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História Xeque-Mate - Intromissões


Escrita por: ShewantsCamz

Notas do Autor


Hey meus amores!

- Sei que dessa vez eu demorei, mas em minha defesa digo que tive aqueles bloqueios pra escrever. Odeio quando isso acontece, pois eu não gosto de demorar a postar. Mas enfim, o que importa é que consegui terminar esse capitulo hoje. Espero que gostem bastante. Obrigada a todo mundo que está lendo Xeque-Mate, e que está divulgando por aí. Amo vocês! - Evelin S.

- Não tenho muito o que falar...Só queria dizer que sou a Lauren, Boo. - Sindy R.

- Karla, Karla...O que é seu está guardado. - Larissa R.

Sem mais papos, vamos ao que interessa. Curtam bastante, lindas.

Capítulo 7 - Intromissões


Fanfic / Fanfiction Xeque-Mate - Intromissões

Camila Cabello’s Point Of View.

 

O jantar transcorreu lentamente, em uma espécie de tortura psicológica para mim. Christopher dialogava educadamente com Thomas, que fumava seu charuto escocês, soltando as lufadas de fumaça pelos lábios grossos, em meio aos sorrisos falsos e forçados. Reuniões de negócios eram sempre assim, um querendo engolir o outro, se sair melhor, ter a melhor proposta, mas no final sempre fechando um acordo. A falta de paciência aquela noite me fez permanecer calada durante o jantar inteiro, exceto por breves trocas de palavras com meu marido, que por sinal parecia ter percebido minha irritação. Christopher me fitou por breves segundos, e repousou sua mão sobre minha coxa, acariciando de leve. Eu nem sequer me movi, continuei degustando o vinho tinto que preenchia minha taça em cristal fino.

- Muito bom esse restaurante Collins. – Thomas falou bem humorado.

- Eu também adoro. Foi aqui que pedi minha esposa em casamento, não é meu bem?

Soltei um sorriso amarelo, e com leveza retirei a mão de Christopher de minha coxa, repousando a mesma sobre a mesa. Ele engoliu em seco, me fitando com os olhos semicerrados.

- Exatamente. Boas lembranças daqui. – me permiti falar.

- Imagino que sim.

Talvez aquela fosse uma das poucas interações minha naquele jantar. Eu estava de mau humor, irritada, furiosa melhor dizendo. Antes de sairmos da Collins Enterprise, Christopher teve a “brilhante” idéia de dispensar os serviços de Lauren. Dando ordem para que ela fosse embora em meu carro, e levasse a secretaria em casa antes de devolver o veiculo para nossa garagem. Eu deveria dizer o quanto aquilo me irritou? Ver o sorriso da agente ao conduzir a miserável secretaria para saída me causou um súbito estalo de ira. Mas eu sabia muito bem meus limites, e onde posso chegar.

Na volta pra casa eu permaneci calada, como no jantar. O nosso motorista conduzia o veiculo em uma velocidade alta, de acordo com minhas ordens. Ao meu lado, Christopher se mantinha quieto, enquanto fumava um de seus cigarros. Ele fitava os prédios do lado de fora, em um olhar distraído, quase perdido. Quando por mim respirou fundo, e virou-se em minha direção.

- Posso saber o motivo de estar assim?

Deixei que meus olhos saíssem das imagens de fora do veiculo, e pousassem sobre a expressão confusa de Christopher. Ele me fitava com aquele par de olhos azuis intensos, espremidos por suas pálpebras apertas.

- É por conta do seu carro? Porque deixei Lauren usar ele?

Antes fosse por isso. Imaginar aquela secretaria aos beijos com Lauren no meu carro me causava raiva.

- Obvio! Por que mais seria?

O homem rolou os olhos impaciente, levou o cigarro até os lábios dando um ultimo trago antes de apagá-lo no cinzeiro à direita. Ele meneou com a cabeça lentamente e me fitou.

- Qual o problema disso? Ela veio dirigindo para você, não?

