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História Xeque-Mate - Lados ocultos.


Escrita por: ShewantsCamz

Notas do Autor


Hallo ~~~Lauren Voice~~~
Como estão, meus amores? Eu estou bem nervosa por esses lances do show. Por isso resolvi postar logo o capitulo hoje! Enfim, me desculpem a demora. Eu estou trabalhando bastante, e o tempo para escrever diminuiu. Mas prometemos que não vamos deixar vocês na mão.

O que estão achando das ultimas edits feitas para Xeque-Mate? Estamos amando demais dividir isso com vocês. Podendo colocar todas nossas ideias nessas montagens maravilhosas. Ahh, todas elas foram feitas pela Ju! Inclusive, quero agradecer muito por ser tão paciente e fazer do jeitinho que a gente imaginou. haha'
Esse aqui é o user dela! - @Jaureguimalik25
Gostaram do hot do capitulo anterior? Espero que sim! Agora vamos ao que interessa, nosso capitulo! Queria dizer que é um capitulo normal, precisamos de ponte...então, aproveitem. Para ele, coloquei uma musica, apenas pra dar um climinha bom pra cena. Nada demais. A musica é da Kehlani, se chama "FWU" Está disponível na minha playlist (Instincts) no spotify. Vou colocar o link nas notas finais.

Capítulo 11 - Lados ocultos.


Fanfic / Fanfiction Xeque-Mate - Lados ocultos.

“Mantive meus olhos fechados, enquanto Camila distribuía pequenos beijos pela extensão de meu abdômen, indo em direção a minha cabeça. Já devia ser o terceiro orgasmo daquela noite; eu me encontrava fodidamente exausta. Meu peito subia e descia em uma respiração ofegante e descompassada. Camila acomodou seu corpo sobre o meu, fazendo-me sentir o toque delicado de sua pele suada. Abri os olhos, encarando aquele par de olhos castanhos em minha direção. Karla expandiu os lábios em um sorriso satisfeito, exibindo seus dentes brancos. Estávamos deitadas sobre o tapete da sala de lazer, completamente nuas. Estiquei meu braço, deixando que minha mão deslizasse pelas costas da morena, acompanhando a linha de sua coluna até chegar a sua nuca. A latina levou uma das mãos até seu cabelo, virando o mesmo para um lado, deixando o outro totalmente livre. A pouca iluminação que banhava o corpo da morena, realçava seus traços mais marcantes.

- Tinha esquecido como você era tão boa, Karla.

Ela sorriu, e em seguida mordeu o lábio inferior.

- Posso dizer o mesmo, Lauren.

Camila ergueu um pouco seu corpo, apoiando seus braços ao redor de minha cabeça. Agora ficando com o rosto na mesma direção do meu, com uma pequena distancia entre ambos.

- Claro que pode. Eu sou ótima. – soltei convencida.

- Somos uma bela combinação na cama.

- Eu não deveria, mas tenho que concordar.

- Claro que tem. Sou a melhor que você já teve, Jauregui.

- Como pode ser tão convencida?

- Eu sou realista, é diferente.

Camila inclinou a cabeça, alternando o olhar entre meus olhos e minha boca. Lentamente a morena entreabriu os lábios, e fez a breve menção que iria uni-lo aos meus. Quando tomei impulso para beijá-la, ela se afastou com aquele sorriso cafajeste nos lábios. Franzi o cenho, com uma cara de poucos amigos, o que rendeu uma expressão divertida da latina. Virei nossos corpos sobre o tapete, invertendo as posições, agora eu estava sobre o corpo da morena.

- Isso não vale. – exclamou quando segurei seus punhos com as mãos.

- Vale tudo entre nós. – foi o que disse ao beijá-la.”

