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História You Can Keep Me - Único


Escrita por: Sweetmoon

Notas do Autor


Olaar,

Eu aqui novamente, depois de tão puco tempo, apenas para psotar minha segunda fic do SHINee Fic Fest I, e lembrando: procurem http://shineeficfestbr.tumblr.com/ para verem todas as fics da parte 1, e acompanharem as fics da parte dois que vão ser lançadas em Outubro! Apoem essa iniciativa, é sempre muito bom ter novas fics SHINee!

Meu prompt para essa fic era: "Kibum vai fazer intercâmbio em Londres e lá, em seu caminho pra faculdade, sempre encontra um jovem coreano com uma câmera na mão, tirando fotos ao redor do estádio do Arsenal, o Emirates Stadium.". É uma slice of life bem basica, espero que todo mundo goste e boa leitura <3

Capítulo 1 - Único


Loving can heal

Loving can mend your soul

(Ed Sheeran - Photograph)

Lágrimas estavam caindo do rosto bonito quando a foto foi tirada. Kim Kibum, pego de surpresa, olhou para frente, a tristeza agora misturada com surpresa. Lhe fitando, com a câmera apontada para seu rosto, parecendo tão pego de surpresa quanto o alvo do clique. Reconhecia esse garoto, tinha o visto quando passava por ali, estava sempre tirando fotos perto do estádio.

- Oi?

Ele tinha olhos realmente grandes, que arregalados ficavam quase comicos. O rapaz apertou a câmera mais forte, a franja caindo em seus olhos e a mochila tão esquecida que a alça estava caindo.

- Você acabou de tirar foto minha? – Kim questionou, quando percebeu que o outro não iria responder seu oi. Passou a mão rápidamente, querendo limpar as lágrimas e então um lenço entrou em seu campo de visão.

- ...Não – O rapaz falou hesitante, e pareceu satisfeito quando Kim pegou o lenço e começou a limpar o próprio rosto.

- Te conheço há dois minutos, nem sei teu nome e já sei que é um péssimo mentiroso – Kibum acusou, sorrindo um pouco. Talvez o outro fosse um assassino em série que ficava tirando fotos para marcar suas vitimas, mas, no momento, queria acreditar em pelo menos uma coisa boa.

E que talvez fosse o rapaz a sua frente.

- Choi Minho – ao perceber o olhar confuso de Kim, completou – meu nome. Choi Minho.

- Ah sim, Kim Kibum – acenou de leve- oi, agora pode me explicar porque tirou uma foto minha?

- Estou fazendo um workshop de fotografia – explicou encolhendo os ombros – a atividade é tirar foto de... – Corou um pouco.

- De? Pessoas chorando na frente do Emirates Stadium? – Estendeu o lenço de volta – Está um pouco molhado.

- De paisagens bonitas – e sorriu um pouco, o rosto bastante corado – não tem problema, é para isso que lenços servem.

Kim estava diante de uma dúvida real entre se sentir elogiado ou não, afinal, estava chorando.  Que tipo de pessoa acharia outra pessoa bonita em seu sofrimento? Percebendo que o dia já estava muito complicado para recusar um elogio, sorriu de volta.

- Obrigado, então.

Algo brilhou nos olhos castanhos, e ele levantou a câmera tirando outra foto e pegando-o desprevenido.

- EI – franziu a testa- está um pouco estranho – admitiu em voz alta- vai usar essas fotos para algo?

- Ah, só mostrar ao professor – assentiu – para publicar ou algo assim precisaria da sua permissão em um contrato formal, o que não tenho aqui, agora para meu professor só isso não é necessário.

Realmente, nada seria público.

- Posso ao menos ver a foto?

- Posso te enviar – Choi sorriu – me dê seu e-mail, e te envio em uma boa qualidade, muito melhor que no visor da câmera. Calma, eu... -  Ele, finalmente, largou a câmera dependurada no pescoço e virou a mochila, descansando-a no banco ao lado de Kim, e puxando dali um bloco pequeno de notas e uma caneta – coloque aqui.

Olhou para o bloco por alguns segundos, tentando lembrar que esse menino, por mais curiosamente tímido  e bonito que pudesse ser, ainda era um completo estranho. Era só um e-mail, deu de ombros.  Pegou o bloco.

- Não quero me meter – Minho falou enquanto escrevia – mas porque estava chorando?

Kim respirou fundo, e olhou para frente. Lembrava-se de todos os motivos, em detalhes, em todas as palavras ditas. Tudo que tinha-o feito sair correndo da universidade e andar perdido pelas ruas de Londres. Sem destino. Apenas sentindo o vento frio em seu rosto.

- Sabe quando o mundo parece muito barulhento e ninguém te ouve gritar? – Deu de ombros, devolvendo o bloco e caneta – ou quando tem tanta gente que ninguém parece olhar para você? Que a sua existencia ali não faz a minima diferença, já que não existe nada em ti que seja memorável?

O outro assentiu lentamente. Guardando tudo e colocando a mochila de volta nas costas.

- Sei como é se sentir assim. Mas – sorriu um  pouco – pense que, mesmo com tantas pessoas na frente do estádio, foi de você que escolhi tirar a foto.

E com isso, saiu deixando para trás um Kim Kibum confuso, e surpreso. Mas, dessa vez, com um sorriso hesitante nos lábios, em vez de lágrimas nos olhos.

~ * ~

As fotos eram maravilhosas. E Kibum nunca se achava maravilhoso. Mas tinha algo na forma como o outro fotografou que Kibum parecia... Realmente muito bonito. Tinha uma tristeza intriseca na foto dele chorando, mas ainda era bonito, de algum jeito inexplicável. Na segunda, ele sorria. Seus olhos felinos brilhando, o nariz ainda avermelhado por causa do choro. Respondeu ao e-mail sentindo-se levemente emocionado:

Nunca me senti tão bonito.

Você é bom nisso.

A respota, quase imediatada, foi um pouco menos emocional:

Você precisa de fotos melhores para o Instagram.

Quer ajuda?

Kibum franziu a testa, e abriu o próprio Instagram. Tinham fotos dele, divetidas, com amigos, mas acreditou que Minho se referia as fotos mais sérias, que ele tirava ou todos os dias mostrando o que vestia ou das roupas que fazia, afinal, estudava moda na Central Saint Martins e gostava de divulgar seus trabalhos. Seu blog tinha sido iniciado a pouco tempo, mas dedicava-se a colocar fotos diariamente sobre moda lá. Não entendia de fotografia tanto quanto entendia de tecidos, então usava o manual da câmera e estava satisfeito.

