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História You Are My Cure - Uma bagunça de sentimentos


Escrita por: LarryLove

Capítulo 31 - Uma bagunça de sentimentos


POV Harry

Uma mistura de incredulidade e encanto sempre me atinge quando penso sobre como a minha vida mudou desde o dia em que Louis esbarrou em mim... Como ele me fez amar de novo, não, na verdade ele não me fez amar de novo, mas sim me fez descobrir o que é amar de verdade... Amar e ser amado... E não há nada melhor nesse mundo do que amar o Louis e ser amado por ele!

Penso nisso enquanto tomo um banho e desço para colocar no forno a lasanha que ele tinha preparado, odeio quando ele precisa ir resolver problemas de última hora na obra, principalmente quando isso acontece de noite porque nossas noites são sempre um momento só nosso, para estarmos juntos sem nenhum problema ou preocupação nos atrapalhando e ultimamente andamos precisando mais do que nunca disso. Eu nunca fui muito de ter rotinas, mas amo o fato de nós dois estarmos criando uma juntos... Louis mudou tanto em mim, mas sempre para o melhor, ele me fez resgatar coisas de mim mesmo que tinham sido soterradas por toda mágoa e decepção, é surreal o quanto me sinto conectado a ele, confio nele, e como todos os planos que estamos fazendo para nosso futuro me deixam insanamente feliz.

Merda, e é justamente nesses momentos em que me pego pensando nisso que constato mais uma vez o quanto estou boba e perdidamente apaixonado pelo Louis... E o quanto isso me faz feliz.

Sinto falta dele agora, minha casa parece sempre muito vazia quando ele não está por aqui e me questiono, não pela primeira vez, porque ainda não conversamos sobre ele vir morar em definitivo comigo, ele já praticamente mora aqui, mas talvez esteja mais do que na hora de tornarmos oficial.

Ainda estou meio perdido em todos esses pensamentos e questionamentos quando recebo uma mensagem dele avisando que vai precisar de mais tempo lá e voltará mais tarde do que tinha pensado, o que me faz xingar enquanto me jogo no sofá e lhe respondo rapidamente.

Então o tempo vai passando, a lasanha fica pronta, mas mesmo estando com fome decido esperar mais um pouco pelo Louis... E espero enquanto assisto um pouco de televisão, mas acabo me distraindo e quando me dou conta já se passou tempo demais e ligo para ele, só que a ligação cai direto na caixa-postal, ele vive deixando o celular sem bateria!

Nem sei direito porque, mas acabo ficando inquieto, talvez o problema a ser resolvido na obra fosse maior do que o esperado e me recrimino por não ter ido junto, mas canso de ficar simplesmente esperando e sem saber o que está acontecendo, então decido dar um pulo lá, de carro chegarei num instante.

Subo as escadas rapidamente para me trocar e estou saindo de casa quando meu celular toca no bolso da calça, por um segundo penso ser o Louis, talvez a bateria do seu celular não tenha acabado no fim das contas, mas assim que olho o visor vejo que é o Niall, então termino de trancar a porta de casa e caminho para o carro enquanto atendo sua ligação. Começou a chover faz pouco tempo e eu apresso meu passo.

-Ei, Niall...

-Harry! Harry... – sua voz soa tão desesperada que eu congelo porque fica óbvio que algo de errado aconteceu. –Você já está sabendo, Harry? Acabaram de me avisar e eu...

-Niall, calma, respira e me conta direito o que aconteceu. – peço porque mal consigo entender o que ele diz.

-Me avisaram que a livraria está pegando fogo, Harry... Estou indo pra lá agora com o David, tentei ligar para o Louis, mas não... – ele continua a falar, mas o meu mundo congelou ainda mais desde o momento em que ele disse as palavras fogo e livraria.

Apoio uma mão no carro, pouco me importando com a chuva, e fecho meus olhos por um terrível instante, torcendo para quando abri-los estar na minha cama acordando de algum pesadelo estúpido, mas obviamente não é isso que acontece, e o que me traz de volta é a voz do Niall, que não parou de falar um instante sequer.

-Harry, está me ouvindo? – ele repete algumas vezes. –O Lou está aí com você?

-Ele está lá, Niall. – consigo dizer e falar essas palavras em voz alta me tira um pouquinho também do meu choque e horror e me faz agir.

-O quê? – Niall berra. –Não, ele disse que ia fazer a janta de vocês e...

-Mas ele teve que ir... Eu estou indo pra lá agora. – digo e dessa vez não consigo nem esperar por uma resposta dele, encerrando a ligação e jogando o celular em algum canto do carro.