 

 As imagens dessa madrugada com Camila inundavam meus pensamentos, não dando espaço para mais nada. Fechei os olhos, sentindo a água morna escorrer pelo meu corpo inteiro. Já havia amanhecido, nesse momento a morena deveria estar dormindo ao lado de seu marido dopado ou não. Desliguei a ducha, capturando a toalha grossa que estava ao lado do box do banheiro. Demorei alguns minutos para estar devidamente pronta. Logo deixei o quarto de hospedes da mansão Collins, e caminhei pelo corredor até a sala central. Para minha infeliz surpresa, encontrei quem eu menos queria descendo a escadaria.

- Bom dia, agente Jauregui. – Collins falou se aproximar.

O homem agora estava bem diferente do que eu estava acostumada a ver. Christopher vestia uma calça de moletom cinza, e uma camisa branca bem simples. Seus cabelos estavam úmidos e bem penteados.

- Bom dia, Sr. Collins.

- Dormiu bem?

- Sim, perfeitamente bem. – disse sem olhar nos olhos do mesmo.

- Ótimo, vejo que já está de saída. Não quer tomar café da manhã antes?

- Não, obrigada. Eu só preciso ir embora mesmo.

- Eu faço questão, Lauren. Se junte a mim.

Christopher apenas indicou para que eu seguisse para a mesa de café da manhã, e foi exatamente o que eu fiz. Seguimos em absoluto silencio até a mesa, o que me rendeu certo desconforto.

- Me sinto exausto, meu Deus. – comentou ele ao se sentar na cabeceira da mesa.

 A imagem de Camila girando a taça com a droga veio em meus pensamentos, fazendo meu coração acelerar. Neguei com a cabeça em uma tentativa de afastar aquelas imagens de minha cabeça rapidamente.

- Isso deve ser excesso de trabalho, senhor.

- Com certeza. Mas para se chegar onde estou, é preciso fazer muitas coisas. Isso inclui uma longa jornada de trabalho, agente.

- Eu imagino que sim. Fico surpresa e admirada com isso. Vejo que é um homem novo, e mesmo assim tem tanta coisa.

Christopher sorriu.

- Eu nasci pra ser um grande empresário, Lauren. E trilhei o caminho certo para chegar nisso. Pena que muitos querem o meu mal, por isso você está aqui, certo?

- O que? – perguntei confusa.

- Para investigar. – falou calmamente - Afinal de contas, você está na tentativa de descobrir quem está me roubando.

Eu respirei fundo, deixando o ar escapar lentamente de meus pulmões.

- Claro, estou fazendo todo o possível.

- Espero que consiga.

Ficamos em silencio por alguns segundos, que para mim estavam sendo agonizantes. Eu me encontrava confusa, e ao mesmo tempo nervosa. Era no mínimo estranho demais tomar café da manhã ao lado do marido da mulher na qual você passou a noite. Eu nunca me importei com isso, já havia transado com outras mulheres casadas, mas nunca tive que conviver com seus devidos maridos. Afinal, meus “relacionamentos” não passavam de uma única noite. E como se não fosse o suficiente para me atormentar, ninguém menos que Camila se junta a nós.

- Bom dia. – disse ela um tanto surpresa.

- Bom dia, meu bem. – Christopher falou ao repousar a xícara de café sobre a mesa.

- Bom dia, Sra. Collins.

- Pensei que não veria você aqui essa manhã, agente. – disse ela com um sorriso.

Camila vestia uma blusa marfim de gola alta, e mangas longas, que estavam devidamente repuxadas até os cotovelos. Um jeans azul escuro com cortes suaves nas coxas e joelho, e delicadas sandálias nos pés. A morena sentou ao lado de Christopher, e consequentemente a minha frente.

- Eu estava de saída, mas o senhor Collins me chamou para o café da manhã.

Camila reprimiu um riso, e manteve sua expressão tranqüila.

- Vai sair? – o homem perguntou.

- Sim, vou me despedir de pintor que estava na galeria ontem. Dinah já está lá, e pediu que fosse.

