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História You Can Call Me Monster - Capítulo Trinta e Seis


Escrita por: CarolAkiyama

Notas do Autor


Heeeeeeeeeeey Gentem~

Então, o negócio é o seguinte: Eu fiquei sem energia em casa hoje o dia todo e só agora de noite pude finalizar o capítulo. Ficou bem grande aliás, espero que não tenha problema :') E sim, eu sei que não respondi os comentários do capítulo 35, mas eu to morta de fome e vou comer alguma coisa antes de responder vocês, calma, eu juro que respondo tudo até amanhã, no máximo, tenham paciência comigo que o dia hoje foi um caralho de difícil :')

Enfim, leiam com carinho e perdoem qualquer erro (eu não revisei, então deve ter bastante erro, perdoem e não desistam de mim :'D)
Boa leitura e até lá embaixo o/

Capítulo 36 - Capítulo Trinta e Seis


 

 

Capítulo 36

 

Tiffany

 

Soltei um suspiro de alívio quando Key levou Taeyeon para longe dali, havia algumas Súcubos por perto e eu sabia que elas tomariam a forma de Taeyeon para me confundir, eu não poderia arriscar que Taeyeon se machucasse com isso, afinal, eu poderia muito bem atacá-la por engano, sem falar que proteger minha namorada no meio do campo de batalha é algo bem difícil, considerando que Taeyeon tem um dom para se meter em apuros.

 

Luna havia se afastado de mim para continuar o combate, e agora que eu havia cuidado da segurança de Taeyeon, poderia finalmente fazer o mesmo.

 

Eu podia sentir ao longe a presença de Kwon Yuri, sempre em movimento, sempre desejando sangue. Imortais tinham um gosto puro e inabalável pelo combate e pela violência. A sede de sangue da Kwon poderia ser sentida a quilômetros de distância com facilidade, ela estava se divertindo com toda aquela matança, eu tinha certeza. Rolei os olhos só de lembrar da Imortal e resolvi me concentrar na tarefa que tinha pela frente.

 

Segurei firmemente a espada em minhas mãos e corri na direção da primeira criatura que vi, um ghoul. Não tive a menor dificuldade em passar correndo por ele e arrancar sua cabeça com um único golpe no processo. Ghouls eram fracos demais para a minha porcentagem agora. Era até engraçado o quanto eles se moviam lentamente aos meus olhos. Patético, realmente.

 

— V-Você precisa me ajudar! — Ouvi alguém gritando para mim. A voz era horrivelmente familiar.

 

Ergui os olhos para ver “Taeyeon” me encarando suplicantemente. Soltei o ar preso nos pulmões com força e fechei os olhos antes de decapitar a criatura quando ela chegou mais perto.

 

Olhei ao redor e avistei Luna lutando contra um metamorfo em sua verdadeira forma. Ela não teria dificuldade alguma em matá-lo se não estivesse rodeada de criaturas voadoras esquisitas. Corri na direção dela e rapidamente cortei um desses bichos ao meio. Não era rápidos, ou fortes, mas eram chatos de matar, já que podiam voar e estavam em bando.

 

— O que são essas coisas? — Perguntei, enquanto matava mais alguns e assistia com irritação outro bando dessas criaturas voar até nós. Aquilo nunca teria fim.

 

— São quirópteros. Não são muito comuns na sua região. — Rolei os olhos quando ouvi a voz de Yuri. — São como morcegos gigantes, se alimentam de sangue humano e não possuem inteligencia para caçar ou sobreviver. Apenas agem em bando e atacam ao mesmo tempo. — Ela disse, enquanto matava algumas daquelas criaturas com as mãos nuas, destroçando-as em segundos apenas. Yuri tinha o corpo coberto de sangue, vários tipos de sangue. Havia o sangue negro das Súcubos, o sangue roxo dos metamorfos, e o vermelho clássico em várias tonalidades de cada uma das criaturas que ela deve ter matado nesse inferno.

 

— Que tédio. — Respondi e Yuri sorriu. Com a ajuda da Imortal, não foi difícil liquidar aquelas criaturas irritantes e com isso Luna pode finalmente lutar contra o metamorfo sem a interferência de outros demônios, bem… Se a gente puder chamar aquilo de luta, porque a Hunter de cabelos azuis demorou apenas alguns segundos para fatiar a criatura em pedaços. — Então, qual é o objetivo disso? — Perguntei, assim que terminamos.

 

— Nós nos dividimos em grupos pequenos e estamos recuperando a área do portão da cidade, assim podemos evitar que algumas criaturas entrem pela porta da frente. — Luna respondeu.

 

— Certo, e eu deveria me juntar a qual grupo? — Perguntei. Luna voltou o olhar para Yuri e a Imortal sorriu.

 

— Nenhum. O que acha de ser o Coringa, Hwang? — Perguntou divertidamente e eu a encarei com cara de poucos amigos.

 

— Tanto faz. Só me diz o que eu tenho que fazer.

 

— Percorra a região e ajude quem precisar. Essa é a sua função. — Falou e eu apenas dei de ombros.

 

— Vê se não morre, Tiffany. — Luna disse ao se afastar um passo de mim e eu sorri largo.

 

— Você também. — Retribui e a ouvi rindo enquanto corria para longe.

 

Usei meus sentidos para perceber a presença de Hunters próximos a mim, desse jeito, eu não precisariam ficar andando a esmo pela cidade destruída. No caminho até os Hunters mais próximos, ainda tive que matar dois ghouls e muitos daqueles tais quirópteros irritantes. Quando cheguei, eu finalmente entendi porque eu havia sentido apenas a presença de dois Hunters. Outros três estavam mortos, desmembrados no chão, ou completamente carbonizados.

 

O inimigo que havia feito aquilo… Era uma quimera. Era uma criatura gigante, com duas cabeças, uma de leão e a outra de um dragão, sua cauda era uma serpente, o animal também tinha asas de águia. Era uma visão rara, criaturas como quimeras ou dragões não existem em nosso mundo de modo natural, se aquele monstro estava aqui, era porque alguém a invocou para esse plano, provavelmente o Imortal.

 

Assisti o momento em que a cabeça de dragão atacou um dos Hunters e abocanhou a metade direita de seu corpo. Entrei em batalha imediatamente, tentando salvar a vida do outro Hunter que continuava parado lá como uma presa fácil. Corri em sua direção e o puxei pela roupa para longe do raio de alcance da quimera.

 

Eu ainda sentia a presença de um mago, estava se escondendo entre os escombros. Quimeras são criaturas mitológicas, híbridos de duas ou mais criaturas ou animais. Essa quimera em especial é imune a magias, por consequência da natureza mágica e mística de suas partes de dragão.

 

— Hey, você! — Gritei para o mago e ele me olhou assustado e fez sinal de silêncio com as mãos. Rolei os olhos diante de sua covardia. — Para de se esconder feito um rato e faça algo útil! — Sibilei e ele estremeceu.

 

— A-Aquela coisa é i-imune a magia! Nós tentamos enfrentar aquele monstro, tentamos, sim! M-Mas meus ataques n-não funcionavam, e-eu não p-pude fazer n-nada!

