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História Xeque-Mate - Suspeitos


Escrita por: ShewantsCamz

Notas do Autor


Depois de mil anos, voltamos! Nos perdoem pela demora, mas com a correria das meninas no Brasil, show e essas coisas, não conseguíamos pensar em mais nada! Mas aqui estamos, com um capitulo novinho! Espero que gostem!
Quero dedicar esse capitulo especialmente para Lívia, que foi uma pessoa que conheci na fila do show no Rio de Janeiro, e foi super carinhosa e gentil comigo. Então espero que goste desse capitulo.
"Queria dedicar esse capitulo pra Karol.. Que vem me cobrando a fanfic sempre.. KKKKK miga, cap dedicado só pra você, aproveite!" - Sindy
Ahh’ uma observaçãozinha importante!
Tem algumas pessoas confundindo um pouco as coisas com relação a quem escreve Xeque-Mate e escreveu The Stripper. Assim, foi feita uma musica chamada Dear Stripper e logo sairá uma outra chamada Checkmate, criada pela Paolla Quirino, que está envolvida em um projeto para lançar uma espécie de episodio de The Stripper(Se tudo der certo, é claro) E como os projetos tem o mesmo nome, algumas pessoas estão confundindo. Mas aqui deixamos claro que, as autoras de Xeque-Mate são Larissa, Sindy e eu (Evelin) e The Stripper foi feita unicamente por mim, e com algumas idéias em alguns capítulos das minhas esposas vulgo Sindy e Lari. A Paolla é responsável pelas musicas e pelo provável curta de The Stripper, ok? Sem mais....Agora vamos ao que interessa!
Curtam bastante!

Capítulo 14 - Suspeitos


Fanfic / Fanfiction Xeque-Mate - Suspeitos

 

Lauren Jauregui’s point of view.

 

 

Depois de um rápido banho, e troca de roupas, segui para a delegacia o mais rápido que pude. A noticia de que foi encontrado o numero da conta para qual o dinheiro roubado foi transferido trouxe um gás a mais para meu dia, que por sinal já estava bem mais tranqüilo graças a Camila. Eu não sabia dizer, mas algo aquela noite havia sido diferente. A latina não só me deu uma bela e satisfatória noite de sexo, mas também me fez relaxar, e consequentemente esquecer os problemas. O jantar divinamente delicioso trouxe uma espécie de calmaria para mim. Confesso que ter aquele lado da latina era um tanto diferente, entretanto, bom.

- Bom dia, agente. – um dos oficiais falou assim que entrei na delegacia.

- Bom dia.

Cruzei a recepção da delegacia rapidamente, seguindo em direção aos elevadores. Minha cabeça começou a trabalhar mais rápido, trazendo consigo a ansiedade. Pressionei duas vezes o botão do andar em que ficava minha sala, em uma tentativa falha de ir mais rápido. Assim que as portas de metal se abriram, segui em direção a minha sala. Ao entrar na mesma, me deparei com Vero, Normani e Ally.

- Finalmente! – Ally exclamou ao levantar-se de sua cadeira giratória.

- Desculpe, eu tive que passar em casa para tomar um banho.

Recebi alguns olhares maliciosos, que cuidei de desviar.  Me aproximei da mesa, onde continha um amontoado de  papeladas próximo ao notebook que resgatamos no galpão abandonado.

- Podem me passar o relatório.

Normani lançou um olhar para Verônica, que assentiu.

- Bom, Lauren...como fui uma das grandes culpadas pela falta de supervisão no sistema, pedi para as meninas que ficassem comigo essa madrugada. – Vero falou com os olhos concentrados em mim. – E juntas, montamos o computador novamente.

- Deu certo trabalho, a maquina tinha um bom sistema de segurança.  – Normani disse com a expressão visivelmente exausta.

- Mas o importante é que demos um jeito. E conseguimos pegar o histórico de transferência. Sabemos a numeração digitada no processo, mas apenas isso. – Ally completou enquanto empurrava o pedaço de papel com a numeração.

- Com a numeração podemos saber o banco e a agencia. – disse ao fitar a seqüência numérica.

