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História Contrato de risco - Telefonema


Escrita por: CombatLover

Notas do Autor


Dei uma repaginada na história, mas o conteúdo é o mesmo.
No começo dos capítulos tem quem está narrando (se não estiver, é porque é terceira pessoa). Os trechos em itálico são o ponto de vista de outro personagem.
Espero que gostem :)

Capítulo 1 - Telefonema


[Marina]

— Um acompanhante de luxo profissional?!

Minha expressão é de completa surpresa enquanto encaro o cartão que Carla me deu. Como assim ela me sugere um negócio desses?! Como têm acesso a um negócio desses?! 

Tudo bem que ela é meio louca e eu realmente quero uma boa reportagem, mas não é pra tanto. 

— Mais ou menos. 

— Como assim mais ou menos? 

— O que o Nathan oferece é uma sessão, digamos, de fantasias sexuais. Sexo não obrigatoriamente está presente. 

A naturalidade dela me deixa boquiaberta. 

— Espera. Você paga por serviços sexuais, mas ele não transa com você? Não faz o menor sentido!

— Se ambos quiserem, pode rolar. 

A conta simplesmente não fecha na minha cabeça. Como assim um serviço sexual em que o sexo não está incluso?

— Deixa de ser careta, Ma! Sexo é muito mais que só papai e mamãe ué. E bastante gente vai se interessar em saber disso.

Penso um pouco e chego a conclusão de que ela está certa: eu mesma estou morrendo de curiosidade de saber como isso funciona, e com mais vontade ainda de saber se ela já se aventurou em algo do tipo.

— Você já contratou?

— Não...

Estreito os olhos de forma acusadora enquanto Carla fica toda vermelha e quase me arranca uma risada com a reação tão tímida para quem momentos atrás me chamava de careta.

— Então como tem o cartão?

— Ok, vou abrir o jogo... Uma amiga já saiu com ele, e adorou... Quis também, mas estava um pouco fora do meu orçamento...

Claro que universitárias não nadam em dinheiro, só que sua revelação me despertou ainda mais curiosidade a respeito do assunto.

— É tão caro assim?!

— Na verdade eu que sou pobre mesmo!

Damos risada e continuo tomando meu milk shake, ainda tentando solucionar a estranha equação enquanto falamos de outras bobagens amenas.

A carona de Carla finalmente chega e ela vai embora me deixando com o cartão de design elegante e discreto, onde apenas o nome Nathan e um número de telefone estão destacados em uma bonita grafia prata.

Passo o restante do dia pensando se vale a pena investir meu tempo fazendo uma reportagem a respeito e decido que sim: estou sem tempo para desenvolver um tema mais complexo.

E acredito que posso desenvolver bem a reportagem porque afinal, é mesmo um tema que suscita o interesse de muita gente.

A primeira coisa que faço quando chego em casa é ligar para o número no cartão; o telefone toca três vezes antes que uma voz masculina rouca e entediada atenda.

— Nathan.

— Oi... Aqui é a... a... 

Desliguei o celular nervosa. Droga! Direi meu nome verdadeiro? Como farei a abordagem? É melhor pensar em alguma coisa antes. O que vou dizer? Espero alguns minutos até me acalmar e tento novamente. 

Afinal, quero apenas marcar um encontro para conhecer um pouco mais dessa realidade tão distante da minha... Como boa estudante de jornalismo, estou apenas curiosa. Se a história for realmente boa posso chamar a atenção de alguma dessas revistas de variedade e conseguir um emprego fixo enquanto continuo a trabalhar nos temas que realmente quero.

Liguei e novamente foram necessários três toques. 

— Não ouse desligar. — A voz grave tem um tom claro de controle e eu emudeço desse lado da linha, instantaneamente interessada em conhecer seu dono. — Não tem coragem de levar suas fantasias adiante? 