 

Eu o encarei seriamente. — Foi você… Você convenceu o grupo a lutar contra a quimera, sem saber que a fera é imune a magia. — Acusei e ele engoliu em seco. — Que tipo de mago é você para não saber algo tão básico como isso?! — Esbravejei e ele se encolheu no canto — Você é responsável pela morte de todos eles, como pretende consertar isso? — Ele ficou em silêncio e eu trinquei os dentes. — Consegue sentir a presença de Kwon Yuri? — Perguntei numa voz dura e ele assentiu lentamente. — Entre em contato com ela por telepatia, e a chame aqui. Diga que o Coringa encontrou uma quimera. — Falei e ele assentiu. Ouvi o rugido da fera e soltei o Hunter que eu protegera em batalha. Certo… O Objetivo é distraí-la até a chegada da Kwon. A quimera me encarava, enquanto bufava fumaça pelas narinas. Uma das patas riscava o chão, indicando que ela queria me atacar, mas estava agindo com cautela. Minha porcentagem é provavelmente maior do que a maioria dos Hunters que ela havia matado até o momento, então ela estava receosa em me enfrentar, queria que eu fizesse o primeiro movimento. — Você vai me atacar logo de uma vez? Ou eu já posso fazer de você meu bichinho de estimação, hm? — Provoquei e o animal rugiu antes de disparar em minha direção.

 

Pulei para o lado no último instante e minhas narinas captaram o cheiro de fumaça. Não perdi tempo em pular para longe enquanto a criatura incendiava o exato lugar onde eu estava um segundo atrás. A cabeça de dragão era a mais ativa, por ser a cabeça mais longa e ainda cuspir fogo. A cabeça de leão apenas rugia alto, com o objetivo de assustar a vítima.

 

Suas asas de águia de repente começaram a bater, um indicativo de que a criatura levantaria voo. A boa notícia é que asas tão pequenas não conseguiriam sustentar um monstro não grande no ar por muito tempo. O objetivo da quimera provavelmente é…

 

Rolei para o lado e saltei inúmeras vezes, tentando me livrar do círculo de fogo que se formou naquela área da cidade. Como suspeitei, a criatura levantou voo para conseguir cuspir fogo em uma área maior, aumentando as chances de me atingir. Felizmente, eu previ seu objetivo e consegui escapar ilesa. O cheiro da fumaça incomodava, mas não estava me deixando tonta, isso era bom. Minha porcentagem estava alta o suficiente para impedir que eu morresse asfixiada.

 

Senti a presença de Yuri se aproximando e me aproximei alguns passos da criatura. A quimera estava sentindo a força da Imortal também e provavelmente não estava a fim de enfrentá-la em combate. A criatura foi se afastando com passadas cada vez mais largas e rápidas quando ficou óbvio que a Kwon estava correndo especificamente em nossa direção. Não deixei que o monstro se afastasse demais, e o persegui mantendo uma distância segura entre nós.

 

A Imortal já estava muito perto quando a quimera resolveu que era hora de virar as costas para mim e correr. Disparei atrás dela e me ocupei em desviar os ataques ardilosos da cauda de serpente da criatura. Apertei o passo e me desviei no último instante da mandíbula alargada da cobra e com isso, fui capaz de decepar a cauda reptiliana da quimera, livrando-me da cobra.

 

Senti Yuri dando a volta e imediatamente imaginei que ela tentaria surpreender a criatura pela frente e me preparei para atacar assim que a Imortal desse as caras. A quimera parou de correr bruscamente quando percebeu que a Kwon estava tentando cercá-la e se virou para o oponente mais fraco. Eu já estava preparada para isso, e pude me desviar com facilidade de uma investida da cabeça de dragão que mirava abocanhar a minha cabeça. Depois de me livrar do ataque, eu tive espaço de sobra para manobrar a espada e decepar uma das patas da quimera.

 

A criatura estava incapacitada de correr a toda velocidade, então não foi difícil para Yuri acertar um chute potente na cabeça de leão e desnortear a quimera. Assisti imóvel enquanto a Imortal se lançou sobre a fera e, sem demonstrar dificuldade, puxou a cabeça e dragão para cima enquanto segurava o corpo da quimera no lugar com os pés, arrancando a cabeça que cuspia fogo em apenas alguns segundos. Nem deu tempo daquela cabeça produzir fogo para se libertar do ataque de Yuri.

 

Cobri meu rosto com as mãos quando o sangue jorrou para todos os lados da cabeça decepada. A outra cabeça, no entanto, ainda estava bem viva e tentava morder Yuri com seus dentes afiados. A Imortal não parecia se incomodar com os cortes que surgiam em sua pele causados pelas garras e presas da criatura e sem hesitar, ela enfiou as duas mãos na boca do leão e puxou as mandíbulas do animal em direções opostas, finalmente liquidando a quimera de vez.

 

— Pronto, era só isso? — Ela perguntou enquanto limpava o sangue das mãos de form displicente.

 

Encarei-a por alguns segundos antes de assentir. — Apenas um mago e um Hunter sobreviveram, do grupo todo. — Anunciei e Yuri me encarou seriamente.

 

— Isso é uma grande perda. — Comentou. — Precisamos lutar para não perdermos mais nenhum guerreiro. — Falou e eu assenti. — Continue com o que estava fazendo, Hwang, e se algo realmente perigoso aparecer, não hesite em buscar pela minha ajuda, ficarei feliz em ajudar. — Falou com um sorriso sombrio e eu apenas suspirei e assenti. Yuri correu para longe dali em um instante e logo eu estava sozinha de novo.

 

Encarei o céu escuro da noite coberto pela fumaça e respirei fundo enquanto ouvia os gritos, rugidos e o choro ao meu redor.

 

Seria uma longa noite.

 

~x~x~

 

O sol já despontava no céu quando concluímos nosso objetivo. A quimera havia sido a criatura mais perigosa que eu enfrentei durante todas aquelas horas, o que era um alívio. Não me machuquei muito, apenas alguns cortes superficiais, mas isso era porque eu pude encontrar muitos companheiros Hunters e me aliar a eles em combate, certamente o trabalho em equipe facilitou muito a nossa sobrevivência.

 

Com a batalha vencida, estava finalmente na hora de retornar.

 

Segui os Hunters que caminhavam feridos e cansados até o local de nosso abrigo. Kwon Yuri, no entanto, parecia radiante e sorria largamente. Ouvi dizer, pelos outros Hunters, que a Imortal já estava lutando há dias seguidos, sem dormir, e mesmo assim, ela parecia estar pronta para lutar por mais uma semana inteira sem sofrer nenhum arranhão.

 

Imortais eram criaturas assustadores até para Hunters, não é difícil imaginar que deve ser absolutamente sufocante ficar tão perto de um para Taeyeon, ainda mais quando o Imortal em questão acabou de sair de uma batalha sangrenta.

 

— Kwon. — Chamei quando ela passou por mim. A Imortal parou de andar e se virou em minha direção com um sorrisinho confiante. — Controle sua sede de sangue. — Falei e ela sorriu.

 

— Ah, sim, claro. A humana… Não seria bom se ela me encontrasse desse jeito, ficaria assustada demais. — Yuri fechou os olhos por um momento e eu observei seus instintos violentos se esvaindo por a pouco de sua presença. A Imortal excitada por combate, desejando o sangue de seus inimigos em suas mãos foi desaparecendo aos poucos. — Acha que a garota consegue lidar com a minha presença agora? — Perguntou com um sorriso de deboche e eu não me prestei a responder.

 

— Taeyeon é forte. — Respondi.