- Podemos. E já fizemos uma leve pesquisa pelo sistema da policia. A conta é na suíça. – Vero entregando o outro papel.

- Droga.

Bancos suíços e sua singular forma de proteção as informações. Não era a toa que muitos dos criminosos cuidavam de ter seu dinheiro devidamente guardado no cofre suíço. Lá era seguido acirradamente o sigilo das informações sobre qualquer tipo de movimentação ou dados, a não ser que seja solicitado por meio do proprietário da conta.

- Temos uma petição policial, podemos obter informações, e eles vão ter que nos dar. – Normani comentou.

- Para isso precisaríamos abrir contato com o departamento de grandes casos de lá. – murmurei insatisfeita.

- Tenho conhecidos de lá. – Ally exclamou.

- Você poderia entrar em contato com eles, mandar uma equipe até o banco. – Vero soltou tranquilamente.

- Não... – afastei-me da mesa, enquanto minha cabeça parecia trabalhar mais rápido do que o normal. – Não vamos avisar ninguém ainda.

As três me olharam confusas, procurando decifrar o que se passava por minha cabeça. Eu não poderia tomar qualquer tipo de decisão precipitada, tudo precisava ser devidamente pensado e calculado.

- Mas Lauren, nós temos... – Vero começou a falar.

- Temos apenas uma seqüência de números.

O silencio se instalou naquela sala, todas se entreolhavam. Eu suspirei pesado, enquanto caminhava em direção a cômoda atrás de minha mesa.

- Eu preciso pensar no que vamos fazer agora.  – falei calmamente ao depositar uma boa quantidade de café na xícara com o brasão da policia de Nova Iorque.

- Ela tem razão. – Normani comentou.

- Vou dispensar vocês essa manhã já que estão amanhecidas aqui.

- É tudo que eu preciso, minha cama deve está sentindo minha falta. – Ally exclamou ao se levantar.

Soltei um riso baixo, levando a xícara com o café quente até os lábios. Todas começaram a arrumar suas coisas para deixar a sala.

- Meninas... – as três me encararam rapidamente. – Essa informação não pode sair daqui. Apenas nós quatro vamos saber disso.

- Como quiser, agente Jauregui. – Normani concordou. – Eu já vou, ainda tenho que ir para Collins mais tarde.

- Bom trabalho, Hamilton.

- Obrigada, até depois meninas. – a mulher falou antes de sair da sala.

Não demorou muito, e logo Ally também se despediu deixando apenas Verônica e eu na sala. Ela não ousou falar nada, apenas continuou a arrumar sua bolsa em repleto silencio.

- Vero...

Depositei a xícara sobre a estante na qual eu estava encostada, recebendo um olhar sereno e curioso de minha melhor amiga.

- Queria me desculpar por ter sido tão grossa com você.

- Não tem que se desculpar, você teve razão em ser. Por descuido meu tudo isso aconteceu, e sei o quanto essa operação é importante para sua carreira.

- Não só para a minha, para a nossa. – corrigi.

- Para nossa.

- Vem aqui, me dê um abraço. – disse ao abrir os braços para a mesma, que expandiu seus lábios em um sorriso de canto. – Ás vezes tenho vontade de te matar, mas ainda sim eu te amo.

Vero se aproximou devagar, e envolveu seus braços ao redor de meu corpo. Eu a abracei com todo carinho, devolvendo na mesma intensidade que ela dava a mim. Mesmo em meio a tantas confusões da vida, Vero esteve do meu lado, passando por todas elas com muita determinação. Eu não só a tinha como melhor amiga, mas como irmã.

- Eu também te amo, Laur. Mas ainda estou curiosa por saber onde você passou a noite. Você estava transando, safada?

Me livrei dos braços de Verônica, deixando que uma risada divertida escapasse de meus lábios.

- Você não consegue não ser você por cinco minutos?

Ela ergueu as mãos como se demonstrasse inocência. Eu apenas meneei com a cabeça negativamente, pegando de volta a xícara de café sobre a estante.

- Eu estava com Camila.

- Eu nem sei pra que perguntei se já sabia a resposta. – soltou irônica.

- Sabia? Eu poderia estar com outra.

A mulher fitou-me com uma expressão entediante.

