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História Xeque-Mate - Fraquezas


Escrita por: ShewantsCamz

Notas do Autor


Olá amizades!
Como estão essa noite? Espero que bem! Depois da atualização da bebê Royals hein. Vocês já viram o trailer lindo que a Camila (Brow) fez? Se não, vão ver logo após acabar de ler isso aqui. Obrigada, de nada.
Enfim, sei que estão curiosos para saber o que acontece com camren nesse capitulo. Então aqui vamos nós!
Ahh! uma coisa importante! Vai sim ter o especial The Stripper, e provavelmente o primeiro capitulo sai amanhã! Aee!
Agora sem mais papos, vamos ao que importa!
Boa leitura :)

Capítulo 6 - Fraquezas


Lauren Jauregui Point Of View

 

O jardineiro de boa idade cortava os galhos que estavam fora do lugar no jardim da frente. A mansão Collins contava com uma enorme extensão de terreno, um gramado bem cuidado, e um belo chafariz no centro do espaço, onde a todo instante jorrava água, repetidas vezes. O homem parecia concentrado em seu serviço,o que atraiu minha atenção até ouvir a voz aveludada ao fundo.

“Agente Jauregui.”

Eu senti aquele arrepio percorrer minha nuca assim que senti a mulher se aproximar. Virei de frente para a morena, deparando-me com a visão mais tentadora daquela manhã. Engoli em seco, deixando que meus olhos fracos analisassem cada mínimo detalhe da latina.

- Karla. – foi o que conseguir pronunciar.

A mulher curvou o canto dos lábios em um sorriso cínico, provavelmente se dando conta de como eu praticamente a engolia com os olhos. Em minha defesa, eu tentei empregar todas as minhas forças no pingo de sanidade que me restava. Camila estava nesse exato instante a minha frente, usando apenas um mini short de tecido soltinho, na parte de cima um pequeno top preto cobria seus seios. Ela tinha uma toalha branca nas mãos, no qual delicadamente deslizou por seu pescoço, onde pequenas gotas de suor escorriam.

-...Quer dizer, Sra. Collins.

Seu abdômen liso estava totalmente livre diante de meus olhos, igualmente como a parte superior de seus seios. O top tinha um belo decote, eu poderia dizer. Era notável como a latina dava certa atenção ao seu preparo físico, o corpo de Camila era simplesmente invejável, para mim, delicioso.

Não, Lauren.

- Cabello, Lauren. Senhora Cabello. – corrigiu ela. - Enfim, a que devo a honra de sua visita em minha casa?

Eu devo ter piscado mais vezes do que o normal, pois Camila sorriu abertamente antes de se aproximar mais da janela.

- Estou aqui a trabalho, Sra. Cabello. Fui escalada temporariamente para fazer sua segurança particular.

- Temporariamente?

Camila deslizou a toalha por cima de seus seios, atraindo meus olhos teimosos, que se fixaram nos mesmos. Meneei com a cabeça negativamente, e voltei à atenção para um canto qualquer da casa.

- Sim, até encontrarem uma substituta.

A morena assentiu, com um sorriso desacreditado. Onde você esta se metendo, Lauren?

- Isso vai ser interessante.

- O que disse? – me fiz de desentendida.

Os olhos castanhos de Camila se fixaram em mim, e sua expressão se suavizou.

- Nada, Jauregui. Precisamos conversar melhor, quero saber como isso vai funcionar.

- Claro, posso explicar. – falei me afastando dela.

Seria cômico, se não fosse trágico. Eu queria manter distancia daquilo que mais poderia me perturbar ali, mas seria impossível.

- Certo, é melhor você me esperar no escritório particular do Christopher. Eu não quero os empregados ouvindo a nossa... – Camila se calou por alguns segundos, e depois voltou à atenção para mim. – conversa.

- Não vejo problema, Sra. Cabello.

- Mas eu vejo, agente Jauregui.  – disse em tom decidido. – Eliza!

Camila chamou. Em poucos segundos a mulher se apresentou na sala, devidamente uniformizada.

- Leve a agente Jauregui até o escritório de meu marido. Eu vou tomar um banho, e logo desço.

- Sim senhora. – a mulher falou rapidamente.

- Ofereça algo para tomar, por favor, Eliza. – disse para a empregada. - Prometo não demorar, Lauren.

Eu apenas assenti, antes de seguir a direção na qual Eliza me indicava. A mansão de Camila era simplesmente impecável, tudo da mais alta qualidade. Se notava a léguas a fortuna que seu marido carregava. A senhora a minha frente caminhava apressadamente em direção ao final do corredor, onde educadamente abriu uma das portas.

- Aqui, senhora.