 

— Ah, disso eu não tenho dúvidas. Ela foi capaz de ficar em sua presença durante todos esses meses, não é? E também não foi intimidada por outros Hunters nas missões em equipe. — Comentou e eu fiquei em silêncio. — A questão é… Todos os humanos têm limites. Ela se saiu bem até agora, soube que até foi capaz de liquidar algumas criaturas com as próprias mãos. Mas talvez… Lidar com um Imortal esteja fora de seus limites.

 

— Taeyeon é mais forte do que você imagina. Ela é a nossa única chance de conseguir a colaboração dos humanos. Então, se você quiser poupar a vida de nossos guerreiros com uma parceria, ao invés de se deleitar em combate sem se importar com aqueles que estão morrendo, eu sugiro que deixe Taeyeon em paz, não a apavore. — Cuspi as palavras entre dentes e Yuri ergueu uma sobrancelha. — Até onde eu sei, ela pode ser a chave para essa missão, então não se atreva a brincar com os medos dela.

 

Yuri sorriu calmamente. — Não vou. Eu estou ciente que ela pode ser mesmo a chave para essa missão, na verdade… Eu estou contando com isso. — Ela disse e eu ergui uma sobrancelha. A Imortal deu de ombros e me deixou sozinha sem dizer mais nada.

 

Suspirei e entrei no abrigo dos Hunters lentamente. Changmin veio em minha direção e me avisou que Taeyeon estava segura, em um dos quartos, e que um Hunter havia sido escalado para protegê-la durante a noite. Devo admitir que fiquei surpresa com o cuidado que o líder estava demonstrando para com Taeyeon. Claro, ela havia sido de grande ajuda na missão do vampiro, mas não imaginei que Changmin iria respeitá-la e considerá-la tão importante a esse ponto.

 

Tive que sorrir com orgulho da minha pequena mediadora diante de tudo isso.

 

 

Taeyeon

 

— Taeyeon… Taeyeon-ah… — Abri os olhos lentamente ao som daquela voz. — Dormiu bem? — Tiffany sorriu para mim e eu esfreguei os olhos um tanto confusa.

 

— Nem percebi quando peguei no sono… — Murmurei e ela riu baixo.

 

— Você precisava dormir um pouco. — Constatou e eu fiquei quieta, ainda estava tentando me localizar.

 

— Que horas são?

 

— Oito da manhã. — Ela respondeu e eu arregalei os olhos ao constatar que já havia amanhecido. Olhei para Tiffany com atenção pela primeira vez e vi sangue manchando suas roupas. Foi então que eu lembrei de tudo, da missão, de onde e como Tiffany provavelmente passou as últimas horas. Arregalei os olhos de imediato, mas a Hunter apoiou as mãos em meus ombros, como se já soubesse que eu estava prestes a surtar e me encarou nos olhos. — Hey, calma, esse sangue não é meu. — Falou com um sorriso.

 

— T-Tem certeza? É muito sangue, Tiffany-

 

— Tenho certeza. — Ela riu baixo. — Havia muitos demônios, só isso. Eu estou bem. — Assegurou e eu suspirei em alívio.

 

— E como foi a missão? — Perguntei e ela ergueu uma sobrancelha. — A missão de livrar mais uma região da cidade dos demônios. — Esclareci.

 

— Como sabe sobre isso?

 

— Key mencionou. — Respondi e Tiffany assentiu lentamente.

 

— Então, você já sabe mais ou menos o que está acontecendo na cidade… — Murmurou e eu assenti. — Mas ainda não foi falar com os humanos, não é?

 

— Não, Changmin disse que eu deveria esperar Kwon Yuri e o resto do grupo voltar para… — Arregalei os olhos quando percebi o que o retorno de Tiffany significava. — Fazer uma reunião estratégica. — Terminei a frase com a boca seca.

 

Tiffany percebeu minha reação e me encarou ternamente. — Taeyeon… — Chamou baixinho, mas era tarde demais. Eu já podia sentir, aquela presença… A Imortal da Organização estava por perto, eu podia sentir claramente agora que estava prestando atenção no fato. Abri a boca para dizer algo sobre isso, mas não tive tempo de deixar qualquer palavra sair de meus lábios antes que Tiffany os capturasse, suas mãos foram até minha nuca e a minha se seguraram nos ombros da Hunter. Ela me beijou lenta e carinhosamente por longos minutos, e só se soltou de mim quando o ar me faltou. — Fique calma, ok? Está tudo bem, eu não vou deixar ninguém te fazer mal, nem a Kwon. Eu prometo. — Assegurou e eu a encarei. Tiffany tinha um olhar sério que me passava uma sensação de segurança. Assenti lentamente, sem entender exatamente do que ela falava. — Você já sabia sobre a reunião, isso facilita as coisas para mim. — Murmurou e então minha ficha caiu. — Pediram que eu viesse te chamar para começarmos a reunião estratégica. — Falou lentamente e eu fitei o chão. — Taeyeon… — Ergui o olhar rapidamente em sua direção. — Você confia em mim? — Perguntou.

 

— Confio. — A resposta saiu automática, não havia ninguém no mundo em quem eu confiasse mais que Tiffany.

 

Ela se levantou da cama e estendeu a mão na minha direção. — Então está tudo bem, tudo o que precisa fazer é continuar confiando em mim. — Falou. Segurei em sua mão e ela me puxou com facilidade. — Quer comer alguma coisa antes de-

 

— Não, não acho que conseguiria… — Respondi com sinceridade e Tiffany concordou sem muitas palavras.

 

A Hunter me guiou pelo prédio parcialmente destruído, me levando até a sala grande com a mesa do centro, onde eu havia comido mais cedo, na presença de Key. A cada passo que dávamos naquela direção, eu sentia a presença de Yuri ficando mais forte, ao ponto que eu precisava fazer muito esforço só para impedir minhas pernas de darem meia volta e me levarem para longe dali. Meu coração acelerou e Tiffany percebeu meu desespero. Seus braços rodearam meu corpo e ela passou a andar ao meu lado, enquanto me abraçava. Se não fosse pelas mãos de Tiffany em volta da minha cintura, me guiando a cada passo, eu nunca teria chegado lá, honestamente.

 

Kim Taeyeon, se controle. Tiffany disse que está tudo bem, e você confia em Tiffany. Ela vai te proteger, você sabe disso. Acalme-se e encare Kwon Yuri de uma vez por todas!

 

Tiffany abriu a porta com facilidade e adentrou o cômodo ao me puxar pela mão. Eu queria gritar e correr, mas era tarde demais para isso, acho. O lugar estava lotado de Hunters e magos e pessoas que eu não conhecia. Eu apenas percebia os olhares, todos focados em mim, incluindo os olhos dela. Kwon Yuri e Changmin sentavam-se um em cada ponta da mesa retangular, os dois líderes daquela missão.

 

— Taeyeon, não tenha medo, sente-se. — Changmin se pronunciou e eu o encarei, fazendo todo o esforço do mundo para não deixar meu olhar pousar em Yuri, eu sentia que se a olhasse diretamente, todo o meu auto controle iria pelos ares.

 

Tiffany me guiou até uma cadeira ao lado de Changmin, o mais longe possível de Yuri e eu me senti grata por isso.

