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História Xeque-Mate - Resgate


Escrita por: ShewantsCamz

Notas do Autor


Hey, meninas e meninos (porque sei que tem garotos que também estão lendo) kkk
Como estão essa noite? Espero que animados para essa atualização. Dessa vez demoramos mais um pouquinho, porque estava sem inspiração, mas me esforcei bastante para terminar e não demorar tanto a postar para vocês. Quero agradecer de coração a todos os comentários do capitulo anterior, entramos nos trends! E ficamos muito, muito animadas com isso.
As meninas e eu ficamos muito felizes que gostaram do nosso Q&A, foi uma brincadeira muito divertida que quisemos compartilhar com vocês, e saber que se divertiram conosco foi incrível! Ahh, uma observaçãozinha, é que muita gente ficou sem entender o lance do diário no Q&A, então vou explicar.
Bom, na vinda das meninas ao Brasil, eu consegui entregar um diário para Camila na hora em que ela saiu do hotel (Sim, eu surtei demais ao ver meu amor segurando o diário) e eu fiz um tweet perguntando se ela leu e o que ela achou, mas até o momento não obtive resposta, por isso toda essa coisa com o famoso tweet do diário kkk Alias, quem quiser ir no meu twitter e mencionar o @ da Camila ou do Alejandro, Sinu e etc para ver o meu tweet fixado, ficarei imensamente agradecida. Será uma realização enorme que eu quero muito conseguir. Então conto com a ajudinha de vocês, pode ser?
Enfim, vamos ao que interessa. Espero que gostem do capitulo de hoje.

Capítulo 21 - Resgate


Fanfic / Fanfiction Xeque-Mate - Resgate

O barulho de nossos saltos ecoava pelos corredores vazios daquele galpão. Caminhei à frente, tendo Normani e Dinah seguindo logo atrás. Um dos capangas nos acompanhava para prestar os serviços solicitado por nós. Encarei ambas as mulheres assim que paramos diante a porta grossa de metal; elas assentiram brevemente, e então encarei o rapaz.

- Pode abrir. – ordenei.

- Sim, senhora.

O homem aproximou-se da porta, retirando o molho de chaves de seu bolso e, rapidamente tratou de destrancar a porta que rangeu ao ser empurrada lentamente por mim.

- Pode ir dar uma volta. Chamamos você se precisar. – murmurei ao rapaz que alternou seu olhar diante das três mulheres a sua frente.

- Como quiser. – disse antes de se retirar.

Dinah adentrou a sala escura, sendo seguida por Normani e depois por mim. A loira estava incrivelmente bela para aquela situação, como se para minha melhor amiga aquele plano também fosse um ato para ser comemorado e deliciado da melhor maneira possível. Ela gesticulou com o dedo indicador em meio à penumbra do lugar, sinalizando que deveríamos fazer silencio. Eu assenti lentamente, e caminhei para o centro da sala. Normani se aproximou da parede, próximo a uma caixa de controle. A mulher abriu a tampa, e de forma delicada girou o interruptor, acendendo o foco de luz sobre o corpo do homem preso a uma cadeira de ferro no centro daquela sala fria.

Heitor.

O loiro estava devidamente amarrado com as mãos para trás, tendo seus olhos vendados com um pedaço de pano preto. Talvez ele estivesse desacordado, pois seu corpo pendia para frente. Um sorriso vitorio e satisfeito nasceu em meus lábios no exato instante que tive aquela imagem a minha frente. Caminhei lentamente, deixando que o barulho de meus saltos fossem o único efeito sonoro daquele lugar.

- Vamos acordar ele agora. – Dinah exclamou.

Ela e Normani seriam as únicas a falar naquele momento, eu apenas assistiria ao show como uma perfeita espectadora assistia seu programa de TV favorito. Eu não poderia me dar o luxo de participar, mesmo que a vontade fosse tamanha. Então, puxei uma outra cadeira, colocando de frente para a dele, há alguns metros de distancia. Sentei-me sobre ela, e cruzei as pernas delicadamente, enquanto repousava a pistola dourada sobre meu colo.

- Está na hora de acordar, querido. – Dinah soltou sarcástica ao puxar os cabelos loiros de Heitor. – Chegou agora de conversar.

Assim que as mãos de Dinah deixaram as madeixas claras do homem, sua cabeça pendeu para frente, ainda desacordado. Normani me lançou um olhar intenso, então caminhou até o outro lado da sala, talvez um banheiro. Me permiti analisar o corpo do homem a frente; ele estava lá há alguns dias, mais precisamente desde o momento que deixei a Suíça acompanhada de Lauren.

- Infeliz está totalmente apagado. – Dinah resmungou ao dar alguns pequenos tapas no rosto do mesmo.

- Uma péssima vilã, Dinah. – sussurrei, fazendo a gesticular novamente para que eu fizesse silencio.

Antes que eu pudesse murmurar em protesto para a jovem mulher, Normani se aproximou rapidamente, e despejou um balde com água fria sobre a cabeça de Heitor que despertou em desespero em meio a uma crise de tosse.

- Acorda, porra! – exclamou em uma ordem severa, arrancando-me um sorriso satisfeito. – Acabou a brincadeira.

