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História Yes, Daddy. - Não entre em meu caminho


Escrita por: FleurDeDruitt

Notas do Autor


Olá, espero que gostem dessa minha nova fic. Comentários são sempre bem aceitos! Favoritem se gostarem, assim saberei se querem que eu continue, beijos! ♡

Capítulo 1 - Não entre em meu caminho


Fanfic / Fanfiction Yes, Daddy. - Não entre em meu caminho

Me pergunto como cheguei aqui, no portão de embarque do aeroporto. Mesmo com a cabeça cheia de pensamentos e dúvidas, eu não voltaria atrás. Fui categórica quando decidi ir morar com minha tia. Na verdade era um desejo que tenho desde pequena, mas agora em situações e finalidades distintas.

Os últimos dias não tem sido os melhores em minha vida, o trabalho de meu pai não vai nada bem e ele acaba quase sempre descontando suas frustações nas bebidas. Pode ser meus hormônios, mas nunca briguei tanto em casa. Meus pais e eu já estávamos fartos, e por fim com minha tia chegamos a um acordo. Eu ir morar com tia Agatha, o que para mim era perfeito.
  
“Senhores passageiros com embarque à Rennes, por favor se dirigir à rampa número 6.”

A voz sintética dos autofalantes soou pelo local, me levantei pegando minha mala de rodinhas e me dirigindo ao lugar indicado, deu minha passagem e entrei no avião. Meu assento ficava na janela e eu podia ter uma ampla visão.

A aeromoça nos deu os primeiros passos em casos de acidente e o piloto deu o comando para levantar voo.
Adeus, Paris. Pensei, colocando meus fones de ouvido, e vendo minha cidade natal se afastando do meu campo de visão.
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A viagem não durou muito, aproximadamente duas horas. Quando cheguei ao setor de desembarque avistei rapidamente minha tia. Era difícil não notá-la, apesar de já ter seus 30 anos, tinha uma aparência bem jovial. Vestia roupas da moda e usava os cabelos sempre coloridos em tonalidades de rosa.
  
- Como estava com saudades, querida!- Me abraçou bem apertado.- Você terá que me contar cada detalhe do que eu perdi nesses 4 meses que fiquei sem lhe visitar.
 
- Agora teremos bastante tempo para pôr as novidades em dia.- Sorri, ela concordou, batendo palmas de felicidade.
 
- Ah, estou tão feliz por você vir morar comigo. Mesmo que seja ruim que você e seus pais tenham brigado, não consigo esconder a felicidade!

   - Nem eu.- Ri e nos dirigimos a seu carro.
Tia Agatha apesar de viver em um bairro de classe média alta, morava em um prédio bem simples, sem muito luxo, porém muito charmoso e confortável. Nós subimos até o terceiro andar e adentramos o apartamento. Estava exatamente igual à última vez que viajei para lá.

  - Querida, os documentos de matrícula e seus livros estão no seu quarto, juntamente com algumas roupas novas que comprei para você.

   - Tia...não precisava se preocupar.

   - Que nada! Quero que minha sobrinha chegue poderosa no primeiro dia de aula. Pode ir tomando um banho se quiser, irei preparar o jantar.

Subi para meu quarto que ficava na cobertura, era bem arrumado e aconchegante. Abri meu armário e lá estavam roupas de todas as cores e tamanhos. Realmente minha tia havia exagerado um pouco. Tinha roupas de praia até de casamento.

Peguei uma peça de roupa comum e minha toalha, me dirigindo ao banheiro. Tomei uma demorada ducha, para levar embora todo o cansaço de viagem e maus pensamentos do passado. Depois de me vestir, desci as escadas e minha tia já se encontrava na mesa, jantando.
 
- Hoje temos ensopado de carne e salada de batata.

   - Oba, meus preferidos.

Jantamos e conversamos bastante, ela me contava como era a cidade e seus pontos turísticos. A vizinhança e claro, sobre minha escola. Parece que ela já deu aula lá por um período antes de pedir demissão para começar a trabalhar em casa. Ela é formada em letras e era professora de francês, porém, resolveu parar para escrever seus livros. Atualmente é escritora e suas obras fazem bastante sucesso.
Terminamos e antes que eu pudesse pegar meu prato ela o retirou da mesa.
 
- Querida, deixe isso comigo, deve estar cansada. Pode fazer um favor? Veja se tem correspondências lá embaixo, por favor.