- Se você conseguisse ver outra mulher na sua frente, até poderia estar. Mas a Sra. Collins não deixa isso acontecer. 

Vero falava enquanto arrumava o casaco em seu corpo. Franzi o cenho, e sentei-me em minha cadeira, próximo a mesa.

- O que quer dizer com isso?

- Quero dizer que Camila é do tipo de mulher que sabe envolver alguém, que sabe ser exatamente tudo que a pessoa quer que ela seja. Digamos que ela tenha tudo que te atrai, e com isso você fica devidamente presa a ela.

Eu nada falei, apenas continuei a tomar meu café, pensando nas coisas que minha melhor amiga havia acabado de falar. E analisando todos os fatos, Vero tinha toda razão.

- Isso é ruim?

- Levando em consideração que ela é casada? É. Mas se você conseguir deixar seus sentimentos fora disso, está ótimo pra você.

- Então tudo tranqüilo. Você sabe exatamente que envolvimento emocional está longe de acontecer comigo.

Vero me encarou por breves segundos, nos quais ficamos em absoluto silencio.

- Tenho a sensação que vai ser diferente agora.

Revirei os olhos impaciente, e me acomodei melhor sobre a cadeira.

- Isso é o sono afetando seus neurônios? Melhor ir para casa. – resmunguei.

- É melhor mesmo, eu só consigo ver aquelas peças de computador e números na minha frente.

- Então vá pra casa, e durma muito.

- Eu vou, mas pense no que eu falei, ok? – Vero falou ao passar pela porta, deixando-me sozinha na sala.

- Está louca. – murmurei.

Camila e eu tivemos uma boa conexão, desde o primeiro momento que colocamos os olhos uma na outra, entretanto era nítido como aquilo se restringia aos caminhos do desejo e tesão. Já que tanto ela, quanto eu, não tínhamos a menor possibilidade de ter alguma espécie de envolvimento emocional. Me envolver com a latina já estava sendo uma das coisas mais arriscadas e impensadas de toda minha vida. Eu tinha o maior caso de toda minha carreira policial nas mãos, e ela era um dos pilares que poderia me derrubar com facilidade.

- Mas se ninguém descobrir, estamos bem...  – sussurrei ao pegar o papel com a numeração da conta, que estava sobre a mesa.

Meus olhos analisaram numero por numero, logo depois o outro relatório com os dados da localização da agencia. Suíça era o lugar perfeito para esconder uma grande quantia em dinheiro, já que era bem mais difícil conseguir informação sobre o proprietário da conta. Mas eu não desistiria tão fácil, eu descobriria algo, nem que para isso, eu tivesse que me prestar ao trabalho de ir até lá.

- Vamos analisar um pouco.

Capturei a pasta com todos os documentos sobre aquele caso, lendo novamente algumas situações que poderiam ter alta relevância no processo de investigação. Tudo ali precisava ser minuciosamente analisado, para que nem um tipo de informação ficasse em aberto. Retirei alguns dados, anotando em um bloco de notas sobre a mesa. Meus pensamentos pareciam correr em uma velocidade assustadora com tantos papeis e informações contidas neles. Eu não sei por quantas horas fiquei ali, a base de café, sem receber ligações ou pessoas em minha sala, mas em certo momento me dei conta que a mesa inteira estava repleta de papeis, fotos e documentos. Eu estava empenhada em organizar aquele processo, para que no final, eu pudesse descobrir. Levantei de minha cadeira, pegando uma caneta piloto para utilizar no quadro em minha sala. Eu começaria agora com organograma da investigação, listaria os envolvidos e seus devidos acontecimentos.

- Vamos ver agora.

