História You And I - Voltando As Aulas

POV Fubuki:
    Tarde da noite a chuva volta a cair, pela janela observo a água escorrer pelos telhados, sem querer trago Goenji de volta as minhas memórias, quando pequeno amávamos tomar banho na chuva, parecia que eu via a cena de nós correndo na chuva e rindo. Bons Momentos.
***
    Não dormi bem à noite, isso ao menos serviu para refletir, tenho que sair desta nostalgia, está na hora de aprender pra valer a viver sem o Goenji...
    O dia estava perfeito, o sol brilhava intensamente, os pássaros cantavam alegremente, com certeza agradecendo pela chuva do dia anterior. Me alevantei sem vontade de ir a escola, não queria ter que encarar o Goenji ou muito menos o Kudo, mas como não posso viver me escondendo, uma hora terei que enfrentar isso mesmo, então porque adiar o inevitável?
    Fiz minha higiene matinal, e desci para a cozinha. Goenji estava sentado à mesa comendo e ele como eu parecia não ter tido uma boa noite, apenas me deu um olhar de canto e voltou a se concentrar no pão que comia.
    Mamãe me olhou pensativa e por fim se pronunciou:
— Coma logo ou se atrasará — falou ela, apenas assenti e tentei manter o máximo de distância do Goenji possível

    As ruas ainda tinham sinal de chuva, várias poças decoravam a cidade, algumas grandes, outras quase inexistentes. O céu estava sem expressão, nele não havia uma nuvem se quer para pintar, não haverá chuva por um bom momento.
    Estava andando desanimado até chegar ao colégio, na frente típicos grupo começavam a se formar, todos animados para contar como foi sua noite na festa. Sem menor dificuldade passei por entre eles e entrei.
    Sem muita vontade de ir para a sala me dirigi para à biblioteca. Não havia ninguém lá além da bibliotecária, sem um livro em específico para procurar comecei a andar por entre as prateleiras, foi então que notei a ponta dos pés de uma pessoa no canto, cheguei mais perto e me surpreendi ao ver o Endo.
— O que faz ai? — perguntei confuso
— Shhh — disse nervoso — fale baixo! Estou me escondendo
— De quem?
— Kazemaru
— Porque? — perguntei mais confuso
— Beijei ele na festa — respondeu sem graça
— Wow... E qual o problema? — perguntei surpreso
— É que eu parei o beijo, pedi desculpas e fugi...
— Isso foi super mal educado — falei — mas por que fugiu?
— Eu não sei... Eu nunca me senti atraído por ele...
— Ou nunca notou
— Que seja. Naquele momento eu o queria, mas agora não tenho tanta certeza assim — falou triste
    Abaixei-me para ficar a sua altura e encarar-lo nos olhos, respirei fundo:
— Mais cedo ou mais tarde terá que enfrentar isso. Converse com o Kazemaru, fale a verdade, é melhor do que se esconder — falei sério e ele assentiu — ótimo! Agora vamos para sala de aula

POV Fudo:
    Depois que fiz meu pequeno drama na festa, o Kido me acalmou e veio me deixar em casa, quando acordei no outro dia com uma imensa ressaca achava que tudo tivesse passado de um sonho, um devaneio, até que quando a tarde chegou e eu assisti entediado a TV enrolado em meu lençol, ele me ligou... Conversamos por quase uma hora, sobre tudo e quase nada, quando para encerar a ligação ele disse “beijo” meu coração palpitou. Foi real.

    Kido havia Dio que passaria aqui por casa para irmos junto pro colégio, eu o esperava em frente a minha casa, para mim não existirá mais um dia tão colorido e maravilhoso como hoje. O sol em minha pele e o calor que proporcionava era muito agradável, nenhuma nuvem para atrapalhar isso.
— Cuidado! Sol de mais não faz bem, a ninguém — disse Kido atrás de mim
    Um sorriso bobo surgiu em meu rosto, me virei e o vi com o esmo sorriso que eu, éramos dois bobos.
— Bom dia raio de sol — continuou
— Ótimo — disse animado
— Eu estava pensando que só por hoje poderíamos aumentar o percurso para o colégio — disse pensativo
— O que tem em mente? — perguntei curioso
    Ele deu de ombros e um sorriso sapeca se formou em seu rosto. Aproximou-se de mim o bastante e sussurrou em meu ouvido:
— É uma surpresa
    A única coisa que fiz foi arrepiar e pensar em que tudo não passava de um sonho, eu ainda estava sonhando... Ele fez sinal com a cabeça para que eu o seguisse e o fiz. Caminhamos lado a lado em um silencio desconfortável até chegarmos no parque central, eu havia ido aquele lugar poucas vezes ali, era cheio de árvores, com um lago pequeno no centro, pessoas praticando exercícios físicos, crianças brincando no parquinho.
— Sorvete? — perguntou Kido quebrando o silêncio e assenti
    Comprou dois sorvetes de casquinha com um homem e iniciamos uma caminhada lenta enquanto apreciávamos a companhia e o sorvete.
— Kido — falei e ele voltou sua atenção pra mim — o fato de você estar comigo é muito importante, mas não acredito que amizade seja o suficiente pra mim, eu...
    Do nada Kido me puxou pela mão e me levou por entre as arvores até estarmos fora da visão das várias pessoas que apreciavam aquela manhã como nos.
    Quando ficamos o mais escondido possível ele me encarou e me puxou para um beijo, um beijo cheio de urgências, doce e gelado, mas não o bastante para acabar o fogo, por fim nos faltou ar e nos separamos, nos encaramos por um momento e jogamos os sorvetes pro lado, desta vez eu tomei a iniciativa, pus minha mão em sua nuca e puxei para mais um beijo ansioso, o tempo que o desejei estava saindo a tona de uma vez só... Rápido de mais.
    Sem demoras ele passou suas mãos em minha cintura fazendo o pouco de espaço que tinha entre nossos corpos desaparecer, lentamente sem nos separar me empurrou até uma arvore próxima, quando minhas costas encontraram o tronco, novamente nos separamos.
— Não é real — sussurrei incrédulo
— É real — sussurrou Kido em meu ouvido
    Lentamente foi depositando beijos em meu pescoço me fazendo arquear, estávamos muito próximos, meu membro estava começando a pulsar de mais, eu estava perdendo as forças, estava a um passo a ceder.
— Fala sério sobre isso? — perguntei
— Está acontecendo não é? O que precisa para acreditar? — perguntou com um sorriso sapeca e retribui
— Nada
— Quero você, disto não tenho mais dúvidas — disse Kido acariciando meu rosto
— Por quanto tempo? — perguntei triste abaixando a vista
— Sempre é o bastante? — perguntou e sorri sem graça
— O suficiente, espero — respondi
    E mais uma vez selamos nossos lábios, e desta vez foi um beijo delicado, cheio de amor, enfim minha vida está tomando um rumo agradável.

