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História Xeque-Mate - Surpresa


Escrita por: ShewantsCamz

Notas do Autor


Boa noite para as melhores leitoras do mundo!

Como estão? Eu ando bem empolgada porque estamos chegando em momentos emocionantes da fanfic, e espero de coração que estejam gostando e aproveitando cada segundo. Obrigada a todo mundo que comentou no capitulo anterior. Vi que vocês ficaram um tanto desacreditadas com nosso culpado, mas muitas coisas vão acontecer, enfim..vamos voltar ao nosso joguinho. Espero que estejam todas preparadas.

Capítulo 18 - Surpresa


A musica deixava os alto falantes de meu carro, enquanto Verônica cantarolava ao meu lado. Só ela para estar com um incrível bom humor tão cedo; eu nem poderia julgá-la, a mesma foi dormir assim que voltou para nossa casa. Já eu, continuei a trabalhar todos os lugares possíveis onde Heitor poderia estar neste momento. O maldito homem estava tirando meu sono, eu não poderia descansar até finalmente vê-lo condenado pela justiça. Era uma questão de honra desvendar aquele caso por completo, e mostrar não só para Christopher, mas como para mim mesma que eu era capaz de solucionar aquele problema.

- Não vai mesmo me contar como foi na Suíça? – ouvi Vero murmurar.

Soltei um sorriso para minha melhor amiga que mesmo depois de inúmeras tentativas de descobrir como havia sido minha viagem com Camila, não ousou desistir. Suspirei, lançando um olhar entediado.

- Nem adianta fazer essa cara. Qual é, Lauren? Você sempre me conta tudo.

Deixei minha atenção concentrada na avenida movimentada aquela manhã, dando-me totalmente por vencida. Iglesias não iria desistir nunca. As imagens dos momentos com Camila na Suíça vieram em meus pensamentos, fazendo-me recordar as sensações boas que senti ao estar com ela. Era estranho pensar, que depois de tantos anos eu havia realmente me divertido com alguém, sem ser apenas com uma boa noite de sexo e bebida. Eu conseguia recordar detalhadamente todos aqueles instantes ao seu lado, principalmente os nossos momentos em Saint Moritz. As imagens de Camila sorrindo durante nosso jantar, e a forma distraída como ela conversava estava impregnada em minha cabeça, da mesma forma como seu momento de pura teimosa no park de patinação.

- Cambio, terra chamando Lauren.

- O que você quer saber? – perguntei lançando um rápido olhar para ela.

- Como foi na Suíça com a casada.

- Ela se chama Camila, Vero.

Eu mantive meus olhos atentos a fileira de carros a minha frente, que gradativamente foram parando diante o semáforo.

- Certo, desculpe. Como foi com a Camila? Vocês transaram muito, acertei?

- Não acertou, não.

- Não? Como assim, não? – a surpresa em seu tom de voz era nítida. – Deus me perdoe, mas tem algo errado aí.

- Errado, por quê?

- Errado pelo histórico de ambas. Vocês não podiam se ver que dava em preliminares ou sexo. E agora que passaram dias juntas e, sozinhas, não abusaram disso? Olha...

Eu meneei com a cabeça em um sinal negativo, enquanto acelerava o veiculo.

- Não começa, nós só fizemos outras coisas. – soltei de forma despreocupada.

- Tipo o que?

- Nós saímos, jantamos, nos divertimos.

- Sem sexo?

- Sim, Vero. Sem sexo.

- Eu sabia que isso iria acontecer. – murmurou ao olhar pela janela.

- Isso o que?

- Você se apaixonando por essa mulher.

- Você enlouqueceu? Eu não estou apaixonada! – respondi rápido o suficiente para convencê-la disso.

Iglesias tinha um ar de riso, como quem tivesse prendendo uma gargalhada em seu peito. Eu meneei com a cabeça em um sinal negativo, mantendo minha concentração no transito.

- Lauren, eu te conheço. Sou sua melhor amiga de anos, e eu sinto algo diferente em você agora.

Eu encarei os olhos castanhos de Verônica, vendo a seriedade em suas palavras.

- Eu não estou. – insisti.

- Algo em você mudou, só espero que isso não atrapalhe seus planos e sua vida.

- Nada mudou, eu só estou dormindo com ela. Camila e eu temos relações restritas a trabalho e sexo, apenas.

- Ok, senhora sem coração. – ela ergueu os braços rapidamente. – Não está mais aqui quem disse as verdades na sua cara.

