1. Spirit Fanfics >
  2. You Can Call Me Monster >
  3. A Verdade Nua e Crua

História You Can Call Me Monster - A Verdade Nua e Crua


Escrita por: Gabizuuu

Notas do Autor


Olaaaa, olha quem ressurgiu das cinzas? Eu mesma.
Gente mil desculpas fazer vocês esperarem,
Mas eu me livro de uma ocupação/preocupação
Surgem mais um milhão de outras.
Perdão ♡



(Eu quase chorei escrevendo esse cap.)

Capítulo 24 - A Verdade Nua e Crua


(...) Minha flor não me machuques, minha dor não me abuses assim, não tire mágoas, tire mágoas de mim. 

                                      XXX

Eu nunca esquecerei do dia em que conheci aquela garota, aquela que virou minha vida de ponta a cabeça, aquela responsável por reavivar um lado obscuro dentro de mim que eu mantinha preso a sete chaves, aquela para quem eu dei cada célula de meu corpo, cada batida do meu coração.
Lembro-me do sorriso acanhado que ela me lançou assim que me vira, do seu olhar que se prendia a mim de uma forma tão boa, tão certa, eu me sentia tão curioso sobre ela, eu queria saber de onde vinha aquele rosto com traços tão diferentes dos que eu estou acostumado a ver, eu queria saber de onde vinha aquela voz, aquele cheiro bom de menta de hortelã que o seu hálito espalhava pelo ar, de onde ela veio pra onde ela vai.

"Você parece muito curioso sobre mim, se quiser saber mais é só seguir os meus passos"

A voz dela se materializou em minha mente, lembrando-me daquela simples frase que foi capaz de me deixar completamente insano. Ela ofertou a sua vida e eu aceitei, prometendo em meu íntimo que a seguiria para onde quer que ela fosse. Posso dizer que me agarrei demais a aquele sentimento de pertencimento, me fixei á ideia de aquela mulher era minha, e assim fui alimentando minha doença, minha praga, meu demônio de estimação, no final vejo que sinto-me obcecado por ela, acorrentado a ela, viciado nos efeitos que ela me causa, apaixonado por ela e por ele, o meu lado negro.

Me sinto doente, eu acho que estou doente, doente de amor, doente de dor, doente por conta da loucura que se apoderou de meu corpo, a loucura que as vezes me enfurece, as vezes me aquece colocando-me em seu colo e me ninando até que eu pegue no sono, a loucura que me consome me corroe, me controla, me toma por completo, a loucura de amar, a loucura de doar-se até que não reste nada de mim, até que eu esteja cheio de S/n e vazio de Byun. 

Graças a isso sinto-me inquieto, mesmo estando machucado, mesmo estando impossibilitado quero sair desse hospital, eu preciso sair daqui o mais rápido possível, quanto mais tempo eu passar aqui, mais tempo a s/n terá para fugir de mim, atitude esta a qual eu não permitirei. Matei, dissimulei, destruí, esmaguei, eu fiz tudo em nome do nosso amor, não era certo perder tudo assim de um hora para outra. Eu podia senti-la me escapando pelas mãos e isso me enfurecia ao mesmo tempo que me consumia pouco a pouco.

- Senhor Byun? Temos visita para você. - Disse a enfermeira, que entrou no quarto de supetão,seguida por alguém que eu conhecia bem.

Chanyeol.

- Oi Baek, está afim de ir para casa? - Disse o mesmo, com um olhar condescendente.




XXX 

~~ S/N On

Sentada em uma cadeira de frente para a janela, vi o dia amanhecer como quem observa uma pintura, uma obra de arte, como costumava fazer assim que acordava e também antes de dormir. Sentia-me melancólica, olhava ao redor daquele minúsculo quarto e já sentia meu coração pesar por saudades. Eu não queria ir embora, meus olhos inchados pelo choro delatavam isso, mas eu não tinha escolha, a vida já havia se encarregado de mostrar-me que o meu final feliz não é ao lado de Baekhyun, e se  a minha felicidade não está ao lado dele, acho justo seguir em frente, mesmo que doa insuportavelmente.

Com o tempo eu irei me recuperar por completo das marcas que Baekhyun deixou em mim, eu sei que irei, e quem sabe, quando eu me livrar de toda essa carga negativa que a psicopatia de Baekhyun  me deixou, eu consiga ter um sonho todo azul, azul da cor do mar. 

