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História You Could Be Mine - Capítulo 1


Escrita por: Psycho-sama

Notas do Autor


Olá pessoal!! Eu disse (para quem leu minha one de Haikyuu!) que eu estava escrevendo uma fanfic, certo? Também mencionei algo sobre outras três ones, que envolviam outros shipps do anime, mas isto ainda está em andamento u-u

Enfim, como podem ter notado, terá muitos casais aí, mas já vou avisando que não é garantido que eles tenham uma grande aparição pelos capítulos. Minha ideia principal é KageHina, claro, já que estava pensando em fazer uma shortfic deles, mas como estava revendo Haikyuu! outra vez (depois da saída da 3ª Temp), não consegui mais resistir e tenho que colocar esses casais aí. Não sei como, já que a fic está em andamento, mas é muito necessário que eles apareçam uhauahuauahuha

Vocês concordam, certo? :3

Quem conhece minhas outras fics, sabe que eu escrevo muito, sempre na base das 8000 palavras até 11000 ou 12000 kkkkkkk Mas aqui eu vou tentar fazer capítulo até 5000, pois assim posso escrever mais capítulos, certo? A menos que eu me sinta inspirada e aconteça por desventura do destino.

Já vou avisando também, que não sou pontual com postagens, nem exijo comentários para continuar a fic, mas um apoio vez ou oura faz bem pra saúde, principalmente para a saúde da escritora-san aqui kkkk Como estou em final de ano e tem Enem, Vestibular e estou fazendo outras coisitas, meu tempo é curto, e vou tentar escrever com a maior frequência que eu tiver, mas não garanto muito. Então não adianta pedir para postar logo, que no momento realmente não dá, certo?

Enfim, acho que era só isso. Qualquer coisa acrescento lá no final! Até, e boa leitura ^^

Capítulo 1 - Capítulo 1


Fanfic / Fanfiction You Could Be Mine - Capítulo 1

. . .

 

Capítulo 01

 

Você Poderia Ser... Por Acaso

 

Ͼ-Ͽ

 

“Eu encontrei uma razão para mudar quem eu costumava ser. Uma razão para começar de novo; e a razão é você.”

 

. . .

 

 

 

Miyagi — Karasuno High School

 

Clube de Vôlei

 

 

O som da bola batendo contra o assoalho liso encheu o ginásio a ponto de seus ouvidos zunirem.

 

O silêncio pairou por segundos, e depois os urros do time vitorioso sobressaiu o som do apito. Sorrisos, palmas de encontro a outras, gargalhadas, resmungos, mais risadas, eram os sons que preenchiam o ginásio de canto a canto. Yachi sorriu ao ver Hinata Shouyou e Kageyama Tobio tão felizes a ponto de um sorriso de orelha a orelha estar preso em seus rostos satisfeitos e suados.

 

O time do Clube do Bairro havia perdido por oito pontos de diferença no segundo set, e cinco, no primeiro. Era verdade que depois da vitória contra a Aoba Johsai e em seguida, contra a Shiratorizawa, havia deixado os jovens corvos mais confiantes de si próprios; mas aquela vitória apenas os deixava engrandecidos ainda mais.

 

A nova encarregada estava feliz. Resplandecentemente feliz. Os arrepios vinham e iam durante a partida. Aquela dupla de primeiranistas estava em ótima forma. Melhor do que antes. Os três do terceiro ano, contando com Tanaka do segundo, haviam conseguido sucesso em todas as vezes que tentaram um ataque sincronizado. Asahi e Nishinoya conseguiram ataques exímios, e agora, os saltos e toques do líbero já não tinham mais “um som estranho”, ou “dois toques”, como Sugawara dissera.

 

Eles estavam perfeitos. E ainda com tendências a melhorarem.

 

Dali alguns meses, iriam para as Nacionais. Representariam Tóquio, e ainda pretendiam passar muitos finais de semanas, e mais dias que pudessem, em partidas amistosas em Tóquio. Contra Nekoma, Fukurodani, Shinzen, e muitos outros que estivessem por vir. Aprenderiam mais, se esforçariam mais, treinariam mais. Até não aguentarem em pé.

 

A jovem do primeiro ano estava tão empolgada com a animação dos demais membros do clube, que as bochechas coradas e os olhos brilhantes não podiam ser ignorados nem contidos.

 

———— Foi uma ótima partida! ———— Começou o professor Takeda, batendo palmas e chamando a atenção dos jogadores dos dois times, para, como sempre, parabenizar ambos pela bela partida. ———— É notável a evolução da Karasuno desde três meses atrás. Acredito que muitas coisas possam ser melhoradas com esforço, suor e vontade. E vocês provaram meu ponto. Essa escola verá uma nova geração de corvos. E eles verão nas nacionais!

 

Os urros e gargalhadas foram de todos. Até mesmo dos mais velhos convidados à quadra. Nem mesmo o som dos trovões cortando o céu do lado de fora poderia ser mais alto.