Ou pelo menos sentia-se assim até ver o que Minho conseguia fazer com a dele. Se Kibum conseguisse se fazer ficar pelo menos metade tão bonito quanto nas fotos que Choi tirou de si... Seria perfeito. Então respondeu sentindo-se corajoso (afinal, a hipotese do serial killer ainda existia):

Mesmo lugar. Mesmo horário.

~ * ~

Kim ouviu o click antes de ver Choi Minho e percebeu que aquilo era incrivelmente familiar. Olhou para cima sem tirar o rosto de perto do copo de café quente que segurava com as mãos enluvadas. Estava realmente frio naquele dia. Junto de si tinha uma mochila com seu mais recente trabalho. Em seu colo, um moleskine.

- Sempre tira fotos minhas desprevinido.

Choi sorriu para ele.

- Você fica bem quando está distraido – encolheu os ombros – olá.

- Olá – fez sinal para o outro sentar-se do seu lado – gostei muito das fotos – murmurou – foi... Inesperado.

-  Como disse, você fica bonito distraido – sentou-se no local indicado e descansou a câmera em seu colo – vi que tem um blog, estava na assinatura do e-mail – explicou rapido demais, como se percebesse o quão estranho soava ele ter falado do Instagram quando o outro não o convidou pessoalmente para seguir – e suas fotos... Profissionais –hesitou um pouco- estão um pouco ruins. A iluminação, e... Bom todo o resto não valorizam nem as roupas, nem você.

- Eu não tenho ajuda com isso –deu de ombros- quando comprei a câmera tentei dar umas olhadas em aula de fotografia no youtube, mas simplesmente não foi tão simples. Passei a usar o automatico com um timer – levantou as mãos em derrota quando o outro pareceu quase ofendido – é difícil morar sozinho.

Choi parecia querer perguntar algo, seus grandes e expressivos olhos estavam cheios de compaixão... E certa melancolia. Sem saber bem porque, Kim se viu corando um pouco diante disso.

- Sei como deve ser, não é daqui, certo? – Esperou Kibum assentir para falar depois – seu inglês é bom, mas tem um sotaque diferente, imaginei.

- Intercambista, estou estudando moda na  Central Saint Martins, mas se viu meu blog, já sabe disso – sorriu um pouco- e você?

- Não cheguei a ler, não entendo absolutamente nada de moda – sorriu de volta para ele-  sou meio coreano, meio inglês, moro aqui desde criança. Acho que se fosse para a Coreia agora me sentiria como se sente aqui.

- Talvez.

Minho assentiu, e tirou a mochila dele, pegando a câmera e a mão de Kim, puxando-se para que ficasse em pé. Andaram um pouco mais para frente, deixando as coisas no banco, e só então soltaram as mãos.

- O quê?

O outro apenas levantou a câmera e tirou uma foto.

- Hei – riu um pouco – não estou pronto, pare –mais fotos foram tiradas – Minho! Vai ser assim? – Rendendo-se, deixou os ombros cairem, e então abriu os braços rindo. Choi tirou mais algumas, parou, e alterou algo na câmera e voltou a apontar. Dessa vez, Kim olhou diretamente para a lente e sorriu, e, timidamente, fez uma ou duas poses ainda segurando o copo de café.

Quando se sentaram novamente, Choi lhe mostrou o visor: nas primeiras fotos, o fundo estava desfocado e com as luzes bem saturadas, dando um efeito bonito nele parado na frente. Uma que ele amou foi a de braços abertos, estava com sua cabeça baixa, mesmo assim dava para ver seu sorriso. Nas outras, a saturação estava diferente, e os tons frios dominavam um pouco mais.

- Wow – Kim se inclinou por cima do outro – você é realmente bom nisso.

Afastou-se e notou o vermelho aparecendo no topo das bochechas dele.

- Podemos fazer uma troca, te ajudo com as fotos e a câmera, e você vira meu modelo para as fotos do curso – piscou um pouco, parecendo incerto – é workshop de Portrait Photography, e bom... Queria um modelo que fosse... Bom...

- Disposto? – Kim sorriu- acho que é uma boa troca, mas antes – levantou a mão, expondo o dedo mindinho – me jure que não é um serial killer.

A risada do outra foi tão contagiante, que desejou que pudesse tirar uma foto também. O outro entrelaçou o mindinho com o dele.

- Jurado.

~ * ~

 Demorou apenas alguns dias para marcarem novamente, na frente do Emirates Stadium, já que aquele tinha virado o ponto de encontro deles, aparentemente. Kibum não se preocupou em correr, era um dia ruim. Observou seus coelgas saindo da sala e pensou, mais uma vez, se estava fazendo a coisa certa.  Olhou os próprios designs com atenção,  sem saber exatamente que caminho seguir agora. Lentamente, guardou tudo na mochila, foi até o banheiro, sentou no vaso e chorou por algum tempo. Depois, foi até o espelho e passou um pouco de maquiagem para esconder o avermelhado.

- Você fica mais bonito sem maquiagem – Minho comentou, assim que viu Kibum chegando.

Kim franziu a testa, já que quantidade de bb cream que ele tinha colocado na pele definitivamente não dava para ser notada tão fácil.

- Minha pele estava vermelha – comentou- e não é da sua conta se uso ou não maquigem – falou, um pouco mais defensivo. Esperando que, talvez, o outro se sentisse um pouco actuado, mas recebeu apenas um sorriso em troca.

- Não quis dizer ‘tire a maquiagem’ – Choi deu de ombros. E não disse mais nada, talvez fosse uma das coisas que teria que conhecer mais o outro para entender. Talvez ele tivesse algum tipo de trauma? Kim deu de ombros.

- O que faremos hoje? – Perguntou, mudando o assunto.

- Fotos suas aqui mesmo, você sabe modelar, aposto?

- Um pouco –respondeu corando um pouco – fiz uma ou outra sessão em casa, alguns amigos me pediam às vezes, aqui você é o primeiro a pedir.

- Seu amigos aqui são meio idiotas então – Choi sorriu para ele – você tem um perfil ótimo para modelar, seu rosto tem angulos que devem ficar maravilhosos com uma luz um pouco diferente, em estudio testarei, inclusive.

