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História Contrato de risco - Fogo


Escrita por: CombatLover

Notas do Autor


Oiee
Muito obrigada pelos favoritos, acompanhamentos e coments! Levo todos eles em consideração pra tentar fazer a história sempre melhor :)
Me deixem saber o que estão achando!
Bjo

Capítulo 6 - Fogo


 

[Marina]

Depois que o impacto de reencontrar Nathan passa analiso a situação rapidamente. Helena havia prometido trazer um amigo exímio lutador, um dos vencedores do torneio no passado e desafiante do campeão deste ano, um cara praticamente invencível.

Pelas roupas, postura, pelo suor os dois homens presentes estavam lutando, e nem duvido que Nathan saiba lutar. Mas por tudo que vi no torneio, sem chance de que ele seja o amigo que veio me treinar.

Só pode ser o loiro grandão e bonito sentado no tatame (e coloca bonito nisso!).

Afinal, pelo amor de Deus, eu vi o tamanho dos caras que passaram pela competição. Só pode ser o loiro grandão!

— Erick, prazer em conhecê-la.

Ele vem até onde estou e me oferece um aperto de mão; o cumprimento interrompe meus devaneios e fico vermelha ao perceber que o estava encarando de uma forma até indiscreta, e mais ainda ao ver que ele e Helena se divertiam com a cena.

Levi observa tudo em silêncio, mas é difícil entender o que pensa: sua expressão é neutra, como se nada ali o envolvesse.

Para disfarçar o constrangimento disparo a queima roupa para Erick.

— Você que vai me treinar? 

— Eu pareço um maníaco estúpido pra você? 

Sua resposta é simpática e acompanhada por uma gargalhada de Helena. Já percebi desde os primeiros dias treinando com ela que se tem uma coisa que a deixa animada é ver o circo pegar fogo.

E fica mesmo quente porque em resposta ao meu questionamento Nathan desencosta da parede com uma cara péssima, tira a camisa por cima da cabeça e a joga sobre o tatame.

Ainda bem que tenho expertise em fazer cara de alface, porque por dentro eu simplesmente fico de queixo caído: o cara é completamente esculpido. 

Claro que dava para perceber que ele é definido mesmo com roupa, infelizmente notei seus atributos desde a primeira vez que o vi.

Só que agora vendo assim sem camisa é um absurdo, passa do limite aceitável do tanto que uma pessoa pode ser gostosa. Mesmo não sendo tão grande quanto Erick ou os competidores do torneio que conheci ele é imponente, transpira confiança e automaticamente já penso o que mais tem de gostoso escondido embaixo dos outros panos.

Não tem nada de exagerado ali, tudo está exatamente onde deveria estar e finaliza em um 'V' de 'venha' apontando para sua virilha e caramba, se estivéssemos sozinhos eu ia mesmo.

Até esqueci do Erick, que estava achando até que bem bonito e charmoso. Mas quem não esqueceria? O que o maldito do Nathan tem vai muito além da beleza: é a beleza misturada com um jeito selvagem, alguma coisa que que não dá para definir, mas meu corpo sente. E quer.

E agora ele está vindo em minha direção completamente sério e compenetrado, ignorando minha surpresa, assim como da primeira vez que nos vimos. Deve ser acostumado a julgarem-no apressadamente.

— Me mostra o que você sabe, pirralha. 

Pois é, sem beijo ou massagem; direto assim. Deve ter ficado irritado por eu tê-lo subestimado, e não é para menos: sempre acabo cometendo esse tipo de gafe e deve achar que eu tenho alguma coisa contra ele.

É até surpreendente que tenha decidido me ajudar, porque no seu lugar eu negaria. Só consigo pensar que ele e Helena devem ser muito amigos e reencontrá-lo aqui me deixou com uma pulga atrás da orelha.

Ignoro a revolta pelo abusado me chamar de pirralha e ainda na frente de outras pessoas porque não estou em condições de reclamar: ele parece temperamental e preciso de sua ajuda.

Coloco minhas coisas onde a dona da casa indica e também tiro a camiseta, ficando apenas de top e o short de treino. Posso sentir que ele me observa e gosto de ter sua atenção, mesmo que me sinta suscetível diante de seu olhar.