Minhas mãos tremem, mas me forço a manter um pouco de sanidade e controle para ligar o carro... Com certeza o Louis está bem, ele já devia estar fora de lá quando o fogo começou, ele tem que estar bem...

-Por favor, que ele esteja bem! – murmuro baixinho.

Não consigo entender como a livraria possa estar pegando fogo assim, nada faz sentido na minha mente agora, só o fato de que o Louis está lá e de que eu preciso ter a certeza de que ele está seguro!

O caminho da minha casa até a livraria é bem curto, mas parece uma longa viagem dessa vez, fica difícil conseguir pensar direito e tento apenas me concentrar em chegar o mais rápido possível até lá, tentando manter o desespero e o medo bem longe, mas sinto as garras deles se fincando no meu coração... E então eles me dominam sem controle quando me aproximo da livraria e, mesmo de certa distância, consigo ver as chamas.

Não sei nem como consigo terminar o pequeno percurso até parar o carro o mais próximo possível, mas o caos que vejo ali me deixa em choque mais uma vez.

Os bombeiros já chegaram e tentam controlar as chamas, a chuva com certeza será de ajuda, e muitos curiosos já rondam o lugar, mas tem apenas uma pessoa que eu preciso ver ali.

Saio do carro apressado e o meu corpo todo estremece quando, mais de perto, vejo como o fogo destruiu toda a obra que estava tão perto de ficar pronta, meus olhos procuram desesperados ao redor e passo pelas pessoas, mas não vejo nenhum mísero sinal do Louis e sinto o meu coração apertar, ele teria dado um jeito de me avisar do incêndio mesmo se estivesse sem bateria no celular, por que não me ligou? A possível resposta para essa pergunta faz um nó se formar na minha garganta e, quando percebo, estou correndo para a livraria.

-Ei, ei, você não pode se aproximar mais. – um bombeiro me para.

-O meu namorado... – me solto dele. –O meu namorado estava lá dentro, eu... Eu não sei onde ele está... Eu...

Não consigo terminar de falar, mal consigo respirar agora porque esse fogo todo de perto é assustador e sinto um medo terrível só de pensar que o Louis pudesse estar lá dentro quando começou ou... Não, não, ele saiu, é claro que ele não estava lá... Mas, merda, onde ele está?

-Harry! – alguém segura o meu braço e dou de cara com o Niall e o David quando me viro.

-Eu não estou achando ele, Niall... Não estou. – volto a olhar ao redor, ele tinha que estar aqui!

-O Lou está no hospital. – Niall diz e isso me faz focar nele novamente, posso ver o meu medo espelhado em sua expressão.

-Hospital... – repito num murmúrio.

-Assim que chegamos fomos mesmo avisados de que havia um rapaz lá dentro quando o fogo começou, mas ele tinha conseguido escapar e o levaram para o hospital não tem muito tempo. – o bombeiro interfere.

Nesse instante nem sei como o meu coração ainda está batendo porque recebo a confirmação de que ele estava mesmo lá dentro... Ele estava lá quando esse fogo começou, talvez sozinho...

-Ele está bem? – minha voz sai meio estrangulada, mas consigo falar.

-Sinto muito, mas não temos essa informação, ele tinha acabado de ser levado quando chegamos. – o bombeiro diz antes de voltar a ajudar no controle do fogo.

-Nós acabamos de saber por um conhecido que testemunhou tudo, ele disse que viu o Louis sendo levado para o hospital, mas não sabia do estado dele... – Niall diz tudo de maneira atropelada e David o ampara.

-Nós temos que ir, eu preciso vê-lo. – murmuro e tento voltar para o meu carro, mas David me impede.

-Nós estamos de carro e você vem com a gente, eu dirijo. – ele diz sem dar chance para discussão, mas eu nem tento, acho que não conseguiria mesmo dirigir com minhas mãos tremendo desse jeito.

Então o deixo me guiar até o carro do Niall, que está tremendo tanto quanto eu, e me ajeito no banco de trás.

O mundo parece estar se movendo em câmera lenta ao meu redor, não consigo enxergar ou ouvir nada direito... Só consigo pensar no Louis, no sorriso dele, no seu jeito doce e atrevido, em como ele me abraça quando dormimos, seus braços e pernas me envolvendo com força, no jeito como ele revira os olhos quando tenho meus momentos de idiota... E só consigo pensar no quanto eu enlouqueceria, literalmente enlouqueceria, se algo acontecesse com ele.

-Eu tinha que ter vindo junto. – me culpo em voz alta e isso faz com que o Niall se vire para me olhar. –Ele disse que não precisava, mas eu devia ter vindo junto.