- Sim! E por conta disso você vai disponibilizar o meu carro para ela levar a sua secretariazinha em casa? – falei, dando certa ênfase nas palavras “meu carro” e “secretariazinha”

Christopher abriu um sorriso, ainda com os olhos fixos em mim. Franzi o cenho em sua direção, sendo tomada pela confusão daquele momento. Porque diabos ele estava rindo?

- Então é isso? – perguntou ele em meio a uma risada alta.

- Isso o que? – meu tom de voz revelava o quão irritada eu estava.

- Está com ciúmes de mim com Clarice? Está irritada desse jeito porque mandei deixá-la em casa?

Eu tentei formular uma frase diante daquela idéia estúpida de Christopher, mas sabia que a verdade não era bem vinda ali. O que diria meu marido ao saber que meu incomodo não era por ele, e sim por Lauren? Creio que não daria muito certo. Fechei os olhos, e meneei com a cabeça em um sinal negativo.

- Não fale bobagens! – exclamei irritada, apenas aumentando a sonora risada do homem ao meu lado.

- Meu amor, você fica linda com ciúmes.

- Christopher, não brinque comigo.

- Está com ciúmes sem necessidade. Clarice está comigo há anos, e veio se incomodar agora?

- Não gosto dela.

- Camila...

Eu nada falei, voltei a me acomodar em meu assento. E Christopher conteve sua risada, o mesmo parecia se divertir com um ciúme inexistente em sua cabeça. Homens sempre achando que o mundo gira em torno deles. Rolei os olhos e suspirei pesado, calando-me o restante do caminho todo. Ao chegarmos a nossa casa, caminhei em passos apressados em direção ao quarto. Depois de um banho morno, vesti uma camisola leve e deitei em minha cama. Eu não queria conversa e muito menos sexo aquela noite, estava terrivelmente irritada com as idéias que rondavam minha cabeça.

- Já vai dormir? – ouvi a voz rouca de meu marido.

- Sim, eu estou com dor de cabeça. – falei enquanto puxava a coberta sobre mim.

- Querida, posso melhorar isso.

- Eu não quero. Boa noite. – disse de forma seria ao me virar para meu lado da cama.

Ouvi o suspiro irritado de meu marido, ele se moveu na cama puxando a coberta para seu corpo. Eu estiquei o braço, apagando a luz do abajur ao lado da cama. Tudo que eu precisava aquela noite se restringia apenas em dormir.

No dia seguinte, acordei e percebi a ausência de Christopher em nossa cama. Sempre que dormíamos mal, ele acordava mais cedo que o normal para ir trabalhar. O que não me incomodava em nada, na verdade eu até preferia, evitar uma briga matinal era tudo que eu precisava.

- Bom dia senhora. – Eliza falou serenamente ao entrar em meu quarto.

- Bom dia, Eliza. – disse enquanto penteava meus cabelos diante o espelho.

- Vim avisar que a agente Lauren Jauregui está no telefone, e perguntou se vai precisar dos serviços dela hoje. Ela está a caminho daqui.

Fiquei por alguns segundos calada, pensando em meu dia. E estranhamente não queria a presença de Lauren, eu ainda me encontrava um pouco irritada com a mesma.

- Diga que não preciso dos serviços dela hoje.

Eliza assentiu e voltou a atenção ao telefone em suas mãos.

- Ela não irá precisar de seus serviços hoje, agente.

A mulher ficou calada, ouvindo o que Lauren tinha a dizer.

- Sim senhora, eu tenho certeza. Não precisa vir.

Em poucos minutos Eliza terminou a ligação com Lauren que pareceu questionar demais minha decisão.

Lauren Jauregui’s Point Of View

 

Desliguei a ligação com Eliza, que me informou que a Sra. Collins estranhamente não precisava de meus serviços aquela amanhã. Estranhei que a mesma nem sequer quis me ouvir, tampouco me passar seu recado.

- Algum problema? – Vero perguntou ao entrar na sala.

Deixei o celular sobre a mesa, e fitei Verônica. Ela organizava a pilha de pastas sobre a sua mesa, enquanto esperava por minha resposta.

- Camila disse que não precisa dos meus serviços hoje.

- Isso é ruim?

- Não, na verdade é bom. Ficar longe dela deixa minha sanidade em um estado de equilíbrio.