Volto para o centro do tatame e tento dizer até onde fui na competição e o quanto evolui nas últimas semanas, para deixa-lo a par da situação.

— Passei bem pelas primeiras lutas, três nocautes e...

Ele me interrompe bruscamente.

A pirralha tem um corpo bem melhor do que aparentava toda vestida. E olha que vestida, já é gostosa pra caralho! E de fato, deve treinar faz um tempo; sua musculatura é bem desenvolvida no ponto certo para a luta... E para mim.

Só de top dá para ver tanta pele: noto uma pintinha discreta e tão linda em uma das suas costelas, a curva suave da cintura culminando no quadril farto e tão bem distribuído, o short curto permite ver as coxas fortes e que devem ficar uma delícia envolvendo meu quadril... puta que pariu!

Melhor começar a pensar no tiozinho da banca de jornal pelado ou outra cena horrível qualquer desde já para dar uma acalmada antes que eu passe a vergonha de ficar duro por ela na frente de todo mundo. 

Por isso a corto – quanto antes começarmos, melhor.

— As primeiras não significam nada, são só novatas como você.

Fico atônita com a grosseria dele e começo a entender o porquê Helena avisou que era um maníaco. Porém eu mesma disse que só me interessava que lutasse bem, e se já ganhou esse torneio com certeza sabe o que está fazendo.

Apesar disso sinto vergonha e nem sei por onde começar; o que devo fazer? Geralmente é Helena quem me orienta nas práticas que faremos. Além disso não vou ser hipócrita: o fato de ser Nathan é o que está me bloqueando tanto.

— Por isso estou aqui, para passar pelas próximas também.

— Falei para me mostrar, não pra falar.

Mal termina a frase e me ataca com um soco que só consigo desviar porque foi apenas um aviso: entendo rápido que o próximo não será e que o seu estilo é muito mais duro que o de Helena.

Ergo a guarda e espero o próximo golpe, que não vêm: pela sua postura percebo que agora quer que eu ataque e é o que faço, investindo no gancho mais rápido que consigo e para minha surpresa – e raiva – ele mal se move quando esquiva.

Nossa dinâmica se estabelece rápido: uma vez ele, na próxima eu, numa espécie de aquecimento enquanto Helena e Erick nos observam com atenção e trocam algumas palavras que não consigo ouvir, provavelmente avaliando minha performance.

Faço um esforço para desligar minha mente e prestar atenção apenas em Nathan, só que nada do que eu faça dá certo: o cara é um demônio de rápido. Parece prever meus movimentos e contra-ataca sem a menor dificuldade, com golpes duros e precisos.

Só que meu inferno começa de verdade quando me derruba como se eu fosse uma pluma: apesar de ter conseguido me botar no chão com facilidade, fecha a cara e fez uma expressão irritada tão, tão sexy que me distraio.

E depois disso, começa a me derrubar a cada nova rodada, me deixando puta de raiva.

E o motivo não é nada nobre.

Minha irritação provém do fato de eu estar completamente excitada com seu corpo já suado raspando no meu, pele contra pele, a cada vez que ele me pega para derrubar; desse cheiro que não é apenas de perfume, mas sim de homem; com suas mãos manejando meu corpo com uma maestria que seria mais bem aplicada em outra atividade. 

Principalmente, meu stress vem do fato de que ele parece não estar nem aí pra isso, completamente focado na luta e atacando vez após vez o mesmo ponto – provavelmente esperando que eu consiga me defender - enquanto eu mal lembro o que vim fazer aqui quando ele me derruba de novo e fica em posição de meia guarda.

Sabia que estava perdida, mas não imaginei que era tanto: eu deveria sair com facilidade disso, contudo esse contato tão próximo detonou todo o meu raciocínio.

— Que saco, pirralha!

Nathan dá um soco forte no tatame bem ao lado do meu rosto e sai de cima de mim sequer me oferecendo ajuda para levantar, e não entendo o que fiz de errado dessa vez – além de cair e não levantar, óbvio.

