História You Can't Forget - Grenade

Acho que diz merda. Assim que ele caiu no chão senti a dor dele como se fosse em mim.

Dois seguranças do shopping se aproximaram exigindo explicações sobre a breve briga que ocorreu ali. Dahyun foi até eles conversando.

- Seu filho da puta! - grunhiu irritado no chão. - Acertou meu saco!

- Sério, eu juro que queria acertar o joelho. - falei me abaixando ao lado dele e estendendo a mão para ajudá-lo a levantar.

- Sai de perto. - disse irritado então me levantei.

Reparei que os seguranças tinham se afastado. Dahyun provavelmente deu uma boa explicação a eles.

- Por que estava ouvindo a conversa? - Ela perguntou com raiva. Nem vi ela chegando perto!

- Eu só tava vindo no banheiro e ouvi sua voz. Você tava no corredor do banheiro, se eu pagasse por você aí sim você acharia que eu tava fazendo merda.

- Que saco! - reclamou como uma criança irritada. - Levanta desse chão, Joohyuk. A gente tem que voltar pra mesa antes que o Yukwon...

- O. Que. Aconteceu. Aqui?! - Momo perguntou enquanto caminhava em nossa direção com Yukwon andando logo atras dela.

- ... Apareça aqui. - Dahyun completou a frase irritada. Fechou os olhos contsndo até três devagar e se virou para a amiga sorrindo. - Nada.

- Ah ta. - Yukwon falou irônico e ajudou Joohyuk a se levantar. - Já sabe né, Minhyuk? - perguntou retoricamente.

Eu sabia exatamente. Ele me faria falar tudo o que aconteceu.

Voltamos para a mesa com Jessica e todos que estavam com Yukwon como se exigissem explicações.

- A gente conversa depois. - falei para Jessica.

- Tudo bem. - falou baixo.

{...}

Acordei na manhã seguinte com a campainha do apartamento tocando. Já era tarde por isso acabei acordando mais facilmente que o normal.

Joguei as cobertas para o lado formando um bolo enorme de panos ao meu lado, calcei as chinelas e fui atender a porta. Era Dahyun.

- O que você tá fazendo aqui? - perguntei confuso.

Fechei a porta assim que ela entrou. Tentei arrumar os cabelos e espantar a cara de sono. As situaçõs entre eu e ela estão ficando cada vez mais vergonhosas.

- Eu quero conversar sobre o Joohyuk. - falou tirando as tralhas de cima do meu sofá e as jogando no chão para se sentar.

Corri tentando juntar toda a bagunça e jogar em um canto só. Essa casa havia se tornado o caos depois que comecei a, praticamente, viver com Jessica.

- Eu não tenho muita coisa pra falar, então não precisa ficar tentando arrumar tudo.

- Tá... - falei jogando no canto apenas o que eu já estava segurando e me sentei na poltrona ao lado do sofá do qual ela estava.

- Você deve ter estranhado um pouco a situação lá no shopping. Vou resumir tudo só ora ver se você não faz escândalo com esse assunto.

Balanço a cabeça confirmando e encosto no sofá.

- A gente começou a namorar no final do ano passado, mas, como deve ter percebido, ele tem um comportamento um pouco explosivo, então eu terminei. Ele continuou insistindo então decidi que iria manter amizade. Só que ele continua insistindo e comportamento explosivo dele tem aparecido cada vez com mais constância. - suspirou. - Mas eu sei que ele não vai fazer nada de mal comigo, então não se meta igual fez no shopping.

Se levantou do sofá e por impulso levantei também.

- Não precisa ficar aparecendo como se se importasse.

Confesso que um "mas eu me importo" ficou preso na minha garganta. Realmente não consigo entender o porquê dela continuar me tratando como se eu não quizesse saber dela sendo que foi ela quem terminou mesmo que eu insistisse para ficarmos juntos.

- Tudo bem... - foi só o que eu falei antes dela ir embora .

É uma situação constrangedora. Me deixa irritado e confuso, mas no final das contas eu só pareço um poste que escuta calado e não faz nada. Me sinto ridículo, mas acho que é o que eu devo fazer para evitar situações piores ainda.

Acabei me rendendo ao cansaço e após umas boas horas arrumando a casa, liguei para Jessica.