- Eu não tenho amigos aqui – Kim sorriu, e se o outro percebeu que não chegou ao seus olhos, não comentou. Decidindo não entrar muito nesse assunto, continuou a conversa – Você é daqui? Disse que era meio a meio, não?

- Minha mãe é coreana e meu pai é inglês – confirmou e deu de ombros, ajudando o outro a arrumar as coisas no banco – moramos na Coréia até eu completar 10 anos e depois viemos para cá.

- Ainda vai lá?

- Todo final de ano, natal lá, virada de ano aqui e fica revesando. Também vamos no aniversário dos meus avós. E você, intercambista. Mas da Coréia mesmo?

- Sim – assentiu lentamente- mas é meu segundo intercâmbio –fez um dois com os dedos – fiz outro para estudar um ano nem Nova York antes, ainda no high school.

- Foi bom?

- Divertido – ele sorriu, e abriu os braços – e agora? Sou seu.

Choi sorriu um pouco e fez um sinal para um outro banco.

- Primeiro algumas fotos sentado.

E, depois de apenas dez minutos, Minho parecia completamente surpreso. Aparentemente, Kim era natural em modelar, seguindo ordens facilmente e, principalmente, conhecendo  o próprio corpo como o fazia, achava bons ângulos muito facilmente, a única coisa que o jovem fotografo precisava fazer era se virar para a posição certa, para que ele conseguisse os efeitos desejados. Depois, decidiram mudar de posição para ele em pé no banco.

- Sou desastrado –avisou facilmente-  se eu cair de cara no chão, não ria.

- Talvez ria um pouco, mas prometo tentar pegar.

Kim não caiu, no final, e não sabia se estava decepcionado ou não com isso.

~ * ~

Os encontros deles eram quase diários, já que o curso do Minho era cheio de atividades, e o blog do Key precisava ser constatemente atualizado. Lentamente, ele não sabe quando, os dois chegaram ao ponto de conforto um com outro que envolvia abraços para se despedirem, e pés se tocando quando resolviam comer em algum lugar. Fizeram fotos em pontos turisticos de Londres, correndo pelas ruas mais famosas com o Key usando roupas feitas por ele mesmo, quase sempre. No dia que estavam tirando fotos no London Eye, Choi insistiu em ir na –maldita- roda gigante.

- Se você é turista em Londres tem que ir no Big Eye – argumentou, puxando o outro consigo antes que ele pudesse avisar do medo de altura. Assim que Kim se viu um pouco longe do chão, abraçou o outro quase imediatamente, sentido-se trêmulo – tudo bem?

- Não – soltou o ar, escondendo o rosto no peito do outro e sentindo mãos cuidadosas tocarem suas costas – tenho medo de altura.

- E porque não avisou? – Deu bronca, soando obviamente preocupado.

- Você queria ir. Não me senti tão bem dizendo que não.

Existiam muitas frases não faladas em meio a tudo isso que Choi não quis se aprofundar, apenas o abraçou um pouco mais forte, inclinando-se contra a parede, e murmurando perto de seu ouvido.

- Você sempre pode dizer não para mim, isso não vai me fazer ir embora.  

Isso pareceu ter algum efeito positivo em Kim, que apertou mais seus braços envolta da cintura do outro, sentindo-se cada vez mais calmo de ter alguém consigo ai. Sentiu, mais que ouviu, o suspiro de Choi e abriu os olhos, encarando o tecido do moletom branco dele.

- Tudo bem?

- A vista é bem bonita – explicou – estamos parados no topo. Já sei – ele se mexeu, tirando apenas um dos braços que estava envolvendo o corpo menor, e pegou o celular em seu bolso de trás, tirou uma foto e  posicionou na frente dos olhos felinos – Lindo, não?

E Kim confirmou, abismado vendo que dava para ver realmente Londres toda daquele ponto mais alto, curioso, espirou por cima do ombro do outro. Ainda sentia medo, mas, por algum motivo, tinha certeza que Choi iria pegá-lo de qualquer jeito.

Foi difícil sair do braços do outro na hora de sair do London Eye, mas, como se sentisse sua hesitação, Choi fez questão de segurar sua mão por todo o caminho até a estação de metrô, na qual partiram seus caminhos.

~ * ~

- Hoje vamos precisar ir para um estúdio – Minho anunciou, assim que encontrou Kim sentado em frente ao Emirates Stadium, passando bb cream no rosto – você fica melhor sem maquiagem.

Sentindo-se levemente frustrando, o outro largou o produto no próprio colo.

- Você sempre diz isso, e não sei, me incomoda um pouco, parece que – respirou fundo – não sei. Sei que sou homem, mas posso usar maquiagem.

- Não é por você ser homem que eu digo isso – Choi respondeu franzindo a testa e se inclinando para pegar a sacola com roupas do outro – hoje vamos para a minha casa, então se comporte – riu um pouco da expressão do outro – não tem ninguém lá e eu jurei não ser assassino  - ofereceu a mão para Kim.

- Então qual seu problema com a minha maquiagem? – Kibum aceitou a mão, e os dois sairam andando de mãos dadas, na direção que Choi estava guiando. Desde o fatidico dia no London Eye, criaram o costume de andar de mãos dadas. Ninguém questionou.

- Meu problema – O fotografo parou, puxando o outro pelas mãos dadas até que seus rostos ficassem próximos – é que você só usa maquiagem depois de chorar. E, a verdade, é que te acho mais bonito feliz.

Os olhos felinos se arregalaram quase comicamente, enquanto o mais alto voltava a andar.

- Como sabe disso? Eu- Como?

- Sou observador – deu de ombros- e no primeiro dia que nos vemos, antes de sair, te vi passando esse troço na cara para esconder o vermelho.

- Você estava me vigiando? – Kim perguntou, rindo um pouco, enquanto atravessavam uma rua – e admite assim, tão fácil?

- Estava – virou o rosto para sorrir para ele – fiquei preocupado em te ver chorando, parecia realmente muito triste, ai pensei ‘mas deveria ser proibido alguém ficar bonito enquanto chora’ e ai tirei sua foto.Chegamos.

Pararam em frente a uma casa pequena, expremida entre duas casas igualmente pequenas, como eram quase todas as ruas mais populosas de Londres. Entraram com facilidade, e Kim, que ia questionar mais sobre quando se conheceram, perdeu a linha de pensamento com as paredes cheias de fotos.

