História XO's - Old Yellow Bricks

Old Yellow Bricks

Old yellow bricks

Love's a risk

Quite the little escapoligist

 

POV PJ

Antes de ir, realmente pensei o que dizer. Esse ato me fez dar conta como eu estava sendo um estúpido. Quer dizer, é a vida dela. O que eu tenho haver com isto?

Mesmo assim... Eu não poderia negar que era uma coisa bem diferente do que tinha em mente. Contudo, não era ninguém para julga-la.

Além de que, o cara bateu em mim. Na cara! Por que eu o defenderia em vez de uma pessoa que sempre me tratou bem? Quer dizer, nas duas (um pouco menos) semanas que a conheço.

Botei meus fones de ouvido, sintonizei em uma playlist qualquer que tocava uma musica qualquer.

***

 “Estou na lanchonete em frente à escola.” Ela havia escrito. Maldita seja por isso.

Não querendo ser grosso nem nada, no entanto, seria complicado se explicasse o que ela queria dizer com “em frente à escola”? Ou ao menos explica-la o significado deste termo?

Em frente ao lugar onde estudávamos era uma indústria velha falida que não embelezava nada a passagem.

Andei muito antes de dar-me conta onde Annabeth estava.

Do outro lado da rua, obviamente.

Deuses, como ela estava linda. Cabelo preso em rabo de cavalo, rímel meio borrado como se tivesse acabado de acordar. Sem querer parecer um admirador maluco, claro.

Ela deu um sorriso tímido quando me viu e acenou.

Cumprimentei-a mais timidamente ainda e peguei um cardápio praticamente escondendo meu rosto. Vendo depois, talvez aquilo até pudesse parecer ridículo, mas...

Não.

Em qualquer momento, aquilo era ridículo.

– Então – ela começou – seu rosto continua inchado.

– É... Você sabe, essas coisas não costumam se curar em três horas.

– Imaginei. Só achei que seu nariz...

– Não estivesse mais parecendo uma berinjela?

– Talvez um pimentão.

– Não precisa ser tão bondosa.

– Acredite em mim, não estou sendo.

– Obrigada.

– Está realmente muito inchado.

– Continuo muito agradecido. Mande lembranças minhas ao James.

Aquele comentário pareceu ofendê-la. Na verdade, pareceu zanga-la, já que, de repente, ela decidiu me ignorar.

– D-desculpe.

– Tudo bem... Acho que é isso que viemos falar aqui, não é mesmo?

– É?

– Das perguntas que você me fez. Oh Deuses, Percy, não se faça de burro.

– Eu posso ser bem burro quando quero.

– Percebi.

– Talvez seja sobre isso que viemos falar mesmo.

– Bem, então me deixe lhe explicar...

– Só que eu já sei toda essa história.

You are the fugitive

But you don't know what you're runnin from

You can't kid us

And you couldnt trick anyone

 

POV  NARRADOR

 

 

 Ela realmente estava surpresa. Não tinha palavras.

Por isso ele estava se escondendo?

Annabeth não sabia se gritava com ele, chamava-o de mentiroso, que havia desfeito sua promessa, ou apenas se escondia também.

Seu orgulho gritou mais forte que sua surpresa. Levantou o queixo e perguntou calmamente:

– Como...?

– Thalia.

– Então você realmente deve me odiar.

– Annabeth... Eu não disse isso.

– Você só se escondeu. Cá para nós, você acha que sou idiota?

– Olha, ainda quero ouvir seu lado, quer dizer, se resumimos o que foi dito, realmente não te favorece...

– Imagino.

–... Mas, acredito no que você me disser.

– Mas não te direi nada.

– Por quê? – de repente ele realmente parecia confuso.

– Porque não me lembro – Annabeth riu indiferente.

“Não se confia em alguém que no dia seguinte esquece do que fez.” Havia dito Thalia.

– Como assim? – questionou ele, mesmo sabendo do que viria.

– Você sabe. Essa é a hora. Fique horrorizado. Exatamente, não posso dizer com quantas pessoas eu já fiquei, quantas coisas já bebi, tudo que já fiz, porque eu não me lembro. – ela quase gritou tudo – agora vai. Vai embora.

