POV Fubuki:
Era uma manhã fria, é normal nessa época estamos em Outubro e é nesse mês que o outono começa, acordei com a pouca luz do sol invadindo o quarto, ainda com os olhos um pouco cerrados olhei para meu lado esquerdo onde ficava a cama de meu “irmão” Goenji, ele estava com um rosto tão sereno que fiquei até com pena de acordar, desde pequeno eu venho nutrindo um sentimento por ele não de irmão se me entendem? Eu quero contar só preciso achar o momento certo, alevantei com dificuldade e fui até a cama dele e o cutuquei.
— Ei Goenji! Acorda temos aula — Falei quase num sussurro, ainda com os olhos fechados ele sorriu, segurou meu braço e me puxou para cama dele, fazendo-me deitar ao seu lado de costa pra ele e me abraçou por trás e eu claro que ruborizei
— Só mais cinco minutos pequeno — Sussurrou ele no meu ouvido e meu corpo todo estremeceu, ele realmente tem esse poder sobre mim, ele me chama de pequeno desde, desde, não me lembro, mas faz muito tempo
— Ainda não vi à hora e se for tarde? —Perguntei
— Não tem problema, hoje é nosso último dia aqui mesmo — Respondeu ele me abraçando mais forte e eu fiquei mais nervoso ainda
— M-mesmo assim, mamãe vai ficar braba
— Pequeno de verdade o que você está achando dessa viagem? — Perguntou ele meio chateado se sentando na cama
— E-eu acho legal, poderemos conhecer novas pessoas — Respondi me sentando de frente com ele
—Hmm, entendo, mas não inventa de me deixar de lado — Falou ele meio brabo
— Isso seria impossível — Falei ruborizando e quando menos esperei levei uma travesseirada no lado direito do meu rosto e ele começou a rir
— Aiiii — Falei com uma mão no rosto e fiz biquinho, ele parou de rir e tirou a minha mão do rosto, se aproximou e deu um beijinho na minha bochecha
— Pronto, lembra que sempre te falei que dá um beijo sara — Falou ele me olhando fofo, nos estávamos tão próximos que eu sentia sua respiração se misturar com a minha, quando ele percebeu um clima estranho no ar ele se alevantou e foi pra porta do banheiro — Vou usar o banheiro primeiro pequeno, você demora de mais — Falou ele sorrindo e fechou a porta
Que chato, ele sempre faz isso, quando está num clima muito estranho ele sempre sai correndo, é por essas e outras que nunca tive coragem de me declarar, me deitei novamente na cama dele e agarrei seu lençol, inspirei fundo e meus pulmões se encheram do cheiro dele que ficava impregnado lá, ah, é tão bom, pareço um idiota apaixonado, mais não se engane, eu sou um idiota amando, é bem diferente, voltei para realidade e tratei de separar a minha farda e a do Goenji, minutos depois ele sai do banheiro só com uma toalha me arrancando um suspiro.
— Ei Fubuki — Falou ele estralando os dedos
— Ah Oi — Falei meio sem graça
— Vai logo tomar seu banho, a água está uma delicia, bem quentinha — Falou ele sorrindo e eu só assenti e entrei no banho
O banho realmente estava uma delicia, não queria mais sair debaixo do chuveiro, não sei quanto tempo fiquei lá, mas fiz de tudo para não demorar tanto, sai do banheiro e Goenji já não estava mais lá, troquei de roupa e fui em direção à cozinha de onde vinha um cheiro muito bom de Lamén, é uma comida perfeita para manhãs assim, entrei lá e encontrei Goenji ajudando a mamãe com o café da manhã e o papai lendo jornal sentado a mesa.