-Shh, não pense assim, foi algum acidente, mas ele saiu de lá, ele escapou e foi levado para o hospital, está tudo bem. – suas palavras, percebo, são tanto para me acalmar quanto para acalmar a si mesmo.

-Mas...

-Não existe nenhum mas... – Niall diz com veemência e aperta meu joelho.

Coloco minha mão por cima da dele e a aperto. Ele também ama tanto o Louis, um amor diferente, mas nem por isso menor ou menos importante do que o meu e sei que seu desespero deve ser o mesmo que sinto.

Mas mesmo com suas palavras continuo me culpando pelo resto do caminho, é claro que eu deveria ter ido junto, ou ter ido quando ele mandou a mensagem avisando que demoraria...

Um celular tocando quebra o silêncio que se instalou no carro, mas quando Niall atende a ligação eu não consigo prestar atenção no que ele diz, voltei a funcionar em câmera lenta... O medo e o desespero já estão com as garras mais do que fincadas no meu coração, elas estão pelo meu corpo todo agora... Sei que o Louis escapou e que isso é uma coisa boa, mas só consigo pensar no fato de que ele estava lá dentro quando tudo começou, e que se precisou ser levado ao hospital é porque não deve ter escapado tão facilmente.

Meu rosto está molhado pela chuva, mas sei que tem lágrimas misturadas ali, estou tentando me manter forte e confiante, deixar o Harry Styles inabalável ressurgir, mas me sinto como um menininho indefeso e sei que só vou voltar a funcionar direito quando o Louis estiver nos meus braços de novo.

-Era o Liam... – Niall precisa segurar minha mão de novo e apertá-la para que eu o ouça. –Ele disse que tinha acabado de sair do plantão e estava a caminho de casa quando uma enfermeira amiga dele o ligou avisando que o Louis estava lá, ele já voltou correndo para o hospital e também disse que tentou te ligar, mas não conseguiu.

-Meu celular está jogado no meu carro. – consigo responder e Niall assente. -Ele tinha mais alguma informação sobre o Lou?

-O Louis está consciente, mas tinha algum problema com um dos braços dele e... E ele estava bem abalado. – Niall morde os lábios quando lágrimas caem por seu rosto.

-Vocês dois conhecem o Louis melhor do que ninguém, ele vai superar isso rapidinho. – David tenta nos acalmar, mas nenhum de nós responde.

Niall segura minha mão pelo resto do percurso até o hospital, mas antes mesmo que o David consiga estacionar o carro direito nós dois estamos abrindo as portas e pulando para fora do veículo.

O hospital é pequeno, mas nós fazemos de tudo para que ele possa atender muito bem toda a população, geralmente eles recebem até pacientes de cidades vizinhas, então sei que Louis está sendo bem cuidado, mas isso não diminui em nada o meu desespero.

A recepção está praticamente vazia quando entramos e uma das recepcionistas parece compreender exatamente o porquê de eu estar aqui assim que me vê, o que não é uma surpresa, já que meu namoro com o Louis sempre foi alvo de fofocas e atenção por Holmes Chapel.

-Ele está sendo examinado agora. – ela vai logo me dizendo.

-Eu preciso vê-lo. – respondo também sem hesitar.

-Claro, verei se você pode entrar e...

-Não, eu realmente preciso vê-lo agora, preciso tocar nele, falar com ele, ter absoluta certeza de que ele está bem ou vou surtar. – sou completamente honesto e acho que a abala um pouco me ver tão vulnerável assim, mas estou pouco me importando com isso.

Mas antes que ela possa voltar a falar algo, vejo Liam correndo na minha direção.

-Me disseram que você estava aqui. – ele coloca uma mão no meu ombro, David já nos alcançou e está ao lado do Niall. –O Louis está bem...

-Ele está bem mesmo? – Niall pergunta e Liam nos dá um sorriso tranquilizador.

-Está sim. – nos garante. –Tem um braço quebrado e alguns pequenos arranhões no rosto e cortes nas mãos, mas...

-E você acha que isso é estar bem? – me descontrolo, ele estar quebrado e arranhado não me parece nada bem.

-É estar muito bem perto do que poderia ter acontecido se ele não tivesse conseguido escapar daquele incêndio. – Liam reafirma.

-Aliás, ele contou como ocorreu esse incêndio? – David pergunta e eu não estou interessado na resposta, só quero ver o Louis, mas o jeito como Liam me olha me deixa alerta.

-O que foi? – pergunto.

-Vem, vou levá-los para vê-lo, ele estava louco querendo entrar em contato com vocês. – Liam não responde exatamente a minha pergunta, mas estou funcionando agora apenas com o propósito de encontrar o Louis, então deixo isso pra lá e o sigo pelos corredores do hospital.