Passei pela porta, entrando no escritório de Christopher. Tão luxuoso quanto os que haviam na Collins Enterprise, pensei ao notar todo o ambiente.

- Deseja tomar alguma coisa? Café, suco, um chá talvez.

- Um suco, eu aceito.

A mulher assentiu com um sorriso gentil nos lábios.

- Tudo bem, volto em breve.

A empregada se retirou, deixando-me totalmente sozinha naquela sala. Caminhei pela sala extensa, tendo minha atenção atraída por alguns retratos que se encontravam na parte superior da lareira que havia ali. Na maioria das fotos Camila estava ao lado de Collins com um sorriso desafiador, típico da latina. Os dois pareciam ter sido feitos uma para o outro, ou não. Confesso que desde que pus meus olhos na latina, e descobri que ela era a esposa de Christopher, a curiosidade de saber o motivo de sua pulada de cerca me atormentava. Será que Collins não era tão bom assim? Ou Karla tinha um certo desejo maior por mulheres?

Meneei com a cabeça, tentando afastar aquelas idéias de minha cabeça. Minha tarefa ali era clara. Depois de horas pensando na proposta de Brandon, eu aceitei. Mas com um único objetivo. Eu conheceria Christopher Collins, e a partir daí apontaria o possível culpado pelo furto em suas empresas. Aquele caso era o numero um para mim, o inicio de minha carreira, e eu faria de tudo para desvendá-lo.

- Com licença. – Eliza disse ao entrar na sala comum bandeja nas mãos. – Aqui está seu suco, agente Jauregui.

- Obrigada.

- Desculpe perguntar, mas a senhora vai trabalhar aqui?

- Por enquanto sim, por quê?

- Nada, apenas curiosidade.

Eu sorri para a mulher, se devolveu antes de se retirar.  Eu sentei no sofá de couro preto que havia ali, já havia passado uns bons minutos e nenhum sinal de Camila. Eu estava começando a cansar de esperar. Inclinei-me um pouco para frente, deixando que meus cotovelos descansassem sobre minhas coxas. Tomei o restante do suco em meu copo, e depois depositei o copo sobre a pequena mesa de centro a minha frente. Sobre a mesma eu pude ver um pequeno tabuleiro de xadrez, com as peças de vidro devidamente arrumadas. Capturei delicadamente uma das peças, analisando-a por completo, antes de colocar ela sobre o lugar onde antes estava.

- Gosta de xadrez, Lauren? – Ouvi a voz de Camila perguntar.

Tirei minha atenção do tabuleiro e fitei a morena a minha frente. E porra, ela só poderia estar brincando com meu psicológico. Camila usava um short relativamente curto, na cor creme. Uma blusa soltinha azul marinho, de caimento na gola, permitindo que seus ombros e sua clavícula ficasse a mostra. Nos pés um scarpin delicado, na cor preto.

- Eu...não sei jogar.

Camila sorriu de canto, e caminhou em direção a uma bancada. A morena devagar pegou duas taças pequenas, onde despejou uma quantidade de bebida, pelas cerejas em ambas as taças, julgaria ser Martini.

- Xadrez é um jogo interessante. Precisamos ser bem astutas se quisermos ganhar. – disse ela serenamente.

- Eu nunca me interessei em aprender.

Camila me estendeu uma taça.

- Eu não bebo em horário de trabalho, Sra. Collins.

- Não vai me fazer essa desfeita, Lauren. – disse ela ainda me encarando, com a taça de Martini na mão.

Eu sorri e peguei, tirando um sorriso da morena que se sentou ao meu lado.

- Vou te ensinar como jogar, até o final de sua estadia aqui vai ser profissional. – disse ela ao tomar uma boa quantidade do álcool em sua taça.  – Basicamente se resume em deixar o rei oponente sem qualquer possibilidade fuga, entende? Você precisa ser boa o suficiente para derrubá-lo.

- Parece entender muito bem do jogo.

- Não só desse. – disse com um belo sorriso.

- Não creio que vamos ter tempo para isso.

- Não?

Droga! Aquilo havia sido sugestivo demais.

- Sim, digo, pelo trabalho. – tentei consertar.

Camila assentiu com um sorriso nos lábios. Por uma fração de segundos eu me permiti encará-la, e analisar cada mínimo detalhe daquela mulher. Linda, fodidamente linda. A tensão que se instalava entre nós era devastadora, eu me sentia hipnotizada e quente. A morena virou a taça totalmente, tomando até a ultima gota do Martini.

- Trabalho, eu sei bem. – disse ela antes de pegar a pequena cereja de sua taça e comer.

