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História Xiumin e o país das loucuras - Gatinho rosado!


Escrita por: NemoChan

Notas do Autor


CONSEGUIIIIIIIIIIIIII \o/ \o/
asauhsuas
Boa leitura

Capítulo 1 - Gatinho rosado!


Acorda, vamos acorda minnie! Você esqueceu de mim?

 

 

 

Abri meus olhos rapidamente, o que era isso? Essa voz, vasculhei rapidamente o quarto com o olhar e não encontrei nada de diferente. Minha respiração estava ofegante e meu coração batia apressado. Sentei na cama e passei a mão por meus fios negros, escutei um som de relógio e olhei novamente pelo quarto, dessa vez franzindo a sobrancelha.

 

Eu não possuía relógios.

 

Levantei da cama e somente com minha calça de dormir andei para a cozinha, pegaria um copo de agua para tentar me acalmar.

 

 

Minnie! Você prometeu que não me esqueceria!

 

 

 

Virei rapidamente ao ouvir essa voz chorosa, todavia não vi nada. Estava enlouquecendo, era isso que acontecia. Balancei a cabeça várias vezes em negação e abri a geladeira pegando um copo de água, assim que fechei a porta da mesma vi uma sombra contra a parede. Dei um grito e olhei para trás procurando onde estava o corpo da sombra.

 

Procurei por toda a cozinha, mas não havia nada, sai dela e me joguei no sofá da sala para ver algo na televisão, e quem sabe voltar a dormir. Liguei em um canal qualquer e encostei no encosto do sofá. Em poucos minutos voltava ao subconsciente, acordei com um peso em meu colo e um dedo cutucando minha bochecha. Abri os olhos e dei um pulo derrubando o ser que estava em meu colo. Ele soltou um miado e ficou sentado no chão.

 

“Doeu minnie! Machucou o baekkie” –sua voz saiu manhosa e chorosa enquanto estava no chão, meus olhos dobraram de tamanho ao ver aquele pequeno menino, com orelhas e calda rosadas. O que era aquilo? Me encolhi no sofá olhando descrente para aquilo.  - “O-o que v-você é? ” – Perguntei ainda encolhido no sofá olhando fixamente para aquilo que estava com um bico nos lábios. Ele levantou e começou a chorar me olhando.

 

Aquela cena doeu em meu coração, me levantei deixando o medo de lado e me aproximei dele, passando a mão em seus fios claros entre suas orelhas. -“ n-não chora” – Falei sem saber exatamente como faze-lo parar de chorar. Continuei fazendo um carinho desengonçado enquanto ele me olhava triste.

 

“Você prometeu para o Baekkie que não o esqueceria! Você mentiu” – olhei para aquele, gato/menino e suspirei, não conhecia ele. Apesar de sentir algo em meu peito ao ver aquele ser estranho.

 

“Eu n-não te conheço Baekkie” –falei sem parar o carinho pois parecia que ele se acalmava com isso. Ele me olhou e percebi seus olhos rosa e logo ele me arranhou no rosto e me afastei o olhando e sentindo a ardência em meu rosto.

 

“Você é mal, JunJun avisou que você não lembraria. JunJun falou que você não queria lembrar da gente” – ele dizia com tanta dor que fiquei com dó dele. - “C-calma! Hm... eu não sei onde os conheci. Não sei quem é JunJun, desculpa. ” – Falei mordendo meu lábio ainda longe do menino. Percebi ele começar a sorrir e particularmente fiquei com medo do sorriso dele. Era.... Grande demais.

 

“Baekkie vai mostrar, Baekkie vai te fazer lembrar “ – após dizer o pequeno gato/menino pulou em meu colo e estralou os dedos. Por reflexo o segurei e do nada eu estava caindo.

 

Caindo.

Caindo.

Caindo.

 

 

Caia por um buraco muito fundo, muito escuro. Olhei ao redor e vi o menino sorrindo e com as orelhinhas em pé.

 

“O QUE É ISSO? ” – Gritei morrendo de medo, pois estávamos caindo. – “ Já lembrou do Baekkie? ” – Olhei para aquele menino. – “NÃO! EU QUERO PARAR DE CAIR” – Berrei e me debati no ar, olhei o gato suspirar e logo eu caia em uma almofada. – “ Você era mais legal”.

 

O gato parou em pé na almofada e começou a andar para fora daquela grande almofada, fiquei deitado naquele local e olhei ao redor, vendo arvores roxas e prédios antigos, como se fosse da idade média.