- E por que está com essa cara? – perguntou ao se sentar em sua cadeira giratória.

- Só estranhei! Aquela mulher gosta de me provocar, e hoje nem quis ouvir minha voz.

Vero permaneceu calada, o que me fez fita-la na tentativa de ver se ela estava me ouvindo.

- Te incomoda ela não querer falar com você, Jauregui? – o tom de voz dela revelava as segundas intenções por trás de suas palavras.

- Nem comece! Não me incomoda em nada, pra mim tanto faz!

Falei com certo desdém enquanto levantava de minha cadeira. Caminhei até o armário de arquivos, onde tratei de organizar os documentos pendentes em minha mesa. Eu sentia o olhar de Iglesias pesar sobre minhas costas, mas não daria moral aquele assunto.

- Mudando de assunto, Lauren...

- O que?

- Falou com Clarice?

- Quem?

Vero rolou os olhos impaciente.

- A secretaria de Christopher!

- Oh, sim! Falei!

Ela me encarou, provavelmente esperando a continuação do assunto. Eu estava um pouco aérea, tentando entender o motivo pelo qual Camila não quis minha presença hoje.

- Bom, ontem após levar Camila para a Collins Enterprise. Christopher me deu uma ótima oportunidade. Pediu que eu levasse a secretaria no carro de Camila para casa.

- No carro da patroa?

- Sim, ela é dona de uma Ferrari. – falei rindo.

- Nossa, imagina aquela gostosa dirigindo uma Ferrari me deixa...

- Iglesias! – Exclamei. – Preste atenção...

Vero levantou as mãos como se rendesse.

- Conversamos o caminho todo, ela é bem discreta e creio que seja difícil demais tirar alguma informação dela. Mas eu a chamei para sair essa noite!

- E ela aceitou?

- Claro! Eu joguei todo meu charme em cima da mulher.

- Morgadão em ação! – a mulher falou entre uma risada escandalosa.

- Cala essa boca! O Plano foi seu.

- E foi um plano maravilhosa diga-se de passagem.

Verônica Iglesias, convencida como sempre. Mas dessa vez eu deveria concordar.

- Sim, esse plano foi ótimo. Apesar de eu estar usando uma mulher para conseguir informações! – dei de ombros.

- Sim, nem tudo é perfeito. Mas você não está engravidando a mulher ou fazendo ela se apaixonar. É só uma saída!

- Tem razão, eu vou sair com ela hoje e descobrir algumas coisas. E ainda ter uma noite agradável.

- Melhor forma de uma investigação, Jauregui.

“Com licença agentes”

Ouvimos a voz de Normani, que nesse exato instante entrava em nossa sala. Ao contrario do de costume, ela não estava com a farda do departamento policial. A negra vestia uma calça de tecido branca, e uma camisa de botão estampada, nos pés usava um sapato alto marrom. Estava bem arrumada para um dia na delegacia, eu diria. Foi então que lembrei que a mesma tinha sido chamada para uma entrevista de emprego na Collins Enterprise.

- Está vindo de lá? 

A morena assentiu e se aproximou, sentando na cadeira a minha frente.

- Eu fui contratada! – ela disse animada.

- Que maravilha! – exclamei alegre.

- Sim! O problema é que não fui contratada necessariamente para o financeiro. – disse com um tom desapontado.

- E o que foi então?

- Por sorte consegui no faturamento de notas. Mas ouvi dizer que eles tem ligamento direto com o centro financeiro da empresa.

- Sim, você por dentro daquele sistema vai poder vasculhar o que for, mesmo não estando no setor que precisamos.

- E olha que nem excluímos currículos! Ally ficou se sentindo mal por tirar oportunidades de emprego das pessoas. – Vero falou como se pensasse na idéia.

Soltei uma risada baixa, enquanto meneava com a cabeça negativa.

- O importante é que ela conseguiu! Agora temos olhos atentos integralmente na Collins Enterprise.

- Sim! Eu percebi que eles são bem sistemáticos lá. Mas quanto a isso não se preocupe, eu serei discreta o suficiente e vou repassar todas as informações. – Normani disse de forma sincera.