Olhei para a mala de viajem aberta sobre minha cama, e para a as roupas que eu havia arremessado do guarda roupa para o chão, em uma crise de desespero que me aflingira nas últimas horas da madrugada. Angariei forças para me levantar daquela cadeira, e começar a arrumar minha mala como uma pessoa normal, acontece que fazer a bagagem naquela ocasião era basicamente uma tarefa um tanto quanto dolorosa, e eu sinceramente gostaria de colocar absolutamente cada item daquele pequeno quarto dentro daquela mala, para que eu pudesse levar comigo cada fragmento de recordações que aquele lugar me trazia à memória.

De repente ouvi batidas leves na porta, e uma voz feminina chamando delicadamente por meu nome. Marry se encontrava atrás daquela porta, eu tenho certeza, mas como a sensação de raiva por ela ainda estava muito viva depois daquela situação toda no hospital, resolvi ignora-lá, eu precisava de paz e silêncio para finalizar minhas malas e desperdir-me corretamente de meu lugar preferido no mundo.

Mesmo ignorando- a completamente por um tempo, Marry continua em minha porta chamando por meu nome, inevitavelmente lembrei-me de Haru, minha saudosa amiga. Sempre que brigavamos Haru fazia de minha porta sua morada, e não saía dali em quanto não fizéssemos as pazes.
Sentei em minha cama e apoiei minha cabeça sobre os meus joelhos e deixei que as lembranças de momentos com Haru me invadissem sutilmente. Eu podia ouvir sua voz gritando comigo, eu podia ouvir sua risada escandalosa, eu podia escutar suas conversinhas indecentes, seus palavrões estúpidos; lembrei-me também de como os cabelos curtos e negros de Haru insistiam em espalhar-se sobre o seu rosto sem nenhum motivo aparente.

Haru era a afronta em pessoa, ela era forte, verdadeira e impulsiva, Haru fazia questão de viver cada segundo de sua vida com se fosse o último, por isso não tinha medo, se entregava de corpo e alma a absolutamente tudo que fazia, e absolutamente tudo que ela se propunha a fazer ela executava de forma exímia. Eu tinha tanto orgulho do meu pequeno floco de neve, Meu Deus por que ela foi tirada de mim desse jeito? Por que minha pequena estrelinha se foi?
Talvez eu não tivesse muitas certezas sobre a vida, mas uma das poucas que eu tenho é que nunca irei me recuperar do baque que foi o momento em que vi Haru caída no chão frio e duro, já sem vida, já sem cor, Haru não respirava mais, Haru não sorria mais para mim como costumava fazer.

Quando ergui minha cabeça novamente percebi que Marry já se encontrava dentro de meu quarto, ajoelhada no chão perto da cama, velando minha dor com os olhos carregados de lágrimas e culpa por algo que pelo visto, ela ainda pretendia fazer.

- A porta estava destrancada, então eu entrei. - Disse Marry com a voz bem baixa.

- A minha porta nunca esteve trancada para você Marry, por que você insiste em agir como se estive? - Questionei através de uma pergunta que representava todas as outras que estavam entaladas em minha garganta.

- Os tempos mudaram minha velha amiga, os tempos agora são outros. - Disse Marry, taciturna.

- Você sente a falta dela não é?  - Disse eu.

- A falta de Haru em minha vida é permanante, não importa aonde eu esteja, eu sinto que sempre tem um espaço vazio ao meu lado. - Disse Marry, deixando escapar uma lágrima solitária.

- Eu também me sinto assim, Marry. - Disse eu, aconchegando minha cabeça sobre os meus joelhos arqueados novamente.

- A culpa é minha. - Disse Marry.

- Do que você está falando? - Disse, sem conseguir erguer minha voz por conta da surpresa que recebi.

- Se eu não tivesse te aconselhado a correr atrás do seu amor, nada disso teria acontecido, Haru ainda estaria aqui. - Disse Marry, encarando o chão.

- Eu... eu não sou capaz de compreender. - Disse eu, um tanto quanto zonza por conta da confusão que Marry estava criando em minha cabeça. Eu já estava à um bom tempo sem dormir, consequentemente meus sentidos não estavam em seu melhor estado.