Fodida, era como eu iria ficar. Levantei rapidamente do sofá, caminhando para bem longe daquela mulher. Camila se encostou canto do sofá, cruzando suas belas pernas, quase totalmente livres.

- Vai andar comigo para todos os lados, Lauren?

Tomei um pequeno gole do Martini, e sem olhar para ela, respondi.

- Sim, vou estar do seu lado sempre que precisar. Creio que aqui dentro não vai precisar de mim, certo?

- Eu ainda vou analisar isso. Pode ser que sim, ou não. Eu decido depois.

Eu tinha a sensação que qualquer palavra que saia dos lábios daquela mulher tinha um duplo sentido. Estava louca por isso?

- Certo. Vai ficar a seu critério. Eu tenho a investigação da Collins em minha mão, então não vou poder ficar integralmente aqui.

- Sem problemas. Pode usar o escritório do Chris, caso precise fazer alguma coisa. Ele dificilmente está aqui.

- Obrigada, mas eu preciso estar na delegacia para isso.

A morena me fitou por alguns segundos, e levantou do sofá. Inclinou-se um pouco para frente, pegando a taça que repousava sobre a mesinha de centro. Dando a maldita visão do belo volume de sua bunda.

- Como quiser, agente Jauregui. Só quero que esteja disponível quando eu ordenar.

Seu tom imponente pesou naquele instante. Nossos olhares cruzaram violentos e intensos. Karla Camila era acostumada com o poder nas mãos, e claramente empregava a quem quer que fosse, mas comigo não seria tão fácil assim.

- Estarei quando for necessário, Sra. Collins.

- Quando eu achar necessário..- disse ela caminhando para mais próximo de mim.

- Creio que não será por muitas vezes.

- Isso quem decide sou eu, Lauren.

Karla parou bem a minha frente, a poucos centímetros de meu corpo. Eu senti minha respiração se alterar, mas não tirei meus olhos dela. O lugar estava extremamente quente, eu sentia minhas mãos formigarem com a maldita vontade de tocá-la. Levei a taça até os lábios, tomando o Martini até a ultima gota. Camila sorriu, e delicadamente capturou a pequena cereja de minha taça, levando até seus lábios que devagar se entreabriram.  Meus olhos gravaram os mínimos detalhes daquela cena, desde o movimento suave de seus lábios, até a pequena gota de Martini deixando à cereja e molhando os lábios da morena.

Porra.

Eu engoli em seco, e suspirei pesado. Me afastando abruptamente daquela mulher. Olhando de canto, notei que ela meneava com a cabeça negativamente, com um sorriso cínico nos lábios.

- Porque eu tenho a sensação que você foge de mim, Lauren?

Eu virei de frente para ela, que novamente se aproximou. Eu me encostei na bancada de bebidas atrás de mim, onde larguei a taça.

- Está enganada, eu não tenho porque fugir. – tentei ser o mais firme que conseguia.

- Não?

Ela se pôs ao meu lado, ainda fixando os olhos em mim, deixando que seus dedos delicadamente tocassem em minha mão que repousava sobre a bancada.

- Não, Sra. Collins. – me afastei novamente.

- Pois parece uma criancinha com medo do bicho papão. – soltou irônica, me fazendo parar no meio do caminho.

- Como é que é? – virei na direção dela.

- Você foge de mim, ou estou enganada? 

- Está muito enganada.

- Então prova, prova que não estou enganada com relação a você. – desafiou ela.

Eu senti meu peito subir e descer em uma respiração pesada. O fio de sanidade que me restava tentava se manter firme a todo custo, mas Camila era mais forte.

- Eu não tenho que provar nada para você! – cortei.

Camila soltou uma risada irônica, e virou seu corpo de costas para mim.

- Foi o que imaginei. Covarde demais. – falou com desdém.

- Me chamou de que?

- Covarde! Medrosa, fraca.

As palavras saiam de seus lábios, ferindo violentamente meu ego. Aquilo não ficaria assim, se ela queria que eu provasse o contrario, assim eu faria. Me aproximei rapidamente da latina.

- Repete! – esbravejei furiosa.

Camila virou de frente para mim, e com os lábios próximo aos meus, ela sussurrou.

- Covar..

Antes da mesma terminar de pronunciar a palavra, eu puxei seu corpo com força, tomando seus lábios ferozmente com os meus. Segurei o corpo da latina, e suspendi, colocando-a sobre a bancada atrás da mesma. Deixamos alguns objetos caírem no chão, mas ela nem se importou. Karla no mesmo instante cercou meu quadril com suas pernas, me prendendo contra si. Levei uma de minhas mãos até sua nuca, deixando que meus dedos entrelaçassem entre os fios de seu cabelo, no qual puxei firme. A morena desgrudou os lábios do meu e sorriu por breves segundos, um sorriso sacana, para em seguida deslizar a ponta da língua por meus lábios.