Comecei pelos suspeitos mais fracos, de pouca relevância, porém ainda sim suspeitos. Anotei seus devidos nomes na base inferior do quadro, puxando uma linha para os suspeitos intermediários, aqueles que possuíam uma ligação relativamente mais próxima. E subindo agora para os principais suspeitos, aqueles que poderiam ter uma ligação direta com o roubo. Colei suas devidas fotos no topo do organograma, acima de seus respectivos nomes. Colocando agora, todos os pequenos papeis do bloco de nota, grudados em cada individuo suspeito ali presente. Os pequenos papeis amarelos destacavam-se com a cor do quadro, chamando atenção para seus devidos motivos. Meus olhos se mantiveram presos as três pessoas no topo do quadro, em suas fotos que me traziam ao pensamento, a imagem durante o processo do roubo. Mas é claro, tudo ali ainda era apenas hipótese, talvez quem estivesse abaixo, seria o grande responsável pelo sumiço do dinheiro, e os mais próximos a isso, poderiam ser apenas peões nesse jogo de tabuleiro. Um deles era o proprietário da conta milionária da Suiça, e eu descobriria quem. Tomei mais uma dose de café, sentindo meu estomago roncar de fome, já havia passado das três da tarde e eu ainda esta ali, enfurnada naquele departamento, na tentativa de organizar minhas idéias. Capturei o celular sobre a mesa para tirar uma foto de todo o organograma feito no quadro, após isso retirei todas as informações ali contidas. Eu não me daria ao luxo de deixar tudo exposto dentro da delegacia, já que um de meus suspeitos estava ali. Montaria novamente, mas em casa.

Ao chegar em casa, livrei-me dos papeis e da roupa, seguindo em direção ao banho. Logo após alguns bons minutos na ducha morna, me vesti e me propus a preparar algo para comer. Enquanto os ingredientes estavam ao fogo, lembrei de meu celular que ainda estava desligado. A essa altura, já deveria ter uma boa quantidade de ligações e mensagens. Liguei o aparelho, que em poucos minutos foi bombardeado com notificações.

- Céus...

Mensagens de Vero, de Ally, Taylor e por fim Camila. Respondi as mais rápidas, quando recebi a ligação de Taylor, interrompendo o que estava fazendo.

- Finalmente! – exclamou ela assim que atendi.

- Desculpe, Tay. Estava ocupada na delegacia. – falei um tanto melancólica por ouvir a voz de minha irmã do outro lado da linha. – Como você está?

- Eu estou bem, Laur. E você?

- Eu estou bem, porém muito atarefada.

- Eu imagino que sim, quase não liga mais.

Apoiei o celular entre o ouvido e meu ombro direito, enquanto pegava a colher para mexer os ingredientes na panela fervente.

- Me desculpe, eu juro que vou tentar ligar mais vezes. Como estão as coisas por aí? Papa como está?

- Está tudo muito tranqüilo, eu estou cheia de trabalhos para fazer, mas estou dando conta de todos. E papa está envolvido com aquela oficina de carros, acho que agora ele consegue montar tudo.

- Está conseguindo levar as coisas? E ele conseguiu mesmo?

O aroma que emanava das panelas fazia meu estomago roncar. O cheiro ao menos estava delicioso, só me restava saber o sabor.

- Sim, estou fazendo tudo certo. Apenas esperando a carta de aprovação. Faculdade de psicologia realmente é o que eu mais quero. E bom, ele conseguiu, fez uma espécie de sociedade com o Sr. Adams. E agora estão procurando o lugar, mas creio ser em outra cidade.

Aquela noticia realmente havia melhorado ainda mais o meu dia. Depois de ter deixado a carreira policial, Mike sempre quis trabalhar com carros ou motos, mas nosso capital ainda não era tão grande para montar um sozinho. Enquanto não poderia trabalhar com o que queria, seguiu tomando conta de um comercio no centro da cidade.

- Isso é maravilhoso, Tay.  Mas espera, outra cidade?

Virei o pequeno botão, para que a chama do fogão fosse apagada. E logo retirei a panela de cima para colocar sobre o balcão.

- Sim! O Sr. Adams tem um bom lugar em Miami, e foi o que ele ofereceu para a sociedade. Pelo que vejo, vamos nos mudar para Miami, Lauren.

- Nossa, nunca esperei ver o papa saindo de Mount Vernon. Mas fico realmente feliz com isso. Ainda mais por saber que você mandou cartas para faculdade de lá, certo?

- Sim, é um dos fatores que ele esta considerando para ir para lá. Na verdade, já esta tudo bem certo.

- Fico feliz com isso, de verdade.

- E você aí?