Dinah a encarou de olhos arregalados, e Normani lhe lançou um pequeno beijinho no ar. Eu apontei para Normani e assenti como quem dissesse “Assim que tem que ser.” Dinah apenas meneou com a cabeça em um sinal negativo e se aproximou de Heitor.

- Quem são vocês? – ele gritou desesperado, para minha alegria.

- Somos o seu inferno. – Dinah sussurrou próximo ao ouvido do homem, que mexeu a cabeça de um lado para o outro.

- O que querem de mim? Deixem-me sair daqui! – exclamava desesperado. – Eu posso dar todo meu dinheiro.

Dinah gargalhou enquanto caminhava ao redor da cadeira do homem, sua risada soou alta, quase diabólica. Eu apenas sorri com a cena, era no mínimo fascinante toda aquela situação.

- Que dinheiro, Heitor? Você não tem absolutamente nada.

- Eu tenho algumas economias, por favor.

- Suas economias não me servem de nada. Não seja ridículo!

- Não me matem, por favor. Não me matem! – ele choramingava me fazendo rir.

Dinah se aproximou do homem novamente, e segurou em seu cabelo molhado, arqueando sua cabeça para trás. Ela tinha um canivete prateado nas mãos, que deslizou suavemente pela pele do pescoço de Heitor, apenas para sentir o que poderia lhe esperar.

- Tem medo da morte? Ela pode ser sua melhor opção.

- Deus...

- Se acha poderoso agora, Heitor? Você e Christopher sempre se acharam os donos do mundo. Até ele te dar uma rasteira.

O peito do homem subia e descia em uma respiração descompassada e nervosa.

- Quem é você? O que quer de mim?

- Bom... – ela deslizou a ponta do canivete pelas maçãs do rosto do homem. – Você pode ser obediente e aceitar a proposta que tenho para você, ou pode escolher como quer morrer.

- Que proposta?

Eu encarei Normani e logo em seguida Dinah que respirou fundo e continuou a falar.

- Eu quero que me entregue os documentos da empresa do Charlie Cooper, todos aqueles que provaram a falência.

- Eu não tenho nada disso, eu não sei do que está falando. – negou rapidamente.

- Tem coragem de mentir para mim? Eu sei que você sabe do que estou falando, não queira me fazer de idiota. Ou eu mato você.  – ela exclamou raivosa.

Heitor deixou que uma risada escapasse de seus lábios, seu tom sarcástico encheu meu peito de rancor. Segurei minha pistola com força, pressionando meus dedos ao redor do objeto pesado.

- Me matar? Uma mulher me matar? – ele ria.

Levantei de minha cadeira em um ato rápido, e com toda a raiva e adrenalina que corria em minhas veias, acertei a cabeça do homem com o cabo de minha pistola, fazendo seu corpo ir ao chão. E como se não fosse o suficiente, soltei dois disparos contra a parede mais próxima, o fazendo gritar.

- O que disse, Heitor? – Dinah indagou provocadora, enquanto Normani me segurava.

- Eu digo, eu digo o que vocês quiserem, por favor, não me matem!

- Você e aquele cretino afundaram aquela empresa não é? Roubaram tudo.

Heitor ainda estava jogado no chão, amarrado a cadeira de ferro.

- A idéia foi de Christopher! Ele que desviou o dinheiro, ele que ficou com todas as ações!

- Você ajudou! Você é tão culpado quanto ele!

A loira gritou ferozmente, e acertou a barriga do homem com um belo e forte chute.

- Eu não queria que a situação chegasse aonde chegou. Eu só pensei no dinheiro!

- Seu infeliz!

- Se acalme. – Normani murmurou ao se aproximar de Dinah.

- Eu quero a porra dos documentos!

- Eles foram forjados, a empresa faliu pelos desvios! Charlie assinou um contrato de uma sociedade comigo e com Christopher para manter Cooper Enterprise, mas ele descobriu.

- Perdeu tudo por culpa de vocês! – Dinah exclamou ao puxar o corpo do homem, sentando outra vez.

- Eu já disse, eu não imaginei que fosse tanto. Eu não tive culpa do que aconteceu! Foram eles!

Eu fechei os olhos por alguns segundos, sentindo um aperto forte em meu peito. Soltei um suspiro e voltei a encará-lo.

- Certo. Eu quero todos esses documentos, eu quero tudo que você tiver! E se o fizer, deixo você ir para outro lugar. Só quero que suma.

- Como posso ter certeza que não vão me prender? Se não vão me matar?

- Você não tem que ter certeza, tem que fazer o que estou mandando! – ela aproximou seu rosto do dele, e sussurrou. – Eu vou te dar uma boa quantia em dinheiro pra você se esconder no núcleo da terra se for preciso, mas eu quero absolutamente tudo sobre Christopher Collins.

- Ok! Eu tenho os documentos guardados, ele pensa que joguei fora os originais, mas escondi todos. Talvez eu tenha algo muito melhor para vocês.

- Se você me ajudar, garanto que não irá se arrepender.

A loira caminhou lentamente, fazendo o barulho de seus saltos ecoarem naquela sala parcialmente vazia.

- Eu posso ser boazinha com quem colabora. Mas se eu souber que está mentindo, eu vou achar você até no inferno se for preciso, mas eu acabo com a sua vida.

