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História The Vampire and the Hunter - Jikook - It isn't a lie


Escrita por: Do_Re_Mi

Capítulo 5 - It isn't a lie


Um ano atrás...


Cidade de Busan, 09 de outubro de 2014


Marquei na parede mais um pequeno risco com uma pedrinha e suspirei silenciosamente sabendo que Namjoon continuava deitado em sua cama, dormindo silenciosamente. Ou quase já que ele roncava um pouco.


Era aproximadamente cinco horas da manhã, eu estava sem sono completamente pensativo sobre o que aquele mês significava para mim. Meu aniversário. A morte da minha mãe. Quase um ano preso naquele local. Eram datas próximas que marcavam a pior fase da minha vida.


Eu procurava de algum modo achar algo de bom naquela situação. Meu irmão costumava dizer: " Procure o lado bom das coisas, elas sempre existem." Ele não estava errado. Eu havia conhecido Song e Yugyeom, caras que me ajudaram bastante a passar por todo aquele caos. Também tinha conhecido Namjoon que apesar de ser o cara mais desastrado e incrivelmente destraido com tudo a sua volta, poderia realmente dizer que confiava nele com todas as forças. Mesmo depois do incidente em que de algum jeito meu colar acabou o machucando, naquele mês entramos em acordo de Nunca falarmos novamente sobre isso em nenhuma hipótese, em troca disso, ele continuaria sendo o mesmo homem de sempre. Radiante e pertubante já que ora ou outra ele me chamava na calada apenas para conversar comigo pois costumava passar noites em claro por conta da sua insônia.


Eu nunca poderia dizer que estava feliz naquele local. Mas também nunca diria que todas aquelas malditas experiências não mudaram meu modo de pensar sobre muitas coisas em relação a minha vida. Eu estava de certo modo contente com o fato de que eu já não era o mesmo cara cético de antes que via tudo preto no branco e julgava qualquer um que passava por mim que não aparentasse ser uma pessoa legal. 


- Jimin? - Namjoon me chamou com aquela habitual voz rouca e um tanto manhosa, se eu não conhecesse ele, com certeza nunca acreditaria que ele era um cara todo fofinho de todas as formas possíveis e que era um cara deveras carinhoso, claro, apenas com quem conhecia, no caso eu.


- Uhm? - O vi se espreguiçar de leve e se sentar na cama, me encarou com os olhos quase fechados e com o rosto um pouco avermelhado. - Você 'tá horrível - Riu levemente quando o mais velho bocejava por conta do sono.


- Cala a boca Park - Jogou o travesseiro na minha cara e riu. - Você também não é o cara mais bonito do mundo. - Passou a mão pelos cabelos que tomavam uma cor um pouco anormal, entre um rosa desbotado e um castanho claro, ficava bonito de qualquer jeito. - Você dormiu?


- Não muito. - Olhei para meu colar segurando aquele pequeno pingente, vi de relance o moreno se encolher um pouco. - Parece que você roubou meu sono, você dormiu desde as quatro da tarde cara.


- Eu tava com sono. Eu não durmo bem faz uma semana. - Deu de ombros e voltou a me encarar. - Sério,  o que você tem?


Suspirei. Namjoon era um cara curioso. Não do tipo moderado, era do tipo exagerado mesmo que pergunTava as coisas mais idiotas nos momentos mais importunos. Tipo quando estávamos comendo e ele perguntou se eu já tinha beijado um cara na vida, ou quando estávamos voltando pra cela ele me acordou no meio da noite e perguntou se eu já tinha feito sexo com um garoto e o quanto eu tinha cara de uke. 


- Não é um mês  muito memorável para mim. Amanhã é meu aniversário e daqui a cinco dias vai completar um ano que minha mãe morreu.


- Desde que você foi preso.


- Sim.


Ficamos um tempo em silêncio até Namjoon se levantar determinado e botar as mãos na cintura.


- Então amanhã é seu aniversário,  certo? Vamos fazer uma comemoração para você.


- Eu estou numa prisão onde quase todos me odeiam, onde a comida é uma merda e onde eu passo o resto dos meus dias deitado numa cama dura que nem madeira. Como você pretende fazer uma comemoração?


O moreno revirou os olhos e foi até mim.


- Você é um chato Park Jimin. Na minha cultura, quando alguém completa mais um ano de vida, eles acasalam com a pessoa mais próxima que tiver - O mesmo me derrubou na cama e sentou no meu colo com uma cara maliciosa.


- O q-que você tá fazendo? Isso é sério? - Perguntei e o mesmo começou a rir.


- Não, mas você devia ter visto sua cara. Você jura que eu ia ser o passivo? Nem nos seus sonhos. - Riu alto e saiu do meu colo me deixando com uma puta ereção no meio das pernas.


- Bom, agora eu sei que você não é nem um pouco hetero Park Jimin. - Riu animado e se sentou em sua cama.


- Idiota.


Resmunguei baixo. Aquele dias seriam bem longos.









[...]








Cidade de Busan, 10 de outubro de 2014


Era quase meio-dia. Namjoon estava me perturbando para saber qual era meu desejo. Na sua cultura, diziam que a pessoa que completasse mais um ano de vida teria seu desejo mais profundo realizado pelos Deus da Lua que ouviria minhas preces e atenderia meus desejos.


Aquilo se estendeu até as onze da noite quando o moreno se recusava a me deixar dormir até que eu falasse o que eu desejava.


- Vai Jimin, fala logo. Você tem até meia-noite 'pro desejo se realizar.


- Não vou falar cara.


- Diz mano. Vai, por favor.



- Se eu te falar, você me deixa dormir?



- Sim.




- O que eu quero é sair daqui. Ganhar minha liberdade e ir embora.



O moreno parou por uns segundos e me encarou com os olhos brilhando em uma cor bem fora do normal. Eu não sabia se era loucura minha ou se realmente os olhos dele tinham rapidamente se tornado pequenos globos oculares amarelos que enfeitiçavam-me de um modo sobrenatural.


- Agora pode dormir.



E eu realmente acreditei que aquilo tivesse terminado e que ele iria me deixar dormir. 


Mas não foi bem isso que aconteceu.



Após as luzes se apagarem e o silêncio predominar o local, Namjoon me acordou na calada da noite e me puxou. Naquele minuto percebi que a cela estava aberta e que de algum modo havia sido aberta.



- Vem comigo! Rápido! - Pegou minha mão e saiu me puxando pelas celas, todos dormiam silenciosamente, até demais.


De algum modo, chegamos a um local mais afastado da prisão, os portões estavam abertos e os guardas pareciam desacordados.


- Vem! Antes que eles acordem! 


Me puxou novamente em direção à um portão que levava até a saída. Era a primeira vez em um ano que eu respirava o ar puro de verdade e conseguia ver muito mais do que apenas paredes cinzas e roupas brancas. O céu coberto de estrelas e a lua cintilante emitiam um brilho tão forte que por um momento cogitei que aquilo poderia não ser um sonho.


- É lindo - Falei entrelaçando minha mão com a do moreno e deixando que por um momento eu acreditasse em tudo aquilo.


- Feliz aniversário Park Jimin.



E tudo o que pude sentir naquele momento foi o abraço quentinho de Namjoon contra meu corpo, com direito a uma bela noite para melhorar meu dia.




Eu tinha mais certeza ainda que era um sonho.



Mas acreditei verdadeiramente quando ouvi Namjoon gritar alto e algo me atingir pelas costas duas vezes seguidas me fazendo cair no chão coberto pelo meu próprio sangue.








A dor era real e as armas apontadas para nós também. 








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