História You And I - Começando A Se Entender

POV Fubuki:
— Ciúmes? — perguntei incrédulo — esse é o seu plano?
— Exatamente — respondeu Mido
— Você é louco — disse Endo sério e o Midorikawa revirou os olhos
— É uma mentira! Essas coisas nunca dão certo — falei nervoso
— Relaxem, vai dar certo — disse Mido confiante — eu e a Haruna fingimos namorar o Hiroto fica com ciúmes, deixo ele correr atrás de mim por um tempo até que o aceito de volta —sorriu empolgado
— Completamente louco — disse Endo perplexo — acho que ele está espumando pela boca
— E você dá corda para uma mentira dessas? —perguntei a Haruna que deu de ombros
— Eu que dei a idéia — respondeu
— Ótimo! Outra louca — disse Endo
— Olha, vai dar certo! Confiem em mim... Preciso do apoio de vocês — disse Mido triste
— Temos alguma escolha? —perguntei
— Alguém viu o Kido e o Fudo? —perguntou Kazemaru e nos entreolhamos
— Não — respondi por fim
— Estranho eles faltarem? Justamente os dois — disse Kaze pensativo
    Sabia onde ele queria chegar, o típico jogar verde para colher maduro, todos sabiam que eles estavam mais próximos desde a festa e queria de todos os modos arrancar alguma informação que confirmasse a teoria.
— Na verdade não — adiantei-me
— Pessoal, hoje a tarde terá treino... Quero todos lá — disse Endo empolgado
    Engoli em seco com o anuncio. Não acredito estar preparado para ver o Kudo, nosso relacionamento está um pouco conturbado, precisamos colocar as coisas em seus devidos lugares para termos um reencontro, temos que decidir o que somos.
— Fubuki? —gritou Endo
— Oi — falei saindo do transe
— Vai poder ir? — perguntou Endo curioso
—Eu preciso ver... Tenho muito a fazer hoje — respondi nervoso
— O que está tendo entre você e o treinador? —perguntou Haruna descaradamente
—Nada! Apenas tentamos ser amigos, mas não deu muito certo, então preferimos deixar quieto — respondi nervoso
— Isso é tudo? — perguntou Mido desconfiado
— Sim — respondi de imediato
    Após longos segundos Mido respirou fundo e continuou:
— Okay...
    Logo o intervalo passou, o pessoal foi para a sala de aula, já eu resolvi dar uma passada no banheiro antes. Chegando lá me observei no grande espelho que havia nas pias, eu o usava bastante antes quando estava com o Goenji para me arrumar e estar sempre “perfeito” para ele, mas agora o que vejo não me agrada nem um pouco, tenho olheiras de noites mal dormidas, pareço exausto e minha tristeza está estampada no meu rosto. Estou péssimo.
    Lavei meu rosto várias vezes na vã tentativa de amenizar aquelas expressões, mas foi inútil. Então ouvi a porta se abrir atraindo minha atenção, era o Mido, ele sorriu fraco pra mim, o seu olhar foi o suficiente para eu desabar em lágrimas. Rapidamente senti Mido me envolver em seus braços, e assim ficou até eu me acalmar.
— Odeio minha vida — reclamei
— Rum. Você não é o único com problemas por aqui garoto — disse e desfizemos o abraço — nós temos um ao outro, temos o Endo, o Kaze, ao Fudo e ao Kido! E ainda tem você e eu. Somos todos amigos de verdade, todos querem se ajudar, mas para isso precisa se haver o diálogo, não dá pra adivinhar sempre. O que precisa entrar em sua cabeça é que não pode sofrer sozinho...
— Sinto falta de amar com todas as forças, da felicidade que isso proporciona — disse eu por fim — ainda amo o Goenji e muito, quando ele saiu de minha vida um buraco no meu peito se abriu e não sei como fechar, dói muito, é sufocante... Achei que sabia a solução, mas estava enganado
— Fubuki — disse Mido calmamente — vai encontrar uma pessoa que te faça feliz, até mais do que o Goenji, e um dia essa dor amenizará, mas por enquanto pode contar com seus amigos para levantar seu astral — disse animado
— Obrigado
    Ficamos mais alguns minutos ali jogando conversa fora e rindo de como o professor iria ficar com raiva de estarmos demorando, quando me recompus por completo voltamos à aula recebendo uma grande reclamação do professor e uma advertência...
    Goenji passou boa parte da aula me encarando sério, o que incomodou bastante, mas a única coisa que me dispus a fazer foi ignorar. Ao término das aulas me despedi de todos e confirmamos o treino para as 14hrs. Sem pressa tomei o rumo de casa.

    Chegando em casa senti um cheiro bom no ar e meu estomago reclamou bastante, corri para cozinha em busca de minha mãe, mas o que encontrei foi alguém bem diferente.
    Goenji usava seu típico avental, deixando o charmoso, ele parecia animado me fazendo sentir do mesmo jeito. Ver ele ali daquele jeito me fez trazer várias lembranças a tona, meu coração começou a bater descompassado, parecia que de repente tudo não havia passado de um pesadelo sem graça e que nada tinha mudado entre nos, que estávamos bem novamente.