- Vai conseguir instalar o programa do FBI sozinha? – Vero perguntou atenta.

A mulher assentiu.

- Sim, eu conheço o processo de instalação. Ele vai funcionar integralmente, como uma espécie de alarme.

- Exatamente isso que eu quero. Nós vamos resolver este caso.

Eu estava incrivelmente esperançosa aquele dia. Tudo estava correndo como planejado. Normani entraria como nossos olhos ocultos naquele lugar, e logo mais eu tiraria informações de Clarice.

- Vou contar a novidade para Ally! Ela vai ficar imensamente feliz! – Normani disse com um sorriso largo.

- Falamos com você depois então. E Mani, meus parabéns.

Recebi um sorriso animado da morena.

- Obrigada, agente Jauregui.

 

[...]

 

Em menos de dez minutos, aquela era a terceira vez que eu olhava em meu relógio. Se havia uma coisa que eu odiava, essa coisa era esperar. Estava agora com o carro estacionado em frente ao prédio onde Clarice morava, a mesma informou que já estava descendo e eu não tinha outra alternativa a não ser esperar, certo? Apertei delicadamente no botão do painel, ligando o radio que tocou uma musica suave. As sonoras batidas se espalharam pelo pequeno especo do veiculo me fazendo relaxar. Foi quando ouvi leves batidas no vidro ao lado do passageiro, pelo vidro da janela vi o sorriso largo de Clarice em minha direção. Destravei as portas, e a mesma logo entrou.

- Desculpe a demora, Lauren.

- Tudo bem, não se preocupe! Você está linda.

A mulher me fitou com um belo sorriso, deixando-me notar o quão linda Clarice era. Ela usava um vestido cinza escuro, de pano soltinho, com alças finas que proporcionavam um decote chamativo e bonito. Ela tinha traços delicados, joviais. Seus cabelos eram loiros, e de comprimento até os ombros.

- Achou mesmo?

- Sim, como das outras vezes.

- Você está linda também. – disse ela.

A loira olhou em meus olhos e sorriu. Logo tratou de se acomodar melhor no banco de meu carro, para em seguida puxar o cinto de segurança. Eu prontamente fiz o mesmo antes de ligar meu carro.

- Aonde vamos?

- Vamos ao Sky Room, ouvi dizer que é maravilhoso!

- Oh, sim! Ele é ótimo!

- Costuma sair muito? – perguntei enquanto saia com o carro do estacionamento do condomínio.

Clarice deu de ombros, analisando-me.

- Sim, quando tenho tempo eu saio bastante! Fico tão estressada em meu trabalho que gosto de ir a um lugar agradável com algumas amigas depois.

Eu assenti serenamente, com um breve sorriso.

- Acredito que realmente deve ser estressante demais passar o dia todo naquela empresa.

A mulher suspirou pesado.

- Não faz idéia do quanto! Tem dias que lá é tudo calmo, mas ultimamente as coisas estão tensas. Mas não vamos falar disso, assuntos de trabalho são cansativos! 

- Por mim não tem problema, se quiser conversar sobre. – tentei parecer o mais natural possível.

Eu sabia que falar sobre trabalho em um encontro não era a melhor das opções, mas eu não poderia esquecer sequer por um segundo o real motivo de eu estar com ela aquela noite. Clarice era uma mulher bela e atraente, mas meu foco era outro.

- Melhor não.

Droga.

Eu assenti e continuei com a atenção no trajeto no qual seguíamos. Nova Iorque era literalmente a cidade que nunca dormia. As ruas continuavam extremamente movimentadas, com pessoas circulando de um lado para o outro, em trajetos aleatórios e ao mesmo tempo em comum.  Estávamos no meio de Manhattan, perto da Time Square. O aglomerado de pessoas que circulavam me fez repensar na idéia de seguir de carro, então estacionei o veiculo em uma vaga livre e pedi para que a mulher ao meu lado me acompanhasse. O Sky Room não ficava tão distante, o caminho seria curto e agradável.

- Imagino que a movimentação de Manhattan não chegue perto da sua antiga cidade, não é?

Clarice perguntou enquanto caminhava ao meu lado. Levantei o rosto e fitei seu semblante descontraído em minha direção.