 

———— Neste final de semana, iremos para Tóquio. Um amistoso contra as escolas que confraternizam com Nekoma, outra vez. Aprenderemos mais, devoraremos tudo que pudermos para crescer, e derrotaremos qualquer time que se colocar no nosso caminho!

 

———— Falando desse jeito me deixa cheio de arrepios, Take-chan! ———— Avisou o número cinco da Karasuno, tendo suas costas retaliadas por tapas animados do líbero. Abraçando o próprio corpo e fingindo um arrepio mais forte, Tanaka riu, soltando fumaça pelo nariz.

 

Rostos iluminados por raios espelhavam apenas euforia e pura empolgação.

 

———— Isso é ótimo! ———— Começou o treinador Ukai, sorrindo orgulhoso ao notar o desenvolvimento daquelas crianças desde que começara como treinador. ———— Iremos subir mais, mais, mais e mais ainda. Almejando sempre-

 

———— O topo! ———— Gritaram todos ao mesmo tempo, surpreendo os mais velhos e os dois superiores, que se entreolharam e riram, concordando.

 

Em pouco tempo, todos já sabiam suas funções. Ukai se despediu, junto do professor, e deixou os adolescentes encarregados da limpeza e de guardar as coisas. Ainda era pela tarde, mas o tempo fechado o obrigava a se recolher mais cedo. Junto dos amigos, podia se ouvir planos para uma noite de saideira naquela sexta, dali dois dias, e uma tentativa do professor de comparecer, mas como teriam que viajar cedo no outro dia, não tinha tanta certeza.

 

Ficariam até o final da outra semana em Tóquio, e esperavam que desta vez as punições não fossem tomada apenas por eles.

 

As duas encarregadas deixaram o ginásio logo depois de trocarem de roupa e guardarem algumas das coisas, enquanto os jovens secavam a quadra e guardavam seus materiais. Acenando com sorrisos satisfeitos, se foram junto dos alunos do segundo ano, com exceção de Tanaka e Nishinoya, que ficaram para trás, uma vez que pretendiam passar em uma lan house junto de Asahi, Daichi e Sugawara, para passarem o resto da tarde livre.

 

No vestiário, as vozes exaltadas eram ouvidas de longe. Tanaka não parecia querer vestir a própria camisa, nem se apressar para não pegar o temporal que prometia fielmente cair dali um pouco, enquanto Nishinoya discutia com Asahi sobre qual MMORPG seria melhor para jogarem com os demais.

 

Hinata estava animado com a ideia de ir para uma lan house com os senpais, mas seu bolso estava vazio naquele dia, por motivos de que sua mãe fora obrigada a sair do trabalho depois que Natsu pegara uma virose bem problemática, e não havia ninguém mais para cuidar da menor. A caçula ficara doente por quase treze dias, quando finalmente começou a dar sinais de melhora. Sua mãe já estava à procura de um emprego novo, mas acha-lo é que seria o verdadeiro obstáculo, e ele temia ter que procurar por um emprego de meio período que aceitasse menores de idade, e ter que parar com seus treinos e idas até o velho treinador Ukai. Por isso, apenas ajeitava suas coisas e tentava aproveitar a animação dos mais velhos antes que eles partissem.

 

Tsukishima e Yamaguchi já prontos para ir, apenas acenaram em despedida, calmamente deixando o vestiário com seus guarda-chuvas embaixo dos braços, e um sorriso resplandecente no rosto do de sardas, depois de conseguir sair-se perfeito em todos os saques balão, e ainda por cima, enganar seu treinador três vezes seguidas, garantindo a vitória do primeiro set.

 

———— Não se demorem aí, ouviram? Kageyama, Hinata! ———— A voz do grisalho chamou a atenção dos dois que, ocupados em arrumarem suas mochilas, não ouviram a primeira sentença.

 

———— Sim? ———— O ruivo inclinou a cabeça, vendo seu senpai dar passagem a um Nishinoya empoleirado nas costas de Tanaka, a rirem sobre algo com as bochechas vermelhas e olhos brilhantes. Provavelmente falando sobre Kiyoko.

 

———— O tempo está feio ———— E como se reforçasse a ideia, um vento gélido e intimidante entrou pela porta aberta, erguendo roupas, bagunçando cabelos, e derrubando coisas. Tanaka e Nishinoya gritaram em protesto do lado de fora, mas riram alto em seguida. Sugawara sorriu ao ver a face de Hinata empalidecer, que sabia, uma vez que morava a quarenta e cinco minutos dali, que mesmo indo rápido com sua bicicleta, pegar o temporal, seria inevitável. ————, não demorem, se não quiserem um resfriado durante os amistosos. ———— Riu de forma carinhosa, e acenou, sendo retribuído pelos dois instantaneamente.

 

Hinata ainda ficou estancado, fitando sua mochila com morbidez, quando então enfiou o resto de suas coisas em tempo recorde, e se ergueu.