Assim que Liam para em frente a uma das portas e a abre, perco um pouco o controle do meu corpo e das minhas ações e me vejo passando na frente dele sem delicadeza alguma, isso faz a porta ser aberta com certa brusquidão e os olhos do Louis focam imediatamente em mim.

Meu coração se aperta ainda mais e sinto minhas pernas tremerem quando o encaro... Ele parece tão frágil deitado naquela cama de hospital, os cabelos estão bagunçados, o lindo rosto possui mesmo alguns arranhões e os olhos vermelhos denunciam seu choro, além disso, ele também está um pouco molhado da chuva e parece exausto... Mas então ele sorri para mim e eu jamais o achei tão lindo quanto agora!

Meus pés se movem por vontade própria e eu me lanço em sua direção, seguro o seu rosto ao parar ao lado da cama e grudo meus lábios aos dele, uma necessidade avassaladora de senti-lo me domina e acho que ele sente o mesmo porque corresponde ao meu beijo com o mesmo desespero. Sinto o gosto salgados de nossas lágrimas, que voltaram a cair e vão parar em nosso beijo, mas pela primeira vez desde que recebi a ligação do Niall sinto meu coração voltando a bater normalmente, o meu corpo todo volta a funcionar porque ele está aqui... Ele está vivo e está nos meus braços.

Mas um gemido de dor dele quebra um pouco o encanto e eu me afasto depressa.

-É meu braço. – ele explica e aí me dou conta de que ele tem um braço provisoriamente imobilizado. –Vão ter que engessar.

-Ah, baby, eu sinto muito. – seguro o rosto dele com mais delicadeza agora e o olho mais atentamente. –Você me deu um susto tão grande! É só o braço? Tem mais alguma coisa doendo? O que aconteceu lá, Louis? Eu...

-Respira, amor. – ele encosta a testa na minha. –O pior foi o braço, juro, eu vou ficar bem.

Não são todas as respostas que eu quero, mas é o mais importante no momento.

-Eu tive tanto medo. – confesso e os olhos dele ficam marejados novamente.

-Eu também tive... – ele diz baixinho. –Mas eu precisava voltar para você, então dei um jeito de sair de lá.

Sua voz embarga no final e eu o beijo de novo porque estou prestes a começar a chorar mais uma vez.

-Desculpe, desculpe, juro que não quero interromper, mas eu preciso te ver de pertinho também. – Niall diz ao nosso lado e eu me afasto só o suficiente para que ele consiga abraçar o Louis, imagino o quanto ele está se segurando desde que entramos nesse quarto. –Nunca mais me dê um susto desses, entendeu?

-Não mesmo. Prometo. – Louis sorri entre as lágrimas.

-É um alívio te ver bem, Louis. – David diz.

Mas eu não aguento mais e preciso voltar a ficar grudado nele, por sorte Niall entende e volta a nos dar mais espaço, mas também permanece por perto, assim como David e Liam.

-Esses minutos sem notícias foram os piores da minha vida. – tento segurar a mão do braço bom dele, mas vejo os pequenos cortes ali. –Me desculpe, baby, eu deveria ter ido com você.

O olhar dele me deixa em alerta de novo, do mesmo jeito que o olhar do Liam lá fora me deixou, e isso me traz um mau pressentimento, mas não tenho chance de fazer alguma pergunta por que uma médica entra com um enfermeiro no quarto logo depois.

Ela e o Liam me contam que não faz muito tempo que o Louis chegou, e que ainda precisa passar por alguns exames, mas ele não ficou muito tempo exposto a fumaça do incêndio e o braço quebrado acabou mesmo sendo o pior ferimento, mas não é tão grave, também fico sabendo que já foi feito um raio-x e ele também já foi medicado... É um grande alívio ver de perto que, apesar de tudo, ele está mesmo bem, só que ainda me mata vê-lo nessa situação e eu daria tudo para trocar de lugar com ele.

-Nós precisamos fazer mais alguns exames nele, só para garantir que está mesmo tudo cem por cento bem e temos que cuidar desses pequenos cortes nas mãos e no rosto. – a doutora diz.

Ainda nem sei como ele quebrou o braço ou conseguiu os outros ferimentos, tenho tantas perguntas a serem respondidas, mas é tudo tão caótico no momento e só o que eu consigo fazer é ficar olhando para ele, e ficar tocando nele, para ter a certeza de que ele está mesmo aqui, respirando e bem.

-Tem algo que ainda preciso contar, amor. – Louis diz quando a doutora e o enfermeiro saem, prometendo voltar em breve para buscá-lo.