- Realmente, aposto que tem mais gente na Time Square do que em Mount Vernon inteira.

A loira sorriu divertida, deixando que sua atenção fosse roubada pelos telões enormes que os prédios possuíam. As propagandas comerciais eram todas feitas ali, e para ser honesta funcionava muito bem, já que Manhattan era o centro financeiro de Nova Iorque.

- Mas está gostando daqui?

Paramos em frente ao hotel Fairfield inn and suítes, local onde o Sky Room tinha funcionamento. A loira permaneceu em minha frente, esperando sua resposta. Soltei um pequeno sorriso, encarando os olhos azuis da mesma.

- Eu estou adorando!

- Fico feliz em saber, Lauren.

Repousei a mão na cintura da mesma, conduzindo-a para o interior do hotel. Depois de uma longa conversa com Vero, a mesma me liberou duas entradas para o Sky Room, disse que havia ganhado de uma das moças que conheceu a alguns dias atrás. Eu não me interessei muito em ouvir a historia, estava mais interessada em conseguir o passe livre para o bar. O Sky Room era um dos melhores bares de Nova Iorque, um ponto atrativo para muitas pessoas de alto poder aquisitivo. Imaginei que seria uma boa primeira impressão levar a loira a um lugar tão agradável como aquele.

- Esse lugar está sempre incrível. – murmurou Clarice, quando as portas metálicas do elevador se abriram.

- É a primeira vez que venho, e me parece ótimo.

- Você precisa conhecer muitas coisas nessa cidade.

- Eu irei, com toda certeza.

Estávamos no trigésimo terceiro andar do hotel, na cobertura do prédio. Era um espaço amplo e moderno, com detalhes de vidro por todos os cantos. Iluminação mediana, que dava um ar mais reservado ao ambiente. Havia um pequeno palco onde uma banda de Jazz tocava uma musica animada para todos que estavam ali, bebericando suas taças e copos repletos de álcool.

- Aonde quer sentar?

Estávamos perto da entrada ainda, onde havia algumas pequenas mesas com bancos acolchoados na cor branco. Havia alguns casais, outros amigos em uma conversa divertida.

- Podemos sentar em um lugar mais reservado.

Clarice me lançou um olhar sugestivo, e ao mesmo tempo animado.

- Podemos ficar um pouco naquelas mesas perto do palco, e em seguida procuramos um lugar mais calmo.

Eu tentei dar outra a opção, mas a mulher me puxou pela mão até as mesas da frente. O lugar estava lotado, e bem animado diga-se de passagem. Sentamos na área mais próxima do palco, para aproveitar um pouco mais do show. A banda de jazz era maravilhosa, Clarice se divertia bastante enquanto bebia. Eu segurei mais a quantidade de álcool aquela noite, eu não poderia me dar o luxo de ficar bêbada em meio a uma investigação. Ficamos por um bom tempo em uma conversa animada, flertes e até caricias. A loira já estava bem alterada para um começo de noite, foi quando eu a levei para uma área mais reservada do Sky Room. A parte de fora da cobertura tinha menos pessoas, apenas alguns casais.

- Me diz, você trabalha há muito tempo na C.E?

Clarice suspirou, levando o copo com vodka até os lábios, tomando um gole suave.

- Dois anos e meio, eu acho.

- É um bom tempo.

- Com certeza é, ninguém dura muito naquele lugar.

- Por quê? – perguntei tentando parecer sutil no assunto.

- Eu não sei. Os únicos que duraram foi John e o Heitor. Mas ele saiu há um tempo..

- Saiu? Preferiu seguir sozinho?  - perguntei enquanto tomava um gole de minha cerveja.

- Não! Ele e o Sr. Collins brigaram feio. Disseram que Christopher tinha um grande projeto, mas precisava do voto do Sr. Martinez para ser aprovado. Heitor preferiu apoiar outro cara, pois se apoiasse o Chris, ele seria o mais bem remunerado. Eu não sei, é muito confuso.  – Clarice falou enquanto se acomodava mais próxima a mim. – Acabou que Heitor investiu em uma empresa fantasma, e teve suas ações perdidas. Hoje em dia ele acusa o Sr. Collins.