- Eu sinto muito por isso, já que pelo visto, eu não serei capaz de fazer, no mínimo não posso permitir que você seja feliz com aquele maldito. - Disse Marry olhando diretamente em meus olhos.

- Que história é essa, que merda você está falando? - Disse eu, sem paciência para joguinhos ou para meias palavras.

- Foi ele, você não vê cacete? Foi o maldito do seu "amado" que ceifou a vida da Haru, aquele maldito, desgraçado. - Disse Marry, levantando-se do chão, e bagunçado seus cabelos.

- Você está desequilibrada, Baekhyun pode sofrer de problemas mentais, mas ele é humano, não seria capaz de fazer isso. - Disse eu, sentindo um frio percorrer o meu corpo por puro medo de Marry não está louca coisa nenhuma, medo de Marry estar certa.

- Eu não sou louca, eu nunca estive tão lúcida. Acorda pelo amor de todos os deuses. - Berrou Marry, estapeando meu rosto com toda a sua força, me fazendo cair da cama.

- Para de mentir, Meu Deus! Não pode ser. - Disse eu, sentindo tudo girando ao meu redor.

- O próprio Kyungsoo sabe disso, ele sabe, mas não te contou para acobertar o amiguinho, em toda essa história a única idiota é você. Você beija a boca e trepa quase todos os dias com o assassino da tua amiga, que nojo. - Disse Marry, cuspindo em mim.

Não aguentei tal afronta, e apesar do meu coração apertado e de meus sentidos desperços, levantei-me da cama, empurrei Marry contra minha escrivaninha com toda força e saí do quarto correndo.
Marry veio em meu encalço, e puxou uma de minhas pernas para que eu não saísse, acabei chutando seu rosto com violência deixando- a caída no chão daquele quarto que a partir daquele momento eu odiava com todas as minhas forças.

Desci as escadas sentindo que meu corpo entraria em combustão á qualquer momento. Em minha cabeça, imagens daquele pesadelo se repetiam em minha cabeça como um cd arranhado, e de repente tudo fazia sentido, as indiretas que Baekhyun me jogava, sua insistência para que Dean fosse à àquele jantar, as luzes que se foram, o sumiço de Kyungsoo. Um turbilhão de emoções se espalhavam sobre o meu corpo, e antes que eu pudesse perceber eu já estava no térreo.

Após alguns passos tortos no campus da Universidade, avistei um perturbado Kyungsoo vindo em minha direção a passos rápidos. Eu estava com tanto ódio, eu confiei em Kyungsoo e na verdade ele é uma espécie de cúmplice de Baekhyun; e assim, mais uma vez naquele dia odiei com todas as forças a minha existência.

- S/n, você precisa fugir. - Disse ele, com o olhar assustado, me segurando pelos ombros com veemência.
Encarei Kyungsoo por longos sentindo a antes de marcar seu rosto com a palma de minha mão.

- Mas o que foi isso? - Disse Kyungsoo, com a voz falha.

- Como você pode me enganar dessa forma Kyungsoo? Eu confiei em você, porra eu beijei tua boca, eu beijei a boca do assassino da minha melhor amiga em toda o universo, e também beijei a boca do cúmplice de isso tudo.

- Cúmplice? - Disse Kyungsoo, engolindo em seco. - Proteger um amigo doente faz de mim um cúmplice? 

- Você acha mesmo que Byun Baekhyun precisa de proteção? Nós que precisamos nos proteger dele, não o contrário. - Disse eu, sentindo a raiva e a indignação me consumindo.

- Eu ia te contar....

- Me contar? Quando? Meu Deus você não viu o quanto eu sofri pela morte dela? Kyung eu chorei no seu colo, cacete. - Disse eu, derramando lágrimas de ódio e dor.

- Eu sinto muito, muito mesmo. Só fiz isso porque realmente acredito na recuperação de Baekhyun, s/n ele está doente  não podemos esquecer disso.

- Aí Deus, ele está doente, eu sei. Kyungsoo meus coração dói, faz parar por favor.

