História You and I - Park Jimin - Alta

A sensação ruim percorreu por todo o meu corpo, ele está correndo risco agora, e o médico não apareceu ainda. Eles precisam logo pegar meu sangue para ajudar o Rafael.

— Meu Deus. — suspiro fundo para não ficar muito nervosa — Tae chama o médico aqui, ele precisa pegar meu sangue logo. 

— Tá bom. — se levantou às pressas e saiu correndo para fora do quarto

Tudo está praticamente nas minhas mãos, Rafael está no viver ou morrer e eu sou quem pode ajudá-lo, não vou deixar isso passar, se fosse ele não pensaria duas vezes para fazer. Tanto que entrou na frente do tiro que Yura deu...Não demorou nem dois minutos e o Tae já havia aparecido com o médico no quarto.

— Anda logo senhor, vocês precisam salvar o Rafael! — apresso ele, tentando ser o mais educada possível 

O mais velho apenas assenti indo em minha direção para coletar o sangue. Respiro fundo olhando para Tae que estava sorrindo para mim, digo “Obrigada” apenas movendo os lábios e ele faz um coração para mim. Sorrio boba com sua atitude e espero o médico terminar de coletar meu sangue.

Não demorou muito como eu achei que iria, ele coletou meu sangue e depois saiu às pressas do quarto, provavelmente indo para onde estava o Rafael.

— E agora, Tae? — as lágrimas começam a cair no meu rosto e eu abaixo a cabeça 

— Hey, calma S/n. — veio para perto de mim ajoelhando-se ao meu lado — Vai ficar tudo bem, ok? — levantou um pouco minha cabeça para olhá-lo e depois me abraçou apertado

— E se ele morrer? — pergunto baixinho fungando

— Ya, não pense nisso. Olha...— saiu do abraço levantando meu queixo para olhá-lo — Se eu disse que vai ficar tudo bem, vai ficar. Acredite nas minhas premunições. — rio do que ele havia dito e o mais velho acariciou meus cabelos

— Tá bem, Tae vidente. — ele sorri

— Tenta descansar agora, ok? Assim você relaxa e amanhã a gente descobre o que aconteceu, tá?

— T-tá bom...— o maior sela minha testa e sorrio

— Boa noite, S/n. — disse sentando-se na cadeira

— Boa noite, Tae...

Viro para o outro lado deitando-me na cama, é melhor não pensar em nada agora, senão não vou conseguir dormir. Sem Rafael, Yura, Chanyeol, Jimin, ninguém! Descansa S/n, como o Tae disse, descansa. Fecho os olhos esperando meu sono vir.

ღღღ

Raios de sol invadem o meu quarto e também meu sono, viro para o outro lado da cama e abrindo os olhos lentamente tendo uma visão muito fofa de Tae. Ele está sentado na cadeira dormindo com sua boca entreaberta e encolhido nela, ele está muito fofo assim. Não tem quem discorde se ver isso.

Sorrio instintivamente e me espreguiço em seguida. Eu preciso tirar uma foto dele, procuro em volta de mim meu celular mas não estava em lugar nenhum. Aish, só quero meu celular pra uma tirar foto dele!

Me destapo sentindo pontadas em algumas partes do meu corpo, obviamente pelo que fizeram comigo e volto para a cama. Aish, que droga. Vejo que eu estava sem aqueles aparelhos todos em mim, devem ter tirado porque vão me liberar, uhul. Junto minhas forças e levanto da cama tentando ignorar as dores que eu ainda tinha. Olho para o Tae garantindo que ele não tinha acordado com nenhum som que eu pudesse ter feito, mas não, dormindo feito pedra.

Havia outra cadeia no quarto e encima dela estava minha mochila, vou ate ela na ponta dos pés sentindo o chão gelado por todo caminho. Mark dever ter trazido essa mochila para mim, e tenho certeza de que o meu celular está ali. Tento abrir o zíper da mochila bem devagar — procurando não fazer barulho nenhum —, procurando dentro dela o aparelho, mas só tinha roupas nela. Aish, cadê ele? Escuto ele vibrando em alguma parte da mochil, e adivinha? Bolso de fora da mochila. Por que eu não procurei aqui antes? Sou uma idiota mesmo!

Dou uma corridinha silenciosa para onde Tae estava parando bem na frente e posicionando meu celular para ele, deixo o mesmo na câmera e começo a tirar fotos dele de vários angulos, teve até selfie. Aish, ele está muito fofo! Ainda não sei como na Coreia tem tantos meninos bonitos e fofos, já disse que eu queria eles no Brasil? Sim, mas estou dizendo de novo. Se Tae descobrir que eu tirei essas fotos dele vai me matar, por isso é melhor deixar o meu celular longe dele.

Escuto um rangido da porta, alguém estava entrando, então corro para minha cama pulando nela e tapando-me. Faço uma careta pela dor que eu senti ao fazer isso e vejo o médico se aproximando.

— Oh, vejo que já acordou. — disse um pouco baixo por Tae estar dormindo e sorriu 

— Acordei a pouco tempo atrás. — falo no mesmo tom de voz que ele e sorrio — Aconteceu alguma coisa?