- Empresa fantasma? – perguntei curiosa.

- Sim! O dinheiro dele foi praticamente todo roubado. Eu não sei, ele teve que ser retirado da Collins.

- E nunca fizeram nada?

- Não, Heitor investiu por fora dos projetos da Collins, não queria participação do Chris. Lembro que o clima pesou muito naquele lugar. Pensei que daria certo, mas semanas depois Heitor ficou transtornado quando descobriu que tinha perdido tudo.

- E Christopher não fez nada?

Clarice soltou uma risada com tom sarcástico.

- Christopher Collins não ajuda ninguém. Acho que ninguém ali gosta dele, só John e a esposa, é claro.

- E você? – perguntei colocando uma pequena mecha de seus cabelos loiros para trás.

- Eu preciso daquele emprego.

Soltei um pequeno sorriso e assenti.

- A esposa dele, Camila. Ela fica muito por lá?

Clarice meneou com a cabeça negativamente.

- A megera não gosta dali, tem sua própria galeria. E vive lá.

Soltei uma risada divertida ao ouvir a forma como a mulher se referiu a Camila. Parecia que a Sra. Collins também não era um amor de pessoa.

- Não gosta dela?

- A Sra. Collins é como o marido, arrogante e acha que é dona do mundo. – seu tom de voz revelava uma certa irritação. – Parece ser com aquele dinheiro todo, mas não é!

Meus pensamentos vagaram por Camila, pela sua pose imponente, seu ar arrogante e egocêntrico. Merda, eu adorava aquilo nela. A mesma sabia utilizar de toda sua artimanha para conseguir o que quer. Camila era manipuladora e dissimulada, porém sexy, muito sexy.

- Mas não vamos falar disso, podemos falar de coisas melhores, ou fazer coisas melhores. – disse ela ao se aproximar, tomando meus lábios em um beijo.

 

Camila Cabello’s Point Of View

 

- Mais um drink, por favor. – falei ao barman que sorriu galante.

- Vai voltar bêbada desse jeito! – Dinah riu.

- Não me importo! Estou num estresse daqueles.

- Esquece isso, Mila.

Dinah resmungou enquanto balançava seu corpo de um lado para o outro ao som da banda de Jazz que tocava ao fundo. O ambiente estava lotado, e bem animado. Estávamos no balcão de bebidas, sentadas nos bancos altos que ficavam grudados ali. Christopher havia saído para assistir o jogo de futebol americano com seus amigos insuportáveis, e eu prontamente chamei Dinah para beber no Sky Room. Era um de meus lugares favoritos em Manhattan, sempre que podia estava presente no mesmo.

- Estou fazendo isso, querida. – falei levantando a taça para Dinah que sorriu.

- Podemos ir para uma boate depois daqui.

- Não, eu não quero chegar tão tarde em casa.

- Preocupada com o marido? – perguntou ela com os olhos fixos em mim.

- Só estou evitando estresse.

- Sinceramente não sei por que você agüenta o Christopher. 

Olhei para mesma com uma expressão que dizia “Serio que está me falando isso?” Vi minha melhor amiga rolar os olhos de forma impaciente, o que me fez sorrir. A antipatia de Dinah para com Christopher era simplesmente cômica. O rapaz alto que preparava o drink se aproximou de mim, colocando a taça limpa sobre o balcão, para somente em seguida despejar o liquido amarelado no interior da mesma.

- Aqui está senhorita. – disse ele com os olhos fixos em mim.

- Isso me parece estar ótimo, obrigada.

Soltei um sorriso para o mesmo, que permanecia com os olhos fixados em mim. Me virei para Dinah, que meneava com a cabeça negativamente. A mulher segurou em minha mão, puxando-me para longe dali.

- Você estava flertando com o barman?

Soltei uma risada alta, enquanto caminhava ao lado da morena para um canto mais afastado do Sky Room. Eu me sentia um pouco alterada, meus sentidos estavam começando a ficar um tanto descontrolados.

- Estava!

- E ainda admite?

- Por Deus, era só de brincadeira. Acha que vou me envolver com um barman que só quer sexo?