De todas as falhas técnicas que ela poderia ter, lógico que escolheria justamente a que me obriga a ter o maior contato físico. Sendo honesto, é óbvio que não é escolha dela. É mais como uma fatalidade, e já esgotei meu estoque de truques para conseguir continuar sem dar na cara o quanto a situação está me excitando mesmo praticamente montado sobre ela.

Porra, se olhar já é uma tentação, tocar, pegar é bem mais do que eu estou preparado para fazer.

Quando penso no quanto e quão duro teremos que treinar percebo que de jeito nenhum isso tem como dar certo, já que é justamente a especialidade de Ana, sua pior adversária.

Que grande merda... Só posso torcer pra ninguém reparar o quanto ela me tira do sério. 

— Que foi?

— Você é uma merda no chão! A Ana vai acabar com a luta em dois tempos assim. 

Acabo de falar e vejo na cara de desaprovação de Helena que fui rude. Respiro fundo e me preparo para pedir desculpas e reformular a frase, só que para minha surpresa e confesso, até admiração, Milena – ou Melissa, ou sabe-se lá quem realmente é - pouco se importa com isso.

Ela não cansa de chamar minha atenção até mesmo nos menores detalhes.

— Por isso vim treinar com você. É o melhor, não é? Me ensina. 

Prefiro aceitar a verdade parcial de que sou péssima no chão, do que ter que explicar que mal consigo reagir porque a única coisa que passa na minha cabeça no momento é se ele tem na cama pelo menos metade dessa pressão toda... Céus!

— Preciso me preparar pra final também. Treina com a Helena. 

Por um momento achei que seria divertido treinar com ela, uma boa desculpa para me aproximar. Só que não foi nada além de extremamente perturbador. E tenho a impressão de que é recíproco.

Mesmo assim ela insiste.

— Quero você.

Mal penso quando retruco, e talvez tenha sido até grosseira com Helena que vem me treinando desde o início. Olho para ela pedindo desculpas e a encontro sorrindo. Provavelmente já esperava por esse tipo de coisa, já que a primeira coisa que me avisou foi sobre a personalidade difícil dele.

Os três parecem muito entrosados, como amigos de longa data.

—  E o que eu ganho com isso?

— Tava demorando...

Que belo dia para o meu cérebro parar de funcionar!

A frase sai de minha boca antes que eu possa pensar; ele desperta um lado instintivo em mim e acabo reagindo sem filtro e sem pesar minhas palavras.

— Acha que sou algum filantropo? 

O cara é mais grosso que cano de passar bosta e não me sinto nem um pouco envergonhada de ser rude também.

— Posso te pagar.

É visível certo choque no rosto dele, e até mesmo na dos amigos. Mas a resposta soa tranquila, apesar de fria.

A maldita continua achando que pode me comprar e que tudo se resume a dinheiro.

Vem quente, pirralha.

— E vai me pagar. Pra começar, vai ganhar essa luta.

Fico surpresa. Afinal, é justamente o que eu quero, ora essa! Claro que meu objetivo final é a reportagem, mas se posso ganhar e de quebra ganhar uma graninha que será muito bem-vinda, só vejo vantagem. 

E na verdade sou muito competitiva; desde que entrei nesse mundo para construir minha matéria comecei a gostar da adrenalina de cada luta e principalmente, da sensação incrível da vitória.

Não quero perder.

— É uma exigência que posso aceitar.

— Calma... Não terminei. Vai me pagar quando ganhar e se perder, vai pagar em dobro.

Mesmo assim, parece um bom acordo. Pelo que Helena me disse tenho chances reais de vencer e me saí realmente bem nas últimas lutas. E se for derrotada, bem... Algo me diz que o risco vale a pena.

Estendo a mão selando esse novo contrato: toda a nossa relação se baseia em acordos prévios, nunca é algo natural, é uma sombra sempre permanente entre nós.

— Fechado.

Fico intrigado com o fato dela sequer ter questionado meus termos: ou se garante demais – e realmente é boa, mas arrogância nunca é aconselhável nesse esporte – ou realmente acredita que pode me pagar o dobro do valor da aposta.

Qualquer que seja a opção estou na vantagem.

— Parece que você acertou dessa vez, Helena. A menina é dura. 

— Não disse que ela vale a aposta?!