Maldita.

Tomei os lábios dela mais uma vez. Camila entreabriu sua boca, dando passagem para que minha língua fosse de encontro a sua. Meus dedos ainda apertavam seus cabelos, enquanto a mão livre deslizava pela coxa dela, que me beijava com volúpia. A sincronia dos movimentos de nossa língua me faziam suspirar, era como se nosso beijo tivesse um fodido encaixe. Karla mordeu meu lábio inferior, puxando entre os dentes. Aproveitando para respirar fundo, antes de voltar com a boca junto a minha. Nos beijávamos com tanta gana, que eu poderia sentir meus lábios doerem, em meio a prazer daquele beijo tão delicioso.

A respiração ofegante da mulher estava me deixando inebriada, eu estava ficando completamente fora de mim. Camila arqueou a cabeça para trás, dando-me livre acesso ao seu pescoço. Eu não me fiz de rogada, beijei a pele macia com desejo, enquanto minhas mãos puxavam seu corpo para mais junto do meu. Eu senti as pequenas mãos de Camila ir de encontro a minha jaqueta, arrancando de meu corpo com desespero. Como se precisássemos daquilo mais do que nuca.

A peça de roupa caiu no chão, deixando apenas a fina camiseta. Camila gemeu baixo assim que meus lábios se fecharam em seu pescoço, chupando com força. A bancada balançava com os movimentos de nossos corpos que a qualquer instante poderiam se fundir com tamanha voracidade de nossos amassos. Ela subiu com as mãos para dentro de minha camiseta, arrastando as unhas por minhas costas, me fazendo gemer.

- Oh Deus, não! – sussurrei ao me afastar rapidamente.

Karla me fitou sem entender, seu peito subia e descia rapidamente em uma respiração ofegante, exatamente como eu estava agora. Fechei os olhos com força, e meneei com a cabeça negativamente, antes de pegar minha jaqueta que estava no chão.

- Nós já decidimos os detalhes! – tentei ser firme o suficiente, mas a respiração falha não estava ajudando. - Eu vou voltar pra delegacia.

 Camila sorriu cínica ao descer da bancada. E eu rapidamente caminhei em direção a porta.

- Se tiver alguma emergência, caso precise de mim. Ligue, eu volto. – foram minhas palavras antes de fechar a porta.

“Covarde!”

Ouvi a voz da morena do outro lado da porta, mas continuei a caminhar. No corredor acabei encontrando Eliza, a empregada de poucos minutos atrás. A mulher me encarou com os olhos avaliativos, mas logo me afastei.

Camila estava louca, completamente louca. E está me deixando da mesma maneira.

Abri a porta de meu carro, jogando a jaqueta no banco de carona para logo em seguida entrar. Encostei minha cabeça no volante, deixando que as idéias voltassem ao seu devido lugar. Camila era uma boa jogadora, sabia exatamente o que fazer para desarmar o adversário.

- Droga! O que você fez, Lauren? – esbravejei para mim mesma, batendo forte no volante do carro.

Meneei com a cabeça negativamente, deixando que meus olhos fossem de encontro a casa de Camila, e na janela do escritório de Christopher ela me fitava com um sorriso cínico nos lábios.

- Filha da puta. – sussurrei ao vê-la lançar um beijo em minha direção.

Liguei meu carro no mesmo instante, e arranquei daquela mansão.

 

Camila Cabello Point Of View.

 

A raiva da mulher por ter perdido o controle só me fazia querer mais. Lauren estava agora dentro de seu carro, resmungando algo que eu daria tudo para saber. Assim que seus olhos verdes vieram de encontro a mim, eu sorri e lancei um beijo que provavelmente a fez me xingar. Não demorou nada para que a agente saísse com seu carro dali.

- Ai agente Jauregui, você não faz idéia de onde está se metendo. – falei ao ver seu carro sumir pelos portões da mansão.

Eu sabia que entrar nesse jogo com Lauren era mais perigoso do que eu poderia imaginar. Mas agora não havia a menor possibilidade de voltar atrás, eu já tinha acendido a faísca de uma futura explosão. Durante todos esses anos, ninguém havia conseguido me provocar tantas sensações como aquela mulher. Em uma única noite, Lauren havia me dado o melhor sexo de toda minha vida. Você consegue entender? Sentir os toques, os lábios, o gosto do prazer provocado por aquela mulher era simplesmente inigualável. Modéstia parte eu era uma mulher muito requisitada por homens e mulheres que dariam tudo por mim, mas ninguém me teve como ela. Nem mesmo Christopher.