  - Claro.

Respondi, logo depois saindo do apartamento e descendo as escadas até a entrada principal, onde tinha as caixinhas de correspondência. Abri a com numeração 302 e retirei de lá pelo menos 10 envelopes. Há quanto tempo ela não checa isso?

Conta de luz, conta de gás, conta de água, Sweet Amoris...

Minha curiosidade foi grande ao ver aquele envelope, e pensei em abri-lo, porém fui interrompida por uma garota ruiva que surgiu ao meu lado.
  
- Olá, nunca te vi aqui antes.
 
- Me mudei hoje.- Sorri timidamente, ela sorriu de modo simpático.
 
- Entendi.- Seus olhos automaticamente focaram o envelope em minhas mãos.- Você vai para Sweet Amoris?

  - Sim.

   - Que maneiro, também estudo lá.- Disse, entusiasmada.- A propósito, sou Íris.

   - Elise.- Nos cumprimentamos com as mãos.

   - Tenho que subir antes que minha mãe me chame, bom, foi um prazer te conhecer, Elise.- Ela pegou suas correspondências e antes que subisse as escadas se virou.- Sei que amanhã é domingo e você deve estar cansada, e não você acabou de me conhecer, mas você gostaria de ir em uma festa? Será amanhã às 18hrs, no parque, aqui perto. Será tipo um Saral. Acredito que será uma ótima forma de você fazer novos amigos.
 
-Ahn, claro. Por que não?
  
- Ok, até amanhã então!

Fui para o apartamento e tia Agatha estava vendo TV. Ela se virou para mim como se tivesse levado um susto.

  - Querida, por que demorou tanto?

   - Conheci uma garota, ela estuda em Sweet Amoris também. E, ela me chamou para uma festa amanhã no parque, com os alunos de lá. Eu posso ir?- Perguntei receosa. Meus pais nunca deixavam eu sair.

   - Claro, vai ser ótimo você fazer novas amizades.- Sorri, logo em seguida bocejando.- Já são 20hrs, você deve estar cansada. Por que não dorme?
  
- É verdade, estou com bastante sono.- Dei um beijo nela.- Boa noite, tia.

   - Boa noite, Elise.

Subi as escadas e fui me deitar. Eu demoraria um pouco para pegar no sono, afinal eram tantas novidades.
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Acordei, o quarto permanecia meio escuro devido as cortinas que bloqueavam a luz solar e só deixavam alguns raios entrando. Desliguei o ar condicionado, e logo depois fui checar meu celular, eram 13hr.

Sai do quarto e desci as escadas, estava tudo bem calmo e quieto, até estranhei. Na mesa havia um bilhete.
 
“ Bom dia/boa tarde, querida. Dormiu bem? Espero que sim. Minha amiga acabou torcendo o joelho e está sozinha em casa e me chamou para fazer companhia a ela. Ela mora a aproximadamente duas horas daqui. Eu devo chegar às 20hrs. A comida está na geladeira e as chaves reserva na porta. Divirta-se na festa! Beijos, tia Agatha.”

Suspirei, indo até o banheiro fazer minha higiene matinal. Hoje eu aproveitaria o dia para arrumar minhas malas e meu material para amanhã. Acho que uma faxina cairia bem, seria até uma maneira de agradecer a hospitalidade da tia Agatha.
Comecei a varrer a sala quando o telefone tocou.
 
-Alô?”
 
“-Elise?”-Era a voz da minha mãe na outra linha.-“Onde está sua tia?”

  “-Ela saiu...quer algo?”

   “ Não. Tratarei diretamente com ela. Escute, você não deu problemas a ela, não é?”-Realmente eles me viam como um peso morto para qualquer um.

  “-Não senhora.”

  “-Ótimo, quando ela estiver peça para ela me ligar. Tchau.”- Desligou o telefone.
 
- Estou bem, obrigada por perguntar.- Suspirei, revirando meus olhos. Voltei a varrer o apartamento e logo depois fui limpar os outros cômodos.

Quando terminei de guardar minhas roupas no armário já eram 16:50. Suspirei, indo até o banheiro tomar meu banho para a suposta festa. Bem a tempo.

Quando saí do banho já eram 17:30. Optei por um vestido vermelho folgado e um par de sapatilhas marrons tipo boneca. Deixei meu cabelo secar ao natural, coloquei um pouco de gloss e saí de casa 18:20.