Ah se vale... Vale muito. Não basta ser gostosa; tem que ser inteligente, provocante, corajosa, e ainda lutar. Um perigo.

E quanto mais perigoso fica, mais eu quero.

Nesses poucos golpes que treinamos já consegui ter uma ideia de como luta, quais são seus pontos fortes e fracos, qual a melhor forma de vencer as próximas adversárias.

Pelo que vi da categoria feminina a única que realmente vai dar trabalho é a Ana, então vamos traçar toda a nossa estratégia em torno dela.

— Sua guarda é boa, a Ana não vai conseguir contra-atacar de pé, você tem mais envergadura e é rápida. Só precisa aprender a evitar o chão e vai passar por ela.

Assinto com a cabeça. É totalmente estranho vê-lo tão sério e analítico, principalmente porque fica absurdamente sexy assim. As coisas talvez melhorem se ele colocar a porcaria da camisa de volta, mas sei que isso é uma esperança vã: o contorno de seu maxilar, as veias saltadas em seu braço devido ao esforço recente, o jeito... tudo nele me atrai.

Tudo nele me atraiu desde o início de um jeito que me assusta.

A pirralha é realmente boa. Ana sem dúvidas é mais experiente, mas ela é muito mais forte e explosiva, e podemos usar isso a nosso favor.

Temos ainda semanas pela frente e pretendo usar da melhor forma para ajudá-la dentro do ringue.

E mesmo se ela perder... Eu vou ganhar, e não vai ser dinheiro.

Pelos olhares que ela lança em minha direção também está a fim. Por hora, vou me contentar com uma rapidinha, só uma pequena amostra do quanto temos química e podemos funcionar bem juntos tanto em cima do tatame quanto de uma cama.

Só preciso tirar a plateia daqui, e precisa ser agora.

— Vocês dois, tragam algo pra comermos enquanto treinamos mais um pouco. 

Sinto falta do Nathan calculadamente sedutor, com quem eu posso me irritar, já que essa versão despretensiosa está acabando comigo. Se minha calcinha já está molhada a coisa só piora quando ouço sua voz de comando com seus amigos.

E por incrível que pareça, Erick simplesmente pega a carteira e sai conversando com Helena. Ele deve ser assim imperativo o tempo inteiro, porque eles nem se importam: é como se fosse apenas mais um dia comum.

Por outro lado, esse jeito seco e até ríspido é muito mais natural que o papel que costuma representar, e ele parece relaxado com os amigos. Por mais estranho seja, gosto muito mais dessa sua versão: não me sinto enganada.

— Já voltamos!

Erick se despede e acena antes de fechar a porta; mal faz isso e Nathan vem em minha direção.

— Você mentiu pra mim, ou pra Helena? 

Quase engasgo com a pergunta tão direta, sem fazer a menor ideia do que responder quando ele me encara com seus olhos azuis penetrantes; ao ver que não recuei ele chega mais perto.

Eu e Andre inventamos Melissa para me resguardar caso Helena decida me investigar, já que se estivermos corretos sobre seu passado estou lidando com uma pessoa perigosa.

A questão é que ele já sabe que estou mentindo e provavelmente vai contar para ela de qualquer jeito; provavelmente é a última vez que piso aqui e só preciso enrolar até a hora de ir embora.

Lembro de quando perguntei se era ele ou seu personagem me chamando para sair e devolvo a mesma pergunta que me fez naquele dia.

— E faz diferença?

Nathan se aproxima ainda mais: seu rosto já está a milímetros do meu e me esforço para não lhe dar o gostinho de gemer quando me prensa na parede com seu corpo e força o joelho entre minhas pernas, apertando minha cintura com suas mãos quentes e fortes.

— Toda. Quero saber quem eu vou beijar agora. 

Ela simplesmente não desvia o olhar do meu, nem quando morde lentamente o lábio. Se é possível ser mais provocante que isso, desconheço. Sei que tenho outras coisas com as quais me preocupar, só que simplesmente não é meu cérebro que manda agora.

— Acha mesmo que vai me beijar?