Ele abaixou a cabeça e balançou de um lado para o outro.

- Eu quero que você me entregue tudo, e quando o fizer eu deixo você ir. Mas suma daqui, porque terá não só um, mas três lados para correr. Será Christopher, a policia e eu.

- Quem é você? Eu sei que tem mais pessoas aqui, eu sinto!

- Não te interessa! Trate de pensar em tudo que tem, eu vou resolver outras coisas, mas volto mais tarde pra continuarmos a nossa conversa.

Eu me levantei daquela cadeira, fitando o corpo de Heitor amarrado e totalmente sujo. Senti uma profunda vontade de descontar o que eu estava sentindo naquele momento, mas não era ele o foco principal. Então apenas caminhei em direção a saída, sendo seguida por Dinah e Normani.

- Está tudo bem? – Normani perguntou tanto para mim quanto para Dinah.

Eu apenas assenti, e Dinah fez o mesmo. Apesar de eu ter me preparado psicologicamente para tudo aquilo, certas coisas ainda me deixavam incrivelmente abalada. Mas era forte o suficiente para ultrapassar.

“Camila!” a voz de Lauren ecoou alto pelo corredor depois da forte batida na porta de ferro.

Meu corpo inteiro estremeceu em puro susto, com a idéia de ela me descobrir. Encarei ambas as mulheres de olhos arregalados a minha frente, e depois respirei fundo, tentando me acalmar.

“Onde está Camila? Infelizes! Eu vou matar vocês!”

Lauren gritava enquanto batia na porta de ferro, causando um barulho terrível no galpão. Um dos capangas logo entrou em meu campo de visão, seguindo rumo à sala onde Lauren estava; assim que o mesmo notou minha presença recuou alguns passados acanhado. Transformei minha expressão agora séria, e, caminhei na direção do mesmo.

- Chame mais dois, e entrem aí. Eu a quero desmaiada.

- Sim senhora.

- E preste bem atenção como vai fazer isso, ok? Se eu ver um só arranhão nessa mulher, vocês vão se ver comigo. – soltei em um tom ameaçador, mesmo sabendo que Dinah e Normani estavam bem próximas.

Ele assentiu.

- Não se esqueça de Christopher, o quero apagado também. Os dois.

- Deixe comigo, senhora. – ele falou antes de se retirar.

“Meu Deus, me falem onde ela está! Desgraçados! O que querem??”

Ela batia na porta enfurecida, como se quisesse a todo custo me encontrar. No fundo eu me sentia extremamente culpada por enganá-la de tal maneira, mas não havia nada que eu pudesse fazer. Tudo ali foi minuciosamente planejado para acontecer, e eu não poderia mudar, não até o final do jogo.

“Merda!”

Eu me aproximei mais da porta, como se pudesse senti-la do outro lado. Um suspiro pesado deixou meus lábios, e então me afastei sob o olhar de minhas cúmplices. Dinah me encarava com uma expressão que dizia “você está ferrada” e eu realmente estava.

- Vamos até a nossa sala, precisamos fechar os detalhes. – soltei ao passar entre as duas.

Assim que entramos em nossa sala novamente, Dinah desandou a falar:

- O que vamos fazer agora? Você já esta com esse plano na cabeça e eu preciso saber de todos os detalhes.

Caminhei até a mesa, onde escorei meu corpo lentamente.

- Vamos fazer o que combinamos. Vou deixar Lauren e Christopher do outro lado da cidade, em algum lugar vazio. Eles vão conseguir entrar em contato com Normani e as outras meninas, logo vamos pedir o meu resgate. – soltei tudo tranquilamente. – E você finja estar preocupada, por favor.

- Melhor pedir 15 milhões. Eu acabei de oferecer 10 ao Heitor, e eu quero os cinco que devolveu por causa da sua namoradinha.

- Dinah... – Normani murmurou.

Eu revirei os olhos de forma quase tediosa, fazendo a loira rir.

- Tudo bem, 15 milhões.

- Eu vou voltar para a delegacia. Vamos manter o contato. – a mulher falou ao nos fitar.

- Certo. Vamos avançar mais essa casa. Eu encontro com vocês em breve, meninas.

 

Lauren Jauregui’s point of view.

 

Bati com força na porta mais algumas vezes em busca da atenção dos homens do outro lado, mas nenhum se manifestou. Eu só precisava de alguma noticia de Camila, a ausência da mesma na sala onde estava Christopher e eu me deixava cada vez mais apreensiva. Eu sentia meus punhos doloridos pelas cordas que o amarravam, mas com toda certeza, eu estava bem melhor do que Christopher. Os homens ainda me deixaram sobre um colchão velho, e as cordas só envolviam minhas mãos, com o empresário era totalmente diferente. Ele estava jogado no chão, com o corpo totalmente amarrado.

- Pare com esse barulho infernal. Vai acabar irritando eles! – o homem resmungou mal humorado. – Ela deve estar bem!

- Você não sabe de nada! Que espécie de marido você é?

- Do tipo esperto que não quer que nenhum de nós morra por insistência e rebeldia.

- Ela pode estar sofrendo em outra sala!

Ouvimos barulhos vindos da porta, eu logo me afastei rapidamente quando os homens entraram com os rostos vendados. Eles carregavam pistolas e canivetes nas mãos, mas nem mesmo aquilo me deixava com medo o suficiente para me submeter suas ordens.