- Dona Camila, eu... – Eliza se calou ao notar o estado da bancada de bebidas.

Eu segurei um sorriso que teimava em querer sair pela expressão assustada da empregada.

- Sim, Eliza?

- Quer que eu arrume isso? – apontou para a bancada.

- Ah! Claro, acabei deixando cair.

A mulher me lançou um olhar curioso, e logo caminhou cuidadosamente até a bancada.

- Pegue um Martini para mim, Eliza.

Eu sentei na cadeira de Christopher, enquanto observava Eliza servir a pequena taça com uma boa dose de Martini.

- O que achou de Lauren? – Perguntei quando a mesma me entregou a taça.

A mulher engoliu em seco, não entendo minha pergunta.

- Como assim?

- Acha que ela vai fazer o serviço dela direito?

A mulher estava ajoelhada no chão, recolhendo os objetos que eu havia deixado cair a minutos atrás.

- Ela parece ser uma pessoa responsável, Dona Camila. Apesar de que... – Eliza deixou que as palavras se perdessem.

- Apesar de que?

Seu rosto tinha uma expressão preocupada, quase confusa. A empregada ajeitou os objetos sobre a bancada delicadamente para que nada fosse quebrado.

- Tome cuidado. Eu não me meto nos assuntos de meus patrões, mas..

- Não se preocupe com isso! Você vai ficar caladinha, e tudo vai ficar bem. – disse ao tomar o álcool em minha taça.

- Eu nunca diria nada.

Eu levantei da poltrona macia, caminhando pelo carpete felpudo que havia naquela sala. Aproximei-me da mulher que mantinha os olhos atentos em minhas expressões.

- Até porque você não viu nada, certo? – perguntei olhando nos olhos da mulher.

- Sim, senhora.

Abri um sorriso para a mesma, e depositei um beijo em sua testa.

- Por isso você é a minha funcionaria favorita, Liza. – falei antes de me retirar daquela sala.

Sai do escritório de Christopher, e logo senti o celular vibrar no meu bolso. Ao olhar no visor vi o nome de meu marido.

- Oi amor. – disse em um tom carinhoso.

- Humm, está com um tom animado. Aconteceu alguma coisa? – perguntou ele curioso.

Me joguei no sofá da sala, deixando que meus pensamentos fossem tomados por Lauren.

- Não, Chris. Só tive um ótimo dia hoje.

Ele ficou calado por alguns segundos.

- Perfeito, querida. Então não vai ficar chateada de ter que vir a empresa essa tarde não é? Vou ter um jantar importante com um sócio, e adoraria que fosse comigo.

- Eu odeio seus jantares de negocio. – resmunguei.

- Eu sei, mas não custa me acompanhar. Prometo que podemos fazer o que quiser depois. 

Seu tom de voz sugestivo informava exatamente qual eram suas pretensões.

- Hum, certo. Nos vemos na empresa, amor! Eu tenho que desligar, Dinah acabou de chegar.

- Vejo você depois.  – foram suas ultimas palavras antes de desligar.

 

Lauren Jauregui Point Of View.

 

Entrei em minha sala, batendo a porta com força. Eu me sentia furiosa, fraca, como Camila havia dito. Eu caí em suas provocações baratas, deixando o maldito desejo me consumir. Aquela seria a minha fraqueza na qual Camila usaria e abusaria sem pena ou piedade.

- O que aconteceu? Entrou como um furacão nessa delegacia. – Ouvi a voz de Vero inundar o ambiente.

A mulher caminhou lentamente, provavelmente analisando meu estado.

- Eu que fiz besteira.

Iglesias franziu o cenho, cruzando os braços debaixo dos seios.

- O que você fez, Jauregui?

- Eu beijei a mulher do Collins.

Vero abriu a boca com uma expressão surpresa. Seus olhos tinham um ar alegre, e seus lábios tentavam não sorrir.

- Sem brincadeirinhas. – falei irritada.

- Primeiro dia de trabalho, e você a beijou. Não quero pensar nem nos outros dias viu. Será que Collins quer que eu encere suas galhadas futuras.

Eu meneei com a cabeça negativamente, jogando uma pequena bola de papel em Vero que explodiu em uma risada alta.

- Isso não tem graça!

A mulher suspirou entediada.

- Qual é o seu problema, Lauren? Você nunca se importou em pegar mulheres casadas.

- Essa é diferente, Verônica.

Massageei minhas têmporas, pensando na futura dor de cabeça que eu iria ter.

- Como assim? – perguntou ela, enquanto caminhava para sua mesa.

- As outras eram bobas demais. Eu conseguia enrolar fácil. Mas Camila...

- Ela controla você.

- Por enquanto, mas isso não vai durar.