Rolei os olhos impaciente, ouvindo as bobagens que Vero tinha a dizer. Era obvio que eu não estava apaixonada por Camila, isso seria impossível. Em todos os anos de minha vida, eu nunca me permiti me apaixonar desde o colégio. Essa era oficialmente uma das coisas que não estava na minha lista de planos: amar.

- Chegamos à delegacia, melhor descer do meu carro com esse seu papo de sentimento.

 Vero soltou uma risada divertida, e assentiu.

- Vai lá com a casada. Bom romance. – murmurou pela janela aberta do carro, antes de se afastar em direção ao prédio da delegacia.

Suas palavras ecoavam em meus pensamentos, projetando as imagens da hipótese onde Camila e eu éramos de fato um casal. Aquilo poderia dar muito certou ou muito errado, mas não era algo que eu devia me preocupar, já que tanto ela quanto eu não tínhamos a intenção de consumar tal idéia. Era tudo apenas, sexo.

Segui meu caminho em direção a galeria Cabello; Vero e Ally ficariam responsáveis pela supervisão das equipes nas ruas, que a todo instante buscavam alguma informação sobre Heitor. Normani ainda estava nos cobrindo na Collins Enterprise, e consequentemente supervisionando o sistema, que agora mais do que nunca precisava de nossos cuidados. Parei com meu carro no estacionamento da galeria, e segui para o interior do prédio em busca de Camila. O lugar estava lotado, algum evento estava acontecendo; exposição de algumas esculturas que estavam espalhadas pelo enorme salão de luxo. Olhei para ambos os lados, entre o aglomerado de pessoas, e nem uma delas era a latina, tive apenas a visão de Dinah que circulava ao lado de um homem. Segui caminho até as escadas que dariam em sua sala; e depois de três leves batidas, ouvi sua voz permitindo minha entrada.

Ao entrar naquele cômodo tive a imagem de Camila em pé próxima à enorme janela de vidro. Ela estava de costas para mim, e mesmo assim eu já conseguia perceber o quão linda ela estava aquela manhã. Em seu corpo havia um vestido vermelho, cor de sangue, de comprimento até o meio de suas coxas magras porém definidas; seus pés estavam calçados com um par de scarpin negros com solados vermelhos; seus cabelos agora não eram ondulados como de costume, estavam lisos e compridos, batendo na altura de sua cintura. Eu amava como a latina conseguia ter um ar tão poderoso somente com a maneira de se vestir, já que sua personalidade não negava o ser dominador presente em seu interior.

- Pensei que não iria vir. – disse ao virar de frente para mim.

- Jamais faltaria, é o meu trabalho.

Camila assentiu devagar, enquanto caminhou até a frente de sua mesa, na qual se escorou lentamente. Seu vestido era de mangas longas, que estavam parcialmente repuxadas para perto de seus cotovelos. O decote em seu busto era chamativo e sexy.

- Vem cá. – ordenou, ao gesticular com o dedo indicador em um sinal para que eu me aproximasse.

Eu engoli em seco diante seu olhar castanho intenso, e caminhei para mais próximo dela. Atravessei a extensão de seu escritório, parando diante a mulher que em nenhum momento tirou seus olhos dos meus. Um sorriso perverso nasceu no canto de seus lábios rosados que, agora foram pressionados pelos dentes brancos da morena.

- Eu adoro como você é obediente, Jauregui. – disse ela ao segurar em minha jaqueta preta.

Eu não sabia como explicar, mas de uma forma resumida, Camila mandava em mim e me fazia gostar daquilo. É como se ela pudesse me deixar totalmente hipnotizada com suas palavras e ações, dando-me a sensação de que realizar suas vontades e desejos poderia ser uma das melhores escolhas a serem feitas. Se havia mesmo a existência de outras vidas, Karla Camila Cabello sem duvidas havia sido uma rainha; daquelas que possuem o poder de fazer o povo inteiro se curvar aos seus pés, e agradecerem aos deuses por terem uma mulher de sangue tão nobre a governá-los.

- Não me provoque.

A morena repousou suas mãos em meus ombros, empurrando-me um pouco para trás, fazendo-me sentar na poltrona a frente de sua mesa. Camila caminhou ao meu redor, parando atrás de mim.

