História You And I - A Festa Part. II

POV Fubuki:

Kudo me fez sentar em sua mesa sem separar o beijo, passei minhas pernas ao redor da cintura dele e meus braços em sua nuca, as mãos grandes dele envolviam minha cintura aprofundando o beijo, eu não sabia muito que estava fazendo, só não queria parar.

Paramos de nos beijar por falta de ar, ficamos nos encarando, então Kudo tirou sua camisa e arrancou a minha. Eu já podia sentir um volume se formando na minha calça e na dele, sem aviso ele me empurrou sobre a mesa e começou a depositar beijos no meu pescoço me fazendo arfar.

Meio que inconscientemente comecei a rebolar em cima do membro dele, mesmo com a calça atrapalhando um pouco ele soltou um gemido baixo e mordeu o lábio inferior, então me beijou, um beijo cheio de luxuria, sua mão passeava desesperadamente pelo meu corpo, eu não sei o que estava dando em mim, simplesmente era difícil parar.

POV Endo:

Eu estava muito desconfortável dançando com a Aki, não conseguia parar de pensar no Kazemaru o que estava me irritando... Então do meio da multidão ele surgiu e me arrancou de lá me levando para fora do ginásio. Quando estávamos longe o bastante ele parou e soltou meu braço.

— Antes que diga qualquer coisa. Poxa Endo você veio comigo, não com ela... É para estar se divertindo comigo — falou Kazemaru chateado e eu ri

— Não sei o que fez você pensar que eu estava me divertindo — falei e ele sorriu fraco

— Quer saber... Cansei de tentar te agradar — falou triste e se virou para ir embora, mas o segurei pelo braço

— Não vai — falei sério — eu não sei por que você tentando tanto me agradar, não vejo necessidade — falei e ele respirou fundo — olha me dá uma chance de concentrar tudo

— Concertar o que Endo? — perguntou ele com os olhos marejados — ao menos sabe o que deve ser concertado... Você sabe o que diz?

Ele tinha razão, eu não sabia o que dizia, o que devia ser concertado. Algo dentro de mim gritava que as coisas estavam tomando um rumo inaceitável, errado, mas meu inconsciente gritava para eu não deixar o Kazemaru ir, para abraçar ele e não soltar mais.

— Eu... Eu não sei... Estou confuso, não sei o que sinto — falei nervoso e o Kazemaru soltou minha mão

— Me procure quando tiver resolvido seu conflito interna — falou Kazemaru sério e fez que ia embora

— Espera Kazemaru! Preciso de sua ajuda, não me deixe — falei um pouco desesperado, eu sentia Kazemaru escorrer por entre meus dedos aos poucos e não sabia o que fazer, eu nem sabia o porquê de me importar tanto. Ele me encarou por um tempo então suspirou

— Vamos esquecer isso por hora... No momento precisamos nos divertir

Foi o que fizemos, ou tentamos. Pegamos uma garrafa peti de dois litros vazia no refeitório, enchemos com o ponche rosa e subimos para a cobertura do colégio. Ficamos lá em silencio só observando o céu e bebendo, ainda dava para se ouvir a música da festa, só que bem baixo.

Kazemaru estava sentado do meu lado, e observava atentamente as estrelas, eu por minha vez o observava, não conseguia controlar, era inevitável não o apreciar, ele é tão bonito, o vento bagunçou seu cabelo, deixando à vista a parte de seu rosto que fica encoberta pela franja. Sua boca bem desenhada era um convite aberto para eu explorá-la. Não sei se foi à bebida que me afetou, mas naquele momento eu desejava o Kazemaru, desejava seus lábios, o seu corpo junto ao meu.

Sem demoras selei meus lábios aos dele, a principio foi um beijo calmo, então o Kazemaru pôs suas mãos em minha nuca e aprofundou o beijo. Sem separar o beijo Kazemaru foi se deitando e eu fui ficando por cima, separamos o beijo por falta de ar e ficamos nos encarando, ele estava ali, pronto para ser meu, mas não estava certo, as coisas não podiam tomar esse rumo.

— Não posso continuar... Desculpe-me — falei sem jeito e sai dali deixando Kazemaru confuso

POV Kido:

Fudo me arrastou para longe do ginásio, andava tropeçando de tão bêbado que estava. Quando chegamos do lado do colégio e não havia mais ninguém a vista, Fudo largou seu copo, me empurrou contra a parede e me beijou.

No mesmo instante senti o gosto de álcool em sua boca, acredite não é agradável beijar nessas condições, ele estava longe de estar sóbrio, eu não podia permitir isso com ele nesse estado.

— Fudo pare já com isso — protestei afastando ele — o que deu em você? — perguntei brabo e ele me encarou com os olhos marejados

— Desculpe — falou e começou a chorar, não suportando a cena eu o abracei o que fez chorar mais deixando meu ombro molhado

— Shhh — sussurrei tentando acalmá-lo o que obviamente foi inútil

— Sou um fracasso — falou entre soluços, a voz levemente abafada por conta de estar com o rosto encostado na curvatura de meu pescoço — eu tento ser forte, ser um bom amigo, mas no final eu só atrapalho

— Ei! Que historia é essa? Você não atrapalha coisa nenhuma — falei sério

Ver ele daquele jeito, chorando nos meus braços, me fez perceber o quão humano o Fudo era. Ele sempre foi o animado, o que mesmo às vezes irritando e exagerando levantava o astral de todos, nada o abalava parecia ser de ferro, às vezes esquecia que ele era humano e sentia como nós.