- Wow – murmurou – isso aqui é magnifico. Não estou surpreso – largou as sacolas no chão e se aproximou dos quadros- afinal, tira boas fotos, mas são muitas.

- Nem todas eu tirei – explicou, e se aproximou dele por trás, apontando um quadro que tinha um grupo de amigos sorrindo, incluindo uma versão mais jovem de Choi Minho- aqui mesmo, mas enquadrei todas para ficarem  iguais. As minhas tem a logo.

Ele estava muito perto, a ponto de, facilmente, circular a cintura do outro com seu braço e apoiar o queixo em seu ombro, enquando Kim via, mesmerizado, todas as fotos.

- Sei que está me ensinando – comentou, tocando um dos quadros de uma foto de praia com as pontas dos dedos- mas, sinceramente, não acho que vou ser capaz de tirar fotos tão boas assim um dia.

- Tenho certeza que vai ser – respondeu, pressionando um sorriso na parte em que o pescoço e o ombro de Kibum se encontravam – mas, mesmo assim, não predetendo parar de tirar fotos suas tão cedo – e deu um beijo suave ali, diramente na pele que a camisa folgada do outro deixava exposta, esplhando um arrepio pelo corpo menor.

- Não sabia que pretendia ficar tanto tempo – sussurrou, virando só o rosto para olhá-lo diretamente nos olhos, seus rostos muito perto.

- Pare de achar que vou embora –foi a resposta quase bruta, enquanto Choi levantava o rosto para aproximá-lo ainda mais do outro – não vou te deixar ir tão fácil daqui.

- De Londres?

- Do meu lado – e pressionou um beijo muito suave e muito rápido nos lábios rosados, se afastando imediatamente depois disso, com um sorriso hesitante – fotos?

Sentindo-se imeditamente muito frio e sozinho, Kim confirmou, seguindo-o até o dito estudio. Um dos quartos da pequena casa era, apenas, um singelo estudio de fotografia. Tinha também um tecido verde na parede oposta ao tecido branco.

- Faz vídeos também?

- Poucos, mas às vezes gosto de brincar com isso –deu de ombros- certo, andei pensando, quero as fotos de hoje um pouco mais... não sei, estamos em estúdio, podemos brincar mais com luzes.

As fotos foram tão tranquilas como sempre, Minho não fazendo nenhuma menção ao beijo de mais cedo, assim como Kibum não falou. Nada mudou entre eles. Os toques ainda estavam lá, pontas de dedos passeando livremente por pulsos, mãos dadas e pés se tocando debaixo da mesa enquanto jantavam.

- Esqueci de dizer, pode ir na Central Saint Martins fotografar minha coleção? – Encolheu os ombros- normalmente usamos fotografos da própria universidade, mas coisas aconteceram e acabou faltando, e para fazer todo mundo no mesmo dia, sugeri levar o meu – explicou rapidamente, tomando um longo gole de café para respirar um pouco – eles vão te pagar, claro, e se gostarem, podem te chamar para outras turmas.

- É só dizer o dia, vai ser pela manhã mesmo?

- Sim, suas aulas são todas a noite, certo? – Choi assentiu, pegando um pedaço de pizza – então ótimo, obrigado.

- Tenho algo a te pedir também – O mais alto sorriu um pouco – me corrija se estiver errado, mas não tem muitos amigos aqui, certo?

Kim arregalou os olhos, corando de vergonha, enquanto olhava para a mesa com uma expressão derrotada.

- Andei pensando nisso – Minho continuou – e não quer ir comigo a uma festa? É por aqui – fez um gesto generico indicando todo o bairro que chamou a atenção do outro- na casa de um amigo, não é tão intimo, vai ter bastante gente lá e ele me disse que podia ter um acompanhante.

- Nenhuma namorada para levar? – Kibum birncou, rindo um pouco amarguradamente demais, mas se recusando a dizer algo.

- Claro que não – franziu a testa- tenho só você.

De alguma forma, aquela afirmação inocente sobre a festa, parecia tão maior e tão cheia de certezas, que Kim se viu impossibilitado de dizer não. Aceitou o convite e todos os sentimentos bons que Minho lhe trazia dizendo coisas suaves assim.

~ * ~

Kim estava na porta da sala, um pouco trêmulo e com o rosto entre as mãos quando sentiu tocarem suavemente seus ombros. Sem saber exatamente como agir, já que ninguém naquele lugar tinha se prestado a perguntá-lo se estava tudo bem todas as vezes que isso acontecera, virou o corpo para o lado da parede levemente, em sinal de recusa.

- Quer que eu saia?

Ao ouvir a voz familiar, tirou as mãos do rosto para ver um sorriso bonito de Choi lhe esperando. Em meio a tantos acontecimentos, tinha esquecido completamente que o outro iria encontrá-lo ali. Apenas de um passo para frente, deixando-se ser envolvido novamente pelos braços do outro, enterrou o rosto no moletom que vestia e sentiu as lágrimas cairem por seu rosto sem tentar limpá-las.

- Algo que posso ajudar? - Minho murmurou, dando um beijo em sua testa antes de enterrar o rosto no pescoço do outro - Bummie, tem alguma coisa que eu possa fazer para te fazer mais feliz?

- Não vá embora.

Assentindo, o mais alto não fez questão de perguntar mais nada, sabendo que, quando estivesse pronto, o rapaz sem seus braços iria tomar a decisão consciente de lhe contar ou não o que tinha acontecido. Ficaram assim por quase meia hora, quando um senhor abriu a porta e franziu a testa para a cena.

- Senhor... - Ele levantou as sobrancelhas - quem é?

- Choi Minho - respondeu facilmente,  sem soltar o outro - Kibum me chamou para fotografar.

- Hum, sou professor dele - afirmou- Robert. Agora está na vez dele, entrem.

E voltou para dentro da sala sem qualquer tipo de dúvida a respeito da saúde emocional ou até fisíca do outro, o que era comum de professores às vezes, Choi ponderou, afastando-se um pouco para olhar o rosto, agora avermelhado, do outro.

- Está pronto para algumas fotos? - Sorriu, acariando o rosto delicadamente com os polegares e retirando dele algumas lágrimas perdidas.

- Acho que sim - murmurou - obrigado por... -encolheu os ombros - desculpa por...