– Por quê?

 – Hã?

– Por que é para eu ir embora?

– Não é o que você quer?

– Por que eu iria querer isso?

– Mas...

– É isso que geralmente acontece?

– Geralmente.

– Talvez eu seja diferente...

– Você é.

– Eu prometi, não foi? Agora, seria legal você sentar antes que mais pessoas comecem a olhar.

Annabeth olhou para baixo e só então percebeu estar em pé, com as duas mãos apoiada na mesa. Percy sorriu, divertindo-se.

– Acho que alguém se animou um pouco demais.

– Cala a boca.

– Sim, senhora.

– Cala a boca.

– Já esta calada.

– Você é muito fofo, sabia?

– Isso é uma piadinha pela cara inchada?

– Poderia ser...

– Só não te direi obrigada de novo pois isso esta ficando repetitivo demais para mim.

– Mas não é.

– Mas então é pelo o que... Ah, esquece. Entendi.

Às vezes, ele mesmo surpreendia-se com sua lerdice.

– Hey, eu estou falando sério. Você é incrível.

– Você não faz ideia como é também.

– Eu? Há pouco tempo você esta se escondendo por vergonha de mim.

– Quê?

– Vai dizer que não.

– Não era por vergonha de você. Era de mim, por achar que eu tinha direito de ter vergonha.

– Você está quase me confundindo. É muito raro eu ficar confusa, sabia?

– Então isso é bom.

Ela suspirou. Percy não sabia se Annabeth estava feliz ou fingindo estar.

– Por que você não queria me contar?

– Não é bem o jeito que quero que as pessoas me olhem, mesmo já olhando. Não é nem mesmo o jeito que gosto de me olhar no espelho. Não era o caminho que eu queria seguir.

– Então você está fugindo?

– De que?

– Não sei. Isso já é com você. Odeio esses papos filosóficos.

Ela riu. Até então, ele não havia percebido que havia percebido que tinha duas xícaras de café sobre a mesa.

Ele perdeu-se nela novamente. Em seu sorriso, em sua risada, em tudo.

– Droga – murmurou.

– O que foi?

– Acho que estou gostando de você, tipo de verdade.

  

You're at a loss

Just because

It wasnt all that you thought it was

You are a fugitive but you don't know

What you're runnin away from

 

– Quê? – ela praticamente cuspiu o café de volta para a xícara, o que não foi uma cena muito bonita.

A verdadeira vontade de Percy era dar-se um soco e contribuir mais em sua imagem de abatido. Por que havia dito aquilo em voz alta?

Às vezes – deu-se bronca – seria bom pensar antes de falar.

 – Ache você exagerou um pouquinho – a garota tentou argumentar.

– Talvez eu esteja um pouco precipitado.

– Um pouco? A gente se conhece à duas semanas, no máximo.

– Olha... Eu disse só gostar. Tipo... Talvez... Carinho?

– Mesmo assim...

– Eu sei... Eu sei... Falei sem pensar. Quer dizer, meio que assim é pior, ‘né’?

Ela assentiu. Vermelha.

– Olha Percy, acho que só estamos comovidos com esse momento...

– Nós? Por quê? Você também acha que está gostando de mim?

– Acho melhor mudarmos o rumo da conversa.

– Acho que agora já é tarde. Eu já soltei, não dá para esquecer.

– Mas... É que...

– Desculpa?

– Não diga isso! Ai já é um exagero.

– Acho isso uma tempestade em um copo d’água.

– Todo mundo acha muita coisa.

– Agora a atmosfera realmente...

– Pesou?

– Muito. Tipo, muito mesmo. Pesou pra...

– Entendi, Jackson.

– E agora?

– Até amanhã.

– Até, eu acho.

Ela foi embora e ele ficou ali, sentado e sozinho.

– Por que eu disse isso? – sussurrou para si mesmo.

Olhou de cabo do olho para toda a lanchonete. De repente, parecia que todos tinham alguém.

She said I want to sleep in the city that never wakes up

And revel in nostalgia

I know I said he wants to sleep»«

In the city that never wakes up