— Ninguém me quer... Estou sozinho, minhas tristezas, decepções, frustrações, não tenho com quem compartilhar, tenho que sofrer tudo sozinho enquanto ajudo os outros — falou mais calmo

— Fudo não precisa mais ficar sozinho ou dar conta de tudo só, eu estou aqui com você — falei e beijei o topo de sua cabeça

Continuei abraçado com ele até ter certeza que ele havia se acalmada por completo, então levei ele para dentro do colégio em busca de água. Fomos para o refeitório e eu lhe entreguei um copo com água.

— Está melhor? — perguntei preocupado

— Considerando que eu estou bêbado — respondeu sério — acho que sim

— Que ótimo — falei aliviado

— Estava falando sério sobre estar comigo? — perguntou triste fitando o chão, eu segurei sua mão e fiz ele erguer a cabeça e me encarar o que o deixou ruborizado

— Não tenha dúvidas

POV Fubuki:

Despertei aos poucos com a claridade, eu não fazia a mínima de onde estava, analisei o lugar direito e notei que era a sala do treinador e eu estava deitado em um dos seus sofás.

Lentamente as lembranças da noite anterior foram voltando a minha memória, ruborizei ao lembrar que quase transei com o Kudo em sua mesa, só não aconteceu por conta que eu voltei um pouco a mim e o impedi que continuasse.

— Bom dia — falou Kudo entrando na sala com um copo com água e um remédio

— Bom — falei me sentando, o que me arrependi, pois senti uma dor fina na minha cabeça — que enxaqueca — resmunguei

— No meu mundo chamamos de ressaca — falou ele me entregando o copo e um comprimido — vai ajudar

— Que horas são? — perguntei preocupado tomando o comprimido

— Nove da manhã — respondeu e quase me engasguei —cuidado! — advertiu

— Preciso ir — falei nervoso entregando a ele o copo e me alevantei

— Vai com calma — falou sério — eu te levo pra casa, só preciso achar as chaves do carro

— Eu não devia ter dormido aqui

— Você estava cansado e acabou tirando um cochilo longo de mais — falou Kudo dando de ombros — agora me ajude a encontrar as chaves

Eu fui diretamente para o lugar mais provável de se guardar chaves, as gavetas da mesa. Abri a primeira gaveta à esquerda e quase surtei ao ver uma foto antiga da minha mãe, a mãe do Goenji e o pai dele, mas havia mais um cara na foto e surpreendentemente era o Kudo. A foto era da juventude deles, pelas roupas de colegial devia estar no ensino médio na época.

 Fiquei um tempo ali parado, observando aquela foto e tentando processar essas informações, o que o Kudo fazia naquela foto?

— Fubuki?

— Sim — falei saindo do transe

— Está tudo bem? — perguntou preocupado

— Sim... Um pergunta, quem são? — perguntei lhe entregando a foto e ele sorriu de canto

— Juventude, bons tempo — respondeu suspirando — sou eu minha ex-namorada, meu amigo e sua namorada

Ex-namorada. Essa palavra ecoou pela minha cabeça, provavelmente ele sabia que minha mãe estava na cidade, mas será que eles já se encontraram? Eu preciso de respostas e acho que o Kudo pode dar algumas.

— O que aconteceu? — perguntei tentando manter a calma

— Meu amigo casou com a namorada, teve um filho, e minha namorada na época foi embora, encontrou um cara e engravidou, mas parece que o cara o morreu, sei lá — respondeu desanimado — fui o único que fiquei, o único que não teve filhos, família

— Você não os viu mais? — perguntei curioso, até de mais

— Sim, sim... Um dia qualquer como esses, fui ao mercado e encontrei minha ex. Eu fiquei muito feliz, era meu provável recomeço e um talvez final feliz, então começamos a nos encontrar o resto você sabe, mas algo deu errado, pois ela me chutou novamente, deve ter sido os filhos — respondeu, e quando voltou a me encarar pareceu preocupado, eu devia estar aparentando estar muito mal

— Preciso ir pra casa — falei de imediato e corri para a porta

— Eu te levo — falou me segurando pelo braço

— Vai demorar, eu preciso ir logo — falei nervoso e ele balançou as chaves do carro — vamos logo

— O que houve? Minha historia te assustou tanto assim? — perguntou enquanto corríamos para o estacionamento

— Não é isso...

— Por que estamos correndo? — perguntou ele confuso

— Onde está seu carro? — perguntei quando cheguei ao estacionamento

— É o único estacionado

Okay, eu não processava quase nada ao meu redor, só ficava me perguntando o porquê de minha mãe ter traído o meu pai. Ela nunca deixou transparecer que era uma mulher desse tipo, talvez esse seja um defeito meu, acreditar no que as pessoas aparentam e ser. Eu estava sedento de respostas com isso eu só tinha um foco, e de uma coisa eu tinha certeza, ela terá que dar boas explicações.eu sei q