História You can Break my Soul - Problemas pelo caminho

Aos poucos, dou sinal de que ainda estou viva, meus olhos abrem de acordo com minha vontade, espreguiço-me e assusto-me com o ser que encontro ao meu lado. Lembro-me que eu havia "prometido" permanecer acordada a noite toda…

-Pensei que iria quebrar o pescoço. -Fala ao se levantar e rir sarcasticamente.

-Eu não queria dormir e muito menos te fazer de apoio. -Levanto e entrego sua jaqueta, arrumo meu uniforme e checo se está tudo em ordem.

-Eu não te culpo por dormir, você ainda é humana. -Pega a sua espada, que se encontra no canto do quarto. -E eu já estava me cansando de ouvir sua voz.

-Chato. -Saio do quarto e encontro o pessoal a nossa espera.

Já esperava os olhares sobre mim, ninguém mandou eu ir dormir tão tarde…

-A bela adormecida finalmente acordou… -Shinoa-san brinca.

-Pois é, eu não posso passar uma eternidade dormindo. -Acompanho a brincadeira.

…

Após algumas horas andando, resolvemos parar para um descanso, não parecia tão longe quando viemos… claro, até porque viemos de carro.

Todos ficaram sentados em frente à uma antiga loja de comerciaria, Yuichiro-san e Shinoa-san se sentaram no chão mesmo, e os outros apenas se encostaram na parede, eu opto por entrar na loja e procurar por algo que faça a barriga encher. Encontro alguns enlatados, escolho com cuidado, abro-o e aproveito-me disso.

Já alimentada e com energia, volto para onde o pessoal se encontra, eles analisam um mapa, aproximo-me, afim de ver do que se trata.

-Por que estão com esse mapa? -Pergunto, curiosa.

-Recebemos um chamado, estamos apenas fazendo nossa estratégia. -Shinoa-san me responde, mostrando alguns riscos no papel.

-Sem mim?

-É que… nos disseram para te manter longe dessa luta… -Mitsuba-san, timidamente, responde.

Por que? Ok, eu entendo que não sou a melhor soldado do grupo, mas lutamos melhor juntos, então, qual o motivo dessa decisão? Sinto-me excluída… tem algo por trás disso.

-Ok, se é isso que meus superiores desejam… -É claro que eu não me deixaria por vencida, pretendo atuar no campo de batalha, mesmo que escondida.

Afasto-me deles, não quero atrapalhar suas estratégias e, além disso, preciso preparar as minhas.

…

-Yasu, você terá que esperar aqui, um carro do exército virá te buscar. -Pede Kimizuki-san.

Eles sabem de alguma coisa…

-Ok. -Falo, mexendo nas cartas. -Boa luta.

Vejo-os se afastarem, espero alguns instantes antes de começar a agir. Quando percebo que é a hora certa, levanto e vou na direção do caminho que eles levam. Podia não parecer, mas escutava algumas partes do plano deles, foi por meio disso que descobri a localização de onde atuariam. Peço a ajuda de Nasu para conseguir me localizar, tomando cuidado, claro, para não me descobrirem.

Escuto um tumulto próximo, deduzo serem eles, desmancho a cria de Nasu e aproximo-me com mais cautela, entro num prédio antigo, próximo da luta, ouço os passos se tornarem mais altos, junto com o barulho de lâminas.

Fico mais próxima da entrada, ainda tomando cuidado, engatinho até perto de uma velha bancada e observo, procurando o porquê de estarem a me manter longe dessa luta.

E logo descubro a razão… eu deveria ter ficado quieta, isso mesmo, "deveria", um verbo no futuro do pretérito, já perceberam ne?

Uma criatura de cabelos rosados, de baixa estatura e a qual eu possuo um grande ranço aparece, lutando com um soldado, e sim, estou me referindo à rainha vampira do Japão, Krul Tepes, mais conhecida, por mim, como a responsável pela morte do meu irmão.

"-Aceite Yasu… você quer ver o sangue dela escorrer pelas suas mãos."

Nasu falou calma, vendo que encontro-me em uma situação crítica, tentando me persuadir. Porém, eu ainda tenho sanidade e não vou ser facilmente influenciada.

-Propter mandatum assume.

"-Vamos lá, sabe que é o que seu coração deseja…"

-Ut quietam et nuntiavit!

Falei autoritária, Nasu se cala no mesmo instante, continuo observando a luta, e ver a rainha viva me incomoda… Acabo pensando em Katashi e… um sentimento de raiva me consome rapidamente... c-como ela pôde ser tão fria ao ponto de dizer com orgulho que matou meu irmão?

"-Ela matou seu irmão, nada mais justo do que fazer o mesmo com ela, não acha?"