- Não sei não, tem mulher que é o demônio.

- Com toda certeza ela é, e o melhor deles.

Ouvimos leves batidas na porta, e pela persiana aberta podemos ver a imagem de Allyson ao lado de Normani. Acenei brevemente para que ambas as mulheres pudessem entrar.

- Vejam que já se conhecem. – falei assim que as duas entraram.

- Oh, sim. Normani e eu nos demos super bem. – Ally falou ao se aproximar.

- Com toda certeza.

- Você precisa ver essas duas conversando sobre sistemas e codificações. Me sinto perdida. – Vero falou revirando os olhos.

- Com um tempo vai se acostumar, agente Iglesias.  – Normani falou com um sorriso.

- Espero, caso contrario vou ficar louca.

- Me digam, alguma novidade?

Allyson lançou um olhar para Normani que então começou a falar.

- Falamos com a equipe de seguranças do FBI. E eles nos autorizaram a usar o programa de identificação de IP deles na Collins Enterprise.

- Serio? Os agentes do FBI sempre são metidos demais para deixar algo do gênero.

- Eles são sensacionais, Lauren. – Vero exclamou enquanto se aproximava de minha mesa.

- Nem todos. Alguns se aproveitam da fama ali dentro.

- Não vamos entrar nesse mérito. – Ally cortou. – O importante é que graças a Normani conseguimos.

- Isso é serio, agente Kordei?

- Sim senhora. Eu tenho conhecidos no FBI, e com uma mãozinha deles fui autorizada.

- Isso é ótimo! – falei animada.

- Sim! Mas o programa tem que ser utilizado na empresa, em tempo comercial.

- Como assim? Não vamos poder ter ele aqui? – perguntei confusa.

Ally meneou com a cabeça negativamente.

- O que vamos fazer então? – Vero perguntou.

- Agora isso é com a Lauren. – Ally respondeu.

Afastei-me por alguns instantes das meninas que me encaravam a espera de uma resposta. Minha cabeça borbulhava em pensamentos frenéticos em busca de uma saída para aquela situação. O programa só poderia ser utilizado na base da C.E, ou seja, uma de nós teria que estar lá recolhendo e vigiando os movimentos financeiros.

- É bem simples, meninas.

- Então diga.

- Vamos infiltrar a agente Kordei na Collins Enterprise.

- Lauren.. – Ally começou a falar. – Nós não somos o FBI.

- Allyson, somos a equipe de grandes casos. Temos autoridade para isso. A não ser que Normani recuse.

Os olhos da sala se voltaram para a mulher que permanecia seria, provavelmente analisando a idéia.

- Então, você aceita? – perguntei à agente Kordei.

- Eu vou, com prazer.

Eu abri um sorriso largo.

- Perfeito! Nós temos que colocar o cadastro da Normani na base de dados do RH da Collins.

- Não seria melhor pedir a alguém? – Ally perguntou.

- Sim, ao Christopher. – Vero completou.

- Não, eu não quero que ele saiba.- interrompi.

- Mas Lauren, ele é o dono.

- Que seja, eu não confio nele.

Christopher não me parecia tão inofensivo como o pintavam, algo em mim dizia que eu não devia confiar nele. Ele carregava consigo algum segredo que cedo ou tarde eu iria descobrir.

- Certo. Então o que faremos?

- Ally e Normani podem entrar no banco de dados da C.E. Temos acesso ao programa graças ao centro de informações. O RH não precisa de senhas, só vamos inserir um currículo, e excluir outros.  – falei calmamente.

- Ótima idéia, em poucas horas eles devem ligar para marcar a visita.

- Sim, ainda está cedo. A Collins Enterprise tem uma circulação de funcionários intensa. E com o roubo, ouvi John falar que estão contratando novos funcionários para o setor financeiro e de faturamento.

- Vamos fazer um belo currículo para você, Normani. – Vero falou animada.

- Allyson, exclua os melhores currículos. Eu quero a Normani sendo a primeira da lista.

- Pode deixar comigo, agente Jauregui. – Allyson falou antes de se retirar junto de Normani.

- Vero, eu quero que tente descobrir o endereço de Heitor Martinez. Precisamos de mais informações. Aquele homem é um forte suspeito.

- Eu vou conseguir pra você. Mas sabe, estive pensando em uma coisa nessas ultimas horas. – a mulher falou sentando na poltrona a minha frente.

- Se não for em mulher, pode me falar.

A mesma soltou uma risada divertida, e depois negou.

- Bom, tecnicamente é! Mas não para mim, e sim para você.

- Iglesias, eu não quero envolvimento com ninguém agora. Só com meu trabalho! - fiquei de costas para a mulher que continuou a falar.