- Pensei que gostasse de sexo. – Dinah falou me encarando.

- E eu amo. Mas só tem uma pessoa que está na minha lista de desejos agora.

Paramos na divisória da cobertura. Bem em frente à porta para a parte descoberta do lugar. Eu me encostei na parede feita de vidro maciço, enquanto tomava um gole do drink feito com suco de laranja e vodka.

- Camila, você sabe que isso é perigoso... – a loira falou com uma expressão seria.

- Eu gosto do perigoso, Dinah. É excitante.

Movi meu corpo ao som da musica de fundo, acompanhando o ritmo mais animado que tocava ali. Pelo canudinho suguei mais um pouco da bebida antes de largar sobre uma mesa vazia. Levei as mãos até meu vestido preto, ajeitando o tecido que subia lentamente quando eu dançava. Espalmei a mão na parede, sentindo minha cabeça girar.

- Eu preciso de ar.

- Você precisa parar de beber, já esta bêbada.

- Shhh. Volto logo, vou só tomar um ar fresco.

Dinah assentiu antes de voltar sua atenção à banda que animava o lugar. Eu me afastei da mesma, caminhando para fora do ambiente fechado. A parte de fora era menos iluminada, o que se destacava era a bela visão do arranha-céu de Manhattan. Ao caminhar para a parte mais afastada vi uma silhueta familiar, estava sentada sobre o sofá acolchoado marrom, ao lado de outra mulher.

- Não pode ser...

Estreitei meus olhos na tentativa de enxergar melhor, mas não tive sucesso. Me aproximei lentamente de uma das pilastras de concreto mais próxima, para não atrair a atenção de quem eu imaginava. Quando uma das mulheres se levantou, fazendo-me ter a certeza de quem estava ali.

- Maldita. – sussurrei ao ver Clarice em pé com um sorriso nos lábios.

Lauren estava sentada falando algo, que provavelmente fazia a outra sorrir feito uma otaria. Rolei os olhos com a cena patética, até notar que a loira de cabelos medianos se afastou. Lauren levantou do sofá, e caminhou para o batente de vidro do outro lado da cobertura.

Minha vez.

Ela estava de costas para mim. Usava um vestido justo de alças finas, que batiam no meio de suas coxas grossas e torneadas. Eu só ainda não havia conseguido identificar se a cor era preto ou azul marinho, mas nem sequer me importava. A bela visão do corpo da agente sobre aquela pequena peça de roupa só me rendia uma conclusão.

Lauren estava simplesmente gostosa.

Vi a mesma acender um cigarro, no qual tragou com gosto, antes de soltar a lufada de fumaça que se espalhou pelo ar. Caminhei em passadas lentas, até ficar atrás da mesma. Ela abaixou a mão, deixando ao lado de seu corpo. Com delicadeza levei minha mão até a dela, para capturar o cigarro entre seus dedos rapidamente. A mulher virou em minha direção em um movimento rápido, mas travou os movimentos assim que fixou os olhos em mim.

- Deus! – exclamou.

Eu sorri de forma cínica, para em seguida levar o cigarro até os lábios. Suguei com vontade, sobre a supervisão dos olhos verdes e surpreso de Lauren. E então tirei o mesmo da boca devagar, para soltar a fumaça entre os lábios lentamente.

- Olá, agente Jauregui. – falei com um largo e malicioso sorriso.

- O que está fazendo aqui, Camila? – perguntou surpresa.

- Esqueceu do Sra. Collins foi? – perguntei cínica.

Lauren olhou para os lados e depois me fitou intensamente. Em seus olhos refletiam o brilho das iluminações dos prédios ao redor, estavam obscuros e misteriosos. Estávamos praticamente sozinhas naquela área mais afastada do Sky Room.

- Não, desculpe.

- Tudo bem, não se preocupe. – falei levando o cigarro até os lábios novamente.

Me apoiei sobre o batente de vidro, olhando para toda aquela vista ao nosso redor. O prédio no qual estávamos dava visão para o Midtown e o Empire State, que permaneciam grandiosos e iluminados.

- O que faz aqui?