- O que houve? Hum? – suas mãos delicadas apertaram os músculos de meus ombros de forma habilidosa; eu fechei os olhos e relaxei meu corpo. – Está me parecendo tão estressada. Será que nossa ida a Suíça não te relaxou?

Eu permaneci calada enquanto suas mãos massageavam meus ombros de forma tão gostosa.

- Nosso sexo não foi gostoso? Ou isso já é saudade? – meu corpo inteiro arrepiou ao sentir ela sussurrar em meu ouvido.

- Imagino que falta de sexo para você não deve ser. Seu marido já voltou para assumir seu posto.

Minhas palavras saíram cortantes e frias. Camila parou a massagem em meus ombros e, caminhou para minha frente com uma das sobrancelhas arqueadas.

- Então é isso?

- O que?

- Está com ciúmes por pensar em mim transando com Christopher?

Eu revirei os olhos de forma tediosa, bufando diante de idéia tão...verdadeira? Imaginar aquele homem tocando no corpo da latina agora me embrulhava o estomago, mas Camila não precisava e não iria saber disso.

- Claro que não! – exclamei ao me levantar da poltrona. - Faça-me o favor.

O sorriso dela se alargou diante minha negação nervosa e mal feita. Eu desviei de seu olhar avaliativo, ficando de frente para sua mesa, fingindo olhar alguns objetos que lá estavam.

- Por que não admite? Eu senti seu olhar irritado ontem. – sussurrou próxima a minha nuca, enquanto suas mãos deslizaram por meus braços.

- Eu não tenho nada pra admitir, Sra. Collins.

Camila segurou em meu braço com força e, virou meu corpo, obrigando-me a encará-la.

- Então não te incomoda nem um pouco? Que ele me toque como você faz, que ele beije meu corpo como você?

Nossos olhares se encontraram, fixando-se um no outro com a mesma carga de intensidade. Minha respiração estava mais pesada, meu peito subia e descia de forma mais evidente. Camila olhou para meus lábios entreabertos, e em seguida para minhas mãos, na qual capturou e levou até sua cintura. Acompanhei com os olhos a forma como ela me fazia tocá-la. Minhas mãos deslizaram pela lateral de seu corpo, desde seu quadril largo, para sua cintura fina. A latina fechou seus olhos enquanto continuava a me fazer tocar seu corpo tão atraente.

- Me diz que não te incomoda que ele me toque assim. – sussurrou, ao parar minhas mãos sobre seus seios nos quais apertei.

Sobre a mascara de cílios longos, ela abriu seus olhos castanhos para me encarar.

- Odeio isso. – sussurrei para ela, como resposta as imagens do casal que se formaram em minha cabeça. – Odeio pensar nisso. – as palavras saíram com mais raiva do que deveria.

Eu desci um pouco com as mãos, parando em sua cintura, na qual puxei com certa força.

- Eu sei que odeia, e eu amo isso em você. – ela soltava cada palavra em um tom tão cínico, que apenas servia para me deixar ainda mais irritada.

- Você dormiu com ele?

- O que acha, Lauren?

Camila se afastou, virando de costas para mim, mas antes que ela pudesse ir longe demais eu a segurei, obrigando seu corpo a voltar com certa força contra o meu. A morena suspirou surpresa, soltando um sorriso que se deliciava de meu sentimento de posse sobre ela.

- Responde.

A bunda de Camila estava pressionada contra meu sexo; eu tinha suas costas contra meu peito. Ergui a mão até os fios longos e lisos de seu cabelo, segurando com firmeza. A maldita gostava daquilo, o sorriso cínico não deixava seus lábios por um só segundo. Ela arqueou um pouco a cabeça para trás, até que encostasse em meu ombro.

- Vamos!

- Transei. – ela mordeu os lábios.

Eu senti meu sangue inteiro ferver em uma resposta imediata aquela única palavra que deixou seus lábios. Minhas mãos soltaram sua cintura, e quando tentei me afastar, Camila me prendeu diante a mesa.

- Adoro sua cara de ciúmes. Me excitada. Mas pode parar... Eu não transei com ele.

Eu franzi o cenho, encarando-a com um olhar confuso. Camila sorriu, e tocou com a ponta do dedo indicador as linhas de meu rosto.

- Ele bem que quis viu? Mas eu não.

- Por que não quis?

Nós ficamos em silencio por alguns segundos, deixando nossos olhares conectados. Camila meneou com a cabeça em um sinal negativo antes de suspirar.