- Onde está Camila? – eu perguntei ao que julguei ser o mandante. – Falem! – gritei.

- Cala a boca! – exclamou um deles.

- Lauren!  - Christopher murmurou.

- Me diga onde ela está!

“Peguem eles!”

- Eu falei, porra! – ouvi a voz de Christopher no fundo.

Eu não tive temo sequer de reagir, dois dos homens se aproximaram, forçando um pequeno pedaço de pano contra meu nariz. Eu movimentei meu corpo, mas senti o mesmo sendo embalado pelos braços agressivos dos capangas. Meu campo de visão perdeu a nitidez, agora me restando apenas à escuridão.

 

[...]

 

Meu subconsciente alarmava como um sensor de proteção em meu cérebro; eu me movi devagar, sentindo o corpo inteiro doer, como se cada musculatura tivesse sido friamente maltratada. Meus olhos se abriram com dificuldade, capturando uma imagem desfocada e turva do céu aberto e iluminado pelo sol. Eu sentia meu corpo pesado, como se meu cérebro não estivesse mandando as coordenações exatas para que ele se movesse. Eu sentia sede; a garganta estava seca e os lábios totalmente ressecados. Deslizei a ponta da língua sobre os mesmos, sentindo o gosto parcial de areia.

- Droga... – murmurei baixo, seguido por um gemido de dor.

Com dificuldade ergui meu corpo, sentindo minhas costas arderem em dor. Sentei sobre o chão de areia fina e amarelada. Fechei os olhos e abri novamente em uma tentativa de enxergar melhor e, de pouco em pouco, aquilo pareceu fazer efeito. Assim que retomei totalmente a consciência, a confusão se instalou em mim. Olhei a minha volta, enxergando apenas uma enorme extensão de um campo abandonado. Eu já não estava no interior daquele galpão escuro e sombrio, pelo contrario, o lugar agora era totalmente aberto e ausente de qualquer tipo de maneira para me fazer permanecer presa. Eu estava literalmente no meio do nada, não havia sinal de qualquer habitação ao redor, exceto pelo casebre de madeira abandonado ao fundo, mas de resto, apenas montanhas, areia e mata. Mesmo com as dores, levantei do chão, cambaleando para finalmente me manter em pé.

- Céus...

Foi à única palavra que deixou minha boca ao ver o corpo de um homem jogado mais a frente, era Christopher. Me aproximei do mesmo que estava estirado sobre o chão a metros de distancia longe de mim; assim como eu, o empresário tinha as roupas sujas e empoeiradas. Ele contava com alguns hematomas em sua pele, perto da boca e nas maçãs agora arroxeadas de seu rosto, talvez causado por socos e tapas. Por uma razão desconhecida, ou sorte, os capangas não ousaram me bater, muito menos me deixar marcas. Eu estava dolorida, mas em conseqüência das horas em que fiquei amarrada e jogada ao chão.

- Christopher! – Exclamei nervosa ao me ajoelhar ao seu lado. – Acorde!

Levei minha mão até seu pescoço, pressionando dois de meus dedos sobre o seu ponto de pulso. Ele estava vivo.

- Acorde, pelo amor de Deus. Nós temos que sair daqui.

Dei leves tapas em seu rosto em uma tentativa de fazê-lo despertar. Aquilo não parecia funcionar, mas de forma insistente continuei. Precisávamos sair dali, precisávamos de ajuda. Eu não descansaria até saber que Camila estava salva e bem.

- Que inferno! Acorde, infeliz! – resmunguei ao puxar sua camisa e empurrar novamente, fazendo seu corpo bater contra o chão.

Ergui meu corpo, ficando de pé novamente. O sol forte fazia meus olhos se estreitarem em busca de uma melhor visão daquele lugar.  O campo era muito extenso, o que me fazia pensar no quanto eu teria que andar para conseguir ajuda de qualquer habitante, se é que havia algum naquele lugar. Ouvi o resmungar baixo, acompanhado de um gemido de dor. Meus olhos pousaram sobre o corpo de Christopher, que agora estava tossindo sem parar.

- Finalmente!

- Onde estamos? – murmurou em meio aos gemidos de dor.

- Eu não faço ideia, mas preciso que levante. Nós temos que procurar ajuda. – as palavras saíram apressadas.

- Onde está minha esposa? Camila?

- Ela não está aqui, e é justamente por isso que você tem que levantar e andar comigo em busca de ajuda! – exclamei nervosa

- Será que a mataram?

- Oh, merda! Não vale besteira! – virei em sua direção, lançando-lhe um olhar quase assassino. – Se ficaram com ela lá, teve um objetivo, que nós temos que descobrir. Agora levante.

Ele parecia ter muita dificuldade em se levantar, então me aproximei dele e estendi a mão para puxá-lo. Ele ergueu seu corpo, se colocando de pés ao meu lado. Nós caminhamos juntos até o casebre de madeira que ficava a bons metros de onde acordamos; mas não havia nada que pudesse nos ajudar naquele instante. O local estava totalmente degradado, com teias de aranha e partes dos cômodos quebrados, contendo apenas objetos velhos e sem utilidade alguma em seu interior.