— Não não, nada de mais. Apenas vim aqui ver como você estava e avisar quando acordasse que já pode ir pra casa. — colocou a prancheta que tinha em suas mãos em baixo do braço 

— Sério? Ai, que bom. — suspiro aliviada 

— Bom, já vou indo, bom dia. — sorrio para ele

Aish, não, tenho que perguntar pra ele do Rafael, como posso esquecer disso?

— Ah, doutor. — ele volta para onde estava antes

— Sim?

— O que aconteceu com o meu irmão, o Rafael? 

— Ah sim, seu irmão. — sorriu — Ocorreu tudo bem na cirurgia, apenas está descansando agora.  — um peso enorme das minhas costas parece ter saído e eu suspiro — Ele vai ficar bem.

— Nossa, que bom. — sorrio mostrando os dentes — Posso ver ir ele?

— Claro, o quarto e o 109, no fim do corredor.

— Muito obrigada.

— Não precisa agradecer, eu que agradeço por nós ajudar a salvar um paciente.

— Não precisa agradecer também. — rimos — Mas, eu devia isso a ele. — sorrio

— Bom, tenha um bom dia. — sorriu para mim deixando a sala

O alívio que eu senti aí saber que o Rafael esta bem foi muito grande, ele pode ter feito aquilo comigo, mas, todos merecem uma segunda chance, eu não o culpo por isso, e também, ele não merece morrer. Ele salvou minha vida, na verdade, a minha e a do Jimin, fazendo isso para nós dois continuarmos juntos se algo de ruim acontecesse, e se acontecesse, ele fez com que fosse com ele. Ele não merecia morrer mesmo.

Vou até a cadeira onde estava a minha mochila pegando a e indo para o banheiro. Jogo ela em cima da privada, ligo o chuveiro me despindo e em seguida entrando no mesmo. Deixo a água escorrer pelo meu corpo relaxando meus todos os músculos e suspirando fundo. Não entendo porque isso foi acontecer, assim, do nada. E só por causa do Jimin, mas, pelo menos — não muitos —  mais ninguém saiu machucado.

Demoro um tempinho no banho, sem me importar com o tempo, e depois desligo ele saindo do mesmo e me vestindo rapidamente. Faço a minha maquiagem, arrumo meu cabelo e por último, que seria o mais chato, arrumo minha mochila deixando o banheiro.

Bom, Tae ainda estava dormindo, tenho duas opções; deixá-lo dormir, ou acordá-lo. Não vou vou ser uma pessoa má e acordar ele, porque se fosse comigo, eu não gostaria de ser acordada, então, vou deixar o anjinho — só de aparência mesmo — dormindo. Largo minha mochila na mesma cadeira que eu havia pegado ela saindo do quarto em seguida, e procurando o de Rafael.

Ando lentamente pelos corredores passando meus olhos por cada número que estava ali. O 106, 107, 108, 109! Entro no quarto dele, sem mesmo bater na porta, encontrando o mesmo sentado na cama, com a sua típica expressão de “Não estou nem aí” vendo televisão, num canal que eu não conhecia.

— Oi, S/n. — disse sorridente ajeitando-se na cama

— Como você está? — me sento na ponta de sua cama

— Bom, podemos dizer que estou melhor que antes. — dou um sorrisinho sem mostrar os dentes — E você, como está?

— Tô bem...como você mesmo disse, melhor que antes. — rimos juntos e um silêncio pairou

Acho que o melhor momento para agradecer à ele é agora, pelo que ele fez e ainda tentar se desculpar pelo que tinha feito comigo quando nós namorávamos. Suspiro fundo me preparando.

— Obrigado pelo o que você fez, ainda estou brava com você pelo grande perigo que passou mas...você tá bem, e é isso o que importa. — ele sorriu pequeno

— Não precisa agradecer, apenas estava me redimindo com você. — riu e eu o acompanho na risada 

— Por falar nisso, não estou mais brava com você sobre isso. — ele me olhou estranho, como se estivesse surpreso — Relaxa sobre isso.

— Tudo bem, então não vamos mais tocar nesse assunto? 

— Fechado. — ergo meu mundinho para ele, que estende o seu entrelaçando nossos mindinhos e fazendo nossa promessa

— Como está o pessoal?

— Pelo o que eu sei está todo mundo bem. E quem está comigo é o Tae, que está dormindo no meu quarto como um bebê. — rio soprado

— Primeiro, tirou foto? — assinto sorrindo — Muito bom, aprendeu comigo. — rimos e eu dou um soquinho de leve em seu braço

— Segundo, por que o Jimin não está com você?

— Ele estava comigo desde que eu havia chegado aqui, então pedi para ele ir para casa descansar e Tae ficava comigo.

— Ah, bom. Recebeu alta pelo visto. — me mediu

— Sim. E dou graças a Deus à isso, não tenho mais que ficar aqui, odeio hospitais. — reviro os olhos

— E eu tenho ainda que ficar aqui, aish, que saco. — cruzou os braços 

— Ah, nem começa, deve ser por pouco tempo.