-O que foi? – me preocupo imediatamente e sento ao lado dele na cama, acariciando o seu rosto delicadamente.

-É sobre o incêndio... – ele suspira e olha para o Liam, que parece saber exatamente do que ele está falando e se aproxima ficando do outro lado da cama.

-O Louis estava muito abalado quando cheguei aqui e foi difícil acalmá-lo, mas ele me contou rapidamente o que tinha acontecido. – Liam diz.

-Vocês estão me deixando nervosos. – Niall para bem perto da gente, com David logo atrás.

-Eu consegui escapar do incêndio por aquela pequena janela do estoque, subi em uma mesa e a quebrei, então... – Louis morde os lábios e respira fundo ao reviver isso e eu me despedaço ao pensar nele vivendo essa situação sozinho. –Eu saí por lá, mas acabei caindo de mau jeito e por isso quebrei o braço... Algumas pessoas foram me socorrer e dentre elas tinha um policial, foi ele quem me trouxe aqui e eu aproveitei para contar o que tinha acontecido...

-Louis... – o interrompo porque dá para ver que ele fica nervoso ao falar e que está enrolando.

Um suspiro cansado sai por seus lábios e ele fecha os olhos.

-Foi ele, Harry... Foi o Adam.

Essas simples palavras me acertam como um soco e eu preciso de alguns instantes para compreender realmente o significado delas.

-Ele colocou fogo e me deixou lá dentro. – Louis abre os olhos de novo e vejo refletido ali todo o horror que ele deve ter passado.

-Aquele doente! – ouço David exclamar.

-Juro que vou matar o infeliz! – Niall esbraveja.

Louis me olha atentamente e eu estremeço, me inclino pra frente e afundo meu rosto em seu peito... Eu já senti muita raiva do Adam, já quis socar aquela cara milhares de vezes... Mas nada como o que estou sentindo agora, nada nem perto de tão grandioso e horrível como sinto ao pensar no que ele fez.

Louis passa os dedos pelos meus cabelos e conta baixinho tudo o que aconteceu, como Adam o distraiu pelo telefone enquanto incendiava o lugar... E sinto tanta, mas tanta raiva que é assustador.

-Eu vou pegar esse desgraçado. – ergo o rosto e minha raiva só se intensifica quando vejo que Louis voltou a chorar.

-Pelo que o Lou contou, o policial agiu bem rápido, ele já deu alguns alertas, por sorte uma testemunha viu quando o fogo começou e também viu o Adam entrando num carro e saindo correndo de lá, então sabem em que carro ele está... – Liam diz rapidamente. –Eles vão pegá-lo.

-É claro, ele deve estar voltando para Londres agora, se o policial já deu alguns alertas, devem estar atrás dele. – David diz. –Ele é mesmo maluco se achou que conseguiria escapar dessa.

-Ele achou que não teria nenhuma testemunha, deve estar pensando que eu... – Louis não termina a frase, mas nem precisa.

-O filho da puta veio aqui, colocou fogo na livraria com você lá dentro, fugiu e eu estava em casa... Eu não...

-Você não podia ter feito nada, Harry. – Louis me interrompe. –Nem pense em se culpar.

-Eu deveria estar com você... Porra, eu tinha que...

-Não faz isso, baby. – ele pede. –Não deixa ele te fazer sentir culpa de novo por algo que é responsabilidade dele... Ele é o doente aqui, ele é o culpado!

-Ele tentou te matar, Louis! – exclamo.

-Mas não conseguiu... Eu estou vivo, Harry, eu estou aqui... E ele vai ser pego!

Mas ele podia ter conseguido, Louis podia estar morto agora e eu não... Eu não suportaria!

-Me desculpe. – volto a me debruçar sobre ele e seguro seu rosto. –Ele avisou que faria algo e eu não acreditei, eu não podia ter te deixado sozinho.

-Harry, para de se culpar. – Louis insiste com seriedade e eu assinto, mas sei que não será fácil assim. –Eu sinto tanto que ele tenha destruído a livraria, estava ficando tudo tão lindo e agora acabou.

-Isso é o que menos importa. – Niall diz, pairando perto da cama e acariciando os cabelos do Louis.

-Claro, nós reconstruiremos, ficará ainda melhor, nem pense em se preocupar com isso, amor. – digo, mas dá para ver o quanto isso está abalando-o e faz com que a minha raiva pelo Adam só se intensifique.

-Só quero que prendam o desgraçado, ele é muito mais perigoso do que tínhamos pensado. – Louis murmura.