- Exatamente por isso! Veja bem, quem mais pode ter mais informações sobre o corte de laços de negócios do Christopher com o Heitor?

Virei em direção à mulher que me encarava com um semblante convencido.

- Camila.

- Sim, sua bela e poderosa Camila.

Meneei com a cabeça negativamente enquanto me servia de um copo de café quente.

- Esqueça, eu não vou tirar informações dela. É perigoso demais.

- Pra você ou para ela?

- Para ambas as partes! Eu não quero ferrar o primeiro caso importante da nossa vida, dormindo com a mulher da vitima.

- Só vai ferrar se não souber lidar com o caso.

Abaixei a cabeça, deixando que aquelas idéias se espalhassem.

- Posso tentar outra pessoa.  – falei tentando convencê-la.

- Quem pode saber tanto de Christopher, sem ser a mulher dele?

- Clarice! – voltei a minha cadeira, ficando frente a frente com Vero.

A mulher franziu o cenho, provavelmente tentando lembrar de alguém chamada Clarice.

- Céus! A secretaria de Christopher. Ela não me parece tão espertinha assim.

- Boa! Uma ótima idéia, e ela é gostosa.

Soltei uma risada, para em seguida provar do café amargo.

- Exatamente! Uma noite com ela, algumas bebidas e ela me conta o que sabe.

- E ainda ganha sexo!

- Mereço um brinde depois de meu trabalho árduo.

- Eu já disse que você não presta, Lauren?

- O que? Com a mulher do dono da empresa pode e com a funcionaria não?

- A mulher do dono claramente é uma safada. E você já dormiu com ela uma vez então..

- Não me lembre disso, por favor.

Vero tinha uma expressão divertida no rosto. A mulher esticou o braço para pegar o copo com o café de minha mão.

- Carne fraca pra Sra. Collins, não é?

- Você iria entender se tivesse transado com ela.  – murmurei com a cabeça baixa.

- Posso fazer isso pra te entender.

Vero levantou da poltrona, retirando seu distintivo do pescoço.

- Nem pense nessa hipótese. – soltei as palavras mais rápido do que deveria.

Iglesias meneou com a cabeça negativamente, prendendo um riso.

- Sempre possessiva.

- Faz parte de mim.

Virei o copo de café, tomando o liquido escuro até a ultima gota. Quando senti o celular vibrar no bolso de meus jeans. Levei a mão até o aparelho, notando que não passava de mensagem. Ao destravar o visor do aparelho o primeiro nome se destacou no visor.

Camila Cabello.

“Vou a um jantar de negócios com meu marido. Preciso de você em minha casa às 18hs em ponto. Não se atrase. Um beijo. – Karla Estrabão.”

Travei o visor do celular, deixando que um suspiro pesado escapasse de meus lábios. Até quando aquilo daria certo?

 

Camila Cabello Point Of View.

 

Passei pela ultima vez o batom de cor suave sobre meus lábios, para em seguida deslizar os mesmos um no outro. Já estava próximo das 18 horas, e logo Lauren chegaria para me levar em segurança até a Collins Enterprise. Eu poderia muito bem pedir para que Carlos me levasse com um dos seguranças de Christopher até a empresa, mas queria acostumar Lauren com minha presença. Levantei do banco em frente ao pequeno espelho, para caminhar em direção ao meu closet. Em uma fileira de metros, escolhi um salto na cor bege para completar. Depois de calçá-los caminhei até o enorme espelho, dando uma ultima olhada em minha roupa.

Hoje eu usava uma blusa social de tecido leve na cor azul claro, acompanhado de uma calça de pano delicado com estampa xadrez, na cor branco e azul claro, quase na mesma tonalidade da blusa. Meus cabelos se encontravam ondulados, diferente dos outros dias que permaneceram lisos.

- Estou bem, Eliza? – perguntei a mulher que me encarava com um sorriso sereno.

- Sim senhora, está linda.

Mexi em meus cabelos, virando-os para um lado só.

- A segurança chegou.

- Ótimo! Você está dispensada. Christopher e eu vamos jantar fora.

- Tudo bem. Vou organizar tudo antes de sair.

- Sei que vai!

Ao sair pela porta da frente logo notei a agente encostada no corrimão da escadaria. Ela parecia distraída em seu celular, no qual digitava algo. Um sorriso escapou de meus lábios, assim que me aproximei. Lauren vestia uma calça jeans branca, com alguns cortes na parte da frente. Na parte de cima uma blusa simples na cor preta, sendo coberta por uma camisa jeans azul, as mangas estavam perfeitamente dobradas até seu antebraço. Nos pés um salto fechado, na cor preto. Ela estava linda, como sempre, perfeitamente linda.