- Não existem desculpas necessárias e nem obrigados - pegou a mão do outro entre as suas - abraçar você está longe de ser um sacrificio - inclinou-se, dando um beijo suave no canto dos lábios do outro - seu professor vai vim me arrancar daqui se não entrarmos.

Choi fez questão de entrar de mãos dadas com o outro no estúdio, seja lá o que fosse causador das lágrimas, sabia que vinha desse local. Sempre que vira Kibum triste, com lágrimas nos olhos, ou com bb cream pesado no rosto, foi após dias de aulas aqui, então queria demonstrar apoio.

Assim que entraram na sala, todos os olhares se viraram para a dupla, e Kim sentiu a  tentação de soltar a mão do outro, mas, em meio ao seu dia ruim, ver Choi tinha sido a única coisa boa, então continuou com os dedos entrelaçados aos mais longos do outro e se dirigiram, juntos , ao professor. Depois de alguns instruções,  e conversas, viram-se obrigados a soltar as mãos para Kim terminar seus modelos. Minho manteve os olhos grudados nele todo o tempo, sua câmera no colo esperando o outro dizer o briefing. Kim movia-se com graça entre os modelos, fazia poses e dizia exatamente o que queria. Era visivel que estava abalado e triste, mas mesmo assim, erguia o queixo e dizia tudo que precisava sem hesitação. Seu rosto vermelho denunciava ainda mais seu estado anterior.

Uma das meninas se aproximou que Kim, passando e batendo com força nele e fazendo-o borrar uma das maquiagens de modelos que estava ajudando a fazer. A expressão dele foi tão extretamente magoada que Choi imeditamente compreendeu o problema.

Não é só solidão. Kim não estava só sozinho. Ele era realmente hostilizado por pessoas de sua sala. Conseguia perceber alguns olhares de alunos, agora que tinha movido os olhos do seu foco, susussurros óbviamente sobre ele. E, principalmente, a ideia de que iam continuar atrapalhando-o fisicamente, pois viu alguns fazerem planos até que outra menina passou e se bateu  ‘acidentalmente’ novamente. Kim respirou fundou, balançou a cabeça, mudou o ângulo da cadeira pedindo desculpas e continuou.

Kibum estava ignorando seus colegas de sala, como normalmente o fazia, até quando ficava praticamente impossível não perceber que estava sendo alvo de algum ódio infundado. Sentiu uma sombre sobre si, e esperou a porrada que não veio. Uma mão suave tocou seu quadril, aproximando-se intimamente.

- Está ótimo - Choi murmurou- qual a atitude que precisa para essa maquiagem?

- Oi?

Minho estava colocando a câmera na mesa agora, e pegando alguns pincéis.

- Qual estilo? Vou te ajudar a terminar - seu sorriso era tão genuino que Kim sentiu o próprio coração apertar no peito - ninguém vai te atrasar comigo aqui.

Quis poder beijá-lo nesse momento. Diretamente nos lábios. Até que ficassem sem ar. Dopados um do outro. Incapazes de continuar vivendo sem o contato. Mas apenas sorriu, os olhos brilhando com alguma emoção que jamais conseguiria colocar em palavras:

- Você está me me mimando - murmurou- o que vou fazer quando precisar te deixar ir? Vai ser impossível viver sem isso.

- Então, não me deixe ir - Sorriu, incliando-se para aproximar seus rostos, não o sufiente para que se beijassem, mas para sentir as respirações se chocando - quero ficar aqui contigo.

Terminaram  mais rapidamente, já que a presença de alguém de fora atrapalhou um pouco os planos do resto da sala, então as fotos começaram. Kim dando instruções reais, e Minho ouvindo-o como raramente acontecia. Como os trabalhos eram para o curso de Minho, normalmente ele escolheia com tudo ia acontecer e, principalmente, como o modelo iria se comportar. Porém, dessa vez, com as posições invertidas, Choi conseguia ver como o pouco que tinha ensinado a Kim tinha sido muito bem absorvido. Ele dava ordens tecnicas facilmente, demonstrando entender tanto de fotografia que o professor até se aproximou pra ouví-lo. Quando chegaram na quarta e última modelo, a menina estava tendo dificuldades de parecer sexy para a câmera, fazendo todo o trabalho de Kibum, que tinha sido criado em dualidades de personalidade, ir para o ralo com uma foto ruim. Frustrado, o rapaz parou ao lado dela e começou a dizer claramente como deveria ser feito, e a fazer poses exemplo. De repente, um flash ecoou e Kim parecia surpreso.

- Min?

- Costume- murmurou, mas apontou a tela do computador que mostrava as fotos recém tiradas. Toda a sala se aproximou para ver a foto maravilhosa de Kibum com um queixo um pouco erguido, olhando para baixo com seus olhos meio fechados e cilios longos cobrindo as pupilas negras.

- Muito fotogênico - o professor comentou.

Quando sairam dali, e Kim foi chamado para preencher uma ficha para a Central Saint Martins como modelo freelancer, Minho não parecia nem um pouco surpreso, mas sorriu e aceitou todos os abraços. A felicidade do outro já lhe deixava completamente satisfeito.  Era muito além de ser modelo. Era, finalmente, Kim sendo reconhecidamente bom em alguma coisa naquela universidade. Pela primeira vez, tinha recebido elogios com todos seus colegas e não uma bronca dura sobre não ser criativo o suficiente. Como ele poderia não ser talentoso e ter maiores noas da sala, ele claramente não compreendia, mas todos seus professores pareciam ter essa lógica. Mas não naquele dia. Aquele dia foi o primeiro que saiu com um sorriso do rosto daquele lugar, e com dedos entrelaçados com Choi Minho.

~  *  ~

- Eu gosto disso - Choi comentou, distraidamente segurando a mão do outro enquanto andavam até a casa de seu amigo.

- De que? - Kibum estava calmo hoje, era um sabado, não tinha tido aula, passara deitado no chão da casa do outro desenhando novos designs, enquando ele estava no sofá com o notebook diagramando um álbum freela.

- Disso.

Virou-se de repente, colocando-se na frente do outro e puxando-o até que os rostos estivessem perto o sufieinte, e então o beijou nos lábios. Em meio a rua escura e fria de Londres, pessoas passavam e pareciam não  vê-los. Kim deixou-se ser beijado, correspondendo lentamente. Estavam fazendo muito aquilo recentemente, os encontros -que há muito não eram apenas para ensaios fotograficos- eram rechados de beijos e momentos roubados de risos e carinho.