- Eu é que pergunto. Na verdade, vi bem o que faz aqui.

Lauren engoliu em seco e assentiu.

- Está mesmo interessada nessa mulher?

- Eu acho que não tenho a obrigação de responder essa pergunta Sra. Collins.

Eu sorri de canto, e traguei o cigarro pela ultima vez antes de atira-lo fora.

- Sabe que pode ter coisas melhores não é?

- Posso?

Eu caminhei apenas um passo a frente, parando a poucos centímetros do corpo de Lauren que paralisou. Os olhos da mulher fixaram-se em meus lábios, no qual fiz absoluta questão de umedecer com a ponta da língua. Seu par de esmeraldas, ou melhor, seus olhos, fitaram-me intensamente. Eu senti meu corpo aquecer, e aquela vontade maldita de beijá-la.

- Deve. – sussurrei.

Eu senti as mãos de Lauren repousarem sobre minha cintura, em um aperto gostoso. Meu peito inflou em uma respiração forte e surpresa, eu mordi o lábio inferior fazendo a mulher negar com a cabeça em uma tentativa idiota de se controlar. Fiz questão que nossos corpos se tocassem, para que ela sentisse ainda mais vontade de realizar o que eu tanto queria. Lauren apertou mais, dessa vez, puxando-me para junto de si.

- Me beija, Lauren.

Em um ato rápido ela se afastou, e antes que eu pudesse reclamar, Lauren me puxou pela mão, arrastando-me para uma parte mais escondida do lugar. Eu senti minhas costas colidirem contra o concreto da parede com certa força, logo o corpo da mulher se uniu ao meu em uma pegada de tirar o fôlego. Eu suspirei pesado quando senti as mãos possessivas de Lauren se distribuírem por meu corpo, uma em minha nuca, e a outra em minha cintura. Soltei um sorriso cínico, e ela prontamente o retribuiu.  Fechei meus olhos, quase soltando um gemido ao sentir a língua quente e macia de Lauren ir de encontro ao meu pescoço. Eu tinha meu corpo pressionado com o dela, enquanto seus lábios e sua língua deslizavam por minha pele.

- Vagabunda. – murmurei quando ela chupou com força.

Eu tinha total certeza que aquilo ficaria marcado, mas naquele instante nada me importava. A mão possessiva de Lauren desceu lentamente de minha cintura até minha bunda, na qual alisou devagar antes de apertar com força.

- Hmm! – Gemi sem poder me conter.

Ela sorriu contra minha pele, um sorriso tão diabólico quanto o meu. Para em seguida beijar novamente meu pescoço, deslizando seus lábios macios pela região. Ergui uma de minhas mãos até seu cabelo, deixando que meus dedos se perdessem entre as madeixas escuras. A morena pressionou sua coxa entre minhas pernas, causando um maldito atrito em minha boceta. Eu permaneci com os olhos fechados, sentindo a ponta da língua de Lauren subir de meu pescoço até o lóbulo da minha orelha. Ela lambia como uma felina sedenta, eu sentia meu corpo inteiro em chamas, e a situação só se intensificou quando uma de suas mãos adentraram pela barra de meu vestido. Em um gesto ousado, ela driblou o tecido de minha calcinha, tocando com a ponta do dedo indicador e mediano a minha boceta molhada.

- Filha da puta! – murmurei em um gemido arrastado.

 Lauren sorriu, e voltou com a língua pela linha do meu maxilar até meus lábios, no qual lambeu rapidamente. Assim que ela afastou a boca de minha pele, eu abri os olhos encarando-a. Ela tinha um sorriso malicioso.

- Desculpe, meu bem. Hoje eu estou acompanhada. – disse ela em um tom sarcástico ao me soltar.

Antes que eu pudesse pronunciar qualquer palavra, Lauren se afastou mais.

- Tenha uma boa noite, Sra. Collins.

Ela se afastou com um sorriso vitorioso, enquanto levava os dois dedos até os lábios, chupando lentamente como se estivesse se deliciando de meu sabor.

Maldita.

 

 


Notas Finais


Um dia da caça, e o outro do caçador, não é mesmo?

Os erros arrumo depois. Até o próximo!


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