- Pensei que iria se atrasar. – falei atraindo sua atenção.

Lauren levantou a cabeça, e me fitou com uma expressão seria.

- Eu nunca me atraso.

- Ótimo, eu gosto de pontualidade. – falei jogando a chave de meu carro em sua direção.

Lauren rapidamente agarrou.

- Vamos no meu carro. – disse caminhando em direção a Ferrari preta estacionada em frente.

Lauren analisou o carro, talvez um tanto surpresa por eu ter escolhido um carro como aquele.

- O que houve? – perguntei sentando no banco de passageiro.

- Pensei que esse carro fosse do Christopher, você não me parece gostar de carros nesse estilo.

Lauren abriu a porta do veiculo e se sentou ao meu lado. Carlos havia deixado a capota do carro fechada, como eu havia ordenado.

- Acha que só porque sou mulher de um cara rico, tenho que andar naqueles carros vermelhos cheio de frescuras?

Lauren sorriu e deu de ombros.

- Dirija, agente Jauregui.

Com habilidade Lauren nos tirou da mansão, seguindo a caminho da C.E. O trajeto foi totalmente silencioso, eu não a provocaria agora, eu sabia exatamente o que fazer, e na hora certa a fazer. Brincar com Lauren Jauregui não era um jogo perigoso somente para ela, mas para mim também. Em poucos minutos estávamos entrando no estacionamento da Collins Enterprise.

- Sra. Collins. – ouvi a voz de Lauren.

- Sim?

- Eu queria falar a respeito de hoje. – seu tom serio me dava vontade de rir.

- E o que tem hoje? – me fiz de desentendida.

Lauren virou de lado, com o cenho franzido em confusão.

- Como assim o que tem hoje? O be..

- Não aconteceu nada, Lauren. Pelo menos eu não lembro, você lembra? – soltei com um sorriso.

A expressão confusa da mulher era simplesmente impagável. Eu brincaria com o psicológico da agente de maneira divertida.

- Não.

- Ótimo, vamos?

Ela assentiu, e logo saiu do carro. Em passos apressados caminhamos em direção ao elevador central da Collins. Lauren se encostou na parede de metal, e me fitou intensamente. Eu tirei meus olhos da policial, eu não me daria o luxo de flertar com a mesma a poucos minutos de encontrar com Christopher, não agora. Assim que as portas se abriram, vi meu marido em uma conversa seria com um dos homens que eu julgava ser de um projeto importante.

- Boa noite. – falei educadamente.

- Meu amor, que bom que chegou! Conheça o Sr. Thomas. Ele é um ótimo investidor da America latina.

- Sr. Essa é minha esposa, Camila Collins.

O senhor de idade me lançou um olhar dos pés a cabeça com certa intensidade, soltei um sorriso forçado ao cumprimentá-lo. Os dois mantinham uma conversa restrita a assuntos profissionais, me deixando totalmente entediada. Suspirei pesado sobre um olhar desconfortável de Christopher, que hora ou outra alternava o olhar de mim para o homem a sua frente.  Deixei que minha atenção fosse levada rapidamente pela conversa entretida que Lauren parecia ter com a secretaria de meu marido.

Você não perde tempo, não é Jauregui?

Lauren estava só sorrisos para loira a sua frente, que por sua vez se derretia inteira para a agente. Tratei de disfarçar a atenção que eu estava dando aquela situação, eu não queria que Christopher, e muito menos Lauren soubesse que aquilo me estranhamente me incomodava. Olhei para meu marido que ria de alguma piada sem graça vinda do senhor engravatado em nossa frente.

- Opa, cuidado Clarice. – ouvi a voz de Lauren murmurar ao fundo.

A loira sorriu abertamente, recebendo ajuda de Lauren que segurava em seu braço.

- Está tudo bem? – Collins perguntou ao fitar as duas mulheres.

- Sim senhor. Eu que acabei tropeçando com esses fios. Mas a agente Jauregui me ajudou. – Clarice falou com um sorriso idiota.

Lancei um olhar para Lauren, que fitava a mulher ao seu lado.

- Menos mal. Tenha cuidado, Srta.

- Chris tem razão. – eu disse ao me aproximar da loira, parando a sua frente. – Tenha muito cuidado, Clarice.

- Eu terei senhora Collins. – a moça falou com um sorriso em minha direção.

- É melhor mesmo, você não quer se derrubada por algo a sua frente, não é?

Lauren franziu o cenho em minha direção.

- Não senhora.

- Ótimo, bem melhor assim querida.


Notas Finais


Com Camila Collins ninguém se brinca.
Erros arrumo depois.

Vejo vocês no especial de The Stripper amanhã!


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