- Eu estou nos meus dias, por isso não quis. – disse ao se afastar.

- Não minta. Pode me dizer que não queria seu marido ali, e sim eu.

- Não se engane tanto, Lauren.

- Vai negar?

- Sempre. – ela piscou para mim, soltando um sorriso de canto.

Assim que tentei me aproximar de Camila, ouvimos o toque estridente de seu celular. Ela me encarou, e caminhou em direção a mesa para pegar o aparelho que lá estava. Eu apenas a observei enquanto me sentava no sofá macio.

- Oi, querido.

A ouvi dizer assim que atendeu a ligação Eu revirei os olhos com aquilo, recebendo uma risada baixa da mesma.

- Claro, vou esperar você lá então. – ela se calou por alguns minutos, quando voltou a falar. – Lauren? Sim, ela está aqui. Certo, vou com ela até o restaurante.

Camila se despediu do marido de uma forma carinhosa antes de largar o celular sobre a mesa.

- Ele quer que você me leve até um restaurante. Vamos almoçar fora.

- Tudo bem, levo você até o alce.

 

[...]

 

O almoço transcorreu lento e torturante. Camila e eu mantínhamos uma conversa trivial enquanto Christopher continuava pregado ao seu telefone celular, alternando entre algumas garfadas de sua massa italiana. O homem parecia tentar se dividir em um exercito para tomar de conta de tantos assuntos. Depois de alguns pedidos insistentes da esposa, foi que Collins abandonou o aparelho e terminou sua refeição, enquanto se entrosava no assunto que se resumia a investigação.

- Podemos ir embora? – Christopher perguntou ao limpar o canto de seus lábios com o lenço.

- Claro, por mim tudo bem.

Eu apenas assenti para o homem que me encarou. Christopher estava sem seu segurança particular aquela manhã, de acordo com a informação do mesmo, o agente que cuidava de sua segurança, havia avisado no decorrer do dia que não estava se sentindo bem e por isso não poderia comparecer ao serviço. E com o imprevisto, Brandon não foi ágil o suficiente para arranjar outro no mesmo instante, o que me gerou a tarefa de cobrir a segurança de ambos por algumas horas, mesmo contra minha vontade.

- Nós podemos passar na delegacia, falei com Brandon e recebi a informação que ele já tem um substituto. – Collins falou ao abotoar seu paletó.

- Ótimo, assim Lauren pode me levar de volta a galeria. – Camila completou com um sorriso.

Depois que a conta foi paga, saímos os três juntos em direção ao carro de luxo estacionado entre as pequenas motos e uma van na frente do restaurante caro. Carlos cumprimentou seu chefe, e gentilmente abriu a porta para que entrássemos. Camila se sentou entre seu marido e eu, e tudo aquilo me fazia lembrar a primeira vez que transamos em sua casa, logo após a mulher ter dopado o marido. Eu apenas neguei com a cabeça, e voltei minha atenção para a janela do carro, enquanto o motorista seguia para seu devido lugar. O trafego de carros estava intenso, causando a lentidão de cada veiculo nas extensas fileiras de carros a nossa frente.

- Carlos, pegue um atalho, eu tenho uma reunião importante. – Christopher murmurou irritado.

- Você vai chegar a tempo. – Camila apenas disse.

Eu estava calada durante todo o trajeto, aquela situação agora era muito mais estranhada do que de costume. Eu me sentia incrivelmente incomodada ao ver o homem tão grudado em sua esposa, mesmo que aquilo fosse normal diante aos laços conjugais que os uniam. Com muito custo tirei a atenção dos dois ao meu lado, apenas vendo a movimentação fraca do lado de fora, os carros pareciam lesmas de tão lentos; as pessoas andavam ao lado de fora com muito mais velocidade do que acelerar de carros no transito infernal. Fiquei a observar a vitrine de uma loja de roupas até o momento que uma van impediu minha visão. Carlos depois da ordem dada por seu patrão conseguiu um pequeno espaço para sair da enorme avenida. Conseguimos sair e seguir por ruas menores, agora com mais velocidade do que minutos atrás. Com atenção agora concentrada na estrada mais deserta, percebi que seguíamos por um bairro bem menos movimentado, o numero de casas era menor, pois se dividia com os galpões e oficinas perto do cais.