-Gosta de me beijar?

- Também - sorriu suavemente -gosto de poder te beijar, de saber que você gosta quando o faço, que confia em mim para fazê-lo - murmurou, selando seus lábios rapidamente mais uma vez- que você se sente seguro em meus braços, tanto quanto sinto-me nos teus.

Kim sorriu, aprecisando como estavam juntos.

- Eu gosto de você -sussurou.

Choi não respondeu, apenas inclinou-se suavemente, beijando-o mais lentamente dessa vez, quase preguiçosamente, como se não tivesse medo que o outro fosse embora. O que era ótimo, pois não ia mesmo. Finalmente, chegaram até a casa do amigo de Minho que, inesperadamente, estava cheia. Kim se sentiu muito bem com o outro lhe aprensentando a todos, sem largar sua mão em momento algum. Pela primeira vez, em Londres, Kibum se sentiu bem cercado por um grupo de pessoas. Sua realidade na Central Saint Martins era oposta aquela: seus colegas o odiavam, sem nenhum motivo aparente. Ele não sabia como tinha começado, mas eventualmente estava completamente sem amigos.

- Você perece distraido - Um menino jovem, apresentado como Taemin, comentou.

- Estava mesmo - Kim respondeu, estava deitado em um sofá sozinho, Minho tinha iso jogar video games. O garoto sentou-se no espaço livre do sofá .

- Min disse que você está intercambista aqui - comentou, encostando no sofá- que está cursando moda. Faço música e danca - esclareceu, sorrindo - talvez algum dia te chame para me ajudar em meus figurinos.

- Seria uma honra - respondeu, satisfeito por alguém ter se interessado por ele genuinamente - É daqui? Sabe de Londres.

- Não, 100% coreano, vim estudar, como você - lhe deu um olhar compreensivo - sei como pode ser complicado às vezes, demorei de achar amigos até achar esse grupo.

Curioso, fitou o mais novo com as sobrancelhas arqueadas.

- Achei que era  o único -murmurou.

- Não, as pessoas podem ser muito fechadas - Taemin sorriu um pouco - principalmente na nossa área, que poucos vão realmente vingar e ser algo, então as pessoas podem ser crueis.

Nesse momento, Minho se aproximou do sofá com outro rapaz, mais cedo apresentado como Jonghyun, falando animadamente de algo.

- Eu não perdi -ouviu a voz Choi dizer, soando ofendida -ele quase me empurrou do sofá.

- Não sei como você aguenta ele - Jonghyun comentou, olhando para Kibum agora -insuportável, você perdeu, aceita e paga minha aposta.

Minho rolou os olhos, ignorando o amigo, e fez um gesto para Kim se sentar um pouco, quando  o outro obedeceu, se sentou e o encorajou a colocar a cabeça em seu colo, enquanto Jonghyun sentava em um puffe na frente deles. Os dedos longos do outro começaram a brincar com os fios de Kibum enquanto conversavam.

- Estamos falando sobre dificuldade de fazer amigos - Taemin compartilhou o assunto, deixando seus pés descansarem no colo do rapaz no puffe.

- Quando vim para cá foi complicado -   Jonghyun assentiu - mas já vim contratado para trabalhar e acho que as pessoas são menos hostis assim.

- Eu me sinto bem sozinho - Kibum confessou, sentindo-se confortável por todos terem passado pela mesma coisa - até falo com meus amigos que ainda estão na Coréia, mas não é a mesma coisa.

- Tentar a vida em outro país tem seus baixos - Minho concordou - e, por mais que a internet tenha evoluido para ninguém estar realmente inalcansável, o calor humano faz falta.

- Podemos sair, qualquer dia assim - Taemin convidou - os quatro,talvez o Jinki hyung também, se o Joon estiver livre.

- Ia ser legal.

Eles conversaram mais um pouco, de assuntos variados, e terminaram marcando um almoço juntos, os quatro. Kibum sorriu um pouco para Choi quando o outro casal se distanciou, sentindo -se um pouco mais leve de saber que teria mais pessoas para conversar agora e que, provavelmente, cultivaria boas amizades.

- Você parece feliz - Minho murmurou, olhando o sorriso do outro parecendo satisfeito.

- É bom ir para algum lugar e não ser hostilizado.

Choi se inclinou para beijar os lábios do outro, ignorando completamente a casa cheia de pessoas que falavam, dançavam e se divertiam, e focando um no outro. Kibum feliz era o tipo favorito de Kibum do Minho, que aprofundou o beijo até que se afastaram corados e ofegantes.

- Vai ser muito difícil viver aqui quando você voltar para a Coréia - murmurou contra os lábios do outro - talvez tenha que me levar na mala.

- É uma boa ideia -riu um pouco, sentindo o  coração apertar com a pespectiva de se separar do outro  quando o intercâmbio acabasse - vou comprar uma mala do seu tamanho.

~ * ~

Minho raramente estava triste. Toda a carga de tristeza normalmente vinha de Kim, por isso, quando o mais algo apareceu em frente a Central Saint Martins com uma expressão devastada. Ele claramente estava esperando o outro acabar, tirando algumas fotos aleatórias. Kibum foi para ele assim que o avistou.

- Hey - chegou perto dele, sentindo-se já feliz por vê-lo, mas seu sorriso morreu ao ver a expressão do outro - tudo bem?

Choi tentou sorrir, mas ao mesmo tempo só puxou o mais baixo para seus braços.

- Mais ou menos - murmurou contra o pescoço do outro - meus pais vão fazer jantar em família, meu irmão vai levar a Sarah.

Kibum levou os dedos até os fios do outro, em uma massagem delicada e carinhosa.

- Qual o problema? Você não gosta da Sarah? - Arriscou.

- Não, ela é ótima - suspirou e, mesmo que não parecesse possível, apertou os braços  na cintura do outro - mas... eu queria... Bummie...

Minho levantou o rosto para fitá-lo diretamente nos olhos e, carinhosamente, plantou um rápido beijo neles.

- Eu queria levar você - disse, tentando parecer calmo, mas claramente estava nervoso - como meu namorado.

Kim piscou um pouco, claramente confuso.

- Namorado?

- Sim - sorriu um pouco - talvez eu devesse ter falado antes, antes de jogar a bomba em você.