POV Fubuki:
    Aquelas palavras formam mais que o suficiente para fazer o Endo sair daquele lugar. Quando o sinal tocou fomos as pressas para aula, chegando lá nos éramos os únicos atrasados, todos estavam em seus devidos lugares, menos um.
— Mido — chamei
— Fubuki — disse desanimado quando me viu — sinto muito, mas é urgente, pode sentar no meu lugar?
— Como?
— Explico melhor no intervalo — respondeu nervoso — aqui não é local para essas conversas
    Assim que abri a boca para protestar mais o professor de história entrou na sala e ao ver que eu era o único em pé se irritou.
— Fubuki vai dar aula agora? — perguntou sério — sente-se antes que eu mande você fazer algo que talvez não se agrade
    Voltei novamente à atenção para o Mido ignorando o professor e ele me encarou com um olhar desesperado e a única coisa que pude fazer foi suspirar pesadamente e ir sentar ao lado do Hiroto.
   Enquanto andava para meu novo lugar olhei para onde Goenji costuma sentar e nossos olhares se cruzaram, ele parecia irritado, ao seu lado a Natsume pintava as unhas distraidamente. Fitei o chão para evitar mais algum contato visual com o Goenji e finalmente me sentei,
— Bom dia — disse Hiroto com um imenso sorriso
— Bom... —respondi sem vontade — sabe me dizer o que o Mido está aprontando? —perguntei curioso
— Não sei... Mas mudando de assunto, não quer sair comigo hoje à noite? — perguntou
— Só nós? — perguntei confuso
— Mas é claro!
— Não! Obvio! O Mido ama você e não tenho interesse em vo...
— Não estamos mais juntos
— Como? — perguntei incrédulo — mas nem ficaram junto direito
— Eu não consigo Fubuki — sussurrou irritado — eu gosto de você, não dele.
— Deveria se envergonhar! Foi estúpido o que acabou de dizer, ridículo! Deixe bem claro em sua mente que não gosto de você, mas o Mido sim! E muito! — sussurrei bastante irritado

    Fiquei emburrado pelo resto das primeiras aulas, nem sequer olhei para ele, então o sinal do intervalo tocou, o Hiroto não perdeu tempo e saiu primeiro do que qualquer outro da sala o que me foi um alívio . Natsume praticamente arrancou o Goenji da cadeira e o puxou irritado para fora, foi agradável a visão dele com raiva dela. Quando olhei pra frente em busca do Mido e da Haruna eles haviam sumido, só restava na sala o Kazemaru e eu, até o Endo já estava a passos daqui.
    Eu e o Kazemaru fomos ao refeitório e compramos pão de yakisoba, nos dirigimos para nossa mesa, quando estávamos confortáveis em nossos lugares, dei uma olhada por todo lugar, até que meu olhar parou numa mesa em específico, a dos populares, onde Goenji agora pertencia.
    Ver ele no meio daquele mauricinhos e patricinhas me fez sentir bem, ele parecia bem deslocado, mesmo agora ele ainda não se acostumou daquele lado, ainda espero o dia em que ele voltará ao seu verdadeiro lugar, ao meu lado, na mesa com nossos amigos.
    Após um tempo olhando ele, tive o infortúnio de cruzar olhares de novo com ele, mas não demorei desta vez, rapidamente desviei o olhar e tentei me focar na comida, eu senti, ele ainda me olhava, foi então que Endo apareceu e me senti aliviado por ter algum lugar para olhar.
— Olá — disse sem graça sentando-se ao lado do Kazemaru que ruborizou
— O Mido não está mais com o Hiroto — falei sério e ambos me lançaram um olhar surpreso — é a pura verdade, como isto aconteceu não sei, mas ouvi isso do próprio Hiroto
— Que merda! Estava tudo indo tão bem com ele — reclamou Endo indignado
— Interessante seria se você se importasse igualmente com sua vida, como se preocupa com a dos outros — sussurrou Kazemaru irritado
— Como? — perguntou Endo confuso
— Nada Endo — respondeu Kaze desanimado
— Onde está o Mido? — perguntei
— Não faço a mínima — respondeu Kaze
— Eu muito menos — disse Endo
    Enquanto nos pensávamos em como o Mido estava avistei o Mido e a Haruna entrando no refeitório de mãos dadas atraindo olhares de boa parte dos presentes ali.
— Mais que merda é esse — protestei ao Mido e a Haru se aproximarem
— Estamos namorando — respondeu Mido sorrindo
— Em? — questionamos em uníssono