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História You Can't Help Me - Chapter 9 - Blueberry Kisses


Escrita por: JohnCortez

Notas do Autor


Oi oi mores.
Capítulo novo pra vocês.

Só lembrando que quando virem "[...]" em itálico são os trechos do livro lidos pelo Nico.
Esses trechos vão ter muita importância no decorrer da história.

A música do capítulo é Slumber Party - Britney Spears.
Um beijo, amo vcs!!!!

Capítulo 9 - Chapter 9 - Blueberry Kisses


Fanfic / Fanfiction You Can't Help Me - Chapter 9 - Blueberry Kisses

O carro estava silencioso.

Eu sentado no banco de trás com o olhar voltado para a cidade através da janela, ainda era cedo, a manhã havia acabado de nascer.

Meus familiares também no veiculo, pareciam pouco mais apreensivos que eu.

Apesar de desnecessário, Bianca usava óculos escuros, estes não desempenhavam a função de bloquear os raios solares, mas sim esconder as profundas olheiras que se alojaram no rosto de minha irmã, resultados de uma noite mal dormida somada ao medo, preocupação e nervosismo.

Eu não diria isso novamente, mas a verdade é que eu me lamentava por ela, tamanho sofrimento passaria com o tempo, mas de fato demoraria.

Frente a um prédio escuro foi onde o carro estacionou-se. Entramos no edifício.

Lá dentro o clima não era agradável, tão menos era um lugar onde eu gostaria de estar.

Após passarmos pela recepção fomos encaminhados a uma sala, onde deveríamos esperar.

Ninguém pronunciava sequer uma palavra, silencio absoluto. Tudo que podia-se ouvir era o som dos ponteiros do relógio e a caneta que riscava o papel nas mãos de uma senhora que aparentava ter os seus tantos anos, com óculos de grau vermelho na ponta do nariz e cabelos grisalhos. A cada passo que se ouvia no corredor os batimentos cardíacos alteravam-se. Uma dessas vezes entrou na sala um policial, ele anunciou que era a hora de Bianca.

Ela levantou-se e antes de sair me encarou olho a olho, eu assenti com a cabeça confirmando aquilo que ela perguntava. Bianca ajeitou seu casaco nos ombros e foi em frente.

...

 

– Como foi o seu depoimento? – Bianca perguntou-me enquanto mergulhava o sachê de chá na agua fervente.

– Tranquilo. – Respondi. Acho que vai dar tudo certo. Você disse exatamente o que combinamos?

– Claro.

– Então se eu estiver certo não teremos problemas.

– “Não teremos problemas.” Essa é a maior merda que eu ouvi nos últimos dias, estou com problemas até o pescoço.

– Me conte. – Pedi.

– Primeiramente a mãe do Kyle deve estar me amaldiçoando de todas as formas possíveis.

– Discordo. – Interrompi. – Ela deve destruída demais para sentir ódio de você. O sofrimento que ela está sentindo agora com certeza é maior do que qualquer outra coisa.

– Nico, você fala coisas que não condizem com a sua idade.

– Como assim?

– Ah eu não sei. Você é adolescente, deveria ser revoltado e pensar em coisas fúteis, não ser tão racional assim.

Sorri.

– Eu sou sim adolescente e tenho esses momentos de irresponsabilidade, a diferença é que eu consigo filtrar melhor a forma de me comportar em certas situações.

– Isso não é um pouco esquisito?

– Bastante. – Respondi. – Às vezes quando eu estou com um grupo de garotos da mesma idade, na escola por exemplo, eu percebo que não consigo viver as coisas na mesma intensidade que eles. Gosto de pensar que isso é melhor para mim.

Bianca sorria a me ver falar.

– Sabe de uma coisa? – Ela se aproximou de mim. – Apesar dos seus “probleminhas” comportamentais eu tenho muito orgulho de você.

Bianca beijou a minha testa e deixou a cozinha segurando a xícara nas mãos.

Eu teria feito alguma piada sobre sentimentalismo, mas a verdade é que de alguma forma eu me senti bem em ouvir aquilo.

Voltei-me para o corredor e entrei em meu quarto.

Pulei em cima da cama e fiquei por alguns segundos encarando o teto, depois de descer o olhar eu enxerguei em cima da escrivaninha aquele objeto arroxeado de que eu havia me esquecido.

Levantei e tratei de buscar o livro, acomodei-me na cama e abri onde o marcador preto com fantasminhas estava.

[...] Era esquisita a forma como eu me sentia bem perto dele. Jamais imaginei que seria amiga do próprio diabo, na verdade isso não deve estar nos planos de ninguém, mas querem saber de uma coisa? Ser amiga do diabo é ótimo desde que ele seja tão lindo como era para mim.

Aqueles olhos... Eu nunca senti nada parecido com a sensação que tinha quando encarava o seu olhar. Poder do senhor das trevas? Talvez, mas eu não iria reclamar.