 

— É um prazer encontrá-la de novo, Kim Taeyeon. — A voz de Yuri se fez presente no ambiente, causando um leve eco, devido ao silêncio mórbido que tomou conta do lugar. — Creio que se recorde da ocasião em que nos esbarramos no Núcleo. — Ela falou e eu ergui o olhar em sua direção pela primeira. Meu corpo estremeceu involuntariamente e eu assenti com a cabeça, com medo de que minha voz fosse me trair. Yuri sorriu de canto e eu senti os braços de Tiffany segurando firmemente minha mão direita, minha namorada estava sentada ao meu lado, e parecia em alerta. — Não tenha medo, criança. Minha presença é forte, mas não é do meu interesse lhe fazer mal. — Ela disse e pela primeira vez na vida eu senti que as palavras de alguém não eram nem verdade e nem mentira. Era como se ela realmente quisesse que eu não a temesse, mas soubesse que é impossível e não ligasse para esse pequeno detalhe. Estaria Kwon Yuri me fazendo de idiota? Trinquei o maxilar e segurei em minha coxa para que ela parasse de tremer involuntariamente. Eu preciso me controlar, preciso dominar esse medo, ou pelo menos, fingir que ele não existe… Você consegue, Taeyeon, você consegue!

 

— Bem, agora que estamos todos aqui, vamos começar. — Changmin declarou e pela primeira vez, eu olhei ao redor. Muitos Hunters estavam ali, Luna e o Hunter loiro que me protegeu durante a noite também estavam presentes. Depois de algum tempo, pude contar vinte deles. Havia outras pessoas também, como magos e… Aquela ali no canto era Yoona, a vidente que andava na companhia de um fantasma? Não pude olhar por muito tempo antes de ter minha atenção tomada pela fala de Changmin. — A boa notícia é que o objetivo da operação foi atingido. Conseguimos recuperar mais uma área e livrá-la do domínio dos demônios, porém… Perdemos cinco Hunters, três magos e dois druidas nesse processo. — Ele informou. O silêncio pesou na sala.

 

Puxei a mão de Tiffany delicadamente e ela se aproximou de mim para que eu pudesse cochichar em seu ouvido. — O que é um druida? — Perguntei baixinho.

 

— Podemos dizer que são um tipo diferente de mago. Os druidas são usuários de magia que estão conectados a natureza e suas forças. Já que são sacerdotes, são especialistas em rituais para expulsar criaturas que não podem ser mortas com o uso de força ou com magia comum. Na região que trabalhamos, não há muitas dessas criaturas, mas em outros lugares, elas são bastante comuns e os druidas costumam ficar nas áreas onde são mais necessários. — Explicou calmamente e eu assenti. Aquilo era novo. Nunca pensei que pudesse haver outro tipo de usuário de magia. Acho que o mundo deve ser muito maior do que eu posso imaginar.

 

Ergui o olhar na direção da mesa e só aí que me toquei que todos estavam em silêncio, certamente ouviram minha pergunta e resolveram não interromper. Meu rosto enrubesceu no mesmo instante e eu tive vontade de me enterrar viva quando percebi que eu havia parado a reunião para perguntar algo sobre o qual eu nunca tinha ouvido antes. Honestamente, eu me odeio por não saber muito sobre o mundo e as criaturas, até mesmo sobre a Organização. Sentia que pedir explicações o tempo todo poderia ser um incômodo.

 

— D-Desculpe. — Murmurei baixinho.

 

— Não se desculpe. Fique a vontade para perguntar sobre qualquer dúvida, Taeyeon. — Changmin se pronunciou e eu abaixei a cabeça, envergonhada. — Bem, continuando… A boa notícia do dia é que recebemos mais uma Hunter hoje. — Ele disse ao se virar para Tiffany e sorrir. — E também uma humana, Kim Taeyeon. — Abaixei a cabeça lentamente. — Para aqueles que não sabem, ela está aqui para nos ajudar a entrar em acordo com os humanos, certamente isso será um grande progresso para nós nessa missão.

 

— Isso se ela tiver êxito. — Yuri cortou. Forcei meus olhos a se focarem na Imortal, e trinquei os dentes ao ver o sorrisinho que ela me lançava.

 

— Ah, ela vai ter, sim. — Luna respondeu. — Taeyeon é a pessoa mais convincente que eu já conheci, não concorda, Tiffany? — Provocou e eu vi minha namorada trincando os dentes. Suspirei ao ouvir a risada de Luna.

 

— Ela pode até ser convincente, mas os humanos estão agressivos. — Yuri retomou o assunto. — Da última vez que eu me aproximei do abrigo deles, tentaram me espantar com cães de caça. — Ela riu. — Os cachorros, como era de se esperar, foram mais espertos que donos e correram de volta para dentro do abrigo sem se importar com os humanos. — Os Hunters à mesa soltaram risos baixos. Apenas um idiota pensaria que iria conseguir amedrontar um Imortal com cachorros, por mais ferozes que sejam. — O que quero dizer é que… Estou apenas preocupada em como uma simples humana vai conseguir convencer um grupo de criaturas tão cabeças duras. — Sorriu desafiadoramente em minha direção. Fiz uso de toda a força de vontade do meu ser para sustentar seu olhar.

 

— Eu vou conseguir convencê-los a permitir a entrada dos Hunters em seu território. — Anunciei, deixando minha voz sair em alto tom pela primeira vez naquela reunião. Meu corpo tremia, e minha voz também não estava estável, mas eu não iria deixá-la me dominar pelo medo daquele jeito. Soltei o ar preso dos pulmões com certa força e sorri, tentando de tudo para que o ato não parecesse forçado demais. — Mas convencê-los a deixar você entrar é uma questão mais delicada.

 

A mesa caiu em silêncio. Vi Tiffany prendendo um sorriso e tentando se manter séria. Yuri me encarou seriamente por alguns minutos e acabou soltando uma gargalhada.

 

— Você tinha razão, Hwang. — Falou e eu encarei a Hunter de canto de olho. Ela sorria largamente com deboche. — Ela é forte. Mais do que eu esperava. — Falou enquanto me olhava e eu senti meu corpo arrepiar. O sorriso nunca deixou os lábios de Yuri, e assim mesmo ela continuou a falar. — Não se preocupe com isso, eu não tenho intenções de deixar esse lugar, mesmo que os humanos aceitem cooperar conosco. Estou ciente de que é impossível. — Deu de ombros. — De qualquer forma, quando terminarmos aqui, montaremos um grupo para levar Taeyeon até os humanos. Por hora, vamos dar continuidade à reunião passando para o próximo tópico. — Yuri falou, ao fazer um sinal para que Changmin assumisse a palavra a partir daí.

 

— Nosso próximo movimento… — O líder mencionou, ao abrir o mesmo mapa que Key havia aberto em minha presença mais cedo em cima da mesa. — Essa região. — Ele apontou para um lugar um tanto afastado. — É onde se localiza o aqueduto que abastece a cidade. De acordo com alguns grupos de checagem, a construção ainda está funcionando e seria muito bom termos uma fonte de água mais perto de nós. Os humanos também agradeceriam por isso. — Ele falou ao olhar em minha direção.

 

— Podemos usar como motivo de barganha. Se eles cooperarem conosco, recuperaremos o aqueduto. — Falei num tom baixo, mas eu sabia que todos haviam me ouvido, a audição deles era excepcional.

 

Changmin sorriu. — Essa é a intenção. — Falou. — Para realizar a operação, no entanto, precisaremos nos subdividir em grupos, já que o aqueduto é uma construção enorme. Eu e Yuri conversamos antes do início da reunião e pensamos em uma divisão sensata de todos aqui presentes. — Ele lançou um olhar para Yuri.