A modulação da voz sequer muda enquanto a adrenalina dispara pelo meu corpo. Realmente não tenho coragem de contar minhas fantasias a um estranho, mas isso é basicamente um contato profissional e mantenho isso em mente para não emudecer de novo.  

Enfim, preciso aprender a me controlar melhor diante de situações inusitadas se quiser seguir essa carreira. Sou direta.

— Sou Milena, e quero encontrar o senhor.

Após um breve silêncio Nathan me responde com um tom um tanto divertido.

— Uhm... Mas não é simples assim, Milena.

— Como não? Eu pago, você vem, não é assim? 

— Definitivamente, não.

Essa voz é jovem demais, e não quero ter problemas. Além de não ser o perfil de mulher que costuma me procurar, é o tipo que eu menos gosto de atender: jovem e inexperiente, não raro se apaixona. Melhor confirmar: o que menos preciso no momento é de uma pentelha no meu pé. 

— Quantos anos você tem, pirralha? 

— Quê?!

— Não atendo menores de idade. 

É só o que me faltava! O sujeito sequer me conhece e acha que pode me sacanear?

— Senhor Nathan, não quero nem preciso dos seus serviços. Meu interesse no senhor é de outro tipo. 

— Que tipo? 

Confesso que isso me deixou curioso. Ando cansado desse trabalho, mas continuo precisando do dinheiro e não tenho alternativa. Sabe como é, não costumam dar emprego para sujeitos procurados internacionalmente. Quem sabe a moça tem uma boa proposta.

— Te conto pessoalmente. 

— Você sabe que eu cobro, não sabe? 

— Posso pagar por você. 

Que mocinha mais arrogante. 

— Não estou a venda. Você paga pelo meu tempo e pelas minhas habilidades. 

— Tanto faz. 

— É do tipo que faz jogo duro, Milena? 

Ela já disse que não é isso que procura, mas é praticamente um reflexo flertar e essa menina parece ser uma brat deliciosa para disciplinar.

A curta conversa me aborrece na mesma medida que me motiva a tentar obter essa entrevista até o fim: o tema me desconcerta e será interessante me colocar a prova em uma situação desconfortável.

Para isso, decido que o primeiro passo é assumir o controle dessa interação.

— Nathan, me mande uma mensagem dizendo onde e quando, e eu estarei lá. Até mais.

A abusada bateu o telefone na minha cara. Pelo seu bem, espero que sua proposta valha a pena, pirralha.

Desligo com o coração aos pulos, mal acreditando que realmente fiz isso. Nunca fui tão longe por uma reportagem, e agora estou de encontro marcado com o misterioso Nathan.

Minutos depois de desligar o celular uma mensagem chega, contendo o endereço e o valor por duas horas de encontro.

Procuro no Google o local e descubro ser um restaurante francês. Elegante, o Nathan. E caro, realmente caro.

Dinheiro nunca foi problema para mim; meus pais me deixaram uma boa herança. Nada que me torne rica, mas o suficiente para me manter, e além disso faço bicos esporádicos em redações de pequenos jornais – e em breve em lugares melhores, se fizer uma matéria que preste.

O encontro será no dia seguinte e minha cabeça insiste em tentar imaginar como é esse homem. Cheguei a pesquisar na internet, o que só serviu para aguçar minha curiosidade com o que encontrei, apesar de pouco: apenas relatos anônimos de algumas mulheres que contrataram seus serviços. Todas relatam a experiência como maravilhosa.

Em pouco tempo, um homem sussurrando em francês para uma Marina levemente embriagada em um quarto qualquer toma conta da minha mente. 

Droga... estou na seca há um tempo considerável, e um homem desses certamente deve ser muito charmoso. É melhor não o encontrar com tal tipo de pensamento e resolvo descarregar minha tensão antes. 

Faço outro telefonema e dessa vez não preciso esperar mais do que uma chamada. Até parece que estava esperando por mim. 

— Oi Ma!

— Oi Jean! Tem alguma coisa pra fazer amanhã à tarde?



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