- Inferno! – Christopher exclamou ao chutar um objeto no chão. – Malditos! Eu vou matar todos esses caras quando pega-los.

- Minha vontade é a mesma, pena que não posso fazer. – resmunguei enquanto saiamos da casa.

Nós caminhamos pela estrada de areia por cerca de horas; eu sentia minhas pernas doloridas, a garganta cada vez mais seca. Meu corpo já não parecia obedecer tão bem aos comandos, e para melhorar, ainda precisava aturar o marido de Camila resmungar sobre as dores o feito dos bandidos. Eu sentia vontade de socá-lo com tamanha raiva que me consumia, mas minha cabeça girava apenas nas possibilidades de onde estava Camila, e o que eles fizeram com a mesma. Aquilo realmente estava me atormentando, deixando-me ainda mais enfurecida e estranhamente preocupada. Entretanto, era como um gás que motivava a correr atrás de encontrá-la, e tira-la das mãos de seus seqüestradores.

- Será que ainda não colocaram uma equipe de buscas? Eu não acredito que aquele infeliz do Brandon não fez nada até agora, ele...

Eu respirei fundo, contando de um até cem silenciosamente em meus pensamentos, em uma maneira de fazer meu cérebro bloquear qualquer efeito sonoro de Christopher ao meu lado. O homem desandou a reclamar de tudo desde que o levantei do chão, se eu soubesse de toda perturbação mental que sofreria, teria o deixado jogado lá mesmo.

- Uma equipe totalmente incompetente, e despreparada..

Eu ergui a cabeça e ao fundo avistei a poeira da estrada sendo levantada; estreitei meus olhos, quando um suspiro de esperança surgiu. Havia um carro, talvez um caminhonete seguindo em nossa direção.

- Vou ter uma reunião e mandar uma reclamação..

- Você pode calar a porra da boca por um minuto? – gritei, fazendo o homem me fitar de olhos arregalados – Tem um carro vindo, grite para ele!

Christopher me lançou um olhar enfurecido, mas não retrucou. Gritamos e acenamos para o carro que se aproximava, e um senhor de cabelos grisalhos parou o veiculo, abaixando o vidro da caminhonete lentamente. Ele nos encarou de forma assustada, talvez pelo estado deplorável de nossas roupas e os hematomas no rosto do homem ao meu lado. Nós pedimos ajuda, e de forma compreensiva e gentil, ele nos deu carona até um estabelecimento mais próximo. Eu agradeci ao senhor, enquanto Christopher ainda tratava de reclamar, agora eu sentia ele mais enfurecido do que há minutos atrás.

Uma mulher de certa idade, dona do estabelecimento que julguei ser um pequeno mercado, nos ofereceu seu telefone para que pudéssemos pedir ajuda. Eu agradeci e aceitei, discando rapidamente o numero de meu telefone na delegacia. Fui atendida por Vero que exclamou alto e de forma nervosa como estava aliviada ao me encontrar, que já havia acionado a policia inteira por nosso desaparecimento. Eu entreguei os dados fornecidos pela senhora, para que ela pudesse mandar uma equipe ao nosso encontro o mais rápido possível. Christopher estava sentado em um dos bancos, enquanto limpava os ferimentos com um pequeno pano molhado. Descansei sobre uma das cadeiras, enquanto tomava toda a água contida no copo de vidro. Ele não trocou sequer uma palavra comigo desde o momento em que o mandei calar a boca, pelo menos obediente ele era.

- Delegada. – a senhora se aproximou. – Você quer mais alguma coisa?

- Não, já está ótimo. Obrigada mesmo por nos ajudar.

- Não precisa agradecer, eu jamais negaria ajuda em algo tão importante. O rapaz ali me disse que a mulher ainda está presa, eu sinto muito.

Meus pensamentos vagaram por Camila, e no que ela poderia estar passando agora. A sensação de impotência era terrível, quando minha única vontade era de tê-la nos braços e dizer que tudo ficaria bem. Fiquei conversando com a senhora por longos minutos, até que ouvi o barulho de carros chegando. Levantei da cadeira onde estava, caminhando em direção a porta.

- Oh, céus, Lauren! Eu quase morro do coração. – Vero exclamou ao vir ao meu encontro em um abraço apertado.

Eu envolvi o corpo da mulher com meus braços, apertando forte seu corpo contra o meu.

- Somos duas, Vero.

- Lauren! – Ally se adiantou, e assim que Vero me soltou a mesma me agarrou em um abraço. – Fiquei preocupada.

- Está tudo bem, ou quase tudo. – sussurrei.

- Agente Jauregui, que bom que está bem! – Normani me abraçou fortemente.

Outros policiais ajudavam Christopher, enquanto eu mantinha uma conversa com as meninas.

- Nós precisamos achar esse lugar, eu não faço a menor idéia de onde seja. Só que é um galpão abandonado.

- Temos que acionar mais equipes!

- Acionem todas que puder, e coloquem escutas nos telefones da casa do Collins. Eles vão pedir algo em troca, não podem ficar com Camila. – soltei nervosa.

- Vamos voltar para a delegacia. Você pode ir pra casa e descansar um pouco. – Ally murmurou preocupada.

- Allyson, eu não vou conseguir dormir até encontrar Camila.