 

— Nesse exato momento, há oito magos, sete druidas e vinte e oito Hunters aptos a lutar nessa missão, contando com os que estão de guarda nesse momento. — Falou e eu me surpreendi com os números. — Entre os Hunters presentes, apenas cinco possuem porcentagem maior que 95%, e por isso decidimos que vamos formar cinco grupos principais para a realização da missão, cada grupo terá como líder um desses Hunters com mais de 95%. — Ela falou e de repente, cinco pessoas se levantaram da mesa. — São eles: Changmin, 98%. Luna, 96%. Tao, 95%. Xiyeon, 97%. Amber, 97%. — Chamou os nomes enquanto os Hunters em questão se posicionavam na lateral do recinto, enfileirados. — À medida que formos chamando os nomes, iremos indicar quem ficará no grupo de quem. Magos e druidas serão chamados ao final. — Falou e com isso, iniciou-se uma chamada rigorosa de cada Hunter presente na sala. Tiffany foi uma das últimas a ser chamada.

 

— Hwang, grupo da Luna. — Yuri anunciou. — Minho e Hyuk também. — Falou e todos os três citados concordaram com a cabeça antes de se levantarem. Tiffany segurou minha mão e me puxou junto sem hesitar, ela provavelmente não queria me deixar sozinha. Todos os Hunters escalados para fazerem parte do grupo de Luna formaram uma fila na frente da Hunter de cabelos azuis, aceitando seu posto no grupo designado. O moreno alto chamado Minho me encarou com o canto de olho, seu olhar não parecia hostil, mas me deixava incomodada. Senti os braços de Tiffany envolverem meu corpo por trás e em questão de segundos a Hunter já me abraçava possessivamente enquanto encarava Minho com severidade. O garoto pareceu perturbado com o ocorrido e desviou o olhar de mim. — Vocês serão o grupo responsável pelo combate da área sete do aqueduto. — Ela disse, enquanto Changmin posicionava um alfinete com cabeça colorida numa região do mapa por onde o aqueduto se estendia. — Key e Seulgi serão os usuários de magia de seu grupo. — Falou rapidamente, enquanto Key e uma garota, que eu supus ser uma druida, se aproximaram do nosso grupo. — Eu, Kyungsoo e Yeri seremos um grupo de apoio. Vamos rondar todo o perímetro do aqueduto durante a operação para fornecer auxílio a todos os grupos que precisem. — Falou e todos concordaram com a cabeça.

 

A chamada de todos os Hunters e magos e druidas durou ainda por alguns minutos, assim como a explicação da função de cada um dos grupos. Alguns grupos lutariam internamente pelas áreas, outros ficariam responsáveis por impedir a entrada de mais demônios, de modo que a região pudesse ser limpa de toda criatura hostil com eficácia.

 

— Aqueles que não foram chamados para fazerem parte dos grupos estão sendo designados para proteger o perímetro das áreas já seguras. — Changmin anunciou ao final. — Alguma dúvida sobre a operação? — Perguntou abertamente e a sala se manteve em silêncio. — Muito bem, se ninguém tiver algo para dizer, não há mais nada para ser tratado hoje.

 

— Líder… — O garoto loiro chamado Hyuk interrompeu sutilmente e todas as atenções se voltaram para ele. O Hunter não se sentiu intimidado e apenas continuou a falar quando Changmin acenou positivamente em sua direção. — Sobre a suspeita de que há um vampiro na cidade… Alguma confirmação? — Perguntou e os Hunters se entreolharam.

 

— Ainda não temos certeza. Como vocês devem saber, é impossível verificar todos os corpos da cidade para sabermos se morreram drenados ou não, nosso principal meio de identificar um ataque de vampiro não funcionaria aqui. — Explicou e eu ergui uma sobrancelha.

 

— E os humanos vivos? As vítimas mordidas por um vampiro costumam apresentar anemia enquanto ainda estão vivas, não é? — Perguntei, sem perceber que eu estava me intrometendo no assunto. Todos na mesa me encararam e eu confesso que senti a vergonha queimar minhas bochechas, mas não abaixei a cabeça, eu tinha um ponto válido que merecia ser colocado em pauta… Ou pelo menos eu acho que merecia.

 

Yuri sorriu. — Sim, é verdade. — Ela falou e eu senti meu corpo estremecer de medo ao manter contato visual com Yuri enquanto ela falava comigo. — Porém, com tudo isso acontecendo, os humanos não estão se alimentando direito nem se hidratando direito, tudo está um caos, distinguir anemia de fraqueza ou qualquer outro problema de saúde que essa situação esteja causando… É impossível, especialmente se eles não nos deixam chegar perto. — Alfinetou.

 

— Já disse que posso resolver esse detalhe. — Rebati impulsivamente.

 

— Eu espero que consiga.

 

— Vou conseguir!

 

A Imortal sorriu. — Só há um jeito de descobrir. — Luna, seu grupo acaba de receber uma missão extra. — Falou de repente, ao voltar seu olhar para a Hunter de cabelos azuis. — Levem a Kim até os humanos para vermos o que ela pode fazer por nós.

 

Luna sorriu de um jeito travesso. — Sim, senhora, chefe.

 

— Certo, mais alguma dúvida ou comentário? — Changmin perguntou novamente e já que não houve resposta, o líder encerrou a reunião e dispensou todos ali.

 

Tiffany desgrudou do meu corpo e voltou a segurar apenas a minha mão firmemente enquanto me guiava para fora. Kwon Yuri conversava com alguns Hunters e magos desconhecidos por mim na saída da sala, o que significava que eu teria que passar por ela para conseguir sair.

 

Respirei fundo e cerrei os punhos enquanto sentia as mãos de Tiffany circundarem meu corpo novamente. Felizmente, a Imortal não nos deu atenção e eu pude relaxar quando deixamos o cômodo. Luna fez sinal para que nós a seguíssemos. Durante a reunião, eu havia pensado num jeito de convencer os humanos que só queríamos ajudar, e que precisávamos trabalhar em equipe. Para por meu plano em prática, eu precisava da minha mochila, que ainda estava no quarto onde eu passara a noite.

 

— Espera, eu preciso pegar minha mochila no quarto. — Anunciei de repente e todos me encararam com uma sobrancelha erguida, incluindo Tiffany.

 

— Por que você precisa dela agora?

 

— Você vai logo descobrir. — Falei rindo, enquanto dava as costas para eles. — Eu já volto, juro que não vou demorar! — Garanti rapidamente enquanto disparava na direção das escadas. Entrei no quarto a toda velocidade e peguei a mochila que eu havia deixado ao pé da cama. Voltei para os Hunters o mais rápido que consegui e os encarei com um sorriso nervoso. — Pronto, já podemos ir! — Eles ainda me encaravam com expressões confusas, menos Luna, que apenas ria de minhas “peculiaridades”.

 

No fim, todos eles deram de ombros e nós começamos nossa caminhada até o lugar onde os humanos estavam acomodados naquela bagunça de cidade.

 

Uma vez fora do prédio, Luna guiou nosso grupo peculiar pela cidade destruída. Quando deixamos o território protegido, os Hunters optaram por uma formação que me colocasse no centro, junto com Key e Seulgi, de modo que fôssemos protegidos de qualquer criatura que tentasse nos atacar diretamente.

 

Naqueles primeiros momentos, tomei um tempo para analisar cada um dos companheiros que eu ainda não conhecia bem.