Suspirei pesado, enquanto depositava o celular sobre a mesa. Apertei no touch para que o som ficasse mais alto, e eu pudesse conversar com a menor enquanto jantava.

- Eu estou em uma investigação realmente grande. E muito complicada, sinto que vou enlouquecer a qualquer momento.

- Tem certeza que quer isso? Aqui era tão mais cômodo.

- Tenho, apesar de ser muito mais difícil. É gratificante. Você sabe que eu amo desafios, e esse com certeza é o maior deles.

- Gosta do desafio e do perigo. – a menor murmurou do outro lado da linha.

- Exatamente.

- E Vero?

- Ela está dormindo agora, ficou a madrugada inteira acordada.  Creio que não vai acordar tão cedo. – soltei em meio a uma risadinha baixa.

- Estou sentindo sua falta, Laur.

- Sinto a sua também, e do papa. Prometo que em breve vou visitá-los, em algum feriado.

- Promete?

- Eu prometo.

Ficamos conversando por mais alguns minutos, sobre coisas aleatórias, sobre planos e tudo que poderíamos colocar em dia. Eu sentia falta de minha família, do carinho ao me receber no final do dia, do sorriso de Mike e Taylor ao me ver voltar para casa. Mas as coisas nem sempre poderiam permanecer iguais, quando se queria evoluir e tocar a vida para um lado oposto do comodismo na qual me encontrava, tudo precisava ser diferente. As mudanças sempre tem um valor alto a pagar.

- Não esqueça de me ligar.

- Não vou esquecer. Quando se mudar para Miami, me avise.

- Pode deixar. Se cuida, Laur. Eu amo você.

- Eu também amo você, diga ao papa que o amo.

- Eu digo! Até logo.

- Até.

Dei fim à ligação com Taylor, largando o celular de lado. Caminhei até a mesa de centro na sala de estar. Capturando a pasta com todos os documentos, fotos e arquivos da investigação. Resolvi que montaria novamente o organograma, agora no quadro em casa. Aqui eu não temia que alguém pudesse ver, já que somente Vero e eu entravamos no apartamento. Demorei alguns minutos, recriando tudo que havia feito na delegacia, mas por fim, tudo ficou exatamente parecido com o primeiro.  Faltando apenas a ultima foto e alguns papeis.

- Só falta você... – murmurei ao pendurar a foto no canto direito da parte superior do quadro. – Agora sim.

Fitei o organograma por completo, agora analisando a ligação entre cada pessoa ali presente. Todos por menor que seja tinham uma ligação direta com quem foi roubado. Suspirei pesado, agora pegando os pequenos papeis amarelados com os motivos, e suspeitas, para colar ao lado de cada um. Quando ouvi a campainha tocar estridente. 

- Porra.  – resmunguei ao guardar os papeis dentro da pasta novamente. – Quem é?

A campainha tocou novamente, e eu me apressei a atender. Ao abrir a porta tive a imagem da latina parada com um sorriso de canto nos lábios.

- Olá, Jauregui.

- O que está fazendo aqui, Karla?

- Nossa, que falta de educação. Não vai me convidar para entrar?

Eu engoli em seco, e soltei um sorriso. Recuei alguns passos, dando espaço para que a morena entrasse em meu apartamento. Camila estava usando uma calça jeans escura, e uma delicada blusa de seda branca. Em seus pés havia saltos com tiras delicadas, na cor preto. Seus cabelos estavam presos em coque desleixado, deixando algumas finas mechas caídas.

- Como descobriu meu endereço?

- Sua ficha. Ao te contratar como segurança particular, preciso saber de algumas coisas sobre você.  – disse ela ao caminhar dentro de meu apartamento.

- Muito esperta. – murmurei ao fechar a porta.

- Sempre sou.  – ela parou, pousando seus olhos sobre mim.

- A que devo a honra de sua presença Sra. Collins? Sentiu saudades?

Ela reprimiu um sorriso, e negou com a cabeça.

- Não, vim apenas conversar com você.

Franzi o cenho de forma confusa, sem acreditar em suas palavras. O que Camila poderia querer de mim sem ser sexo?

- Está brincando comigo?