- Você precisa se acalmar. – Normani falou de forma sincera.

- Não posso, só de pensar no que eles podem fazer com ela, eu sinto vontade de matá-los.

Eu já não estava me importando com que elas iriam pensar de toda minha preocupação com a latina, aquilo era o que menos me importava no momento. É claro que eu teria que enfrentar bons questionamentos mais tarde, mas não era algo que me atormentava.

- Nós temos que ir. – disse em direção a Christopher.

- Temos, assim posso chamar alguém de qualidade para resolver esse problema.

Eu virei em sua direção, franzindo o cenho de forma confusa. Meus olhos pousaram sobre os leus, conectando nossos olhares que se cruzavam de forma quase assassina.

- Do que está falando?

- Que você é a culpada de tudo isso! Se fomos seqüestrados é porque o seu serviço não vale de nada!

Christopher gritou em alto e bom som, atraindo os olhares de todos que estavam naquele lugar. Eu senti meu corpo inteiro entrar em ebulição, como se o ódio acumulado de todas as outras sensações ruins que sofri nas ultimas horas estivesse se juntado.

- Minha culpa? A culpa é toda sua, seu imbecil! Eu sou responsável por cobrir a segurança da sua esposa e não sua! Ela estaria salva se estivesse com seus malditos seguranças, porque eu teria a tirado daquele inferno de carro, e deixado você na mão daqueles desgraçados!

Ele me encarava abismado com a audácia na qual me pus diante dele. Eu não estava me importando com seu nível econômico, ou até mesmo com seu poder diante Brandon. Eu não deixaria que ele despejasse sobre mim a culpa de algo que não estava em minhas mãos resolver, não sozinha.

- Eu tenho certeza que aqueles caras queriam você! E não ela! Mas agora viram um ponto fraco, e vão abusar disso!

- Você não sabe de nada! É apenas uma policialzinha de merda!

Fechei minhas mãos em pulsos, tentando controlar a vontade que eu tinha de esmurrá-lo naquele instante.

- Já deveria ter resolvido essa droga de caso, mas não! Estou sendo roubado sem parar.

- Seu infeliz, tudo estava seguindo bem! Eu já tinha suas malditas provas! Você só pensa na merda do seu dinheiro? Quando sua esposa está nas mãos de homens que podem matá-la?

- Por que está tão preocupada? Por que se esforça tanto? – indagou furioso ao dar um passo a frente.

Nós nos encarávamos frente a frente, em uma troca de olhares enfurecidos e assustadores. Minha respiração estava ofegante, eu apertava meus dedos com força em uma maneira de segurar minha raiva.

- Porque é o meu trabalho cuidar dela, fui contratada para isso! E eu vou salvar Camila, custe o que custar.

- Lauren... – ouvi a voz de Vero, acompanhada de um toque suave em meus braços.

- Meu Deus! – Ally exclamou. – Alô?

Eu tirei os olhos dos de Christopher, e encarei Allyson que estava com uma expressão assustada.

- Eu vou passar para ela, um instante!

Ally caminhou rapidamente em minha direção, entregando-me o aparelho celular com as mãos tremulas.

- São os seqüestradores, querem falar com um de vocês.

Eu capturei o celular rapidamente de suas mãos, e toquei no pequeno ícone que acionava o viva voz.

- Alô?

Uma voz grossa e rouca, que julguei ser do mandante entre os capangas desandou a falar:

- Preste bem atenção, eu estou com a madame aqui. E estou até sendo muito bonzinho com vocês, mas não pretendo continuar assim.

- O que você quer? – soltei nervosa. – Onde está Camila?

- Cala a boca, apenas escute!

Troquei um olhar com Christopher, que parecia tão tenso quanto eu.

- Eu quero que consiga quinze milhões de dólares pelo resgate até o final da noite.

- O que?! – Christopher exclamou incrédulo.

- É isso mesmo que ouviu. Se não conseguirem o dinheiro até o fim da noite, eu vou ser obrigado a me livrar dela. E eu garanto que não vou fazer uma forma gentil.

“Lauren...Chris..”

Meu coração acelerou em batidas frenéticas ao ouvir a voz chorosa de Camila ao fundo; senti como se alguém estivesse o segurando com força, causando-me aquele desconforto, aquela dor. Eu me sentia fraca, impotente enfurecida.

- Nós vamos conseguir o dinheiro! Não faça absolutamente nada com ela, por favor. – eu sussurrei.

- Eu quero o dinheiro em espécie. Nada de transferências. Vou encontrar apenas com a policial, e ela tem estar totalmente sozinha, então me ouvindo bem? Se vier alguém com ela, eu atiro nessa mulher. E eu não vou me importar em fazer isso.

- Eu vou, mas me diga o lugar!

- Entro em contato em quatro horas para confirmar o endereço.

- Nos deixe falar com ela! Por favor!

“Me ajudem, por favor, Me tirem daqui”

A voz desesperada de Camila ao fundo fez todo meu corpo arrepiar. Eu engoli em seco, recebendo o afago amigo de Verônica, que dentre todos ali, era a única que sabia de minha ligação com Camila.

- Quatro horas. – foram as ultimas palavras antes do celular ser desligado.

- Nós temos que conseguir o dinheiro. – me dirigi a Christopher.