 

O garoto Minho continuou me encarando de um jeito esquisito o tempo todo, e isso, naturalmente, deixou Tiffany com ciúmes, de modo que ela se tornou ainda mais possessiva com relação a mim. Key e Luna perceberam a situação com facilidade e ficaram rindo de tudo o que acontecia. Hyuk ainda estava sério, eu não o conhecia muito bem, mas ele nunca me lançou um olhar hostil ou reclamou do fato de eu ser humana, então eu apenas supus que ele fosse só mais um Hunter reservado e quieto. A garota druida de nosso grupo, Seulgi era seu nome, parecia de muito bom humor, apesar de não compartilhar da “piada interna” de Key e Luna sobre Tiffany e eu.

 

— Então, há quanto tempo trabalha para a Organização? — A garota, Seulgi, me perguntou de repente, enquanto caminhávamos.

 

Ergui uma sobrancelha, surpresa por sua iniciativa. — Faz alguns meses. — Respondi incerta. O tempo ao lado de Tiffany havia passado tão rápido que eu já não me lembrava.

 

— É bastante tempo. — Falou e eu a encarei confusa. Seulgi sorriu sem mostrar os dentes. — Para uma humana, é bastante tempo sobrevivendo ao acompanhar um Hunter por aí. É um trabalho perigoso, afinal.

 

Sorri levemente. — Eu sei. Mas não reclamo. — Falei sinceramente. Eu havia aprendido a gostar do meu trabalho, das viagens, do papel que eu desempenhava ao lado de Tiffany. — Você… É uma druida, não é? — Perguntei timidamente depois de algum tempo e ela assentiu com um sorriso.

 

— Você é uma feiticeira natural. — Key se pronunciou de repente e Seulgi rolou os olhos.

 

— Druida. — Ela rebateu. — O nome é druida.

 

Ele bufou. — Não venha inventar nomes bonitos, você é exatamente como eu. — Retrucou e ela fez uma careta.

 

— Não me compare com vocês, magos insensíveis que só se preocupam com o próprio umbigo. — Ergui uma sobrancelha diante daquela discussão.

 

— Não ligue para eles, são sempre assim quando se encontram. — Hyuk de repente disse e eu o encarei, ignorando aqueles dois que continuavam jogando argumentos um contra o outro. — Eu costumo trabalhar em uma região distante daqui, e muitas vezes tive que unir forças com Seulgi e Key. É um desastre, brigam feito gato e rato. — Soltei um riso soprado. Era engraçado de imaginar.

 

— Chegamos. — Luna anunciou de repente e eu ergui o olhar.

 

Dei de cara com uma construção de muros altos, barricadas e trincheiras rodeavam o lugar, como se toda aquela tralha pudesse impedir algumas das criaturas de entrarem no território dos humanos. Alguns homens estavam enfileirados perto do que me pareceu ser um portão de ferro improvisado. Eles cochichavam entre si e apontavam em nossas direções, alguns deles estavam armados com facas, bastões, espadas, machadinhas, e todo tipo de arma que você pode imaginar. Ergui uma sobrancelha quando notei que havia também algo que parecia uma catapulta rústica atrás de todos eles.

 

Fiz sinal para que os Hunters não se aproximassem mais e tomei a frente.

 

— Viemos conversar. Podem abrir o portão? — Falei em alto tom.

 

— Sabe que podemos derrubar esse lixo todo, não é? — Hyuk falou baixinho e eu soltei um suspiro.

 

— Sei, mas precisamos ser bem vindos, e derrubar o portão deles não é melhor jeito de começar. — Respondi discretamente.

 

— NÃO VAMOS ABRIR! Temos mulheres, crianças e idosos aqui, vivendo em segurança. Vocês, crias da Organização que se danem aí fora!

 

Tiffany soltou um xingamento e eu rolei os olhos. — Vocês não estão entendendo, nós não estamos pedindo abrigo, nós só queremos conversar. — Falei com toda a paciência que eu ainda tinha. — Fomos contratados por vocês, e seria muito mais fácil se vocês colaborassem conosco.

 

— JÁ FALAMOS QUE NÃO QUEREMOS MAIS SERVIÇO NENHUM DE VOCÊS! — Um deles gritou e eu ergui uma sobrancelha.

 

— Muitos Hunters e magos já morreram aqui, não acha que é tarde demais para cancelar? — Perguntei duramente. — Vamos lá, nós temos que nos ajudar. Podemos trabalhar juntos, os Hunters podem recuperar o aqueduto do resto dos demônios para vocês, isso seria de grande ajuda, não é?

 

— Vocês falam que vão ajudar, mas trazem mais um Imortal para a cidade! Como se um não fosse o bastante! — Cuspiu as palavras ao ignorar completamente o que eu disse e eu suspirei.

 

— Kwon Yuri é necessária para o funcionamento da missão. Sabemos que vocês não gostam disso, é compreensível, mas ela é uma peça essencial para esse serviço e vocês precisam tolerar a presença dela e colaborar. Prometo que ela não vai chegar nem perto das terras de vocês ou de suas crianças e mulheres.

 

— Ah é? Mas eu não acredito em você! Cria da Organização, parece humana, mas não deve ser, deve estar muito longe disso, para andar na companhia de Hunters e Imortais naturalmente!

 

Ergui uma sobrancelha. — Eu sou humana, posso provar, se vocês descerem até aqui.

 

— Para vocês nos matarem? Nem morto, ninguém vai sair daqui! — Respondeu e os outros homens concordaram com brados altos e rústicos.

 

— Oh, por favor! Se os Hunters quisessem matá-los, vocês já estariam mortos. Ou você realmente acha que tudo isso pode impedir um deles de entrar aí? Estamos sendo educados porque queremos propor uma parceria, mas não confunda isso com incapacidade. Nenhum Hunter atacou vocês até agora porque vocês não são nosso alvo. É o Imortal naquele maldito castelo que é! — Falei ao apontar na direção oposta. — Eu ouvi dizer que vocês têm cães de caça treinados aí. Tragam eles até mim e os deixem me cheirar, assim, vocês verão que eu sou absolutamente humana e estou falando a verdade sobre tudo isso.

 

Os homens se entreolharam e eu sorri, ao constatar que eles estavam levando meu pedido a sério.

 

Senti uma mão se apertar em meu braço de repente, mas não me assustei, era apenas Tiffany.

 

— Taeyeon, você tem o meu cheiro. Você está no mesmo recinto que Hunters e uma Imortal há horas, os cães… Os cães vão atacar primeiro e depois cheirar. — Falou e eu detectei o medo em sua voz.

 

— Eu sei, não se preocupe, eu tenho um plano. — Assegurei e ela me encarou de olhos arregalados.

 

— O que pretende?

 

— Você já vai ver… — Murmurei ao ver os portões de ferro se abrindo e dois homens segurando coleiras passaraem por eles cautelosamente.

 

O cães eram grandes, deviam ter um metro de altura, e pareciam muito ferozes e inteligentes. Eles começaram a latir e a rosnar assim que viram nossos grupos. Suspirei, a hora era essa.

 

— Por que você nunca me diz quando está tramando alguma coisa idiota!? — Tiffany questionou num rosnado, mas eu ignorei. Soltei meu braço de seu aperto e andei um passo a frente.

 

Fiz sinal com a mão para que os Hunters se afastassem e claro que minha namorada se recusou. — Fany-ah, por favor. Com você tão perto eles vão atacar certamente, eu nem vou ter chance de tentar o plano. — Apelei e vi ela mordendo o lábio. — Por favor, confia em mim. — Pedi suplicante e ela fechou os olhos com força antes de se afastar alguns passos, se juntando aos outros. Eu podia ver a preocupação e a aflição nos olhos de Tiffany, mas não havia muito que eu pudesse fazer. Era a única ideia que eu havia tido, e eu não falei sobre ela antes porque eu sabia que Tiffany seria contra, mesmo que a ideia fosse boa. Eu achava boa, pelo menos.