Pressiono um pouco mais meu joelho e ela mesma move o quadril buscando contato, apesar da pergunta. Já estou louco de desejo, a vontade acumulada desde nosso primeiro encontro derretendo meu bom senso.

Deslizo as mãos de sua cintura contornando seu quadril, adorando ver quando engole em seco e morde o lábio. Mal aguento de vontade de provar essa boca agora, só que quero muito saber quem é a mulher que vou beijar e está acabando com meu juízo.

Pressiono mais seu corpo contra a parede com o meu: quero que saiba o que faz comigo. Arrasto os lábios por seu pescoço e ela inclina a cabeça se oferecendo pra mim e não recuso: chupo molhado abaixo de sua antes de morder seu lóbulo e latejar ao ouvi-la gemendo.

— Melissa?...

Nem é proposital, meu corpo só reage naturalmente ao dele como se nos conhecêssemos há tempos e um soubesse o melhor encaixe do outro.

Nathan geme o nome no meu ouvido, tão gostoso... Levo a mão até seu cabelo guiando os beijos que ele retoma pelo meu pescoço, enquanto descaradamente começa a acariciar minha barriga, subindo e entrando pelo top com um misto de vontade e suavidade que me deixa louca e me faz arquear o corpo pressionando meus peitos contra suas mãos.

É muita covardia; já estou quase esquecendo questões mais práticas como a necessidade de manter minha identidade intacta: a única coisa que consigo pensar é o quanto é gostoso seu toque controlando meu corpo.

— Milena?

Me perco nas sensações deliciosas que ela me proporciona: é maravilhoso sentir seus mamilos entumecidos apertados contra minha mão e finalmente vê-la cedendo diante do desejo.

Essa mulher vai me deixar louco e nem começamos direito.

Já estou no inferno, qual é o problema de abraçar o capeta? Quero essa voz me chamando, eu, Marina, e não um personagem qualquer.

— Nathan... Meu nome é Marina.

Porra, como é gostosa; bem pode ser mais um nome inventado por ela, mas eu realmente quero acreditar que é verdade.

Mais do que isso, quero ser eu mesmo aqui com ela também sem disfarces, personagens nem contratos.

Nathan segura meu rosto com uma das mãos me forçando a encará-lo e esfrega sua ereção em mim devagar, me fazendo arder de desejo quando arranha meu ouvido com seu sussurro delicioso.

— Pra você, Levi.

Minha temperatura sobe instantaneamente quando me beija e devassa meu corpo todo com as mãos: sinto cada parte do corpo que ele acaricia e gemo em sua boca quando aperta minha bunda com gosto me puxando contra sua rigidez, ora mordiscando meus lábios de uma forma leve e provocante, ora me deixando sem fôlego.

Puta que o pariu, o cara sabe o que faz! Minha adrenalina está tão a mil que preciso extravasar as sensações absurdas que sinto: num impulso mordo seu lábio inferior de uma forma um pouquinho violenta.

— Porra Marina!

A dor ainda pulsa e quando levo minha mão à boca vejo que sangrou um pouco. Ela só me mordeu e a única coisa que penso é em fazê-la esquecer até do próprio nome aqui mesmo.

E é o que teria feito se não fosse a voz da Helena no corredor. Caralho, tenho certeza de que não passaram nem malditos 15 minutos.

Marina me empurra assustada e começa a se ajeitar enquanto corro para o banheiro; posso até dizer que machuquei a boca treinando, mas seria impossível disfarçar a puta excitação que eu estou.

Jogo água gelada no rosto e apoio as mãos na borda da pia, olhando no espelho o que a pirralha fez.

Minha vontade cresceu exponencialmente depois dessa ousadia; já está num nível insustentável. E dessa vez se não fosse a maldita empata foda da dona da casa, teria conseguido!

Estou totalmente desnorteada, ofegante e toda molhada; apesar de pouco tempo foi o suficiente para eu jogar a toalha: quero demais provar esse homem.

O problema é que passado o fogo coloco minha cabeça no lugar e vejo a sucessão de erros que cometi: revelei meu nome, embora apenas o primeiro; quase transei sem camisinha, ou seja, perdi totalmente a noção.

É isso o que ele faz comigo, e por isso meu sexto sentido sempre avisou para ficar longe.