O espelho retrovisor apenas me dava à imagem de algumas pessoas na rua, a passagem rápida de carros menores e uma van preta ao fundo. Franzi o cenho de forma confusa, olhando mais uma vez para o veiculo ao fundo. Quando minha mente soltou flashes de segundos atrás, na saída do restaurante, no trafego de carros e agora na rua deserta.

Estávamos sendo seguidos.

Olhei para trás novamente, enquanto em um instinto automático puxei minha arma do coldre axilar. Camila me encarou com um semblante assustado, alarmando a atenção de Christopher.

- O que está havendo? – perguntou ele.

- Estamos sendo seguidos. Acelere mais, Carlos.

Carlos me lançou um olhar vacilante, e pisou fundo no acelerador do carro. Christopher olhou para o mesmo ponto que atraía minha atenção, para logo em seguida capturar seu telefone celular. A van aumentou a velocidade, como se tivesse a certeza que havíamos descoberto.

- Oh, meu Deus. Lauren. – Camila segurou em meu braço, lançando-me um olhar temeroso.

- Vai ficar tudo bem. – disse firmemente, sentindo meu coração acelerar.

Nosso carro corria em uma velocidade assustadora, e a van marcava acirrado na traseira do veiculo.

- Merda! Abaixa! – gritei ao ver um dos homens apontando um revolver na nossa direção.

Camila abaixou a cabeça rapidamente, iniciando um choro carregado de medo. A latina estava visivelmente nervosa, o que me deixava ainda mais preocupada com sua proteção e bem estar. O primeiro disparo foi efetuado, trazendo o grito da mesma no interior do carro.

- Porra! Entre em alguma rua, seu imbecil! – Christopher gritou para o motorista nervoso ao volante.

- Não tem outras saídas por aqui, senhor! – ele respondeu agoniado enquanto tentava manter o controle do carro em alta velocidade.

Apertei no botão para abaixar o vidro do carro, acomodando meu braço na janela do veiculo. Mirei com a pistola em direção a van escura que corria ao fundo, e apertei o gatilho, disparando contra os perseguidores. O carro ao fundo movimentou-se de um lado para o outro, na tentativa de desviar dos disparos que acertaram a lataria. Foi quando senti o forte impacto de meu corpo batendo contra o banco da frente. Os pneus cantaram sobre o asfalto enquanto o mesmo parecia rodopiar sobre a pista. Eu senti a mão de Camila agarrar a minha com força; tentei segura-la com a pressão precisa para que ela não se machucasse. Quando por fim o nosso carro parou, fazendo nossos corpos baterem contra o banco da frente.

- Estão todas bem? – Collins perguntou enquanto nos encarava com um olhar assustado.

Eu não pude prestar atenção o suficiente, pois no minuto seguinte vamos todos surpreendidos por um grupo de homens.

“Saíam do carro!” - gritou um deles.

Eu segurei firme em minha arma, e com a outra mão agarrei a de Camila, que tremia em meio a lagrimas. Carlos estava desacordado, debruçado sobre o volante do veiculo. Olhei com cuidado a nossa volta, e agora havia mais um carro. Estávamos cercados.

- É melhor não atirar, ou mato todos vocês. – o mesmo homem gritou.

Pelo espelho retrovisor que agora estava trincado, pude ter a visão de três homens ao fundo. Todos estavam encapuzados, com armas nas mãos. Eu fechei os olhos por breves segundos, tentando pensar em algo que nos ajudasse.

- Nós vamos morrer. – Camila murmurou chorando.

- Não vamos, eu não vou deixar isso acontecer. – sussurrei para ela.

- Droga, culpa desse imbecil. – Collins exclamou ao bater no banco de Carlos.

 “Saíam da porra do carro!”

O homem do meio gritou novamente, agora disparando para o alto com sua metralhadora. O que estava ao seu lado caminhou em direção ao nosso carro, abrindo a porta do lado de Christopher.

- Aqui está ele. – o segundo homem falou em um tom sarcástico ao tirar Christopher do carro com força.

- Chris! – Camila gritou ao ver seu marido ser jogado ao chão.

O homem de estatura mediana segurou no braço da morena com força, fazendo-me ter o reflexo instintivo de atirar contra o mesmo. O disparo alto ecoou no interior do carro, acertando o ombro do homem que se chocou contra porta e caiu no chão.

- Sua puta! – ele gemeu de dor, agora atraindo a movimentação mais forte do lado de fora.