 

Os cachorros foram se aproximando naquela confusão, eles puxavam tanto as coleiras, que eu imaginei que fossem rasgá-las. Abri a mochila lentamente, e óbvio que isso provocou reações assustadas tanto dos humanos quanto dos cães.

 

— Para! Não se mova, ou eu solto a coleira! — Gritou um dos homens.

 

— SOLTA OS CÃES! — Outro homem gritara do outro lado do portão. Apressei-me em achar o que eu procurava dentro da mochila.

 

Quando a distância entre eu e os cães se transformou em pouco menos que cinco metros, o rosnado dos animais se intensificou e eles puxaram com mais força. Os homens que os seguravam entraram em um acordo silencioso e soltaram as coleiras ao mesmo tempo, liberando os animais em minha direção.

 

Eles estavam prestes a pular em meu pescoço quando eu atirei um pedaço generoso de carne para o ar. Era o resto das caças da Tiffany que havia sobrado de ontem. O cachorro que estava mais perto a pegou em questão de segundos e o outro tentou abocanhar a carne do primeiro a força, gerando alguns atritos. Tirei o último pedaço de carne do embrulho na mochila e o atirei no ar. Os cachorros pararam de brigar, entrando em acordo de que cada um deveria ficar com um pedaço da carne.

 

Eles mastigaram tudo em instantes, como esperado de cães tão imensos, e depois se voltaram para mim. Soltei a mochila no chão lentamente e mostrei minhas mãos aos animais. Eles se aproximaram com cautela, cheirando cuidadosamente o ar até encostarem o focinho em minhas palmas. O gosto da gordura ainda lambuzava meus dedos, e por causa disso, os cães acabaram por lamber minhas mãos alegremente. Finalmente pude rir de alívio.

 

Um deles cheirou minha perna e eu agachei para que pudessem sentir meu cheiro melhor. Não me movi um milímetro durante todo o processo, e só levantei quando um deles me deu uma lambida no rosto, indicando que gostavam de mim. Virei o rosto para ver Tiffany e ela parecia muito irritada. Sorri amarelo em sua direção e ela rolou os olhos. 

 

Encarei os homens atrás do portão e sorri quando os vi de boca aberta. — Eu sou humana e realmente só quero conversar. Por favor, me deixem entrar. — Pedi uma última vez.

 

Eles se entreolharam confusos até que um dos homens deu a ordem de que poderíamos entrar. Os portões de ferro foram abertos lentamente e os humanos fizeram fila para nos “escoltar” até o interior de seu abrigo.

 

— Aquilo foi incrível, Taeyeon! — Luna murmurou animada, enquanto caminhávamos para dentro do abrigos humanos, os cães correram na frente sem hesitar, provavelmente não queriam ficar perto dos Hunters.

 

Brilhante. — Tiffany retrucou e eu soltei um riso baixo, ela ainda estava emburrada por causa da minha “imprudência”. Nem fui tão imprudente assim.

 

Alguns homens se aproximaram da gente cautelosamente.

 

— Meu nome é Kim Taeyeon, eu sou a mediadora mandada pela Organização. Viemos para falar com o líder de vocês, ou quem quer que esteja no comando disso. — Falei calmamente e um deles abaixou a cabeça.

 

— O líder da cidade foi morto alguns dias atrás, devorado por um ghoul na frente do próprio filho. — Murmurou um homem baixo, porém robusto ao apontar para um garoto de uns treze ou catorze anos que nos observava atrás de uma das pilastras que sustentava o muro.

 

— Eu sinto muito. — Falei olhando em sua direção, mas o garoto não reagiu.

 

— Sim, foi uma tragédia. — O homem de antes voltou a falar. — O irmão mais novo dele acabou assumindo o posto, venham, vou levá-los até ele.

 

Seguimos o homem pelo complexo. Eles haviam erguido muros e barricadas ao redor de uma região relativamente grande, o lugar não estava completamente intacto, claro, mas estava em melhores condições do que a hospedaria que os Hunters estavam usando de moradia e aquilo era um ponto positivo. Eu imaginava, no entanto, que sem a ajuda dos Hunters, os demônios logo, logo achariam um jeito de atacar o abrigo e destruir a segurança que os humanos se esforçaram para construir ali.

 

O homem parou em frente uma casa, a maior que tínhamos visto ainda inteira, e nos indicou a porta. Um homem relativamente jovem de cabelos escuros abriu a porta e estreitou os olhos assim que nos viu. Ele trocou algumas palavras com o sujeito que nos trouxe até ali. Outros homens se aproximaram também, para dar suas opiniões, e eu imaginei que também fizessem parte da liderança do grupo. Aparentemente, o homem que abriu o portão para nós não tinha autoridade para nos deixar entrar, mesmo que fosse necessário, e isso gerou alguns atritos com o líder do abrigo. Dei de ombros e fingi não ter notado, afinal, não era da minha conta.

 

— Certo, pode entrar. — O homem falou depois de alguns minutos. Eu e o resto do grupo nos adiantamos na direção da porta, mas fomos parados pelo mesmo homem. — A-Ah… Não t-todos vocês… S-Só ela. — Falou ao apontar para mim e eu ergui uma sobrancelha. — M-Medidas de s-segurança, não queremos que nada aconteça-

 

— Eles estão com medo que atentemos contra a vida do líder. — Key anunciou amargamente, com aquele sorrisinho ardiloso que só ele sabia fazer.

 

Os homens engoliram em seco, mas não negaram nada. Eu estava prestes a dizer que estava tudo bem e que eu poderia entrar e conversar com eles sozinha, mas claro que Tiffany tinha que ser contra.

 

— Se ela vai entrar, eu vou entrar também. — Falou calmamente e os homens congelaram de medo.

 

— Mas-

 

— Da mesma forma que vocês estão tomando medidas de segurança para proteger a liderança de vocês, nós também tomamos medidas de segurança para proteger nossos companheiros. — Tiffany anunciou e eu a encarei de boca aberta. — Nossa mediadora não vai entrar sozinha em uma sala com quatro homens adultos. Imagino que possam entender isso, não é?

 

Eles se entreolharam por alguns instantes, mas não tiveram argumentos. Para a minha surpresa, Tiffany estava aprendendo a como conversar com os humanos. Acabei sorrindo ao pensar que isso era influência minha.

 

— T-Tudo bem, por aqui.

 

Eu e minha namorada fomos guiadas até uma sala aos fundos da casa pelos quatro homens em questão.

 

— E-Então, disseram que vocês querem propor uma parceria… — O dono da casa comentou, um tanto sem graça e eu assenti.

 

— Sim. Queremos dividir o mesmo espaço que vocês. — Falei logo de cara. — Temos pouca água e pouca comida onde temos ficado e é um lugar pouco estratégico para as batalhas, aqui é bem melhor.

 

— Você não espera que eu concorde-

 

— Para ser honesta… Estamos com um plano de recuperar a área do aqueduto. — Revelei e ele arregalou os olhos. — A parceria, nesse caso, seria muito benéfica para vocês.

 

— D-De fato, mas… Ainda assim, eu não sei se é uma boa ideia… — O outro disse.

 

— Vamos proteger o lugar se vocês nos deixarem entrar.