- Acho que ele não foi muito com minha cara.

- Você não foi muito agradável com ele, querido.

- Eu estava cansado demais, Camila. Tive um dia exaustivo e não estava com muita paciência para eventos.

- Pois eu estava com toda energia ontem. – ela disse trocando um rápido olhar comigo.

Depois de mais alguns torturantes minutos, em uma conversa aleatória com o casal a minha frente. Informei que já estava ficando tarde, e eu precisava voltar para casa.

- Levo você até a galeria, seu carro está lá. Certo? – Camila logo falou.

- Não precisa, senhora.

- Vou para lá, Lauren. Não custa nada, não é querido?

- Claro, uma carona não seria nada mal. – Collins falou ao tocar a mão de Camila que estava repousada sobre a mesa.

Eu já estava do lado de fora da casa, perto da Ferrari preta de Camila. Olhei para a entrada da enorme mansão, vendo a mulher rapidamente se despedir do marido que lhe beijou os lábios. Revirei os olhos com um sorriso cínico nos lábios.

Você não presta, Lauren.

- Vamos? – perguntou ao se aproximar.

- Vamos.

- Você dirige.

Entramos em seu carro, e logo dei partida, fazendo o ronco do motor soar alto. Saímos da área da mansão Collins, deixando Christopher para trás.

- Juro que fiquei surpresa ao te ver na mesa de café da manhã. – Camila falou com um tom de voz cínico, enquanto ligava o som de seu carro. – Não imaginei que iria me esperar para isso também.

Me acomodei melhor no banco do carro, e encarei Camila. A morena tinha atenção concentrada em mim, enquanto mantinha seu corpo relaxado no banco do passageiro.

- Acabei tendo a infelicidade de encontrar com seu marido ao sair do quarto. Não pense que foi por você, Karla.

- Duvido que não tenha sido por mim. A noite foi tão boa, que quis esperar pra me ver no café da manhã.

- Como consegue? – perguntei ao tirar os olhos da fileira de carros a frente, para encará-la.

- O que?

- Agir naturalmente. Você se comporta como se tudo estivesse normal, Camila.

Ela suspirou e sorriu, enquanto girava o pequeno botão no painel do carro, para aumentar o volume da musica que tocava. Dividi minha atenção entre a rua e a mulher ao meu lado.

- Eu tenho que ser assim, Lauren. As pessoas vão ver o que eu quero que elas vejam. – disse ao me lançar um olhar um olhar confiante.  - Eu dou as cartas.

- Comigo não é assim, eu vejo quem você é, Camila.

Ela sorriu de canto.

- Você ver o que eu quero que veja, Jauregui.

- Você é louca. - disse com os olhos fixo em sua expressão divertida. - Sabe disso, não é?

- Eu sei sim, é uma das minhas virtudes. Você não gosta?

Camila esticou o braço, afastando meu cabelo para o lado oposto do qual ela estava. Eu nada falei, apenas parei o carro diante o sinal vermelho do semáforo, quando a morena ergueu um pouco seu corpo. Eu fechei os olhos ao sentir os lábios macios e úmidos de Camila na pele de meu pescoço.

- Você gosta, Lauren... – sussurrou em meu ouvido,

O carro que estava ao fundo buzinou escandalosamente, informando que todos os carros à frente já haviam saído. Eu neguei com a cabeça, e pisei no acelerador do veiculo. Camila soltou uma risadinha, e voltou para o seu lugar.

- Você pode ficar quieta?

- Não consigo.

- Pois tente, se não quiser que eu bata com seu carro. – Exclamei um tanto nervosa.

A morena parecia se divertir com a situação, notava-se facilmente pela sua expressão cínica. Camila se remexeu lentamente no banco ao som da musica que deixava o alto falante da Ferrari. Fiz o possível para manter a concentração na rua durante todo o percurso até a galeria Cabello.