- Bomba? - Kim sentiu o rosto esquentando, provavelmente estava vermelho - é claro que quero ir como seu namorado, Min - acariciou o rosto dele - claro que sim.

Choi parecia ainda triste, mesmo que algum ponto de esperança surgisse em seus olhos castanhos.

- Nunca contei aos meus pais que sou gay - explicou calmamente- eles... Têm opiniões fortes a respeito, então sempre mantive esse assunto longe. Mas hoje, quando me chamaram para o jantar, e falaram que a Sarah ia, doeu tanto não poder dizer ‘ah, o Bummie vai também’ e saber que iriamos ser recebidos de braços abertos - deitou novamente o rosto no ombro do outro - tenho medo da reação, mas, Bummie, você iria comigo? Seguraria minha mão enquanto conto?

Kibum sabia exatamente que esse convite era mais que uma confirmação de status de relacionamento. Era sério. Ao ser chamado para isso, era um caminho sem volta. Suas vidas estariam para sempre intrisecamente relacionadas. Para a eternidade marcados nas memórias um do outro.

- Claro.

O jantar em questão foi apenas dois dias depois, Choi avisou que levaria alguém consigo, sem dizer nada sobre relacionamentos e, quando pararam em frente à porta da casa dos Choi, Kim fez questão de entrelaçar os dedos com do outro e sorrir encorajando-o. Não tinha tido esse momento. Sua família tinha descoberto muito cedo quando, orgulhosamente, Kibum tinha anunciado que preferia casar com principe Erik que com a Ariel. Seus pais tiveram tempo para absorver e aceitar até que quando, anos depois, ele apareceu com seu primeiro namorado. Não tinha exatamente referência de como agir, então iria apenas ficaria ali sendo seu ponto de força caso tudo desse errado.

Quando a porta abriu, e um rapaz mais velho, porém muito parecido com Minho sorriu para eles, Kim deixou um suspiro alíviado escapar sem nem perceber.

- Seok hyung! - Choi largou o outro um pouco para abraçar o mais velho com carinho - É tão bom te ver! Precisam vir mais aqui!

Choi Minseok tinha se mudado para o Japão há bastante tempo com a esposa Sarah, para trabalhar lá, então a família inteira se reunia pouco.

- Vocês poderiam ir me ver também - Minseok brincou, abraçando mais uma vez o irmão mais novo - e você?

- Oh, calma - Minho puxou o outro para perto de si novamente - Kim Kibum, meu namorado.

Tinha um brilho diferente no sorriso do Choi mais novo ao dizer isso, algo quase desafiante, como se estivesse  pronto para rebater qualquer coisa que o outro falasse.

- Prazer, Kibum - Minseok falou calmamente, e puxou o outro para uma braço inesperado - sempre me perguntei porque esse ai não trazia namoradas, bom... Explicado -riu um pouco e gesticulou para dentro da casa - entra, apresentar o Kibum para a Sarah - e enquanto o casal tirava o casal, o mais velho sumia na sala e aparecia com uma moça.

A moça era claramente inglesa, com cabelos ruivos longos e sardinhas, ela sorriu imediatamente para Minho.

- Min, que saudades - o abraçou com força - Japão está doido para conhecer você, vamos lá.

- Se continuarem cobrando tanto vamos acabar indo, certo? - E olhou para Kibum, que assentiu rapidamente. Carinhosamente, puxou o outro para seu lado - Sarah, Kibum, meu namorado.

- Oh, que amor, prazer - Sarah o envolveu em um abraço animado - é tão bom ver o Min com alguém, ele é tão privado com tudo isso.

Os quatro se organizaram na sala, já que os pais dos meninos estavam terminando algumas coisas no quarto, e começaram a conversar. O clima era tranquilo, Minho tinha confortavelmente o braço envolta do ombro do namorado, que debatia animadamente alguma coisa com seu irmão.

- Como meu filho chegou e ninguém foi me gritar? - Uma voz feminina ecoou pela casa, indo direto para o Choi mais novo, que se levantou para receber mais um abraço - como você está diferente, amor, cortou o cabelo?

-- Há algum tempo - Minho murmurou - oi, mãe.

- Você mora tão perto, e mesmo assim vem tão pouco - um homem comentou, parado atrás da moça,e depois puxou o menino para um abraço também.

- Eu fico ocupado, pai - riu um pouco, e Kim já conseguia sentir nervosismo em sua voz - trabalho e estudo, afinal de contas.

- Não é desculpa para não vir ver sua família - Sra. Choi reclamou.

- Oh, você sabe, Minho, eles só me perdoam por estar em outro país - Minseok brincou, fazendo  todos rirem.

- E mesmo assim, logo essa desculpa vai parar de funcionar - Sra. Choi retrucou - poderiam vir mais.

Isso fez as pessoas rirem mais, até que Sr. Choi parou, parecendo notar algo e, com passos rápidos, parou em frente a Kim, que ainda estava sentado no sofá.

- E você quem é?

Kibum parecia tão pego de surpresa que nem conseguiu responder, apenas fitou o homem a sua frente com expressão surpresa. Minho apareceu ao seu lado imediatamente, puxando-o para se levantar.

- Mãe, pai - ele disse calmamente, dando novamente as mãos para o outro - esse é meu namorado, Kibum.

- Oi - Kim respondeu, muito nervoso.

- Namorado? - Sra. Choi falou, parecendo testar as palavras em sua boca - desde quando?

- Hum - os dois se olharam, parecendo confusos - oficialmente? - Kibum tentou- acho que 3 dias?

- Não oficialmente há cinco meses - Minho disse, sorrindo.

- Você nunca foi gay - Sr. Choi falou, com a testa franzida.

-Ele nunca namorou meninas - Minseok contribuiu.

- Sim, nunca menti para vocês - Minho confirmou, apertando mais a mão de Kim em reflexo - apenas nunca trouxe ninguém para conhecê-los antes, já que não valia a pena.

- E agora vale? - Sra. Choi parecia ainda chocada.

- Claro que sim.

- Por quê?

- Quero me casar com Kibum - respondeu tão rápido e tão firmimente que até o próprio Kim o fitou surpreso. Notando isso, o caçula dos Choi lhe fitou - claro que quero. Você e eu. Para sempre.

- Acho que não deveria afirmar tanto considerando que é provavelmente uma fase - Sr. Choi resmungou, em nenhum momento falando diretamente com Kibum.

- É uma fase bem longa, considerando que durou todos os meus 23 anos até agora - rebateu.