   - Merda, antes eu tivesse perguntado para Íris como se chega ao parque.
Já era a terceira vez que eu passava pela mesma rua, e quanto mais eu passava, mais ela fixava desértica, aquilo já estava me deixando nervosa. Mais a frente havia uma lanchonete onde eu podia pedir informação. Ela estava a dois quarteirões.

Comecei a andar quando notei passos atrás de mim no mesmo ritmo dos meus. Mordi meu lábio, pensando que era algo de minha cabeça, acelerei meu ritmo, e os passos atrás de mim também. Por reflexo olhei para trás e logo meu braço foi agarrado.

Um homem mais alto que eu, vestindo um boné, que dificultava minha visão de seu rosto, usando um casaco, apertava meu braço, e com a outra mão, pressionou um tipo de canivete em minha cintura.

   - Um movimento e você morre, gracinha.- Senti seu hálito de álcool perto de meu pescoço, e seus lábios roçarem em meu cabelo. Que nojo. O desespero havia tomado conta de mim, queria berrar, pedir socorro, correr para os braços de minha mãe, mas eu não poderia. Estava perplexa, em choque.
 
- Ei! O que está fazendo?- Uma voz masculina chamou minha atenção e do abusador. Me virei para a silhueta que se aproximava despreocupadamente em passos firmes.
 
- Quem é você? Não chegue perto. Estou armado!- Ele apontou a faca para o homem a nossa frente. Num movimento rápido, aquela pessoa atingiu seu braço em uma velocidade absurda e com a outra tomou a faca de suas mãos, imobilizando-o logo em seguida.

  - Da próxima vez que eu o vir abusando de alguém, você vai desejar nunca ter nascido.- O canalha desesperado, concordou e pediu piedade, e fugiu. Não antes de passar por uma vistoria por parte do misterioso sujeito.

Aquilo tudo aconteceu muito rápido, eu estava  choque.

  - Está tudo bem?- A figura masculina mais alta que eu se aproximou. Enquanto se aproximava sua silhueta era iluminada pelo poste de luz. Era um jovem, tinha cabelos castanhos bagunçados, olhos esverdeados, e vestia uma roupa quase que militar, porém com mais estilo. Tinha músculos definidos e uma postura bem confiante.- Como se chama?

   - E-Elise.- Tirei os fios bagunçados que cobriam minha face e o encarei diretamente. Suas órbitas verdes se expandiram.
 
- Elise?! É você mesma?- Oi?
 
- Você me conhece?- Perguntei, confusa.

   - Como não conheceria?- Ele sorriu.- Sou eu, Kentin! Ou melhor, o antigo Ken.- Coçou a nuca, um pouco incomodado.

Fiquei em choque, se era possível ficar mais do que já estava. Agora me recordo, Ken foi meu primeiro namorado, tínhamos 11 anos. Bom, na época ele era bem baixo, até mais baixo que eu, e sua aparência era longe de ser atraente para as garotas do colégio. Mas o que me chamava a atenção nele era seu bom coração e simpatia, que me conquistaram mais que qualquer sorrisinho e carinha bonita do colegial.

Porém, acabamos tendo que terminar, pois eu me mudaria para Paris com meus pais e ele iria para uma escola militar...agora tudo faz sentido!

  - Ken...é você mesmo?

   - Agora é Kentin.-Riu envergonhado.- Por favor, não gosto mais daquele apelido idiota.

   - Não era idiota, eu gostava.- Sussurrei.

Ele me olhou por alguns segundos, seu olhar era indecifrável, um misto de curiosidade e ansiedade. Antes que eu percebesse ele se aproximou e me beijou. Um beijo calmo, que depois se tornou profundo, recheado de saudades. Quando já estava mais confortável com o beijo, segurou minha cintura, puxando-me para perto de si.

God, desde quando ele ficou com essa pegada? Com aquele movimento, me afastei abruptamente, interrompendo aquele beijo de cinema.

   - D-Desculpe, não sei o que deu em mim.- Bagunçou o cabelo como costumava fazer quando ficava nervoso ou ansioso.- Eu não deveria ter feito isso, ainda mais depois daquilo...Mas, eu estava com tantas saudades.

   - Eu também...- Disse ofegante, meu rosto com certeza estava ruborizado debaixo de minhas madeixas loiras bagunçadas em minha face.