Quatro homens se aproximaram do carro, um deles puxou Camila para fora do automóvel, enquanto o outro fazia o mesmo comigo. Minha pistola caiu no chão, deixando-me agora totalmente desarmada. A morena gritava pedindo ajuda, e aquilo só me deixava ainda mais nervosa e irritada.

- Larga ela! – gritei com todo o ar de meus pulmões, enquanto me debatia nos braços do capanga.

O homem mais alto que a segurava soltou uma risada cínica, enquanto apertava o braço da morena com força. Christopher estava ajoelhado no chão, imóvel com um dos homens que apontava o revolver em sua cabeça. O quarto criminoso prestava socorro ao baleado no chão.

- Eu vou matar essa vadia, veja isso! – ele gritava em meio aos gemidos de dor.

- Cala a boca, Phil! Coloquem eles na van!

Ordenou o homem que apontava a arma na cabeça do Collins; ele parecia ser o mandante, pois tratava de dar ordens aos outros quatro homens que estavam ao nosso redor.

- Pegue primeiro o nosso rei aqui. Trate de fazê-lo dormir.

Eu sentia minha cabeça trabalhar de forma frenética a ponto de me fazer sentir dor. A sensação de impotência me consumia, quando minha única vontade era de tirar ambos dali, mas nada que eu fizesse daria jeito, eu estava em desvantagem diante de cinco homens que possuíam armamentos pesados, e vitimas em suas mãos. Eu não poderia arriscar a vida de nenhum dos dois.

- Droga!

Um deles segurou no braço de Christopher, erguendo o corpo do mesmo com força.

- Seu infeliz! – murmurou Collins, recebendo uma forte coronhada na cabeça.

- E ainda ousa me desafiar? Se acha poderoso demais, Collins! – o criminoso soltou firmemente, enquanto se aproximava do homem que agora tinha um corte ensangüentado na cabeça.

– É melhor ficar quieto se não quiser que uma bala perfure seu corpo.

Collins o encarou frente a frente, e mesmo tendo suas mãos presas por outro homem, cuspiu no rosto daquele que o ameaçava. E em uma resposta quase imediata levou  outra coronhada com o cabo da arma. Camila gritou nervosa ao ver o corpo do marido cair ao chão.

- Leve esse merda para o carro.

Christopher foi arrastado em direção a van, ele se encontrava desacordado. Agora a atenção do mandante virou-se em direção a latina que chorava ao fundo, eu poderia ver como a mesma tremia diante toda aquela situação. Eu tentava me soltar dos braços do homem magro que me segurava, a cada passo que o outro dava em direção a Camila.

- E você, a mulherzinha dele não é? Vejo que ele tem bom gosto para essas vadias. – soltou com escárnio. – É bom não fazer escândalo, ou eu mesmo mato você? Mas claro, depois de aproveitar um pouco.

Fechei as mãos em punhos, sentindo o ódio tomar conta de todo meu corpo. Naquele instante meu cérebro processou todas as maneiras mais dolorosas que eu poderia matar aquele homem, desde as mais lentas as mais rápidas. Olhei para o chão, vendo minha pistola jogada ao lado do pneu do carro, e em seguida olhei para a morena que estava em prantos sendo assediada pelo homem a sua frente. Eu respirei fundo, percebendo a distração evidente daquele que me segurava; então ergui meu braço rapidamente, virando com o cotovelo no rosto do homem atrás de mim. Pude ouvir o estralar vindo do nariz do homem atrás de mim.

- Ah, caralho! – gritou ele ao tropeçar e cair no chão.

Em um movimento rápido capturei a pistola do chão, mirando em direção ao mesmo que tinha o nariz totalmente ensangüentado. Ele gemia de dor no chão.

- Que merda foi essa? – o homem que estava com Camila gritou, chamando atenção do outro que correu do fundo da van.

- Oh, meu Deus, essa mulher é o diabo! – disse o mesmo homem que ajudou o baleado.

O mandante puxou Camila com força para mais perto de mim.

- Larga ela, ou eu mato ele! – gritei apontando a pistola para um de seus capangas.

Ele riu, e em um movimento rápido bateu em Camila, obrigando a mulher a se ajoelhar. Meu coração estava disparado, dando-me a chance de ouvir os batimentos mesmo em meio a todo o alvoroço. Minha mão tremia ao redor do cabo da pistola, mas não ousei abaixar.

- É melhor você largar essa pistola... – ele falou calmo, enquanto engatilhava sua arma, que agora estava na direção da cabeça de Camila. – Ou eu mato ela. Larga!