    Não demorou até eu ser notado, Goenji me analisou por um segundo e sorriu aquele sorriso que me arrancava suspiros. Fechei os olhos e sacudi a cabeça na tentativa de afastar qualquer alucinação, mas assim que abri novamente me deparei com o Goenji estendendo meu avental.
— Vamos, não fique ai parado, a comida não vai se fazer sozinha — disse sério — preciso de ajuda
    Apenas assenti e pus o avental tomando um lugar ao lado do Goenji e continuamos a preparar o almoço.
— Onde está a mamãe? — perguntei curioso
— Saiu assim que cheguei, disse que precisava resolver uma coisa — disse ele pensativo
    Logo me veio à mente, mamãe e Kudo conversando o futuro juntos, a apreensão tomou conta, eles podiam muito bem me enganar e continuarem a se encontrar as escuras sem meu consentimento, podem querer fugir juntos, ou podem fazer o certo.
— Okay — suspirei — O que temos para o almoço?
— Gyudon — respondeu
— Uma ótima escolha, eu faço o arroz — falei
— Cuido da carne acebolada — concluiu
    Eu e o Goenji tínhamos harmonia em muitas coisas, cozinhar era uma delas, do modo que estávamos parecia que tudo voltaria ao normal entre nos, uma esperança surgi...
— Estou morta de fome — disse uma voz feminina atrás de nos
    Não houve necessidade de me virar para saber de quem se tratava, senti a raiva me consumir rapidamente, como pude ter esperança só porque encontrei o Goenji de bem com a vida, só estávamos cozinhando, como fui burro.
— Logo ficará pronto Natsume — disse Goenji irritado
— Por que não deixa o Goenji cuidar de tudo enquanto você toma conta de mim? — perguntou maliciosa
    Sem dar satisfações, arranquei meu avental e o joguei na cara dela, sai pisando pesado de casa, eu precisava tomar um ar e ficar o mais longe daqueles dois.
    Após alguns minutos de caminhada aleatória me veio à memória o que o Goenji falou sobre minha mãe, e fui ao lugar que eu julgava ser onde eles estariam.
     Cheguei ao colégio mais rápido que o normal e corri diretamente para o ginásio, especificamente para sala do treinador, assim que cheguei abri a porta violentamente na intenção de pegar eles no flagra, mas o que aconteceu foi que o Kudo se assustou em sua mesa, ele parecia está preenchendo formulários.
— Não sabe bater? — perguntou irritado
— Desculpe, pensei que minha mãe estaria aqui — respondi sem graça
— Esteve aqui — disse sério — se tivesse chegado aqui cinco minutos atrás
— Então... Se não for atrevimento, queria saber como foi
— É atrevimento, mas você merçe saber... Terminamos novamente, como previsto — disse irritado
— Sinto muito, mas era o certo — disse eu sério
— Sim era, mas as vezes o certo está fora de cogitação — disse desanimado
    Fez-se um silêncio momentâneo entre nos, até que o roncar da minha barriga o quebrou vergonhosamente.
— Ainda não almocei, tem o suficiente aqui para nos dois — disse se alevantando
— Não! Obrigad...
    Assim que ele pegou os três obentos o cheiro invadiu a sala meu estomago reclamou mais ainda, e não houve como negar.
— Okay — disse eu relutante
    Fomos até as arquibancadas do ginásio onde ficaríamos confortavelmente longe um do outro. Kudo me deu um bentô e pegou outro, ele sentou-se numa distancia significativa e começamos a comer.
— Por que trás tanta comida? — perguntei curioso
— Não sei... Nem consigo comer a metade, acho que gosto da ilusão de que terei companhia — respondeu sério
— Solitário — falei triste
— É o que aconteçe com muitos homens de minha idade sem vida amorosa estável — disse
— Você quem as pessoas, não é que não gostem de você — protestei
— Quando as pessoas gostam realmente de nos elas insistem em ficar em nossas vidas
— Okay — disse irônico — quer que as pessoas corram atrás de você? Bem egoísta, não acha?
— Não é exatamente isso, mas não! Não sou egoísta! Do que adiantaria se eu fosse cercado de pessoas falsas?
— Por isso está sozinho — respondi
— Não, na verdade, você está aqui, não está? Mesmo depois da dura que te dei ontem, ainda senta comigo para almoçar — disse sério
— Isso não conta, foi uma necessidade, e não quero voltar para casa... Qualquer lugar e qualquer companhia é melhor que lá nesse momento — disse triste
— Nunca houve uma pessoa que achasse que eu seria um bom amigo, ou um ótimo conselheiro, um bom namorado, ou até um esposo... Então se ninguém acha isso, por que iria querer elas ao meu redor, fazendo parte de minha vida? — perguntou — isso me traria mais infelicidade
    Por um lado ele tinha razão, mas era um pouco ridículo de mais outras coisas, apenas fiquei calada e terminei o almoço, esperei um tempo até a comida digerir um pouco e me alevantei.
— Obrigado — disse
— Disponha
— Vou tomar um banho e vou me vestir para o treino
    Ele apenas assentiu e arrumamos a bagunça o melhor que pudemos, fui ao vestiário me arrumar. Esse seria o primeiro treino após meu termino com o Goenji e não seria nenhum pouco agradável.