   - Ahn...- Um silêncio constrangedor se fez.- Você quer ir tomar algo comigo? Podemos conversar.

  - Claro.- Era o mínimo que eu poderia fazer por ele me salvar.
Acabei por descobrir que ele também estudava em Sweet Amoris, aliás era da classe de Íris. Meu deus, Íris.

   - Kentin, por acaso você sabe onde fica o parque?

  - Claro, te levo lá.

Quando chegamos haviam vários grupos espalhados por lá. De longe avistei Íris com mais duas pessoas. Nos aproximamos.

  - Elise! Kentin! Já se conhecem?- Nos entreolhamos e rimos sem graça.- Que bom que vieram, vou apresentar a você Elise, este é Alexy- Apontou para o garoto de canelos azuis e traje colorido.- E essa é Kim.- A garota de pele negra e roupa despojada sorriu de volta.
 
- Prazer.- Falei, e eles logo me cumprimentaram. Ambos eram bem comunicativos, e Kim tinha um ar sarcástico que a tornava divertida.

Enquanto conversávamos, focalizei um grupo um pouco mais distante, era composto por um ruivo, um garoto de cabelos platinados, um loiro com pele bronzeada de surfista com tatuagens e outro moreno de dread.

Esse grupo ria e zoavam entre si, o moreno já estava mais bêbado e era amparado pelo platinado. Uma garota de cabelos negros com mechas azuis e olhos azuis, estava praticamente pendurada no pescoço do loiro bronzeado. E o ruivo era competido por uma loira de cabelos até a cintura e uma outra mulher de cabelo cor cobre.

   - O falso loiro com cara de drogado é o Dake, ou Dakota. A garota perdurada em seu pescoço é Letty, já pegou praticamente todos os garotos do colégio, o moreno é o Dajan, o pobre coitado que está o carregando é o Lysandre, ele é o mais sensato dali. E as duas “coisas” que estão discutindo ali são Ambre e Debrah respectivamente.- Kim disse com um tom de desdém.

  - E o ruivo?- Ouvi Kentin bufar atrás de mim.
 
- É o delinquente da escola.- Alexy disso por fim, dando de ombros.- Não faz o tipo bad boy, mas é briguento e isolado.
 
- Entendo.

Logo depois das apresentações amistosas de Kim e Alexy, fomos surpreendidos por gritos vindos daquele grupo. Quando olhamos um loiro apareceu na roda, ele estava puxando a tal Ambre que se recusava a ir.

  - Pobre Nathaniel, a irmã dele é uma peste.- Kim disse.

Ele começou a discutir com o tal de Castiel, e a coisa estava ficando feia. Até uma rodinha de briga foi formada em volta deles.

   - Melhor ajudar.- Kentin se direcionou para lá e foi seguido pelos três, sem saber o que fazer apenas os segui.

   - Castiel, pela última vez, deixe minha irmã longe de sua corja!- Nathaniel esbravejou.
 
- Ou o que? O que posso fazer se todas me querem.

Aquilo foi a gota d’água que faltava para a briga começar. Nathaniel o empurrou com toda a força, Castiel bateu as costas em uma árvore e logo em seguida se recompôs, cheio de ódio foi para cima do loiro e acertou-lhe um soco na barriga.

  - Kentin, faça algo!- Íris suplicou.
Kentin tentou se meter no meio de ambos, segurou Nathaniel e Lysandre tentou conter Castiel. Porém, apesar se Lysandre ser maior, Castiel era mais forte, somado à raiva que estava sentindo. Fechou o punho e com toda a força, acertou um soco que acabou mirando o rosto de Kentin, que desprotegido foi pego de surpresa e caiu do chão.

Corri até ele, que estava inconsciente e com a respiração ofegante.

  - Olha só, quis se meter na briga e teve que ser socorrido pela namoradinha.- Ele riu de deboche, aquilo me encheu de raiva.

   - Cala a boca, seu imbecil!- Peguei a primeira lata de cerveja vazia que achei ao meu lado e joguei nele, acertando-lhe a testa e fazendo um pequeno corte. Ele me olhou perplexo por alguns segundos antes de fazer um olhar furioso.

Merda.Merda.Merda.

Só agora notei o que havia feito, me levantei rapidamente, sussurrando um “ Cuidem dele” para Íris e depois saí correndo dali. Que ótima forma de começar a socializar.

Bom, se fosse de outra forma, eu com certeza não me chamaria Elise.



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