- Lauren... – ela murmurou em um choro desesperado. – Por favor.

Eu fechei os olhos, tentando dissolver aquela imagem tão frágil da mulher a minha frente. Eu não tinha outra alternativa, eu não poderia vê-la morrer. Abri os olhos em direção ao homem, e soltei a pistola que foi ao chão.

- Amarrem essa mulher antes que ela mate alguém! – gritou o mandante.

Dois dos caras me seguraram, sendo um deles o que eu havia acabado de acertar. Fui amarrada, e arremessada dentro da van com força, no canto oposto ao de Christopher. Logo em seguida, Camila foi colocada no centro, suas mãos estavam presas com cordas grossas. Ela tinha a respiração ofegante, enquanto seus olhos vacilavam entre Christopher e eu. Um dos homens adentrou no interior do veiculo para nos reparar, enquanto o outro fechou a porta, deixando-nos naquela escuridão.

- Eu acho bom você não tentar nada, escutou bem? Eu mato você. – disse o cara que julguei ser aquele que prestou socorro as minhas duas “vitimas”

O silencio tomou conta do interior do carro, até que senti o mesmo entrar em movimento. Eu estava deitada de bruços, com as mãos amarradas nas costas, da mesma maneira que Christopher. Camila estava sentada, com os pulsos amarrados. Eu podia ouvir seu choro baixinho, com medo de que pudessem ouvi-la.

- Eu não quero morrer, Lauren. – sussurrou.

Ergui um pouco a cabeça, e mesmo com a pouca luminosidade eu conseguia enxergá-la.

- Eu vou dar um jeito de tirar você dessa, eu prometo, Camila. – soltei de forma sincera.

- Não faz nada, eles vão acabar matando você. – ela soluçou entre as lagrimas.

- Não me importo! Tenta se acalmar,vou tirar você e o seu marido disso.

- Calada as duas! – gritou o homem.

Nós trocamos um olhar intenso antes da latina abaixar a cabeça contra seus joelhos.

 

[...]

 

Eu não sei quanto tempo passou, mas fui acordada assim que as portas da van se abriram. Os homens nos tiraram do interior do carro de forma bruta, de um por um. Pela aparência do lugar, estávamos dentro de um galpão antigo e abandonado. O lugar era dos piores possíveis, mas servia perfeitamente bem para o objetivo dos criminosos ali presente.

- Coloquem eles na sala dois. – o mandante exclamou.

- Por favor, não nos matem. Nós podemos oferecer todo o dinheiro que quiserem. – Camila murmurou.

- Eu acho bom que tenha muito dinheiro, madame. – disse ele ao se aproximar de Camila. - Ou vai ter que pagar de outra forma.

- Se afasta dela! – gritei.

- Meu Deus, eu vou ter que matar você. – ele se aproximou de mim enfurecido. – Apaguem ela!

- Não! – Camila gritou. – Lauren!

Um dos homens me puxou com força, guiando-me em direção a uma das salas.

- Não façam nada com ela, por favor! Por favor! – a morena estava desesperada. – Lauren!

- Calada! – o mandante ordenou ao acertar um tapa no rosto de Camila que caiu no chão.

Meus olhos se arregalaram, e eu tentei correr em sua direção, mas as cordas ao redor de meu corpo e o homem me impediram de realizar qualquer movimento.

- Seu filho da puta! – gritei.

- Apaguem elas!

Eu me contorcia nos braços do homem, enquanto via Camila sendo levada para dentro da sala. Eu não sabia explicar o que estava sentindo, mas ver aquela situação passando diante de meus olhos, e não poder fazer absolutamente nada, estava me enlouquecendo de uma forma desesperadora.

- Camila!

Ela chorava de forma desesperada enquanto pedia ajuda; ajuda que eu não poderia dar. Meus olhos se mantiveram sobre o corpo da latina, que estava sendo arrastada para uma das salas. Até que um dos homens se aproximou de mim, forçando um pedaço de pano contra meu nariz e boca. O aroma exageradamente forte estava me deixando tonta. Minha visão que até poucos segundos era nítida se transformou apenas em um borrão. E antes de perder totalmente os sentidos, eu só pensava em uma única coisa:

Eu teria que salvar Camila.

 

 

 

 


Notas Finais


Agora sim o tempo fechou. O que estão achando??

Os erros eu arrumo depois, beijinhos e até o proximo.


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