Ele tentou me abraçar em seguida, mas eu recuei, os feitos de toda essa confusão ainda estão muito vividos em mim, eu só... não sou capaz, não consigo.
Naquele momento eu desejei poder voltar ao passado e jamais ter conhecido Baekhyun, isso teria poupado todo esse sofrimento. Baekhyun não se encontraria nesse estado, e Haru ainda estaria viva e solar, tudo voltaria a ser como sempre fora.

- Kyungsoo me leve até Baekhyun, chegou a hora. - Disse eu, secando minhas lágrimas e respirando fundo.

- Vou ligar para Chanyeol e indagar se ele conseguiu mesmo levar Baek para casa, quando saí de lá me encontrei com o mesmo que me dizia convicto que tiraria Baekhyun de lá, pois sabia que o amigo não se sentia bem ali. - Disse Kyungsoo.

- Mas à pouco mais de um dia Baek estava no CTI? Como assim leva-lo para casa? - Disse eu, me amaldiçoado por ainda guardar preocupações com Baekhyun.

- Tenho certeza que a SM irá tratar de todas as formas possíveis para que o Baekhyun se recupere confortávelmente em casa, assim evita-se escândalos. - Disse Kyungsoo.

- Tudo bem, só me leve até ele. - Disse eu, sentindo minha cabeça pesar.

Sinceramente, eu não sei como reagirei quando encarar o belo rosto de Byun Baekhyun depois de toda a verdade vir a tona, a única coisa de que eu tenho certeza no momento é de que minha história com Baekhyun chegará ao fim hoje.







                                  ~~•~~

Chanyeol e a Sm realmente haviam conseguido retirar Baekhyun do hospital, levando o mesmo para se recuperar em casa se comprometendo em oferecer toda a estrutura necessária.
Kyungsoo estacionou o carro em frente ao dormitório e me perguntou pela milésima vez de eu tinha certeza de que queria conversar com Baekhyun mesmo estando com o sangue fervendo; e mais uma vez eu disse que tinha certeza sim, que a conversa que eu tinha que ter com ele não poderia esperar nem mais um dia sequer.

Kyungsoo e eu descemos do carro, e corremos para dentro tentando esconder nossos rostos o máximo possível para que ninguém nos reconhecece.
Quando entrei no local as primeiras pessoas que vi foram Suho, Chen e Minseok que se encontravam sentados em um sofá imersos em um silêncio ensurdecedor.

- S/n? O que faz aqui? - Questionou Suho, com um olhar preocupado.

- Eu tive que vir, tenho um conversa a ter com Baekhyun, sinto muito se não sou bem vinda. - Disse eu amarga.

- Não é isso, eu só não esperava te ver aqui. - Disse Suho, forçando um sorriso. - Vem eu vou te levar até o quarto de Baekhyun.

Acompanhei Suho até o quarto de Baekhyun seguida por Kyungsoo que parecia tremer atrás de mim.
Eu continuava firme, não podia fraquejar, não agora, tinha que encarar Baekhyun não como o homem que eu mais amei em toda minha vida; apesar dos pesares, eu tinha que encara-lo como um homem que lida todos os dias com um transtorno psicótico gravíssimo, tinha que encara-lo como o homem que se encarregou de roubar o sopro de vida de Haru e Dean, eu tinha que encara-lo como o homem que... quase me violentou covardemente, o homem que roubou minha alma, trocou minhas vontades, virou-me do avesso. 

Essa é a verdade, e a verdade é feia, a verdade fere, dói, mas era hora de encara-la.

A porta se abriu, e eu pude ver a face pálida de Baekhyun, um Baekhyun cada vez mais magro e frágil, cada vez mais cansado, mais machucado, mais doente.
Meu coração se apertou, e eu pensei que fosse desmoronar ali mesmo, porque só aquele ser dos infernos tinha a capacidade dr destruir todos os meus muros, ultrapassar todas as minhas defesas, roubar de mim todas as minhas convicções.

- Meu amor, você voltou. - Disse Baekhyun, abrindo um belo sorriso, me fazendo morrer mais uma vez.

- Meu amor, minha dor... precisamos ter nossa última conversa.








~ Continua


Notas Finais


Por hoje é isso, espero que gostem.

Até mais ❤




(OBS: QUEM TIVER HISTÓRIAS XIUCHEN PARA ME INDICAR, POR FAVOR ME MANDE O LINK/NOME AÍ NOS COMENTÁRIOS)


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...