E eu quero mais do que isso, quero eu mesmo encontrar o filho da puta e esganá-lo com minhas próprias mãos... Mas antes que eu possa verbalizar isso, a doutora volta e precisa levar o Louis para mais exames e para engessar o braço que permanece apenas provisoriamente imobilizado.

-Eu vou com ele. – digo.

-Ele precisa passar por alguns exames, mas eu prometo que assim que for engessar o braço mando te chamar e você poderá ficar ao lado dele. – ela diz com tranquilidade e, mesmo relutante, eu acabo concordando.

Mas, antes de eles levá-lo, eu o beijo suavemente.

-Eu te amo. – murmuro. -Você foi tão corajoso essa noite, baby... Obrigado por voltar para mim.

-Eu também te amo... E você não vai conseguir se livrar de mim nunca mais. – ele sorri, mas é um sorriso tão cansado que faz meu coração apertar.

É difícil deixar o Louis ser levado para longe de mim, mesmo sabendo que é por pouco tempo e que ele está seguro agora... Mas assim que ele sai do quarto, toda a raiva que eu estava tentando conter resolve explodir e eu esbravejo deixando meu punho acertar a parede do quarto.

-Calma. – Liam se aproxima, ele me conhece tão bem que com certeza já estava esperando por esse rompante.

-Como posso ficar calmo, Liam? O Louis quase morreu essa noite por culpa do doente do Adam e eu não fiz nada para impedir.

-Você fez tudo o que podia, cara. – David diz.

-Nenhum de nós achava que ele seria capaz de algo assim. – Niall complementa.

-Eu devia saber por que senti na pele o quanto ele pode ser cruel... E ele garantiu que faria algo para me machucar e para acabar com a minha felicidade, ele disse que faria e eu não acreditei... Porra, eu fui tão estúpido. – sem o Louis aqui, não consigo mais conter minha raiva e inquietação.

-O que mais você podia ter feito, Harry? – Liam tenta me fazer parar de andar de um lado para o outro pelo quarto.

-Eu prometi ao Louis que ficaríamos bem, prometi que o Adam jamais tocaria em um fio de cabelo dele e mesmo assim o bastardo veio aqui e quase o matou... É claro que eu podia ter feito alguma coisa! – digo. –Na verdade, ainda posso, preciso falar com a polícia e saber se estão mesmo fazendo de tudo para encontrá-lo, ou então eu mesmo vou atrás dele, vou procurá-lo em cada canto de Londres e então vou...

-Você vai é ficar aqui com o Louis. – Niall interfere e me faz sentar, apoiando as mãos nos meus ombros e me olhando com intensidade. –É claro que o Adam precisa ser pego e é claro que eu mesmo também quero ir atrás do maldito, mas o Louis é nossa prioridade agora, temos que ter certeza de que ele vai se recuperar bem desse susto, ele precisa de você ao lado dele.

-Niall tem razão. – David diz. –A coisa mais importante que podemos fazer agora é ficar ao lado do Louis e garantir o bem estar dele.

E por mais que eu ainda esteja fervilhando de raiva, sei que ambos estão certos, então me forço a manter um pouco mais de calma.

-Liam, liga para a minha família, por favor, e diga a eles o que aconteceu, também peça ao meu pai para se informar com a polícia sobre o que estão fazendo para pegar o Adam... – ele assente rapidamente ao meu pedido e então eu sou chamado para ficar com o Louis e na mesma hora me levanto.

Respiro fundo e seco as lágrimas que permanecem pelo meu rosto, Louis é a prioridade, ele precisa de mim ao seu lado e eu preciso estar ao lado dele, mas Adam vai pagar pelo que fez, se existe um pouquinho que seja de justiça nesse mundo ele vai pagar pelo que fez!

  ****

Tudo acontece rápido e de um jeito caótico depois, Louis tem o braço engessado e os pequenos ferimentos são cuidados, assim que ele volta para o quarto meus pais e Gemma chegam, sendo seguidos pelo Zayn, e fica tudo meio tumultuado quando todos querem ver o Louis, falar com ele e ter a certeza de que ele está bem.

-Eu precisei esperar minha mãe ir lá pra casa para ficar com o Matheus, mas fiquei tão preocupado quando o Liam me ligou... Você está mesmo bem, Lou? – Zayn pergunta enquanto beija a testa do Louis.

-Ah, pobrezinho, meu coração parou quando fiquei sabendo... Você está confortável, querido? Precisa de algo? – minha mãe também não para de fazer perguntas enquanto rodeia a cama dele, os olhos marejados de preocupação.

Enquanto Gemma o abraça com cuidado, mas força, e esbraveja todas as coisas que pretende fazer com o Adam se encontrá-lo novamente algum dia.