— Bom dia — Falou mamãe toda sorridente
— Bom dia — Respondi me sentando a mesa ficando de frente com meu pai, sabe ele é um pouco chato, um pouco não um bocado
— Meninos aproveitem a escola hoje — Falou papai serio
— Vou tentar — Falou Goenji meio triste, ele amava nossa cidade e não lhe agradava de jeito nenhum a ida para a nova cidade
— Animo filho, a escola de Inazuma vai ser melhor — Falou minha mãe colocando a mão no ombro dele, ele de imediato tirou a mão dela de seu ombro e seu rosto expressava raiva
— Não sou seu filho e não vou me animar não quero ir embora, será que está difícil de entender? — Perguntou Goenji irritado saindo da cozinha indo em direção a sala
— FALA DIREITO COM ELA GOENJI — Gritou o papai se alevantando, mas Goenji o ignorou e saiu bufando, escutei ele batendo o pé em alguma coisa na sala, provavelmente alguma caixa, a casa estava cheia delas com nossa mudança
— Aahhhhhhh — Gritou ele chutando a caixa e escutei a porta se fechando com força
Imediatamente eu me alevantei e fui ao quarto, peguei minha mochila a do Goenji, nossos casacos e sai atrás dele, quando cheguei à frente de casa olhei para os dois lado a procura dele, mas não o avistei, não me preocupei por que sei que quando ele está com raiva ele sempre vai para uma praça aqui perto há duas quadras de casa, lá tem uma árvore que eu e ele amamos ficar debaixo conversando e foi pra lá que eu fui, sabe o Goenji é muito brabo, ignorante e muito, muito serio com as outras pessoas, só eu que ele trata bem como deu para perceber, não gosto quando ele briga com nossos pais, sempre fica um clima chato depois, chegando na praça fui direto para NOSSA árvore e como previsto lá estava ele, parecia com muita raiva, fiquei um pouco receoso de chegar perto, mas foi então que ele me viu e sua expressão mudou, ficou mais calma, um sinal verde pra mim que não perdi tempo e me sentei ao lado dele.
— Tomo, está frio — Falei entregando o casaco dele que sorriu fraco e pegou
— Eu que devia cuidar de você — Falou ele e vestiu, aproveitei e vesti o meu também
— Nada haver — Falei sorrindo —Eu sabia que você não queria ir embora, mas não sabia que era tão grava assim — Falei o encarando
— Realmente gosto muito daqui, gosto das aulas de karatê, da escola mesmo não tendo amigos — Falou ele num tom triste
— Olha Goenji, não posso fazer nada para mudar a decisão de nossos pais, mas posso fazer de tudo para te fazer feliz na nova cidade — Falei determinado, ele sorriu e me abraçou forte
— Ah pequeno, o que seria de mim sem você? — Perguntou ele me soltando
— Só seria mais um chato da vida — Respondi e rapidamente o sorriso dele foi substituído por uma cara seria— E-e-eu só estava brincando — Falei nervoso me alevantando e ele riu
— Tinha que ver a sua cara — Falou ele sorrindo
— Hahaha agora vamos logo temos aula — Falei jogando a bolsa dele em seu colo
— Você comeu algo? —Perguntou ele se alevantando
— Não — Respondi passando a mão na barriga
— Ainda temos tempo, vamos parar em algum lugar comer
Foi o que fizemos, comemos num lugar lá perto da escola, depois andamos com calma até a escola, logo deu 15hrs e fomos liberados, nada de festa, de cartazes, nem gente chorando, não tínhamos amigos, por isso não foi tão difícil pra mim desapegar da cidade, mas o Goenji, eu estou curioso para saber o por que dele não querer ir embora. Chegamos à rua de nossa casa e de longe víamos um o carro da mudança, olhei para Goenji e ele pareceu não gostar, entramos em casa e Goenji correu pro quarto, fui atrás dele.
— Ei Goenji — Falei entrando no quarto e o encontrei pegando as nossas malas que estavam semi prontas
— Vamos terminar de arrumar, quanto mais rápido fizermos isso melhor — Falou ele brabo
— Goenji, não fica assim, me deixa triste — Falei chateado me sentando na cama dele
— Desculpe — Respirou ele fundo e se sentou do meu lado — Promete que não vai sair arranjando amigos por lá — Falou ele me encarando serio
— Como? — Perguntei confuso
— Não arranje amizades por lá
— Goenji não iria fazer diferença e do jeito que sou tímido é mais fácil você fazer — Falei sorrindo e ele só me encarou e assentiu, odeio o silencio dele, significa que algo ainda o incomoda — Ei vamos aproveitar os últimos minutos aqui e ir até nossa arvore nos despedir?
— Vamos — Falou ele meio triste
Falei com nossos pais e fomos à praça, chagando lá eu propus que tirássemos uma foto de lembrança de nosso último dia lá e ele concordou, depois de uns minutos já estávamos colocando as últimas malas no carro e pegamos a estrada, papai falou que era meio longe o que não foi nada animador para o Goenji, eu não falei pra ele, mas estou ansioso por uma vida nova, estava cansado dessa antiga cidade, ás pessoas em especial os meninos nunca me trataram bem, e com uma nova cidade espero ser mais respeitado e ter amigos, encostei minha cabeça no vidro do carro e observei a paisagem, logo adormeci.
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