- Você fica toda nervosa. Gosto disso. – disse ela ao repousar a mão sobre minha coxa.

- Camila...

- Não vou fazer nada. Prometo!

- Não confio em você.

Camila soltou uma risada divertida, e negou com a cabeça.

- Você está tendo uma péssima imagem de mim. Eu sou um amor, sabia?

- Você é um demônio, Karla.

- Você deveria ser um pouco romântica comigo. Me chamar de demônio não é nada carinhoso. – seu tom de voz era puro cinismo.

Soltei um riso baixo, tentando manter a concentração na rua em que seguíamos. Estávamos agora entrando no estacionamento da galeria Cabello, onde meu carro estava.

- Mas como eu sou uma mulher boazinha, e vou te perdoar por isso. – completou.

- Vai? – perguntei ao desligar o carro.

- Claro, Lauren. – Camila se aproximou mais, agora ficando a poucos centímetros de meu rosto. - Sou sempre muito boa.

Em um ato quase imperceptível, a morena apertou no pequeno botão do cinto de segurança do meu banco, deixando-me totalmente livre. Por um momento, fixei meus olhos no dela, e depois fitei seus lábios bem desenhados, que se entreabriram devagar. Engoli em seco, e voltei meus olhos aos seus, notando o quão intenso aquele momento se tornou. Em um impulso beijei sua boca. Camila pareceu surpresa, pois demorou alguns segundos para corresponder, talvez ela não esperasse por uma atitude minha. Levei uma de minhas mãos até sua nuca, puxando-a para mais próximo, enquanto minha língua cuidava de adentrar sua boca, e deslizar sobre a língua quente e macia da latina. Nossos movimentos não eram rápidos, e muito menos desesperados, mas também, ficam longe de serem calmos. Chupei a língua da morena com maestria, alternando a cabeça para o lado oposto, sem tirar a mão de sua nuca. Camila correspondia à altura de minha vontade, intensificando nosso beijo. Eu estava cada vez mais debruçada sobre o corpo da mulher, tomando seus lábios e sua língua com vontade. A morena suspirou entre meus lábios, e eu os soltei lentamente, para descer com os beijos por seu pescoço. Com toda certeza aquele pequeno espaço estava ficando mais quente do que deveria.

- Afasta! – ordenou.

Recuei m pouco confusa, encostando as costas no banco do carro. Camila não demorou a se mover. Com cuidado a morena se colocou sentada em meu colo, deixando uma perna de cada lado de minhas coxas.

- Assim é bem melhor, Jauregui.

A latina segurou com as duas mãos em meu rosto, enquanto me encarava com aquele par de olhos castanhos flamejantes. Repousei minhas mãos em sua cintura, apertando com um pouco de força.

- Eu não deveria... – sussurrei um pouco ofegante.

- Mas você quer, e eu também. – disse ela ao tomar meus lábios em um beijo.

Nós ficamos mais alguns bons minutos dentro daquele carro. Entre beijo e amassos intensos, apenas isso. Camila ainda estava em meu colo, agora sem blusa e com belas marcas avermelhas perto de seus seios e pescoço. Estávamos suadas e fodidamente excitadas com aquele momento, mas não passaríamos dos limites, não hoje.

- Eu tenho que entrar. Estamos há quase meia hora aqui dentro, Dinah vai me matar. – Camila falou, enquanto eu beijava sobre o ponto de pulso de seu pescoço.

- Eu preciso ir pra casa também. – fitei seu rosto, que continha um sorriso.

Camila assentiu, e deixou meu colo para voltar ao banco de passageiro. Olhei para o espelho retrovisor, tendo a imagem de uma Lauren um tanto descabelada com lábios inchados e avermelhados.

- Olha o estado que você me deixa. – disse ao tentar melhorar a situação.

Camila soltou uma risada baixa, enquanto procurava sua blusa pelo veiculo.

- Te deixo sexy e muito excitada.