— Não igual a você, que foi tipo “The Flash” no hospital. — rio do seu comentário 

— Quem mandou levar um tiro? — brinco

— Ah é ingrata? Tudo bem, da próxima vez que te sequestraram eu te deixo levar um tiro. 

— Com todo o prazer! — rimos

— Tá, some daqui menina. — me empurrou até onde conseguia — Vai encontrar os seus amigos e eu vou dormir.

— Nossa, quanto amor com a sua irmãzinha! — coloco minha mão no peito fingindo estar magoada

— Coitadinha — ironizou e eu coloco a língua pra ele — Sei que você tá louca para ir embora, então vai! 

— Tá, estou indo, e com a saudade de mim. —brinco indo para a porta

— Pode deixar. — sorriu — E quando eu tiver alta eu preciso falar com você.

— Só quando você tiver alta? Não pode ser agora? — faço bico

— Não, só quando eu tiver alta. — sorriu brincalhão 

— Sem graça. — cruzo os braços 

— Tchauu. — acenou

— Tchau palhaço.

Saio do quarto deixando a porta fechada e encostando minhas costas na mesma. Acho que agora tá tudo bem. Tae e Jimin não se machucaram, Rafael vai ficar bem, eu também e Yura e Chanyeol estão presos. Tudo está bem agora. Me desencosto da porta voltando para o meu quarto em passos calmos, sem ter a pressa para nada. Adentro ele vendo Tae ainda dormindo. Que isso, ele virou o Yoongi é?

— TAEHYUNG ACORDA!! — grito pulando encima dele e o mesmo pula da cadeira olhando-me com os olhos arregalados 

— Meu Deus, você por acaso quer me matar? — colocou a mão no peito me olhando incrédulo 

— Você tinha que ver a sua cara. — rio anasalado dele que fica me encarando feito e parte para cima de mim fazendo cócegas em minha barriga — P-para T-Tae! — dou tapas fracos em seu braço 

— Isso é para você aprender a não me assustar quando eu estou dormindo, sua chata. — sentou na cadeira me deixando num espacinho em seu lado

— A chata que você ama. — brinco e o mesmo lança uma careta para mim — Vamos embora?

— Que, assim tão rápido? — franziu o cenho

— Claro, não gosto de hospitais. 

— Já falou com o Rafael? — assinto sorrindo — Vou chamar o Jimin pra te buscar.

— E como você vai ir embora?

— Eu tenho umas coisas para fazer antes. — sorriu travesso

— Taehyung...— nego com a cabeça 

— Cala boca que eu já estou ligando pro Jimin. — o celular já estava em seu ouvido e eu dou um pulo da cadeira pegando a minha mochila

ღღღ

Tae já tinha ido fazer as “suas coisas” e agora, Jimin e eu estávamos indo para o estacionamento do hospital, onde estava o carro. Jimin pega a mochila de mim colocando em suas costas e apertando o botão para o carro abrir. Avisto o carro de longe, fomos em passos lentos até ele e de mãos dadas, Jimin vai até à porta do outro lado de quem dirigia, provavelmente pra deixar a mochila comigo. Ele se encosta na porta puxando me pela cintura para ficarmos mais próximos e iniciou um beijo lento, deixando nossas bocas sentindo umas à outra, estávamos matando a saudade do tempo que ficamos separados. Poderia ter sido alguns dias, mas para mim foi muito mais. Levo minhas mãos ao seu rosto acariciando-a e aprofundando mais o beijo. Quando ficamos com a falta da ar, ele vai se separa do dando me selinhos molhados.

— Eu preciso dizer que estava com saudade? — sorrio boba

— Precisa, porque eu quero ouvir. — ele sorriu e se aproximou do meu ouvido

— Eu estava com saudade...— cochichou em meu ouvido causando arrepios em todo meu corpo

— Eu também...— minha fala saiu como um sussurro e ele voltou a me beijar

Nunca vou me cansar de beijar ele, sentir esse gosto de menta em sua boca, o modo como ela combina perfeitamente com a minha, não tem como não amar isso. Por mim, poderíamos ficar aqui até amanhã nisso, mas tínhamos que pelo menos sair do hospital. Me separo do beijo sorrindo para o mesmo que me olhava bravo.

— A gente tem que ir.

— Agora? — disse manhoso

— Não gosto de hospitais. — dou um selinho nele

— Aish, tá bem. — abriu a porta para mim 

— Você pode dirigir?

— Ainda não, mas ninguém vai saber. — sorriu travesso e eu o olho com reprovação — Entra logo, a gente não vai morrer só porque estou dirigindo 

Rio do seu comentário fechando a porta e depois colocando o cinto, ele entre logo em seguida e ligando o carro para sairmos.

— Aonde a gente vai?

— Pra a minha casa — um frio percorre por todo o meu corpo

— P-pra sua casa? — olho assustado 

— Tem problema? — riu

— Não, é que eu nunca conheci seus pais...

— Se esse é o motivo do seu nervosismo, eles estão viajando, só vai ter a gente — lançou um olhar malicioso

— Ah, mereço. — gargalhou e então deu partida com o carro saindo desse lugar chato