Louis mal tem tempo de responder todas as perguntas, mas, mesmo cansado, dá para ver que a presença de todos ali lhe faz muito bem.

-A polícia está atrás do Adam. – meu pai sussurra pra mim depois de também ter dado um carinhoso abraço no Louis. –Parece que uma viatura avistou o carro dele na estrada, vão me manter informado.

-É bom que o peguem! – exclamo.

-Vão e eu garanto que ele vai pagar caro pelo que fez! – ele afirma antes de me dar um abraço apertado e ir tentar acalmar minha mãe que está com os nervos à flor da pele.

Uma risada suave do Louis chama minha atenção e viro o rosto para ele, vendo que ele está rindo de algo que Niall e Gemma falaram, isso faz o aperto no meu peito suavizar um pouco, mas também faz lágrimas arderem em meus olhos de novo... Estou me sentindo uma bagunça de sentimentos no momento, vou da raiva ao choro num segundo e não quero que o Louis perceba, então aproveito que ele está rodeado de pessoas que também o amam e saio por um segundo do quarto, fechando a porta silenciosamente e sentando em uma das cadeiras ali do corredor.

Não tem ninguém passando aqui no momento, então aproveito para apoiar o rosto nas mãos e deixar as lágrimas caírem livremente, só que quando começo a chorar dessa vez fica mais difícil de parar, meu corpo todo estremece com os soluços que me escapam... É um choro de raiva, de tristeza, de alívio...

-Oi, maninho. – me surpreendo quando Gemma senta ao meu lado, mas deixo que ela me abrace e encosto meu rosto em seu ombro. –Percebi que você saiu de fininho. Ele está bem, Harry.

-Mas ele podia ter morrido, Gemma... – sussurro. –Eu amo tanto o Louis, e agora caiu a ficha de que quase o perdi essa noite... Eu não suportaria ficar sem ele, eu, literalmente, não posso mais ficar sem ele.

-E não vai! – ele segura meu rosto e seca minhas lágrimas com carinho, do jeito que fazia quando éramos crianças e eu chorava ao ralar os joelhos, é uma pena que a dor que sinto agora não seja tão fácil de curar quanto um joelho ralado. –Sei como você deve estar se sentindo, Harry... Mas o Louis sobreviveu, ele está inteiro e o Adam enfim vai pagar por tudo o que já fez.

-Não consigo me conformar por ele ter conseguido fazer isso, Gemma.

-Só não comece a se culpar. – ela diz. –Você se culpou por muito tempo por ter deixado se enganar por ele, por ter caído nos golpes dele, não deixe isso acontecer de novo... Adam é o único culpado em toda essa história.

-Sei que você está certa. – suspiro, conseguindo aos poucos controlar o meu choro. –Mas não consigo deixar de me sentir assim.

-Isso vai passar, logo ele estará atrás das grades. – ela beija meu rosto.

-Ei... – Zayn aparece no corredor. –Louis viu que você não está no quarto e se preocupou.

-Já estou voltando. – digo e ele franze o cenho ao me ver secando o restante das lágrimas.

-Me deixa dar um abraço em você também. – ele vem até a mim e me aperta em seus braços. –Foi um susto terrível, mas o pior já passou.

Apenas assinto enquanto também o abraço porque receio voltar a chorar se tentar falar alguma coisa.

Quando volto para o quarto, Louis imediatamente pede que eu me aproxime e eu sento na cama ao lado dele, que acaricia o meu rosto.

-Você está bem, amor?

-Eu que tenho que fazer essa pergunta aqui. – me debruço com cuidado para beijá-lo. –Não se preocupe comigo... Você está com alguma dor?

-Os remédios já fizeram efeito. – ele diz. –Na verdade, estou ficando meio sonolento.

-E você precisa mesmo dormir e descansar. – Liam diz usando seu tom de voz de médico agora.

-Não posso ir para casa? – Louis pergunta. –Estou bem, os exames comprovaram, não é?

-Sim, eu vou providenciar isso. – Liam diz e sai do quarto rapidamente.

-Precisamos avisar a Jay. – minha mãe fala de repente.

-Eu aviso amanhã. – Louis responde tão prontamente que percebo que ele já tinha pensado sobre isso. –Essa hora todos já devem estar dormindo por lá, não quero acordá-los e deixá-los assustados...

-Mas eu gostaria de saber imediatamente se fosse com um dos meus filhos, querido. – ela insiste.

-Prometo que ligo para ela assim que acordar amanhã, Anne... É melhor ela saber por mim para ter a certeza de que estou mesmo vivo e bem, farei uma chamada de vídeo, assim ela poderá me ver, mas prefiro fazer isso amanhã quando estiver mais descansado. – Louis parece decidido.

