspiro de preocupação que ficou muito evidente pela expressão dela. A ruiva estalou os dedos e um pequeno circulo de fogo se formou a nossa frente e dentro dele algumas imagens bem preocupantes. Mostravam o garoto que era o hospedeiro de Kaibur. Ele estava sentado em uma cadeira cirúrgica com várias agulhas e pacotes de soro conectados a elas, porem não era um soro comum. Era azul e parecia brilhar na fraca iluminação do quarto.

-Ele está morrendo aos poucos, e Kaibur sabe disso. - ela disse e me olhou profundamente com aquelas orbes escarlates- E para salva-lo vocês tem que derrotar o Kaibur.

-Mas como Flame? Da ultima vez não fomos nem páreas para ele!- falei preocupada. Não queria que o rapaz morresse e nem ver minhas amigas machucadas de novo. Mas sabia que era impossível derrota-lo nas nossas condições atuais.

Flame deu uma risada divertida e fez a circulo de fogo se dissipar no ar. Ela ergueu a mão na minha direção e a mesma se incendiou em chamas tão intensas que tive que tapar os olhos como se fosse ficar cega.

-Sozinhas vocês nunca vencerão o Kaibur, e é por isso que estamos ajudando vocês. Aceite meu poder Amber, e proteja suas amigas.

Não entendi quando a ruiva tocou minha mão com as chamas e não senti o calor delas. Minha mão também começou a pegar fogo, mas as chamas não me agrediam, apenas dançavam lentamente em meus dedos. Logo meu braço também se incendiou alastrando lentamente as chamas por meu corpo até que estivesse completamente envolta em chamas alaranjadas. Olhei para a ruiva que sorriu e estalou os dedos. As chamas se tornaram escarlate assim como os cabelos dela e então passei a senti-las queimando meu corpo. Podia sentir minha pele se retorcer e se desfazer por baixo do fogo enquanto um urro de dor escapava de meus lábios. Cai de joelhos e rolei pelo chão e busca de apagar as chamas, mas era impossível por que elas emanavam de meu corpo. De súbito elas se apagaram, olhei trêmula para minha pele e vi que estava intacta exceto por uma tatuagem em forma de chamas que ocupava boa parte de meu antebraço a partir do pulso. Me levantei e fitei a ruiva.

-Oque foi isso Flame? Por que eu não estou queimada?

-Esta Pyron... -Ela apontou para a tatuagem- é a minha benção. Com ela você se tornará mais forte mas eu tenho um aviso para te dar. Fogo é destruição. Ele não escolhe a quem queimar, ele apenas queima. Tome bastante cuidado com esse poder. E mais uma coisa, cuide bem da Krystal.- ela riu- Krios me disse que ela é a garota certa.

Acabei por rir junto da ruiva. Queria agradece-la mas minha mente foi ficando distante. Ela acenou gentilmente enquanto eu era puxada de volta para o mundo real. Acordei sob o sorriso de Krystal que me observava dormir. Antes que ela pudesse responder passei meu braço por sua cintura e a beijei devagar fazendo nossas línguas se massagearem devagar. Separei o beijo devagar e recebi um sorriso em resposta.

-Tenho muita coisa para te contar- dissemos juntas e começamos a rir. Ouvi o pio de uma coruja e vi o animal sentado na beira da janela a nos olhar.- Parece que tem mesmo- falei.