Me pergunto se ele ficou bravo com a mordida, contudo minha intuição diz que foi exatamente o contrário: Nathan – ou melhor, Levi, gostou. Assim como eu curte as coisas selvagens, pegada mesmo, e por isso nossa química bate tanto.

E justamente por combinar tanto devo ficar longe: já ficou claro que sou incapaz de me controlar perto dele.

Penteio o cabelo rapidamente com os dedos e arrumo minha roupa rapidamente antes que Helena e Erick abram a porta.

— Ué, cadê ele? Não vai me dizer que te deixou plantada aqui!

— Não, só foi no banheiro...

— Saquei! E aí, gostou? Ele é meio rabugento, mas é bom pra caralho!

— Aprendi muito...

Estou morrendo de vontade de perguntar como se conhecem, e só me seguro porque nesse caso eu teria que revelar como conheci Levi e não sei se eles sabem desse outro lado de sua vida.

Volto para o local onde treinávamos e a primeira reação de Helena ao me ver é de surpresa, como eu imaginei que seria.

— Ela conseguiu te acertar um soco?! 

— Sua aluna é melhor do que eu pensei Helena. Brinquei com fogo. 

Marina fica vermelha quando digo isso e pela primeira vez desde que nos conhecemos, desviou o olhar do meu. Isso não parece bom...

O que vai acontecer agora? Espero mesmo que ela não seja do tipo que se arrepende, pois meus planos para essa noite incluem leva-la para um motel e terminar o que começamos.

Helena a cumprimenta por isso e eu tento desviar o rumo da conversa antes que o constrangimento de Marina deixe claro o suficiente que aconteceu alguma coisa entre nós.

— Onde vocês acharam comida tão rápido?!

— Não achamos! Voltamos pra levar vocês pra comer fora!

É o que me pergunto desde o momento em que eles voltaram, principalmente porque estão com as mãos vazias. Só não perguntei nada porque estou totalmente área, ainda processando o gosto da boca de Levi, sua pegada...

A necessidade de ficar longe até entender quem é Helena e como se conhecem...

— O quê?!

— Para de ser chato Levi! Vamos, assim ela conhece melhor você e o Erick.

— Vamos lá Levi, sabe que ela não vai desistir até conseguir o que quer... a Melissa já deve saber com quem está lidando também.

É estranho ouvir Erick chamando-a dessa forma e a luz vermelha sobre a razão de esconder sua identidade acende de novo: depois que matar esse desejo tenho muitas coisas a descobrir sobre ela.

Deveria priorizar isso, claro, já que é perigoso ter qualquer pessoa tão próxima a nós, principalmente alguém que esconde tanta coisa como Marina. Mas sendo objetivo o que uma moça tão jovem pode oferecer de risco a três pessoas como nós?

— Agradeço o convite, mas preciso mesmo ir... Estou na reta final da faculdade, muitas provas, trabalho de conclusão, sabem como é...

— Poxa Melissa, rapidinho...

— Outra dia, Helena... Prometo! Muito obrigada por me receber de novo, e obrigada a você também, Levi.

Para piorar a pirralha confirma minhas suspeitas de que está arrependida pois aproveita a deixa e resolve ir embora, toda bancando a educada, inclusive me agradecendo.

Nem ferrando vou perder a chance.

— Também estou indo. Me dá uma carona? 

— Mas você veio de carro também! E precisa levar o Erick!

A Helena deve ser algum tipo de carma porque é impossível que eu goste tanto dessa praga. Ela só fode minha vida! Muito a contragosto faço cara de quem esqueceu desse pequeno detalhe e me ofereço para levar Marina até a porta.

Pelo menos isso...

A cara dele está impagável; é nítido que está puto pela interrupção. Na verdade, eu também estou, mas no fundo fiquei aliviada. Tem algo de muito errado com os três, e minha cabeça manda não me envolver em nenhum nível com ele antes de saber o que.

O problema é que do corpo inteiro, é só a cabeça que quer manter distância... E estou decidida a seguir meu cérebro dessa vez.

Isso, até ele sussurrar antes de fechar a porta. 

— Eu adorei me queimar...

 



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