-Se ele prefere assim, então faremos assim, mãe. – digo. –E é melhor mesmo.

-Tudo bem. – ela se rende.

-Prometo que será a primeira coisa que farei amanhã, Anne. – Louis diz carinhosamente para ela.

-Então trate de descansar bem essa noite. – ela acaricia os cabelos dele no momento em que o celular do meu pai toca e ele pede licença para sair e atender a ligação.

E, pouco depois, Liam entra anunciando que Louis já está liberado.

-Nós receitamos alguns remédios que você precisará tomar para dor e uma pomada para passar nos pequenos cortes. – Liam diz. –E é provável que se sinta bastante dolorido por conta da queda que teve, além disso, ficaremos de olho nesse braço, mas por sorte você não ficou muito exposto a fumaça... Então só descanse muito bem.

-Eu não vou tirar meus olhos de cima dele. – garanto.

-Sem dúvida ele terá muitos olhos sobre ele nos próximos dias. – Niall senta ao meu lado e beija o rosto do Louis.

-Tudo o que eu quero agora é tomar um banho e dormir. – Louis boceja.

Odeio vê-lo com o braço engessado e aqueles arranhões e cortes pelo rosto e mãos, mas ele sorri levemente para mim e o amor que sinto por ele supera a raiva que sinto do Adam no momento, me permitindo respirar um pouco mais aliviado.

-Vamos, eu vou levá-lo e... – estou falando quando meu pai volta para o quarto e sua expressão me faz ficar quieto no mesmo instante.

-Era a polícia... – ele explica.

-Encontraram o filho da puta? – Gemma pergunta o que todos queremos saber.

-Sim, o encontraram... – ele fecha a porta e se apoia contra ela.

-E onde ele está agora? – me levanto, mas Louis senta e segura minha mão, mantendo-me perto de si.

-Ele... Ele está morto. – as palavras ditas pelo meu pai fazem um silêncio pesado cair sobre todo o quarto. –Teve uma perseguição, ele com certeza sabia o quanto estava encrencado e não quis se entregar, então acabou perdendo o controle do carro e capotou algumas vezes... O carro explodiu e ele não sobreviveu.

O silêncio permanece por algum tempo, eu não sei nem como digerir a informação.

-Bem, a justiça acabou sendo feita e no fim das contas foi ele quem morreu queimado. – Niall diz bruscamente e nós o olhamos. –O quê? Me desculpem, mas não vou sentir pena dele, o cara tentou matar o meu melhor amigo, não sou tão evoluído assim para ficar triste por ele!

-Niall tem razão. – volto a sentar e Louis se aconchega em mim. –Eu mesmo o teria matado se tivesse tido a chance.

Pode não ser a coisa mais bonita ou politicamente correta de se dizer e sentir, mas ninguém nesse quarto tem motivo algum para lamentar a morte do Adam... No fim das contas ele só acabou colhendo o que plantou.

-Eu ficaria satisfeito com ele sendo preso... Não esperava ou desejava esse desfecho. – Louis murmura e eu o abraço.

-Você é bom demais para esse mundo, baby. – o beijo e ele encosta o rosto no meu peito.

Todos ficam em silêncio de novo e eu apenas abraço o Louis. Seus machucados e o gesso em seu braço são uma prova de toda a maldade e loucura do Adam, e de que talvez esse tenha sido o único jeito de ele enfim nos deixar em paz.

Repentinamente sinto-me exausto, as últimas horas sugaram tanto de mim, foram tantos sentimentos intensos, tanto medo, tanta raiva, tanto alívio... Mas nesse instante tento afastar tudo e sentir apenas o meu amor pelo Louis e o quanto estou grato por ele estar aqui nos meus braços.

-Eu te amo, eu te amo tanto... – murmuro repetidamente para ele, que usa o braço bom para envolver o meu pescoço e me beija.

E então todo o resto perde a importância!


Notas Finais


Oii :)
Hoje tive que vir um pouquinho mais tarde, mas aqui estou ;)
Eu disse que ainda teria mais um pouquinho do Adam nesse capítulo, mas acho que dessa vez vocês até gostaram, né?! Acho que esse era o único jeito dele deixar mesmo larry em paz, então... rsrs
Me desculpem se deixei passar algum errinho, tive que revisar o capítulo agora antes de postar e ele ficou grandinho, mas depois dou uma revisada com mais calma.
E, infelizmente, faltam apenas dois capítulos para a fic terminar :(
Muuito obrigada... Até sexta que vem <3
Beijos


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