Ela revirou os olhos impaciente, e eu nada falei. Caminhei em direção ao sofá da sala, e indiquei o lugar para ela se sentar. Karla parecia analisar cada milímetro de meu apartamento, com muita cautela.

- Não, eu estou falando sério. E creio que o assunto seja de seu interesse.

Me aproximei mais dela, agora sentando ao seu lado. Diferente da morena, eu estava completamente desleixada, com um short curto de algodão cinza, e uma simples camiseta preta. Meus cabelos estavam presos em um rabo bem feito, e meus pés descalços.

- Está me deixando curiosa, Camila.

- Imaginei que ficaria.

- Então conte.

Ela relaxou seu corpo sobre o sofá, soltando um suspiro entre seus lábios entreabertos.

- Brandon esteve em minha casa hoje. E falamos com Christopher por telefone. - iniciou olhando em meus olhos.

Eu fiquei calada, para que a mesma pudesse contar até o final.

- Ele perguntou como anda o caso, e Brandon disse que até o momento está estagnado. Eu não me pronunciei com o acontecimento que me informou hoje mais cedo. Já que isso tem que partir de você.

- Sim, e agradeço por isso.

- Mas não sei se isso foi bom. Christopher está irritado, e disse que se não conseguir algo realmente concreto em uma semana vai pedir que te tirem do processo de investigação.

- Ele não pode. – retruquei.

- Lauren, Brandon pode. E ele faz tudo que Christopher pede.

Bufei irritada, pois Camila tinha razão. Brandon era nitidamente um fantoche nas mãos de Collins, e eu não poderia fazer absolutamente nada contra isso.

- Seu marido é um filho da puta. – soltei de forma impulsiva. – Droga, desculpa.

Camila sorriu de canto, e negou com a cabeça.

- Tudo bem.

- Chegaram a falar mais alguma coisa?

- Christopher tem muitos conhecidos, disse que conhece um ótimo investigador, e que se encaixaria perfeitamente bem no caso.

- Ele não pode colocar alguém dele. O investigador precisa ser totalmente imparcial.

- Brandon. – foi à única palavra de Camila.

Revirei os olhos impaciente. O circulo estava se fechando, e eu precisava adiantar aquela investigação.

- Uma semana?

- Sim, são os dias que ele vai ficar fora. Daqui a uns sete dias Christopher volta para Nova Iorque.

- Qual motivo da viagem dele?

- Negócios, estão procurando uma nova área para extração de petróleo. E ele precisa estar presente.

Eu assenti lentamente, pensando em todas aquelas informações. Ficamos em um repleto silencio, enquanto minha mente parecia correr em uma velocidade absurda. Camila apenas me analisava, fazendo por breves segundos uma duvida pairar sobre minha cabeça.

- Camila...

- Sim? – perguntou ao fitar-me.

- Por que está me ajudando?

Ela ficou calada por alguns segundos, enquanto nossos olhares se mantiveram fixos um no outro.

- Eu não sei, Lauren.

Camila era um enigma, uma caixinha secreta com códigos quase humanamente indecifráveis. Seus olhos castanhos tão intensos estavam fixos em minha direção, com a imensidão de segredos que eu sabia que existiam.

- Tem certeza?

- Tenho. Eu só confio em você para resolver esse caso, e sei o quanto ele é importante para sua carreira.

- Você me confunde.

- Por quê? – perguntou com o cenho franzido.

- Nada. – respondi rapidamente, um tanto nervosa.

Os olhos dela me analisaram rapidamente, como se captassem cada mudança em meu estado emocional.

- Está sozinha?

- Não, Vero está dormindo no quarto.  – disse ao apontar em direção ao corredor.

- Ela sabe que você e eu...

- Sabe.

Camila soltou uma risada e se inclinou um pouco para frente, aproximando seus lábios delicados dos meus.

- Contou para sua amiga que transou comigo?

- Ela iria saber em algum momento. – soltei nervosa pela proximidade. – Vero sabe absolutamente tudo sobre mim.

- E ela vai guardar nosso segredo, Lauren?

- Vai, ela sempre guarda meus segredos.

- Agora, nossos. – sussurrou.

