História Yeah, maybe I love You. - Você mexe demais comigo

- Você tem muita coisa!

- Você não fica atrás!

- Sério, já quero desistir antes de começar.

- A ideia foi sua Mark.

- Eu sei, mas isso vai dar muito trabalho.

- Eu vou te bater.

- Okay okay.

Passaram-se dois dias desde a discussão daquela noite. Não falamos de Olive, na verdade não falamos sobre nada. Na noite passada quando entrei no quarto, Mark estava sentado na minha cama e sem rodeios falou que queria conversar. Ele pediu desculpas e eu também pedi. O assunto da Olive é algo que Mark me contou com muita dificuldade, ele já superou, mas é daquele tipo de coisa que acontece e deixa uma marca.

Ela já estava na Coréia e Mark vinha ignorando suas ligações. Eu fiquei feliz com isso, mas agir assim não ia resolver nada. Na verdade, tudo que eu queria era falar com ela pessoalmente, extravasar toda a revolta que tenho com quem ela fez ao Mark, mas isso não é importante a essa hora da manhã.

Mark veio com a ideia de pintarmos nosso quarto e eu prontamente aceitei. Acordamos cedo e estávamos a horas tentando tirar nossas coisas do cômodo para não sujarem com a tinta. Escolhemos tirar o branco e pintar de cinza, afinal somos opostos assim como o branco e o preto, e tínhamos muitas coisas coloridas então não ficaria sério, era nosso meio termo.

- Tantos bonés! - Mark pegou cerca de cinco bonés e colocou um a um na minha cabeça - Aish, você nem usa eles!

- Can you stop?

- Você é um acumulador!

- Quer que eu comece a falar dos seus acessórios ali?

- O que tem? Eles nem ocupam tanto espaço, eu vou usar quando tiver que usar! Além do que o mais importante tá sempre comigo. - Mark acariciou o bracelete que usava no pulso.

Até as pequenas coisas que ele fala deixam meu coração instável.

- Você quis dizer... Que carregar algo que lembre a mim... É o mais importante?

Olhei diretamente em seus olhos para tentar pegar algum sinal, mas Mark apenas soltou uma risadinha, daquelas que parecem mais que a pessoa respirou errado e depois saiu empurrando a arara com as roupas dele.

Por que?

Tiramos o máximo de coisa que pudemos do quarto e o que não deu cobrimos, então começamos a pintar. Mark era melhor que eu, então tentei seguir o que ele fazia para que a pintura ficasse uniforme.

Colocamos música e tudo ficou mais animado, adorava como nós dois cantávamos a letra e fazíamos até os sons da música. Adorava as dancinhas esquisitas que ele fazia e como escorregava no coreano em algumas letras, obviamente não perdia a oportunidade de encher ele com isso. Em certo ponto começamos a fazer uma sessão de improviso e os raps do Mark eram realmente ridículos e a risada que ele dava logo em seguida realmente provava que ele se achava o cara mais engraçado da face da terra.

- Ficou melhor do que eu esperava - comentei quando nos jogamos no chão e ele concordou com a cabeça - A gente devia sair pra beber hoje.

- O que? Por que?

- Sei lá, acho que a gente tá precisando...

- Mas todo mundo? Acho que Jinyoung prefere beber por aqui mesmo.

- Verdade... E se a gente fizesse umas brincadeiras?

- Como a gente fazia na época de trainers?

- É, mas nunca fizemos entre a gente.

- Não acha um pouco demais?

- Por que, tá com medo de ter que falar um segredo?

- Não, tô com medo de ficar sabendo até o que não devo sobre o Bam - começamos a rir, porque era mais do que verdade. BamBam já saia fazendo coisas, mostrando coisas e falando coisas demais.

Terminamos de arrumar o quarto e realmente tinha ficado muito bom. Combinamos de ir ao shopping comprar algumas decorações, estávamos animados e eu não conseguia parar de imaginar em como parecíamos um casal que estava decorando o apartamento novo, só tinha dois problemas: não éramos um casal e não morávamos sozinhos. Então de repente eu pensei que um dia ia ter que deixar tudo aquilo, sabia que Mark era louco para ter um quarto só dele, assim como sabia que ele sendo o mais velho seria um dos primeiros a sair do dormitório e achar um canto só dele, um lugar onde uma pessoa barulhenta como eu não teria espaço.

- Deviamos tirar uma foto. - Mark falou me tirando do transe de pensamentos negativos.

- O que?