A latina terminou de vestir sua blusa, e voltou sua atenção para o espelho. Arrumando seus cabelos, e logo em seguida retocando o batom de cor suave que cobria seus lábios macios e agora inchados.

- Prontinho.

- Ótimo, eu já vou.

Camila inclinou seu corpo e bem devagar apenas me deu um selinho.

- Obrigada pela proteção, agente Jauregui.

Eu neguei com a cabeça, e abri a porta da Ferrari. Saímos juntas do carro de luxo, olhando a nossa volta. Tudo extremante calmo. Segurei a pequena bolsa de mão, onde estava minha pistola, enquanto caminhava em direção ao meu carro que estava estacionado do outro lado.

- Me ligue caso precisar de algo.

- Eu vou ligar sim. Até mais, agente.

Camila piscou para mim, e caminhou graciosamente até a entrada de sua galeria. Destravei meu carro, entrando no mesmo. Joguei a bolsa de lado sobre o banco do passageiro, enquanto me acomodava em meu lugar.

- Você só piorou tudo, Lauren. – sussurrei para mim mesma, enquanto ligava o carro. – Mas bem...que seja o que tiver que ser.

 

Camila Collins Point of view.

 

Cruzei o enorme salão da galeria, que diferente da noite anterior já estava parcialmente vazio. A equipe de montagem estava em um trabalho pesado e cuidadoso para desmontar tudo que foi feito para a exposição da noite anterior. De longe, pude ver Dinah no alto da escadaria em uma conversa entretida com o pintor das obras. Passei as mãos em meus cabelos, na tentativa de me manter um pouco mais apresentável. Subi as escadas, me aproximando de ambos.

- Olha só quem finalmente chegou.

A loira não estava com uma expressão nada boa. Dinah odiava quando eu me atrasava para nossos compromissos de trabalho. Eu apenas sorri, e cumprimentei o pintor que sorriu gentil.

- Sinto muito, eu tive um pequeno imprevisto.

- Eu imagino que sim. – Dinah falou enquanto me fitava com uma expressão acusativa.

- Não se preocupe Sra. Cabello. Sua sócia me atendeu perfeitamente bem. Uma pena que já estou de saída.

- Mas já? Não quer ir a minha sala. Podemos falar um pouco sobre ontem.

- Eu tenho um vôo marcado para daqui à uma hora. Não tenho como mesmo. – o homem disse desanimado.

- Entendo, espero que tenha gostado de ontem.

- Eu adorei! Com toda certeza faremos negocio muitas outras vezes. Nosso evento está em todas as colunas de sociais dessa semana.

- Vou fazer questão de olhar todas hoje!

- Faça isso, vai adorar. Foram só comentários bons!

- Tenho certeza que sim, suas obras são maravilhosas.

- O trabalho de vocês duas também. Mas enfim, eu tenho que ir. Muito obrigada por tudo.

- Nós que temos que agradecer.

Nos despedimos do homem que gentilmente nos agradeceu mais uma vez. Vimos o mesmo descer as escadas, e dar mais algumas ordens a sua equipe que comandava a arrumação das obras que estavam sendo empacotadas, para depois se retirar.

- Você se perdeu?

Dinah perguntou ao entrarmos em minha sala de escritório.

- Eu tive um imprevisto.

- Claro. Com essa boca inchada, e esse cabelo desgrenhado, eu sei exatamente o tipo de imprevisto que teve, Camila. E ele se chama sexo.

Soltei uma risada baixa, e sentei em minha cadeira.

- Não transei essa manhã. Só talvez a madrugada inteira.

Dinah revirou os olhos, enquanto retirava uma pequena garrafa de água com gás do frigobar.

- Sério que você ainda tem esse animo todo com Christopher? 

A loira perguntou com desdém, ao sentar na poltrona a minha frente. Soltei uma risada divertida, enquanto meneava com a cabeça negativamente. Ela jamais aceitaria meu casamento.