-Não. Não. Não…

"-Ouça seu coração pequena…"

Paro meus pensamentos e deixo-me ouvir meus próprios sentimentos… nessa hora, é como se o mundo estivesse em câmera lenta…

Narração ON

Em poucos minutos, Yasu se levanta sem hesitar, sua íris vermelha denuncia que havia sido tomada pelo seu demônio interior, o que se alimentava das angústias, e principalmente, da vingança que Yasu temia em aceitar. Esse mesmo despertou, pois, Krul Tepes apareceu e fez a ruiva voltar a ter a raiva e a saudade a consumindo. O demônio não tem nome, porém, Nasu o apelidou carinhosamente de Caim, um demônio inteligente e paciente.

Caim, agora no corpo de Yasu, manifesta a katana negra, grandes asas escuras aparecem, junto com os famosos chifres de diabo. Logo, sai de dentro do prédio, indo de encontro com a rainha, rapidamente.

Krul não teve nem tempo de perceber o corpo da ruiva se aproximando, quando viu, já estava no chão, com uma espada cravada em seu abdômen. A rosada se pergunta o que tinha acontecido e em como alguém poderia ser tão rápido. Na verdade, todos ali presentes, não entendem o que vêem.

-Seu julgamento será justo. -A voz é assustadora, intimidante e de longe, seria a de Yasu. Faz questão de rir sadicamente ao final.

A vampira chuta o demônio, fazendo-o recuar um pouco, aproveita e retira a espada que a adentrou, sente o sua carne ser consumida, pois havia sido penetrada por uma lâmina amaldiçoada.

Por sorte, a pequena tinha se alimentado hoje, não teria muitos problemas para se regenerar.

-Gladio. -Dito isso, a espada volta para as mãos frias de Caim.

Alguns soldados vampiros se posicionam à sua frente, protegendo sua rainha. Ele, sem pensar duas vezes, corre para acabar com a glória dos vampiros. Corta cada cabeça com um sorriso psicótico nos lábios, é divertido para o demônio ver sangue derramado.

Um pouco longe dali, os amigos da ruiva se escondem atrás de uma carcaça de um carro, Shinoa havia feito um chamado a seu superior, vendo que não conseguiriam lidar com a situação sozinhos e aguardam, preocupados com a amiga.

Em poucos instantes, Guren e seu esquadrão se aproximam do cenário de guerra e se assustam a ver tais cenas, Caim(Yasu) quebrando o pescoço de um soldado vampiro, e Krul Tepes escondida num velho prédio.

-O que faremos? -Pergunta Goshi, impactado com a situação diante seus olhos.

-Shinya. -Guren olha para o grisalho, o qual assente e se posiciona com sua arma. Sabia que uma hora isso iria acontecer.

Shinya mira nas asas do demônio, o mesmo está ocupado matando os vampiros e será fácil tranquiliza-lo. Prepara o gatilho quando encontra uma perfeita posição. Finalmente atira.

Acerta de raspão as asas negras, fazendo Caim olhar na direção de onde veio a bala, o demônio sabe agora que está em desvantagem.

-Eu ainda não terminei. -Sua voz assustadora ecoa nos ouvidos de todos.

E num piscar de olhos, o corpo de Yasu cai ao chão, já sem asas, chifres, presas ou olhos vermelhos. Os vampiros recuam e levam a rainha consigo, e os humanos ali presentes correm para socorrer a companheira.

Shinoa's ON

Kimizuki-san leva Yasu nas costas enquanto andamos até o carro, trago por Guren e seu esquadrão, eu ainda continuo sem entender o que aconteceu…

Colocamos-a no carro e logo depois nos acomodamos, permanecemos num tenebroso silêncio pelo caminho.

-Como sabiam o que fazer? -Mikaela-san abre a boca, de todos ali, ele é o que eu menos esperava que falasse.

-Os demônios possuidores não têm total controle do corpo que possuem, era só fazer com que os olhos de Yasu me vissem, logo ele perderia o controle e deixaria o corpo. -Shinya-kun responde.

-Mas no caso de Yasu, é diferente… isso é apenas temporário. -Guren completa.

-E como fazemos para tê-la de volta por completo? -Eu que pergunto, estou preocupada com minha amiga.

-Yasu só deixará o demônio "sumir" quando completar seu objetivo: matar Krul Tepes. -Goshi-san diz.

-Porém, ela seria consumida pelas trevas e o demônio teria total controle de seu corpo. -Shinya se contrapõe a Goshi. -O meu objetivo, depois da morte do irmão dela, era mantê-la longe do exército… falhei como seu cuidador... -Suspira.

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Continua...