Camila fechou os olhos, e roçou a ponta de seu nariz pela maça de meu rosto, deixando-me sentir sua pele macia contra a minha. Eu fechei os olhos, me permitindo sentir aquele contato. O apartamento estava em repleto silencio, dando-me a oportunidade de ouvir apenas nossas respirações se alterando gradativamente. Eu senti os lábios macios da morena se arrastarem pela linha de meu maxilar, indo em direção ao meu queixo. Os dentes de Camila apertaram devagar aquela região, em uma mordida sutil. Por impulso levei minha mão até sua nuca, deixando que meus dedos adentrassem um pouco entre os fios de seus cabelos. Nós abrimos os olhos no mesmo instante, e aquela corrente elétrica parecia ter se intensificado mais. Não falamos absolutamente nada, ficamos em um silencio constante, apenas nos encarando.

- Nosso. – sussurrei.

Seus lábios se expandiram em um sorriso, mostrando aqueles dentes brancos. Ela se inclinou mais, agora empurrando meus ombros para que eu encostasse as costas no sofá.  A latina suspendeu seu corpo, e sentou em meu colo, com uma pena de cada lado de meu corpo.

- Acha que ela vai acordar agora?

Arqueei minha cabeça para trás, quando Camila levou a mão até a lateral de meu rosto. Seu polegar deslizou suavemente sobre meu lábio inferior, enquanto seus olhos se mantiveram fixos nos meus. Minhas mãos repousaram sobre suas coxas, movimentando-se lentamente, de cima abaixo.

- Acho que não, ela passou a madrugada inteira acordada.

- Então creio que ela não vai se importar se eu te fizer companhia, certo? – perguntou ela ao depositar um pequeno beijo molhado em meu pescoço.

Suspirei pesado ao sentir seus lábios deslizarem por minha pele.

- Aposto que não, ela não vai se incomodar nem um pouco. – murmurei ao engolir em seco.

Camila continuou com aqueles carinhos lentos. Seus lábios carnudos moviam-se devagar, por toda extensão de meu pescoço; desde o inicio até perto de minha orelha. Eu podia sentir as lufadas de ar contra meu ouvido, fazendo meu corpo inteiro estremecer. Ela não parecia ter pressa, era como se quisesse aproveitar cada segundo. Delicadamente ela abaixou a fina alça de minha blusa, e beijou meu ombro direito, seguindo em direção de minha clavícula, fazendo-me suspirar. Eu já sentia meu sexo úmido com aquele simples contato. Ela de forma habilidosa, lambeu do começo de meu pescoço até meu queixo, como uma felina. Naquele instante minhas mãos subiram até sua cintura, apertando com um pouco mais de força. Camila suspirou em surpresa e aproximou seus lábios de minha orelha.

- Se começar a me apertar desse jeito eu não vou conseguir me segurar. – sussurrou, e em seguida chupou o lóbulo de minha orelha.

Eu envolvi o corpo de Camila com os braços, apertando ela com força contra mim. Reuni forças e me levantei do sofá com ela em meu colo, entrelaçando suas pernas ao redor de minha cintura. Eu caminhei alguns passos para frente, até encostar o corpo da latina contra a parede da sala. Ela colocou os pés no chão, e deixou que eu beijasse seus lábios com toda vontade que me consumia naquele momento. Minha mão estava em sua nuca, apertando contra mim. As mãos de Camila adentraram minha blusa, deixando que suas unhas se arrastassem por minha pele. Eu sentia a língua macia da morena deslizar sobre a minha, em chupadas lentas e ao mesmo tempo intensas.

- Queria saber por que não consigo resistir a você, Lauren. – murmurou assim que desci com os beijos por seu pescoço.

Eu lambi aquela região, para depois morder bem devagar. Ouvi um gemido baixinho em resposta, e senti suas unhas sendo cravadas em minhas costas.

- Quer ir para o meu quarto? – perguntei para ela, que assim que iria responder parou nosso contato.

Eu franzi o cenho tentando entender o que havia acontecido. Camila tinha o olhar fixo para um canto da sala, eu apenas levei o olhar na mesma direção do dela, quando me dei conta o que havia chamado a atenção de Camila.

Droga.