– Lauren, tente manter a mente limpa quando for executar esse movimento ou tudo que você fez será em vão. Quanto mais concentração melhor.

– Tudo bem.

– Então tente outra vez, mas agora use... Ah, isso aqui. – ele ergueu um objeto.

– Ah não, eu não vou destruir o meu troféu da competição de patinação.

– Eu não acredito, garota isso foi a dez anos atrás.

– Mas é uma lembrança muito importante. – falei. – Vai me dizer que você não tem nenhuma lembrança desses seus milhões de anos?

– Tenho, mas não vem ao caso. Então destrua uma daquelas suas bonecas velhas ali.

– Agora sim, senhor satã.

Eu sorri para ele e depois me concentrei em uma das barbies empilhadas uma em cima da outra. A que tinha algo como uma asa rosa-cintilante levitou e avançou em minha direção conforme eu ordenava.

Ele me observava calmamente.

Estiquei a mão de forma lenta, e com um rápido movimento fechei a mão, e a boneca se desfez em pó cor-de-rosa.

– Brilhante. Lauren isso foi fantástico, você é de longe a bruxa mais determinada com quem já trabalhei – Ele aplaudiu.

Fiquei orgulhosa de mim mesma.

Se até o demônio te elogia, é porque você fez algo muito bom, e olha que não é fácil agradar aquela criatura, eu sei por experiência própria.

Abaixei o braço e andei em direção ao garoto pálido dos olhos amarelados que me assistia.

– Já que eu fui tão bem... Não acha que mereço uma recompensa?

Ele pensou, mas respondeu:

– Certo. O que você deseja?

Eu sabia o que desejava, sabia que era errado, sabia que era louco, mas era inevitável, eu não controlava aquela vontade como controlei aquela boneca-fada. O desejo tinha vontade própria, e eu não queria conte-la.

Coloquei uma de minhas mãos no rosto dele, e senti ali o meu corpo arrepiar-se, estremecer-se.

Ele me olhava como se soubesse o que eu faria, mas não sabia como reagir. Não é comum que o diabo tenha esse contato com meninas de 16 anos.

Eu não me importava.

Fechei os olhos e deixei que a minha boca trilhasse por conta própria o caminho até os lábios rosados do garoto que agora sentia de perto a minha respiração chocar-se com a sua.

Outra vez, mais outra, e por fim acontecer aquilo que eu fantasiei.

Eu o beijei. [...]

...

 

Era tarde.

O céu estava alaranjado como se estivéssemos no litoral.

Eu não tinha pressa de ir embora como de costume nas sextas, afinal eu caminhava com ele ao meu lado.

O vento vinha contra o nosso rosto violentamente, era difícil manter os olhos totalmente abertos.

– Você não apareceu ontem, aconteceu alguma coisa? – ele perguntou.

– Nada demais, um pequeno contratempo.

– Mas está tudo bem?

– Sim, não se preocupe.

– Eu soube do que aconteceu com o namorado da sua irmã, deve estar sendo difícil.

– Nem tanto pra mim. – Encolhi os ombros. – Eu mal o conhecia, não deu nem tempo de conhecê-lo direito.

– Entendi.

Percy se calou, mas percebi que ele estava engolindo palavras. Tentei desviar o assunto:

– Mas chega de falar de mim, você não é psicólogo afinal.

Percy deu um meio sorriso.

– Gosto de ouvir você. – Ele falou.

– Pois eu odeio falar, agora é sua vez.

– Vou falar o que?

– Eu não sei Jackson, você já sabe de metade da minha vida e eu não sei nada sobre você.

– Não sabe? – Me olhou torto.

– Tá bom, eu sei algumas coisas. Costumava te investigar às vezes. – Admiti.

Ele gargalhou.

– Viu só, você já sabe demais.

– Não é verdade, tem algumas outras coisas que eu iria adorar descobrir. – Mordi o lábio instintivamente.

– Se você quiser eu posso te mostrar agora mesmo.

– Perseu Jackson, você não brinque comigo.

– Quem falou em brincar?

Ele falava sério, eu notei em seu olhar.

Notei quando ele segurou meu braço esquerdo, quando me empurrou contra a parede de uma das lojas da avenida, quando colou o rosto no meu.

Eu não pude correr.

Algumas pessoas olhavam.

 Eu não me importava.

Fechei os olhos e deixei que a minha boca trilhasse por conta própria o caminho até os lábios rosados do garoto que agora sentia de perto a minha respiração chocar-se com a sua.

Outra vez, mais outra, e por fim acontecer aquilo que eu fantasiei.

Eu o beijei.

Foi como se de repente eu estivesse vivendo todos aqueles sonhos que tinha, por tanto tempo eu imaginara aquilo, vive-lo foi como estar sentindo o efeito de drogas alucinógenas. Não acreditei ser real, mas era.

Perdi os sentidos, não ouvia, não via, apenas sentia.

Senti o seu beijo que tinha sabor de blueberry. Senti ele pela primeira vez.

Rezei para não ser a última. 



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