- Uma foto, Gaga. - ele se aproximou de mim com o celular em mãos. Estávamos sujos de tinta, com o cabelo desarrumado e sem um pingo de maquiagem, mas demos nosso melhor sorriso para aquela foto.

As vezes Mark era a pessoa que me animava, que me fazia rir, sorrir, que puxava assunto e que sabia o que dizer na hora certa, apesar de sermos opostos, havia momentos em que ele fazia o meu papel por mim, mesmo sem saber que ele era a causa da minha tristeza.

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Convencemos a todos sobre bebermos no dormitório, estava todo mundo animado, principalmente os maknaes porque ia ser a primeira vez que beberíamos juntos. Pedimos aos managers para comprarem soju e frango frito, prometendo que não faríamos nada estupido e que não sairíamos do dormitório.

Sentamos em círculo no chão e Jinyoung foi o primeiro a sugerir um jogo, era bem simples, mas ele escolheu justamente com o intuito de embebedar Youngjae, tanto é que o mesmo tentou reclamar, mas foi vencido por 6x1. O jogo consistia em escrever algo propositalmente idiota num pedaço de papel e direcionar a uma pessoa, se essa pessoa risse, teria que beber um shot. Todos entramos na brincadeira de Jinyoung e logo Youngjae bebeu 6 doses de soju, foi hilário ele tentar prender a risada, era muito fácil fazer Youngjae rir, mesmo que escrevêssemos coisas obscenas ele riria pelo simples fato de ser 18+. Jaebum e Mark deixaram suas risadas altas ecoarem na pequena sala do nosso dormitório. No fim da primeira rodada, Youngjae já havia transformado seu vocabulário em 40% palavrões.

O segundo jogo foi sugerido por Jaebum, de novo com pedaços de papel, mas desta vez era mais elaborado. Tínhamos que escrever uma palavra qualquer no papel e direcionar para uma pessoa e então cada um teria sua vez de jogar dados para tirar um número, o resultado só poderia ser visto pela pessoa escolhida, se fosse par a pessoa teria que contar uma história verídica sobre o que quer que estivesse escrito no papel, se fosse ímpar a história deveria ser inventada. Se acertássemos, o contador da história beberia, se errássemos nós é que beberíamos uma dose.

Eu tenho que dizer que Jaebum e Jinyoung são mentirosos de primeira, os dois tiraram ímpar e contaram historias completamente convincentes! Jaebum sobre uma vez que um garoto tentou beijar ele no ensino médio e Jinyoung contou sobre uma ahjumma tarada, que trabalhava na sua escola, e não parava de jogar cantadas.

Eu acabei contando uma história verdadeira sobre algumas coisas que aconteceram no vestiário da escola que eu praticava esgrima, exagerei nos gestos e caprichei no meu tom de voz, quando terminei de falar acabei me lembrando que eu já havia contado aquilo para Mark, então havia grandes chances de eu ter que beber. No entanto no final todos acharam que era mentira, e pelo que entendi Mark me salvou ou só queria beber uma dose de soju.

Yugyeom falou sobre uma assombração que viu quando era que criança, foi tão mal contada que estávamos todos rindo na cara dele pela metade da história.

BamBam falou sobre seu primeiro beijo e era verdade, acertamos e ele teve que beber, mas foi fofo de ouvir.

Youngjae contou sobre um dia de pura sorte que ele teve, ele achou dinheiro, ganhou uma rifa, uma garota muito bonita dividiu o guarda-chuva com ele, sua classe foi liberada da aula, todo tipo de coisa ridícula que ele inventou, mas jurou ser verdade entre várias risadas. Obviamente ele teve que beber e demos uma punição a mais com direito a vários tapas. Parece que havíamos voltado no tempo.

Mark foi o único que não participou, então teve que beber.

Brincamos de “Eu nunca...” e foi basicamente para enchermos a cara e para descobrir que Jaebum quase roubou um jogo de uma loja quando era mais novo, mas se arrependeu antes mesmo de ter coragem para roubar.

Já estávamos bem alterados, principalmente Yugyeom e Youngjae, quando BamBam teve uma ideia “brilhante”.

- Eu vi esse jogo.... - ele arrotou fazendo todos rirem menos Jinyoung que estava ao seu lado - Mark deve saber qual é!

- Não tenho a menor ideia do que você tá falando - Mark disse tão rápido, sua sentença sendo substituída por várias risadinhas.

Ok. Bêbado. 