- E quem disse que foi com Christopher?

Dinah explodiu em um ataque de tosse ao se engasgar com a água que tomava. Seus olhos se arregalaram, enquanto a mesma buscava ar para seus pulmões.

- Espera...Espera...você..

Girei em minha cadeira, até voltar à posição inicial.

- Eu...

- Você transou com a delegada?

Reprimi um sorriso nos lábios ao ver a expressão animada e ao mesmo tempo surpresa de minha melhor amiga.

- Transei. Dinah, fizemos a madrugada inteira. – falei ao lembrar dos momentos com Lauren.

- Oh, meu Deus! – Exclamou alto. – Você não vale um puto. E Christopher? Assistiu tudo ou estava dormindo como um corno manso? – perguntou rindo.

- Eu dei uma ajudinha para ele dormir. Ele estava cansado, e eu estava animada demais ontem. E como boa esposa que sou, deixei que ele tivesse uma ótima noite de descanso.

- Às vezes penso que posso ter medo de você, mas lembro que ninguém te conhece tão bem quanto eu.

- Falando assim até parece que sou uma má pessoa. – levantei de minha cadeira, e caminhei até a bancada, onde me servi de um pouco de café fresco. Aspirei ao aroma gostoso que emanava da xícara de porcelana. - Você melhor do que ninguém sabe o quão boazinha eu sou, Jane.

- oh, claro. Mas me diz, a delegada aceitou numa boa? Vão continuar com isso?

- Eu tive que jogar pesado para ela ceder. Mas Lauren gostou, muito. Tenho certeza que vai querer mais..

- Ela parece ser tão certinha. Você está desviando a mulher do caminho dela..

- Se engana quem pensa isso dela. Lauren é uma caixinha de surpresa, Dinah. Eu tenho certeza que de santa ela não tem nada. Vemos logo pelo fato de ela estar dormindo com a mulher da vitima do caso que ela esta investigando. – dei de ombros, ao sentar novamente em minha cadeira.

- Camila, sabemos que você pode ser bem persuasiva. Sempre consegue o que quer. Faz das pessoas peças de um jogo.

- É um dom. Tenho que usá-lo em meu beneficio. Mas com Lauren é diferente.

- Diferente?

- Você sabe que sim.

- Cuidado com isso.

- Sempre tenho, Dinah.

Christopher Collins Point of view.

 

Fiz uma seqüência de socos e chutes rápidos no enorme saco de areia pendurado ao teto. Depois de um sono pesado essa noite, eu resolvi perder algumas horas na academia para retomar as energias. Repeti os movimentos seguidas vezes, depositando toda minha força. Meu copo estava suado e em uma temperatura alta devido ao calor e a forte movimentação. Suspirei pesado, sentindo o ar cada vez mais escasso.

- Senhor Collins? – Eliza chamou ao entrar na academia particular de minha casa.

- Diga, Eliza.

- O comissário Brandon está aqui, disse que marcou com ele.

- Droga. – resmunguei ao lembrar do compromisso. – Deixe que ele entre. Não vou interromper meu treino.

A mulher assentiu, e logo caminhou em direção a porta de saída. Afastei-me do saco de areia, indo em direção a bancada de madeira que ficava encostada na parede. Retirei minhas luvas, e peguei minha camisa branca que lá estava, e vesti rapidamente, para depois capturar a pequena garrafa de água que estava repousada sobre a cômoda. Abri a tampa, levando a mesma até os lábios. O liquido gelado me rendeu certo alivio, pelo calor que fazia. Ouvi a porta sendo aberta novamente, agora com a presença do comissário Brandon.

- Bom dia, Christopher. – o homem falou ao se aproximar.

- Bom dia. – deixei a garrafa de lado, peguei novamente as luvas e voltei a caminhar sobre o tatame para mais próximo do saco de areia preto.

- Vim porque você me pediu no outro dia e...

