Minha mãe, como sempre, estava limpando a casa.
-Mãe.-disse eu.-A reunião de pais é em uma hora, você vai se atrasar.
-Já estou indo, só estou tirando esse lixo desse armário-disse Mayu.
-Sabe, depois que você saiu da cadeia, você ficou com essa mania de limpeza.
-Mas é claro. Parece que a sua tia não era muito fã de limpeza. Quando foi a última vez que ela limpou essa casa?
-Sei lá. Ano passado, eu acho...
-Você pode ir na frente, quando eu terminar aqui eu vou.
-Tudo bem, mas não demore muito.
Eu saí de casa em direção a escola, e minha mãe continuou a limpeza.
-Quanto lixo! Por quê que a tia guardou todos esses jornais velhos? Aposto que eles tem mais de dez anos!
Ela levantou uma grande pilha de jornais, e alguns cairam no chão. Ao pegá-los, ela se deparou com uma velha reportagem.
-Ah, que merda! Esses jornais ficam caindo no chão, e... Mas o quê?... "Haruka Nishizawa, estudante do terceiro ano do ensino médio de Tóquio, sobrevive milagrosamente, após levar um tiro no estômago e cair de um prédio de 18 andares, localizado na cidade vizinha de Kawasaki. A estudante levou um tiro de sua colega de classe Ayumi Saito, que foi morta naquele dia, vítima de uma hemorragia. Após levar o tiro, ela foi empurrada do terraço do prédio. Sorte que ela caiu na varanda de um quarto no décimo sexto andar. Os hóspedes que estavam naquele quarto, se espantaram e chamaram uma ambulância. A jovem de 16 anos ficou em coma durante um mês, mas recebeu alta tempo depois."
Minha mãe ficou muito assustada.
-A Haruka... Sobreviveu?
Na reunião de pais, minha mãe chegou, e olhou para uma mulher familiar, e a reconheceu certamente como a Haruka. Haruka também reconheceu minha mãe, Mayu.
As duas tiveram que se sentar lado a lado, mas não disseram nada uma para a outra. As vezes elas davam uma olhadinha de lado, mas só ficava nisso.
Ao final da reunião, Haruka foi falar diretamente com a minha mãe.
-Oi Mayu. Quanto tempo heim?-disse Haruka.
-Oi Haruka, não te vejo desde... Desde o dia em que você tentou me matar...-disse Mayu.
-É, o tempo voa, não é verdade? Você cresceu bem, tá bonita, saudável...
-Você também não está mal, só que... Tem uma cicatriz pequena ai na bochecha.
-É, foi daquele mesmo dia. Ganhei isso quando despenquei daquele prédio, ou melhor, quando a sua amiga me empurrou.
-Sim, te empurrou para me salvar de você, e logo depois ela morreu, por sua causa! Sua assassina!
-Você também matou algumas pessoas.
-Sim, mas diferente de você, eu cumpri pena na cadeia.
-Cumpriu pena por um assassinato, e os outros, como fica?
-Você também não pagou pelos seus crimes!
-Olha aqui, você tem seus crimes e eu tenho os meus, você não me dedura e eu não te deduro, vai ficar assim.
-De acordo.
-Agora, vamos parar de discutir, por que aqui não é um bom lugar.
Saki apareceu para a mãe dela, e eu apareci para a minha.
-Ah, já conhece minha filha Saki?-diz Haruka.
-Ainda não tive oportunidade. Essa é a minha, Yumi.
-Já ouvi falar dela. Igualzinha a mãe.
Eu e Saki começamos a nos encarar, com raiva na feição.
-Por que vocês duas estão se olhando assim?-pergunda Mayu.
-Não suporto essa garota!-respondi.
-Que coincidência, também não te suporto!-disse Saki.
-Olha só!-disse Haruka.-Parece que ódio também é hereditário. Então nossas filhas tem uma desavença, que interessante...
-Interessante mesmo.
-Vamos ver que família se saí melhor nessa richa...
-Vamos sim.
-Então, vamos Saki?
-Vamos mãezinha.-disse Saki.
-Foi bom te rever diva!-disse Haruka.
-Diva é o meu pau de óculos!-disse Mayu.
-Com certeza...
Haruka cruzou pela minha mãe, e as duas se olharam com sangue nos olhos.
As duas já estavam londe uma da outra.
-Mayu...
-Haruka...
-Eu prometo...
-Eu prometo...
-Eu...
-Vou...
-Matar...
-Você!!!
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