 

— Podemos fazer isso sozinhos. — Rebateu o líder firmemente e eu o encarei por um instante.

 

Tiffany tomou minha frente. — Não, não podem. Os demônios estão se divertindo ao rondar vocês, mas em algum momento, eles vão derrubar aqueles muros. Não pense que é muito difícil de fazer, qualquer um de nós, mago, Hunter ou druida, poderia fazê-lo sem dificuldade alguma.

 

O homem abaixou a cabeça. — Eu sei… Sei que não temos chances, mas… Como eu poderia permitir Hunters e Imortais perto dos moradores… — Murmurou baixinho e eu suspirei.

 

— A Imortal não vai se aproximar, eu garanto. — Falei e ele ergueu a cabeça. — Os Hunters não oferecerão perigo desde que não sejam perturbados. Por favor, só estamos pedindo que facilite nosso trabalho para que possamos facilitar a vida de vocês. — Argumentei e eu vi seus olhos brilhando por um instante. — Com a gente aqui, a segurança vai aumentar, nenhum e vocês precisa manter contato com os Hunters, apenas deixe-os em paz e eles não causarão confusão. — Assegurei e ele assentiu lentamente. — O que me diz?

 

— T-Tudo bem… Mas eu tenho algumas condições. — Ele falou pausadamente depois de alguns segundos.

 

Ergui uma sobrancelha. — E quais seriam?

 

O líder soltou o ar preso nos pulmões lentamente. — Primeiro… Queremos ter um representante nas reuniões estratégicas de vocês. — Ele falou sério e eu quase gargalhei.

 

— Tudo bem, se algum de seus homens aguentar ficar perto de nossa Imortal por mais de dois minutos sem se sujar. — Respondi. Para falar a verdade, fazer parte daquela reunião foi uma das coisas mais difíceis que eu já fiz na vida, a pressão era enorme, minha maior vontade era de sair correndo daquela sala, o mais rápido que minhas pernas pudessem me levar. Ouvir alguém dizer que quer fazer aquilo voluntariamente foi um golpe no meu orgulho.

 

O homem pigarreou e se remexeu na cadeira. — A-Acho que podemos receber as informações a respeito das reuniões estratégicas através de você, uma humana em quem podemos confiar completamente. — Ele disse receoso e Tiffany soltou um riso de escárnio. O homem empalideceu em segundos. — S-Sem ofensas, eu s-só-

 

— Que seja. — Ela cortou. — Você tem mais alguma… “condição”? — Perguntou duramente e ele engoliu em seco.

 

— N-Na verdade, sim… Eu acho que… Acho… — O líder estava uma pilha de nervos, mesmo eu não sendo Hunter, podia perceber o suor escorrendo pelo pescoço e suas mãos tremendo miseravelmente, enquanto ele tentava disfarçar o fato. — E-Entendam, n-nós humanos somos cautelosos… Precisamos ser cautelosos e isso é s-só uma medida de s-segurança para… Para acalmar a-aqueles que n-não concordam com isso, v-vocês s-sabem-

 

— Fala logo. — Tiffany apressou e ele suspirou.

 

— Se… Algum humano m-morrer pelas mãos de Hunter, mago, ou q-qualquer criatura da Organização… N-Nossa parceria e-estará cancelada no m-mesmo instante. — Anunciou e eu suspirei. Aquilo não iria acontecer, ao menos, eu esperava que não. Hunters eram agressivos e bastante incontroláveis, mas eles tinham prioridades. Eles queriam ganhar esse confronto contra o Imortal e para isso, a parceria com os humanos era necessária. Estou confiante de que isso será o suficiente para manter um status de paz nessa convivência conjunta.

 

— Tudo bem. Mais alguma coisa? — Ele pensou por um instante.

 

— O Imortal da Organização… Não está incluso nesse acordo, já que não pode entrar aqui, mas se a criatura matar algum humano-

 

— A parceria estará quebrada. Tudo bem. Kwon Yuri ficará longe desse lugar, e não vai tocar em nenhum humano, têm minha palavra. — Os homens assentiram com um suspiro.

 

Os líderes, então, pediram que eu explicasse com mais detalhes o plano para a recuperação do aqueduto e a conversa tomou outros rumos. Eu aina tinha algum receio em estar compartilhando informação com elas, mas eu acreditava ser necessário, só assim poderemos construir um relacionamento e confiança com os humanos. Entramos em acordo também sobre os lugares que seriam disponibilizados para a equipe da Organização.

 

Quando finalmente deixei a casa, só restava comunicar aos demais sobre o acordo e começar a mudança. Comentei o que foi decidido com o resto do grupo e todos eles acharam o acordo sensato, de acordo com a situação que estávamos enfrentando e isso me deixou um tanto aliviada. Eu nunca conversei com humanos por esse motivo, era a primeira vez, então eu não sabia direito o que propor a eles ou o que esperar de suas reações. Apesar disso, parece que tudo deu certo no final.

 

Avisamos os humanos que iríamos comunicar o acordo para os outros Hunters e logo voltaríamos com o grupo todo. Eles ainda não estavam muito contentes com isso, mas um trato era um trato. Sabiam que era a melhor chance deles de sobreviver nessa confusão toda.

 

Tiffany segurou em minha mão no caminho de volta e tudo parecia bem…

 

Isso até eu começar a ouvir… Um choro… O choro de uma criança.

 

Estaquei imediatamente e olhei ao redor.

 

— Taeyeon, o que-

 

— Uma criança, uma criança está chorando. — Falei e ela ergueu uma sobrancelha.

 

— Não estou ouvindo nada… — Falou, mas eu a ignorei e continuei procurando pela origem do som, tão claro aos meus ouvidos.

 

Senti alguém me segurar pelo braço e virei o rosto para encarar Seulgi que me fitava com uma expressão séria. — Você precisa se acalmar, e prestar bem atenção naquilo que está ouvindo, não é o que parece-

 

— Não! E-Eu tenho certeza, tem uma criança chorando… — Falei desesperada. Finalmente percebi que o barulho vinha da minha esquerda, sim… Eu não estava errada… Havia uma criança chorando em algum lugar ali! — Está vindo naquela direção! — Desvencilhei-me de seus braços num instante e corri até o lugar o mais rápido que pude.

 

Ignorei os protestos atrás de mim e continuei a correr, embrenhando-me nos destroços e nas chamas da cidade destruída, sendo guiada pelo som, pelo choro da criança que parecia tão desesperada, tão em apuros, tão frágil e tão indefesa… Eu fui atraída para aquele lugar, um beco escuro, inóspito e certamente perigoso.  

 

Eu deveria ter dado ouvidos a Seulgi, já que… Não era uma criança chorando, afinal.

 

Era um monstro, alto, com uma barriga enorme que destoava do resto do corpo esquelético e dentes pontiagudos dos quais pingava sangue. Meu corpo gelou quando os olhos da criatura se focaram em mim. Aquele era o meu fim.

 

 

 


Notas Finais


Taeyeon caçando confusão de novo :v

Pois é, só pra vocês terem um gostinho do que é um Imortal, saporra é tensa pra caralho :')
Finalmente a Yuri apareceu com bastante foco nesse capítulo. Espero que tenham gostado da primeira aparição dela e todas essas tretas que rolaram no capítulo. Sintam-se a vontade para deixar seus comentários falando o que acharam e tudo o mais :3

Obrigada por lerem e até semana que vem o/

PS: Vamos amigar no twitter? ~ @ _DongBangPeia :3


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