- Eu sei, sente ali. Precisamos tratar de alguns assuntos.

Brandon assentiu, e caminhou até o banco que ficava ao lado do tatame. O comissário era sempre um homem extremamente prestativo, e obediente. Claro, com a quantidade de dinheiro que eu lhe oferecia, não poderia ser diferente.

- É sobre a investigação da empresa? Se for, devo lhe pedir calma, a agente Jauregui está cuidando do caso.

Neguei com a cabeça, ajeitando a bandagem elástica nas mãos, para logo colocar novamente as luvas.

- Eu sei disso. Lauren já me informou sobre tudo. Não é sobre essa investigação que quero falar.

- E é sobre o que?

- Heitor.

O comissário franziu o cenho em uma expressão confusa, mas nada falou. Eu respirei fundo, movendo meu pescoço de um lado para o outro.

- Eu estou um pouco preocupado com o que ele pode fazer.

- Ele falou alguma coisa? – perguntou curioso.

- Sim. A ultima vez que foi a Collins Enterprise me ameaçou, disse que iria se vingar.

- Christopher, Heitor está sem nada.

- Eu sei, e é exatamente por isso.

Comecei uma seqüência de socos novamente, enquanto Brandon me fitava.

- Acha que ele pode querer se vingar?

- Eu tenho certeza que ele vai. E exatamente por isso que chamei você aqui. – falei, enquanto esmurrava o saco de areia.

- O que está planejando, Collins?

Parei com os socos, sentindo meu peito subir e descer rapidamente em uma respiração ofegante. Deslizei o antebraço pela testa, retirando os resquícios de suor que emanavam dali.

- Nós temos que agir, Brandon. Eu não vou esperar para que ele ferre comigo.

A expressão do comissário não foi calma, ele pareceu claramente nervoso com aquilo. Brandon se remexeu sobre o banco de madeira, e então falou:

- Não pode entrar em um acordo? Ele sabe demais.

- Acordo? Você acha mesmo que nessa altura do campeonato ele aceitaria um acordo? – soltei uma risada sarcástica e sem humor.

- Eu acho que seria o melhor caminho.

- Não quero. Eu o odeio, e não confio nele. Heitor quer me ver morto.

Retirei as luvas de minha mão, jogando-as para um lado qualquer daquele lugar.

- Você não deveria ter quebrado a sociedade com ele, Christopher.

- Vai querer ficar me dizendo o que devo ou não fazer, comissário?

- Não, senhor.

- Eu não gosto de ter sócios, acho que percebeu isso. Nasci para imperar tudo sozinho. E acho que me esforcei demais para ter um encostado querendo meu dinheiro.

- Se esforçou?

- Claro, tudo que eu fiz não foi o suficiente para você? As vezes precisamos tomar medidas drásticas para ter o que queremos.

- E está querendo fazer isso de novo?

- Se for necessário, eu farei sim. Na verdade, nós faremos.

- Eu não sei se posso fazer isso outra vez.

Soltei uma risada para o homem, que desviou os olhos dos meus.

- Eu não estou pedindo para que me ajude. Comissário, devo dizer que você tem que fazer o que eu mando?

- Christopher você não pode me obrigar! – ele levantou do banco.

Semicerrei os olhos, e encarei o homem com uma expressão séria.

- Claro que posso. Eu tenho você na minha mão, Brandon. Você vai fazer o que eu ordenar. Mas não se preocupe, eu ainda não decidi nada. Estou pensando no que tenho que fazer...Você vai receber bem por isso, como sempre.

- Certo.

- Eu vou investigar mais. Tenho muitos informantes, e quero saber dos passos de Heitor. Ele não me engana em nada. Esteve conosco da ultima vez.

- Eu não acho que ele falaria algo. Ele também estava lá.

- Ele não tem mais nada a perder, comissário. Acha que ele vai se importar em abrir o bico?

- Creio que sim.