O jantar depois disso foi em um clima esquisito, ninguém era hostil com Kibum, mas era fácil dizer que todos, menos Minseok e Sarah, estavam pisando em ovos. Agora os pais dele conseguiam falar com Kim, mas mesmo assim, o clima de tensão permaneceu até o final. Quando tudo acabou, e eles iam voltar para casa, e o os irmãos Choi sumiram com a mãe para pegar algo em seus antigos quartos, e Sarah estava tomando banho.

- Você - Sr. Choi começou, observando o jovem atentamente - sempre foi gay?

- Nascemos assim - respondeu calmamente, sorrindo- mas se quer dizer sobre minha família saber, sim. Sempre foi assim.

- Eles aceitam?

- Eles me amam - assentiu - então sim, já que nunca fui uma pessoa pior por ser gay. Eles me educaram o suficiente para isso.

- Justo - Sr. Choi parecia pensativo - vai cuidar do meu filho? Apoiá-lo quando tudo der errado? Amá-lo quando tudo for um pouco difícil demais?

- Sim.

Isso arrancou o primeiro sorriso de Sr. Choi para Kim naquela noite.

- Gosto como não hesita.

- Amo seu filho - explicou dando de ombros- não tem o que hesitar.

- Então não tenho o que me opor.

~ * ~

A ideia de fotos nuas surgiram quando Minho queria fazer algo desafiante para seu trabalho final no workshop. Kibum estava em sua segunda semana seguida dormindo direto na casa de Choi e nenhum dos dois tinham falado em voz alta, mas mesmo assim, o guarda roupa do apartamento do outro já estava praticamente vazio, já passavam todas as suas noites juntos naquela pequena casa. Minho gostava de vê-lo costurando na sala, e costumava tirar várias fotos de um Kim Kibum sentado, com blusa folgada e cueca, trabalhando completamente concentrado. Já dividiam os gastos daquele lugar, considerando que Kim estava trabalhando fazendo pequenos freelas como estilsita e estagiando em uma marca relativamente grande de roupas casuais, seu blog também tinha ficado maior e ganhado vídeos. Seus leitores adoravam Minho profundamente, então ele passou a escrever sobre fotografia lá também.

- Quero te fotografar nu - Choi comentou de repente, vendo o outro parar de desenhar e fitá-lo.

- Oi? - Ele piscou um pouco -para seu projeto de conclusão?

- Sim. Algo diferente, e que seria maravilhoso, afinal, é você - sorriu calmamente - topa?

O outro congitou um pouco, enconlhendo os ombros.

- Seria exposto? Para muita gente além de seus professores? -  Estava corado agora - não é tão facil ver ensaio fotográfico sensual de homens, sabe? Sinto-me um pouco inseguro por isso e com medo que eles não entendam.

Minho considerou as palavras calmamente, e assentiu.

- Existe essa mitica de que o corpo masculino não pode ser sensualmente desejado - concordou - quero destruir isso, mostrando como você é tão sexy que ninguém vai ser capaz de dizer isso novamente.

Ele riu um pouco.

- E se isso prejudicar tua nota?

- Não vai -assentiu, entendendo a preocupação. Homofobia acontecia mais comumente do que poderia ser considerado saudavel -e se prejudicar, falamos com Jonghyun.

Jonghyun estava se formando em Direito e, como tinham conversado no último encontro com os outros casais, já estava podendo pegar casos e iria se dedicar a crimes de ódio.

- Então vamos na fé -sorriu.

Naquele mesmo dia, Kibum parou na frente da tela branca, usando nada além de uma blusa de Minho, e parecendo incrivelmente sensual em frente a câmera. Desde os primeiros dias, Kim já parecia confortável modelando, mas agora era ainda melhor. Depois de ter feito alguns trabalhos como modelo para outras pessoas e, principalmente, se sentindo mais confortável na própria pele, chegava em poses ainda mais fácil.

Choi observou com cuidado o namorado deitar no chão, com as pernas dobradas e a blusa subindo o suficiente para mostrar bastante de sua barriga. Era tentador fazer aquelas fotos, dizer como ele poderia ficar ainda mais sensual, e não tocá-lo. Minho tinha se acostumado a correr as mãos por aquele corpo tantas vezes. Já conseguia fazer um mapa mental de todas as partes mais importantes.  Ou seja, todas. Calmamente, fez algumas conexões com os fios e, tirando a blusa e a calça, se aproximou do outro trazendo consigo um fio.

- Cansou de olhar? - Kibum perguntou, soando divertido quando o namorado se ajoelhou entre suas pernas e inclinou o corpo para frente até que estivessem separados por poucos  centimentros - achei que ia demorar menos.

- Fez de proposito - brincou de volta, beijando seu ombro carinhosamente - aceitou fazer isso, só para que pudessemos faó para que pudessemos fazer sexo no último lugar que sobrava da casa.

- Claro que sim e-ah - Choi estava ocupado agora, dando beijos em seu pescoço até chegar aos seus lábios. O clima foi ficando ainda mais quente, até que um flash chamou a atenção dos dois.

- Sério? - Kim riu um pouco, emendando em um gemido quando Choi fez uma das pernas dele entrelaçar em seu quadril. Minho gostava muito de fotografar Kibum durante e ou pós sexo, que tinha decidido que não se importava, ao contrário, gostava. Sentia-se mais bonito.

- Claro - Minho murmurou, beijando os lábios do outro e batendo mais algumas fotos - gosto te você assim.

- Gosta?

- Claro - repetiu, rindo .

- Gostaria se eu ficasse para sempre?

Parecendo confuso, Minho de afastou um pouco fitando outro com a testa franzida, sem entender realmente sobre o que falava.

- Não sabia como te contar - Kim continuou, sorrindo e pegando o controlado de flashs na própria mão- mas acho que quero registrar sua expressão quando eu digo que mudei meu visto para o de trabalho e posso ficar aqui agora.

Mais tarde, eles riram das fotos em sequência de fotos de Choi com os olhos arregalando até encher o outro de beijos e amor. Anos mais tarde, teriam essas fotos expostas em sua cerimonia de casamento, entre todas as outras como aquela primeira de um Kibum chorando em frente ao Emirates Stadium.

Fim


Notas Finais


Espero que tenho gostado <3 comentem, e qualquer coisa, podem me achar no Twitter: priiserpa!

Beijos ~


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