Ela me encarou séria, e logo tirou minhas mãos de seu corpo. Eu fechei os olhos e engoli em seco assim que ela se afastou de mim, caminhando em direção ao quadro, onde estava feito o organograma criminal. Camila parou diante o quadro, observando tudo que estava ali. Eu não me aproximei, fiquei onde estava apenas a fitando.

- Então quer dizer que sou uma das principais suspeitas do roubo? – perguntou ao virar em minha direção.

A foto de Camila estava ali, junto das outras duas pessoas na primeira linha organograma. Eu respirei fundo, e dei alguns passos até parar diante dela.

- Sim, você é uma das principais.

Nos encaramos fixamente, agora com desejo e imponência.

- Me diz isso com essa naturalidade?

Eu soltei um sorriso de canto, erguendo a mão até o rosto da morena.

- Todos, absolutamente todos são suspeitos, Karla. Você é esperta demais, não pode ficar de fora.

Ela assentiu e se afastou, em direção ao quadro. Camila fitou mais uma vez, e logo virou em minha direção, encostando seu corpo na cômoda ali.

- E mesmo achando isso, ainda tem a coragem de se envolver comigo? Mesmo achando que posso ter roubado?

- Não consigo controlar. Posso estar fodendo com a maldita que está quebrando minha cabeça com essa investigação, ou não.

- Filha da puta. – xingou.

- Faz parte, e você gosta. – retruquei.

- Você não vale nadam Jauregui.

- E muito menos você.

- Isso você não sabe, eu sou apenas uma das suas suspeitas, não?

- Mesmo que não tenha roubado. Você não vale nada. – soltei com um sorriso sarcástico, recebendo outro dela.

Camila segurou na barra da minha blusa, puxando-me para mais perto. Senti seus lábios colidirem contra os meus, logo pedindo passagem para sua língua, que adentrou minha boca com uma habilidade maravilhosa. Nos beijamos com fome, desejo e uma pitada de raiva. Nossos corpos pareciam ter um encaixe único, quase perfeito?

- Te dou as informações e você me coloca como suspeita. Se você não fodesse tão bem, eu te mandaria para bem longe. – murmurou ao virar de costas para mim, e encarar o quadro novamente.

Eu soltei uma risada, e colei meu corpo no dela por trás. Agora Karla sabia quem eram meus principais suspeitos, mas não sabia os motivos, já que não me deu tempo de continuar e terminar o organograma. Ela parecia tentar entender tudo aquilo.

- O que isso? – perguntou, enquanto eu beijava sua nuca.

Olhei para onde a morena estava indicando, vendo a numeração da conta.

- Uma conta, na suíça.

- O dinheiro está nela?

- Pelo que parece sim.

- E de quem é?

- É exatamente isso que tenho que descobrir. Mas para isso vou acionar o departamento de lá. Infelizmente.

- Infelizmente? – perguntou confusa.

- Não queria dar esse caso para ninguém.  Vai abrir mais espaço para confusão.

Ela assentiu, pensativa.

- E por que não vai até lá?

- Sou sua segurança particular também, não posso te deixar sozinha. Está no contrato que assinei.

Camila virou de frente para mim, agora me encarando. Ela parecia pensar, quando por fim falou:

- Vamos juntas para Suíça.

Eu soltei uma risada alta, mas ela continuou seria, demonstrando a seriedade de suas palavras.

- Espera...está falando sério?

- Sim, Lauren. Eu tenho um projeto artístico com os pontos turísticos na suíça em mente há alguns meses, e posso aproveitar enquanto você resolve os seus problemas. Assim consigo limpar a minha ficha com você, já que acha que estou roubando meu próprio marido. – disse com ironia.

Eu fiquei calada por alguns instantes, apenas analisando tudo aquilo.

- O que vão falar disso? Não podemos. Não posso levar você em uma viagem de investigação. Você é uma suspeita!

- Eu vou estar indo a Suíça para resolver alguns projetos. E você como minha segurança particular tem que me acompanhar. Simples.

- Camila...Não podemos.

- Está decidido. Embarcamos amanhã. – informou ao depositar um pequeno beijo em meus lábios.

 

 



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