- Eu vou trocar de roupa e vou ao banco fazer a retirada do valor.

Eu neguei com a cabeça rapidamente.

- Não, nós vamos agora. Entre no carro, e diga qual é o seu banco.

Caminhei em direção a viatura estacionada ao lado de fora sobre os olhares de todos ali presente. Virei em direção à senhora que gentilmente nos recebeu e agradeci de forma sincera pela sua ajuda. Recebi um olhar fraterno e um incentivo para encontrar Camila. Despedi-me e segui rumo ao automóvel do lado de fora.

- Lauren, você pode descansar um pouco. Nós vamos acompanhar Christopher até o banco para retirada do dinheiro.  – Normani informou ao se aproximar. – De noite você vai na missão de salvar a Sra. Collins.

- Não, eu preciso resolver isso logo.

- Laur, escute a Normani. Você só vai se desgastar indo até o banco. Vá para casa, tome um banho enquanto conseguimos o dinheiro com o Christopher.

Mesmo a contra gosto eu aceitei o plano de minhas amigas, e fui deixada em meu apartamento, enquanto as outras seguiram com Christopher para o banco. Tomei um banho, deixando que a água morna derramasse sobre os músculos tensionados de meu corpo. Após sair, vesti roupas leves e caminhei em direção a sala enquanto retirava o excesso de água de meus cabelos. Parei diante o meu organograma, encarando todos os sistemas interligados.

- Isso é bem mais complexo do que imaginei.

Encarei os rostos daquelas fotos por um determinado instante. Fechei meus olhos, deixando que as imagens do seqüestro, das humilhações de Christopher, dos momentos com Camila se misturassem minha cabeça. As coisas pareciam rodar como um filme em meu cérebro, mas em de forma desordenada e rápida. Eu respirei fundo, sentindo meu coração acelerar e minha respiração se alterar. Eu estava suando frio.

- Merda... – exclamei ao abrir os olhos e encarar o quadro novamente. Deslizei as mãos pelo mesmo com força, fazendo com que o organograma se desmanchasse por inteiro.  – Faça o seu trabalho. – sussurrei.

 

[...]

 

Pressionei a bagana do cigarro contra o batente de concentro na área de externa da delegacia, vendo o mesmo se apagar por completo antes de ser jogado ao chão. Eu respirei fundo, tentando me manter o mais calma possível, evitando a todo custo que a ansiedade tomasse conta de mim. Já era noite, e eu estava devidamente pronta para buscar Camila, mas até o presente momento os seqüestradores não haviam dado sequer um sinal de onde eu poderia encontrá-la. A maleta com os quinze milhões de dólares estava no interior de minha sala aos cuidados de Vero e Ally; Christopher havia deixado logo após a saída do banco, no qual foi devidamente escoltado por Brandon e mais dois homens.  Já passava das nove, e nenhum dos celulares havia tocado.

Meus pensamentos confusos vagavam pelos momentos que tive com Camila, desde o primeiro contato no Jared’Drink’s, até os acontecimentos na Suíça. Eu me encontrava totalmente perturbada com a idéias que rondavam meus pensamentos, mas tratei de afastar todas e apenas fazer o meu trabalho. Era por isso que eu estava ali, não?

- Lauren!

Ouvi a voz de Vero que corria em minha direção. Ela parecia nervosa e ofegante, eu me aproximei e recebi um pequeno papel que estava em suas mãos. Os outros policiais envolvidos no caso, junto de Christopher e Brandon saíram para a área externa conosco.

- Acabaram de ligar, e deram apenas esse endereço.

- Tentem rastrear a linha o mais rápido. Eu vou salvar Camila.

- Você tem certeza que não quer uma equipe? Nós podemos ficar escondidos.

- Vero, vamos fazer do jeito deles. Eu não quero que nada dê errado.

- Aqui está o dinheiro, salve a minha mulher.

Encarei Christopher de forma séria, assim como ele fazia. Havia agora um clima pesado entre nós, como se a qualquer instante pudéssemos sair em uma briga sem fim. Eu apenas capturei a mala de suas mãos, e virei meu corpo diante as minhas companheiras de delegacia.

- Eu vou manter contato com vocês assim que eu estiver com a Sra. Collins.

Me despedi de todos, e desci as escadarias em direção ao meu carro. Despejei a maleta com a quantia em dinheiro no banco do carona, enquanto me acomodava no banco do motorista. Lancei um ultimo olhar para todos os outros que estavam na entrada da delegacia, e só então arranquei com o carro. O lugar indicado no endereço era totalmente longe do centro da cidade, ficava em uma área mais rural, sem a presença de casas ou prédios. Eu segui com ajuda do GPS pelas estradas de areia, extremamente parecidas com as que caminhei na parte da manhã. O clima estava totalmente fechado, as nuvens cobriam boa parte do céu de Nova Iorque, sendo iluminado apenas pelos raios que cortavam o espaço, trazendo consigo o barulho dos trovões.

Parei com o carro no exato instante em que o GPS sinalizou que eu havia chegado ao ponto indicado pelo endereço. Sai do carro, e como um dejavu me deparei com um campo extenso e totalmente vazio. Somente os faróis de meu carro iluminavam o local tomado pelo a escuridão da noite. Eu me encostei no veiculo, e senti as pequenas gotas contra minha pele.