- Yaaa, a gente viu naquele filme lembra?

- Bam, você nem disse o que é, como quer que ele se lembre? - Jinyoung comentou dando um tapa na cabeça de BamBam.

- Oh. - BamBam teve um ataque de riso, fazendo todos rirem.

- Qual o jogo afinal? - Mark perguntou deitando ao meu lado apoiando sua cabeça na minha coxa. Uma das minhas mãos foi automaticamente para seu cabelo e a outra ele mesmo pegou para ficar brincando com meus dedos.

Mark estava começando a ficar carente de contato.

- Eu não me lembro muito bem...

- Greeeeaaat!

- Era algo assim... Escrevemos uma parte do corpo em um papel-

- Papel de novo? - Jaebum reclamou.

- É. Shh.

- Ya, seu pirralho! - Jaebum jogou um de seus chinelos em BamBam. Até sobre efeito de álcool Jaebum não esquece das formalidades.

- Você vai terminar de explicar isso hoje? - perguntei fazendo Mark rir, uma risada que foi direcionada inteiramente para mim, seu rosto visto de cima era... Não recomendo se você estiver sofrendo de um amor unilateral.

- Eu já disse! Escrevemos uma parte do corpo em um papel, nos dividimos em duplas e cada uma pega o papel, a parte do corpo - soluço - que a pessoa tirou deve ser grudada na da outra pelo tempo que ela conseguir, se separar, driiiink!

- Ah, não quero. - Jinyoung foi o primeiro a sair e subir no sofá (tropeçando e se apoiando em Yugyeom), para nos observar.

- Somos seis então, dá pra dividir. Eu escolho o Jackson. - Mark disse voltando a se sentar e pegando um papelzinho para escrever.

Não preciso dizer que estava muito mais que animado para ter qualquer parte do meu corpo grudado no de Mark.

Formamos três pares, BamBam e Yugyeom, Youngjae e Jaebum, e Mark e eu. Escrevemos nos papeis e tiramos a sorte. A primeira dupla tirou nariz. A segunda tirou bunda e nós tiramos quadril. A cada revelação Jinyoung ria mais forte por ter se livrado.

BamBam e Yugyeom grudaram seus narizes e BamBam não parava de rir, enquanto o outro reclamava do bafo do álcool.

Jaebum reclamou bastante, mas ele é bastante esperto e logo deu um jeito para aquilo não ser muito estranho. Forçou Youngjae a deitar de bruços e sentou na bunda dele. Pode parecer esquisito, mas Jaebum estava realmente numa boa, era apenas uma “almofada” como ele mesmo disse. Um completo estraga prazer.

- Tenho quase certeza que Youngja vai vomitar em 10 minutos - Jinyoung comentou adorando tudo aquilo.

Bem, por último éramos nós dois. Eu fiquei nervoso, muito. Era mil vezes pior e melhor do que aconteceu na academia. Foi Mark que tomou a inciativa de se jogar por cima de mim, mas por puro reflexo eu não deixei, minha mão voou para o seu peitoral, parando-o. Ele me olhou confuso e para disfarçar eu fui para cima dele me apoiando em meus dois braços que prendiam ele ali. Ganhamos uma rodada de gritos e “Choo Choo Choo Choo’s”.

Mark umedeceu os lábios e naquele momento eu me desliguei de tudo, seus olhos fixados nos meus, um olhar com uma mistura diversão e provocação.

- C’mon.  - ele disse num sussurro rindo logo em seguida.

Eu vou morrer essa noite.

Seus braços finos seguraram na minha cintura, me puxando ao encontro dele por causa da minha hesitação. Nossos quadris se encostaram e os gritos que ouvi depois disso fizeram com que eu voltasse a mim.

Jinyoung estava pedindo silêncio a todos porque já passava de 1 da madrugada.

Mark mantinha um sorriso no rosto que estava me perturbando.

- Ei, Jackson você deveria colocar suas pernas entre as do Mark! - BamBam gritou desnecessariamente.

- Oh, eu gosto disso. - Jinyoung comentou se ajeitando no sofá, animado como se estivesse vendo um drama.

Olhei para Mark para saber se ele estava ok com aquilo e ele não tirava aquele sorriso do rosto. Então ele abriu umas das pernas e eu fiz o mesmo, me encaixando perfeitamente entre elas. Aí sim nossos membros se tocaram e fechei meus olhos instantaneamente. Eu queria muito, muito me mover, queria fricção, e Mark pareceu ler meus pensamentos. Senti seu quadril se elevar e ir de encontro ao meu num movimento tão brusco e repentino que meus olhos se abriram abruptamente e quase gemi, porém ele só estava se ajustando ao meu peso em cima dele.