 

 

Com mais dificuldade que o gato teve, sai dela e olhei ao redor, a grama era quase branca e as arvores estranhas. Girei em meu próprio eixo e observei tudo ao redor. Que lugar estranho. Estava distraído até sentir uma mão segurando a minha, olhei um pouco para baixo e vi o gato Baekkie, ele batia em meu peito, parecia uma criança.

 

“Já lembrou? O Hunnie vai enlouquecer ao saber que você voltou” – começou a me puxar para dentro da floresta, ele cantarolava e sua calda balançava. – “ Baekkie está feliz. Você cresceu tanto Minnie! Antes você era do tamanho do Baekkie” – Ele disse fazendo biquinho e continuou me puxando.

 

Deixei ele me puxar enquanto olhava tudo ao redor, era tudo novo, mas ao mesmo tempo conhecido. Ele me levou pela floresta até uma pequena casa de maneira e toda verde limão. Não sei onde estava, mas aqui as cores eram todas estranhas, o gato me puxou até a porta e bateu na mesma, logo ela é aberta e um cara alto, magro com os cabelos em arco-íris aparecer.

 

“Hunnie, Hunnie... o Minnie voltou” – o pequeno gato me soltou e começou a pular ao redor da gente, o tal hunnie só nos olhou sem expressão alguma. Até ele se mover puxando a orelha do gato. – “ BaekHyun, o que eu disse sobre ir atrás do humano? ”

 

 

O pequeno choramingou e ficou paradinho. – “ Você disse para o Baekkie deixar o Minnie com os dele. Mas baekkie estava com saudades” – o gato começou a chorar, fazendo o cara de porta o pegar no colo e olhar para mim. – “Entre Minseok”.

 

Olhei ele sumir para dentro da casa com o gato no colo e fiquei parado o olhando. Como ele sabia meu nome? Onde eu estou? Que loucura é essa? Entrei com receio na casa e observei a decoração psicodélica da casa. Andei até encontra-los no sofá desse local, até o sofá era estranho, parecia uma gelatina branca, vi o cara de porta sentado nele e o garoto gato sentado no colo do mesmo, me aproximei lentamente e cocei minha nuca.

 

Nunca havia me sentido assim na vida, estava confuso, ao mesmo tempo que sabia exatamente onde estava, era como se eu já estivesse ido ali antes. E de acordo com esses dois estranhos isso realmente havia ocorrido. – “ Como? Onde estou? Quando vim aqui? Por que não lembro? ” – Perguntei tudo de uma vez olhando para ambos, o gato havia parado de chorar e agora me olhava com um brilho nos olhos. Como se ele estivesse esperançoso.

 

O tal Hunnie me olhou com aquela sua expressão de nada e suspirou antes de acariciar os fios do rosado em seu colo, admito que não gostei muito de ver aquilo e cruzei meus braços. Não entendo o porquê me sentir assim, eu nem o conhecia direito, mas algo em mim gritava, berrava, para não deixar aquele cara com cabelo arco-íris ficar com o gato. Fui tirado de meus pensamentos pelo som de uma risada desconhecida, olhei para o cara de nada e ele que ria com vontade, antes de colocar o gato no sofá e levantar me encarando.

 

“Não se preocupe Minseok, ele é todo seu. Mas agora precisamos conversar” – Ele falou me empurrando para a porta novamente, o deixei me guiar enquanto olhava para trás vendo o Baekkie acenar para gente e logo o perco de vista, quando isso ocorre olho para o que me acompanhava e parávamos do lado de fora da casa.

 

“ Sabe, a mais o menos sete anos um humano descobriu sem querer a entrada para cá, na verdade a vinda dele deixou todos em alvoroço, deixou o Rei Vermelho Suho em desespero, deixou o Rei Branco Lay feliz, virou amigo do cara mais chato daqui a Lebre JongDae, enlouqueceu um chapeleiro já louco e por último, fez um gato se apaixonar.  Tudo isso em um período de somente um ano. Lembro que assim que chegou ele classificou isso como país das loucuras, pois todos eram um pouquinho loucos. “ – Enquanto ele falava meu coração batia mais forte e algumas lágrimas escorriam de meus olhos, meu peito doía, porque o que ele falava me machucava tanto? Ele percebendo minhas lágrimas se aproximou e as secou com seus dedos longos, antes de sorrir a continuar.