°~°Yukwon°~°

Direi a verdade. A verdade nua e crua. Estou sempre com meus amigos e não poderia estar em uma situação melhor que essa. Mas apesar disso me sinto frustrado. Na verdade irritado, irado, furioso. E isso por causa da ChoA.

Nós temos personalidades bem diferentes, mas não é nada que o esforço de um para com o outro não 'cure'. O problema é que todo esse esforço está em mim. Ela faz, literalmente, nada para ajudar em alguma coisa.

Posso citar alguns exemplos.

Nossas amizades são totalmente opostas. Então quando eu estou indo encontrar as amigas da ChoA eu tento me manter na linha e parecer o 'cara perfeito', daqueles bem irritantemente gentis e essas coisas.

Mas quando eu vou encontrar meus amigos - principalmente o pessoal do meu trabalho provisório num clube de esportes - ela sempre reclama. Ou melhor, reclamava, porque agora eu não posso me encontrar com nenhum amigo já que, de acordo com ela, eles são "brutamontes". Pra mim eles são só meninos normais desses que jogam futebol nos finais de semana.

Outro exemplo, ela odeia alguns hábitos meus como minha falta de romance e minha fome - talvez gula - maior que o permitido pela etiqueta. Eu até que estou tentando evitar isso, porém há um motivo que explica: a dedicação árdua a dança me faz perder muito líquido e calorias o que me leva a beber e comer muito.

Já ela tem a mania de se fingir de tímida quando está com pessoas que não são de muito convívio. Isso atrapalha quando ela encontra meus amigos e eu tenho que ficar angindo como um babaca porque ela está se fazendo de tímida. ChoA sabe que eu odeio isso, mas ela continua fazendo.

São coisas como essas - muitas coisas, na verdade - que me levaram ao limite. Sempre que comento sobre isso, sempre na indireta com medo dela acabar se magoando, ela me responde com a mesma frase "Num relacionamento temos que mudar para agradar uns aos outros." Mas ela não muda nada. Somente eu sou o esquisito de comportamento ruim que tem que pagar de namorado perfeito enquanto ela é a irritante que sempre da um jeito de me deixar de quatro por ela.

Cara, isso tem limite, mas acho que a ChoA não sabe disso ainda. E pior, não escuta quando eu digo.

- Eu não deveria, mas quero conversar com a Dahyun de novo. Ver ela me lembrou de como eu sinto saudades. - Minhyuk falava ao telefone e rimos.

Cuidar dos problemas dele é sempre uma saída para os meus. Mas não achem que ele não sabe de nada do que acontece comigo, na verdade nós estamos conversando um sobre o outro sempre.

- E eu estou explodir a ChoA. - rimos novamente. - Por que não foi atrás dela até agora, hein? - pergunto ouvindo batidas já porta e então o rosto da ChoA aparever. - Vai atrás dela, besta.

Falei tão rápido quanto desliguei em seguida.

ChoA veio em minha direção segurando meu rosto com as duas mãos e me deu um beijo rápido. Largou sua bolsa sobre a bancada e foi até a sala se sentando no sofá procurando o controle da TV.

- Seus pais não estão? - perguntou após achar o objeto zapeando pelos canais.

- E quando eles estão? - perguntei rindo e me sentei ao seu lado. - ChoA, preciso falar com você.

- Tá. - disse dando de ombros sem tirar os olhos da TV.

Peguei o controle de sua mão e desliguei a televisão. Ela me olhou incomodada e um pouco irritada.

- Yukwon, você nunca tem alguma coisa séria pra falar, então não tem necessidade desse drama.

Como eu disse.

- Se você não acha importante tudo bem, mas eu acho.

Ela suspirou derrotada e com uma expressão de tédio passou a prestar atenção no que eu ia dizer. Ou fingir que prestava. Seus pensamentos devem estar tão distantes...

- Tudo bem se não quer ouvir. - falei.

- Tá bom Yukwon, fala logo! - disse impaciente.

- Tá, calma. - ela girou os olhos frustrada. - Eu quero terminar.

Gave you all I had

And you tossed it in the trash

You tossed it in the trash, yes, you did!

To give me all your love

Is all I ever asked, 'cause

What you don't understand is

I'd catch a grenade for ya

|PT-BR|

Te dei tudo que eu tinha

E você jogou no lixo

Jogou no lixo, sim

Pra me dar todo o seu amor

É tudo que eu sempre te pedi, porque

O que você não entende é que

Eu pegaria uma granada por você