- Droga...

Entrei no carro novamente, observando a chuva cair e aumentar gradativamente com o tempo. Olhei para o meu relógio, quando um foco de luz chamou minha atenção. Encarei pelo para brisa que recebia a água torrencial da chuva, quando novamente o foco de luz piscou, eram faróis. Estreitei os olhos, quando os faróis novamente se acenderam, dando-me a imagem de um homem encapuzado com um fuzil preso ao seu braço, ao seu lado o outro jogou um corpo no chão.

Camila.

Olhei para a arma sobre o banco ao lado da maleta prateada. A coloquei no coldre axilar, para em seguida fechar minha jaqueta parcialmente. Segurei a mala, e sai do carro. Deixando os faróis ligados, para me oferecer uma visão parcial do caminho que eu iria seguir até os homens. A chuva banhava meu corpo, encharcando-me rapidamente pela intensidade.

- Está com meu dinheiro? – gritou ele enquanto mantinha a arma apontava para o corpo de Camila.

Ela estava ajoelhada no chão, seu corpo estava rodeado por cordas grossas, e sua boca devidamente tapada com um pedaço de pano. Ela mantinha a cabeça baixa, mas levantou devagar assim que ouviu minha voz.

- Eu estou com seu dinheiro, está todo aqui. – disse ao erguer a maleta.

- Se você trouxe alguém, nós vamos matar todos. Saiba disso! – ele parecia enfurecido, empurrava o cano na arma contra o topo da cabeça da mulher.

Eu parei de caminhar, mantendo uma distancia segura entre nós.

- Eu estou sozinha! Por favor, deixe-a em paz! – gritei.

Meus olhos encontraram os de Camila, e ela parecia abalada demais para me encarar.

- Como posso ter certeza?

- Confie em mim. Eu estou com todo o dinheiro nessa maleta, apenas me deixe ficar com ela!

- Você!  - ele gritou para um dos homens. – Vá até ela devagar e pegue a maleta Ande!

O capanga assentiu e caminhou lentamente em minha direção. O mandante que estava ao lado de Camila ergueu o fuzil, mirando em minha direção, enquanto seu auxiliar caminhava debaixo do temporal a meu encontro. Meu coração estava vibrando em batidas desesperadas somente com a possibilidade de tudo que poderia acontecer naquele momento.

- Me passe à merda da maleta!

Pela estatura e tom de voz, julguei ter sido mesmo que acertei com o cotovelo, tendo o nariz quebrado. Seus olhos escuros me encararam firmemente, sem desviar por um segundo.

- Vai, porra!

- Eu quero que soltem ela primeiro!

- Ah, porra. Entregue a merda da maleta para ele de uma vez! – o mandante empurrou o corpo de Camila que foi ao chão molhado. – Não tente se fazer de valente, eu não estou brincando!

Naquele instante todas as possibilidades de atirar nos homens passavam por minha cabeça, mas dentre tantas opções, nenhuma deixava a vida de Camila totalmente segura. Eu respirei fundo, e ergui a maleta para o homem que em um ato rápido a tomou de minha mão. Eu o vi caminhar em direção ao mandante em passos rápidos, enquanto ele ainda apontava seu fuzil em minha direção.

- Abra a maleta! – ordenou ainda com os olhos pousados em mim.

O capanga abriu o objeto, dando a visão de todos os bolos de dinheiro no interior da maleta.

- Eu quero que você fique afastada, e só se aproxime no instante em que entramos no carro, ouviu bem?

Eu apenas assenti, enquanto contava os segundos para ter Camila em meus braços. O homem recuou alguns passos, caminhando de costas até o carro que o esperava ao fundo. Ele mantinha a mira de sua arma apontada para a morena o tempo inteiro, como se quisesse ter a certeza que eu não faria absolutamente nada. Um terceiro homem abriu a porta, e o mesmo entrou. Agora todos eles estavam dentro do carro, e tudo que eu pude ouvir foi ronco do motor soar alto.

- Camila!

Eu corri em sua direção, vendo seu corpo cair sobre o chão sujo e molhado. Ajoelhei-me ao seu lado, erguendo-a para meu colo, para em seguida puxar o pano que cobria sua boca.

- Lauren... – ela sussurrou fracamente. – Que bom que está aqui..eu..

A chuva caía sobre nós em uma intensidade grande, banhando nossos corpos agora parcialmente sujos de lama. De forma afoita tentei desamarrar as cordas que envolviam seu corpo, tendo o cuidado para não machucá-la mais. Camila tinha hematomas em seu corpo, e alguns pequenos cortes na boca e sobrancelha. Ergui a cabeça vendo o carro se afastar ao fundo, a ponto de sumir totalmente na escuridão. Puxei as cordas, libertando a mulher que se agarrou em meu corpo rapidamente. Ela estava nervosa em meio as lagrimas.

- Obrigada! Obrigada, Lauren... sua voz embargava em meio a emoção.

- Shh, não precisa agradecer. Está tudo bem.. – disse ao apertar seu corpo delicadamente contra o meu.  – Não vou deixar que mais nada aconteça com você, Camz.

- Promete?

- Eu prometo.

 

 


Notas Finais


Os erros eu arrumo depois. Até o próximo capitulo


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