- Você é um idiota. Ele não tem nada pra perder, esta cego de ódio. E vai querer se vingar de mim.

- E o que vai fazer?

- Eu vou pensar. Quero dar um susto nele.

- Isso é arriscado.

- Exatamente. Heitor precisa saber com quem está se metendo. Ainda fico impressionado com a burrice do mesmo. Ele sabe como eu sou, e ainda quer dar um de valente.

- Sim, eu tenho que concordar com você.

- Mas eu sou paciente. Vou esperar mais um pouco, tenho alguns compromissos da empresa por essas semanas. Enquanto isso, eu quero que fique bem atento, que busque saber de absolutamente tudo.

- Eu vou fazer isso, Sr. Collins.

- Muito bem. Heitor vai ter o que merece.

- Você não tem medo? – perguntou, receoso.

- Medo de que? Brandon, as pessoas que deveriam ter medo de mim.

- Christopher...

Ouvi o barulho da porta novamente, fiz um sinal para que o comissário ficasse calado. Logo vi o rosto de minha esposa pela fresta da porta. A morena sorriu e entrou na academia, caminhando em minha direção.

- Interrompo? – perguntou com o cenho franzido.

Eu engoli em seco, analisando as expressões de minha esposa. Troquei um rápido olhar com o comissário que parecia nervoso.

- Claro que não.

- Comissário, não sabia que encontrá-lo aqui hoje. – disse ela com um sorriso agradável.

- Olá, senhora Collins. Eu vim resolver alguns assuntos com seu marido.

Soltei um sorriso para Camila que se juntou a nós. Ela parecia bem tranqüila, provavelmente havia acabado de chegar. Não devia ter ouvido nada de minha conversa, caso contrario sua expressão seria bem diferente.

- Sobre a investigação?

- Não, meu amor. São outros assuntos. Estou acertando com ele algumas questões da equipe de segurança da Collins.

- Você não deixa Brandon em paz nem em um domingo, querido.

- Eu não me incomodo, senhora.

- Você sempre muito gentil, Brandon.

- Pensei que iria demorar mais na galeria. – falei tentando me aproximar, mas a morena recuou um passo.

- Você está todo suado, nem pense.

Soltei uma risada para a mesma.

- Eu só deixei a Lauren na galeria, resolvi algumas questões com Dinah, e voltei.

- Ótimo, vamos poder almoçar juntos.

- Como Lauren está se saindo? – Brandon perguntou, tentando ser o mais natural possível.

- Ela está se saindo perfeitamente bem. Você não poderia ter escolhido uma agente melhor.

- Camila se deu bem com a Jauregui. Menos mal, ela nunca gosta dos seguranças. – falei calmamente.

- Lauren é muito discreta e competente. E creio que colocar uma mulher como a gente pessoal, é bem mais fácil.

- E mais seguro. Não quero tantos homens perto de minha esposa.

Camila me fitou, tocando em meu ombro.

- Não seja bobo, querido. Bom, vou tomar um banho e ficar pronta para almoçarmos juntos. Faça o mesmo você. – Camila disse ao depositar um beijo rápido em minha boca.

A morena sorriu, e se retirou da sala rapidamente. Assim que a porta se fechou, eu lancei um olhar para Brandon, que pareceu suspirar aliviado.

- Isso é um segredo nosso, lembre disso.

 

Camila Collin’s point of View.

Sai da academia particular com aquela pontinha de curiosidade. Christopher e Brandon pareciam tensos, e até um tanto nervosos. Ao entrar naquela sala, notei uma brusca mudança de assunto. Eu não sabia se estava imaginando coisas, mas havia algo ali que ambos tentaram disfarçar. Não era de hoje que eu sabia que ambos tinham sempre assuntos ocultos. Christopher e Brandon eram uma caixinha de surpresa, eu só precisaria abri-la.

- E eu ainda vou conseguir..

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais




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