 

“ Infelizmente o corpo desse humano não aguentaria muito tempo nesse mundo, na verdade ele não queria ir embora, mas era muito jovem, estava no início de seu desenvolvimento e com o ambiente aqui ele não conseguiria sobreviver. Então quando começou a ficar doente, todos decidiram te mandar embora, ninguém queria que aquele humano fosse embora, todavia ninguém queria menos ainda que ele morresse. Principalmente um certo gato, então depois de muito sofrimento e decisões difíceis, ficou decidido que ele iria embora. E ele foi, mas antes de ir pediu para seu amigo chapeleiro apagar sua memória de tudo que aconteceu durante esse um ano e pediu que apagasse a memória do gatinho já que gatos só amam uma vez em sua longa existência, o humano não sabia se iria conseguir sobreviver pois demorou muito tempo para voltar e não queria que o gatinho sofresse.  Então o chapeleiro fez o que foi pedido e ele voltou para seu mundo. “

 

Ele sorriu de forma triste enquanto fazia carinho em meu rosto. – “ Mas o que nenhum deles sabia é que o amor de um gato é mais forte que a magia de um chapeleiro, então três anos após o humano ter ido embora o gato recuperou suas lembranças. E foi aí que começou o desespero. Primeiro ele pensou que era mentira, depois se desesperou ao ponto de o chapeleiro ter que prendê-lo e por último veio a descoberta que ele poderia ir no mundo dos humanos, ver seu amado. ” – Ele suspirou profundamente antes de continuar e dessa vez com uma careta em sua expressão. – “ Não sabe como é difícil cuidar de um gato apaixonado.”

 

“Sabe, todos ficaram felizes por saber que você havia conseguido sobreviver e pelo visto ainda sente algo pelo gato, mesmo sem suas memórias. Acho que você vai quere-las de volta” – Eu já chorava sem controle e sem saber o motivo, ele se aproximou de mim, segurando meu rosto e junto nossos lábios em um leve selar.

 

 

Senti como se levasse um choque, um profundo choque e quase que imediato imagens apareciam em minha mente, sentimentos voltavam, conversas e risadas relembradas. Se antes eu chorava, agora eu gargalhava. Lembrei do dia que sem querer, encostado em uma arvore encontrei uma toca de coelho. E eu como um adolescente de 13 anos, curioso, entrei para ver o que havia ali, e foi assim que parei nessa loucura.

 

Passei primeiro pela fase de negação, achava que era um sonho, mas quanto mais conhecia os seres daqui, mais esse mundo se tornava real, lembrei de como o rei vermelho ficou irritado por ter pintado seu quarto de preto, como o rei branco adorou me ensinar a pintar, desenhar, a cantar, recordei da lebre que não parava e ria que nem um idiota, com piadas idiotas que te fazia rir junto. Lembrei do chapeleiro com cabelo totalmente branco, no qual em uma noite eu havia pintado com as cores do arco-íris. E por último, de um pequeno gatinho de orelhas rosadas, que amava da maneira mais pura possível e havia ensinado o humano a amar. O primeiro que o amou, e o primeiro que ele amou.

 

As memórias mal haviam voltado e eu já corria de volta para a casa, encontrando o pequeno gato enrolado com sua calda olhando para o nada, enquanto as lágrimas escorriam eu o abracei, o abracei com uma intensidade que eu não sabia que possuía. Eu havia voltado para ele. Aquele vazio que sempre senti era completado pelo gato que agora me apertava em seus bracinhos e chorava dizendo que tinha sentido minha falta. Nada era mais real que isso. Eu o amava e ele me amava. Eu estava em casa.

 

 

 

***************************

 

 

 

 

Suspirei olhando a placa que jazia ao pé da cama, odiava totalmente essa parte do meu serviço, a parte de ver a morte. Um jovem que não teve sequer possibilidade de voltar. Um jovem que foi encontrado em coma no seu apartamento.  Coitado, estava sozinho no mundo. Vindo de um orfanato, morava em um apartamento sozinho, sem muitos amigos. Na verdade seu corpo só foi encontrado pois ele sempre descia para pegar o jornal e quando não ocorreu na manhã seguinte o sindico foi ve-lo.

 

E agora depois de três meses, finalmente ele sucumbiu. Odiava ver isso. Odiava essa parte de ser médico.

“ Doutor Byun? Está na hora da cirurgia” – Olhei para a enfermeira que entrava e assenti com a cabeça agradecendo ao lembrete. Mirei pela última vez o corpo naquela cama branca e suspirei deixando seu atestado de óbito, sai do quarto sem olhar para trás. Pelo menos agora ele sonhava eternamente.

 

 

Kim Minseok – 1995 à 2016

 

 

 

 



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