- O que fazemos agora? - Mark perguntou e quase pensei que a pergunta fosse para mim, mas ele olhava na direção de BamBam.

- Ah... Eu não sei...

Dei uma boa olhada ao meu redor e fiquei confuso com a expressão de alguns. Jinyoung ainda estava rindo, Youngjae estava dormindo, Jaebum tinha as mãos no rosto deixando livre só os olhos para enxergar entre os dedos, mas Yugyeom e BamBam me olhavam sérios.

- Que tal um último jogo? Já tõ com sono. - Jaebum falou saindo de cima de Youngjae e virando ele para se deitar nas costas.

- Eu não quero mais beber - falei saindo de cima de Mark e indo para o banheiro. Ouvi Mark perguntar se eu estava bem, mas não respondi.

Assim que entrei no banheiro fechei a porta e entrei no box. Abaixei minha calça junto com a boxer e peguei meu pênis em minhas mãos, estava começando a ficar ereto naquela posição com Mark, e se já não fosse nojento o suficiente ficar duro em cima do meu melhor amigo, me masturbar pensando nele com certeza era.

Joguei um pouco de condicionador no meu membro e comecei a me tocar num ritmo rápido, não queria demorar demais e levantar suspeitas, assim como queria ter meu alivio o mais breve possível. Quando atingi a ereção por completa, passei a dar atenção para toda a extensão do meu pênis, fazendo movimentos rotativos em volta dele, mas sem tocar na cabeça, diminuindo o ritmo aproveitando o prazer que aquilo estava me causando. Eu não me masturbava com frequência então era muito mais fácil eu ficar excitado ou em um processo de ereção, meu corpo precisava disso, era natural, mas eu queria mais que aquilo, eu queria que Mark me tocasse assim como desejava que ele fizesse isso, queria beijar todas as partes do corpo dele, queria chupões, sexo, queria amar Mark de todas as formas possíveis.

Aumentei o ritmo dos giros com a minha mão em volta e do pênis e passei a estimular a cabeça com meu polegar. Tinha que me controlar para não gemer alto demais o gritar o nome dele. Era tão prazeroso e doloroso ao mesmo tempo. Minha respiração estava falha e toda vez que eu expirava minha respiração se tornava um gemido. Arquei minhas costas e joguei minha cabeça para trás por causa da insana sensação dos meus dedos me estimulando, me masturbei cada vez mais rápido e girava meu pulso como um louco para tentar alcançar meu clímax, quando percebi que estava conseguindo direcionei minha outra mão para minhas bolas e apertei e puxei tentando achar um ritmo para com a minha outra mão.

A sensação era maravilhosa e minhas pernas já estavam quase desistindo. Minha mente foi invadida por imagens das únicas partes de Mark que já tinha visto, seu peitoral branco e de seus mamilos rosados, seu abdômen definido, sua forma esguia, seus lábios e o modo como ele passava a língua neles, suas mãos, suas costas, sua voz, tudo isso combinado com meus movimentos fizeram uma corrente elétrica percorrer todo meu corpo, causando um formigamento no meu abdômen e logo em seguida o meu tão desejado orgasmo. Larguei meu escroto e elevei minha mão num punho até a boca, mordendo para evitar escapar qualquer grito ou gemido, meus músculos se contraíram e meu quadril inconscientemente fazia um movimento de vai e vem curto e forte dentro da minha mão que ainda o abrigava.

Enquanto me acalmava, ouvi batidas fracas na porta e uma voz que não consegui identificar o dono.

- Hyung, você tá bem?

Não conseguia responder ainda.

- Hyung?

Yugyeom?

- Estou bem - respondi o mais alto que pude sem minha voz falhar.

- Estamos indo dormir...

- Tudo bem, eu já vou sair.

- Tá tudo bem mesmo?

- Tá...

- Boa noite então.

Gastei mais alguns segundos tentando estabilizar minha respiração, em seguida levantei minha calça e comecei a limpar tudo. Lavei o chão do box, meu pênis, minha mão, qualquer coisa que tivesse espirrado com sêmen. Fui até a pia e joguei agua no meu rosto quando a culpa e a vergonha me atingiram.

- Foi a primeira e última vez, certo Jackson? - perguntei ao meu reflexo no espelho.