 

———— Eu vou indo na frente, Kageyama! ———— O moreno assentiu calmamente, ajeitando suas coisas da melhor forma possível para que não ficassem bagunçadas. Aquele perfeccionismo irritava Hinata, ás vezes. ———— Você tem um guarda-chuva?

 

———— Não.

 

———— Então por que está enrolando tanto? ———— O levantador o mirou com irritação.

 

———— Está me esperando para ir junto, por acaso?

 

———— Claro que não! ———— Kageyama fez um sinal brusco para a porta.

 

———— Então vá logo e pare de me encher o saco! ———— Hinata ainda ficou encarando-o com leve irritação, antes de começar a resmungar baixo sobre a grosseria intrínseca do colega, e ir em direção à porta.

 

Fechou-a atrás de si com um baque alto, para deixar claro que não havia gostado do tratamento já comum de Kageyama Tobio.

 

O gênio da Karasuno, pelo contrário, não pareceu abalado com a explosão do menor. Talvez por saber que no outro dia os dois estariam conversando normalmente. E também por, no fundo, saber que independente da forma com que tratasse o ruivo, ele nunca se magoaria de verdade. Ficaria bravo, sim, brigariam e discutiriam, sem dúvida nenhuma; mas sempre voltariam à mesmice.

 

E gostava de saber disso.

 

Nada seria sério. E talvez fosse esse motivo que o fazia agir ao seu “natural” na frente dos membros da Karasuno, e daquela forma rude com Hinata. Sabia que eles já estavam habituados a seu grosso modo, e não se importavam. Era bom... Poder ser ele mesmo.

 

 

Sem perceber, sorria sozinho.

 

O som das gostas pesadas de chuva o fizeram erguer a cabeça da mochila, e mirar a persiana aberta, no alto. Ao ver a chuva atingir tudo com rapidez e quase força descontrolada, seu estômago se embrulhou.

 

Ergueu-se lentamente, caminhando até a porta e a abrindo. Quando o fez, o vento gélido o chicoteou com pequenas gotas de chuva, quase parecendo apenas neblina cedo pela manhã. Como quando, ás vezes, chegava molhado na escola mesmo sem chuva alguma.

Não faria estardalhaço sobre o tempo. Mesmo que, vendo aquela chuva, sabia que não deveria se arriscar em sair nela. Teria que ficar no vestiário. Uma pena, queria poder terminar o jogo que comprara há duas semanas, e só conseguia jogar por pouco tempo, já que esteve ocupado com os treinos do clube e as provas.

 

Agachou-se, apoiando o braço esquerdo na porta, e olhando o tempo. O vento era tão forte que as gotas de chuva voavam de um lado para outro, parecendo pó no pátio da escola. Era bonito de se ver, de alguma forma. Quando voavam em direção aos vestiários, as mínimas gotas respingavam nele. Geladas.

 

Não era ruim, o fazia sentir-se leve, mas também, frio.

 

Não soube quanto tempo ficara parado ali, apenas notando que fora muito, quando ouviu sons apressados nas escadas de metal. Ao girar o rosto, viu Hinata surgir no final do corredor completamente encharcado e de bochechas vermelhas. Não pareceu tê-lo notado de imediato, ocupado em tirar a mochila segura abaixo do casaco e dos braços, na barriga, e deixa-la cair, para depois tirar o blazer da escola.

 

Um som molhado(?) fez a peça ao cair contra o chão. “Completamente encharcado”, reforçou a ideia, bufando em um riso seco. E então Hinata o viu. Fora estranho como ambos os pares de olhos se arregalaram ao terem o contato visual compartilhado. Como se fossem estranhos se encontrando no lugar mais inusitado do mundo.

 

———— Você não foi embora? ———— Ele perguntou o óbvio. Kageyama se pôs de pé, negando.

 

———— Por que voltou? ———— Hinata pareceu se tocar de seu estado ao ouvir a pergunta do maior, e logo tremeu quando outra vez as gotas bateram contra a parede do prédio, e respingaram neles. Juntou suas coisas e se apressou para perto do colega, tendo passagem liberada.

 

———— Eu peguei a chuva no meio do caminho. ———— Jogou as coisas num canto, tirando a camisa ensopada em seguida, e depois bagunçando os cabelos. ———— P-Percebi que estava mais perto da escola do que de casa, e que se continuasse na chuva, poderia ficar muito doente, ou pior. ———— Virou-se para Kageyama. Os lábios trêmulos e os braços a apertarem o próprio corpo na tentativa de passar algum calor. ———— P-P-Por isso resolvi voltar.

 

O levantador concordou, olhando para sua mochila e se aproximando. Puxou-a e vasculhou algo dentro, agachando-se diante dela. Quando encontrou uma de suas regatas, a qual nunca havia usado, por não gostar da forma como seus braços ficavam com ela, ergueu-a e tocou no rosto de Hinata.

 

O ruivo agarrou a peça e depois o mirou com curiosidade. Água pingando dos fios molhados e colados ao rosto. Grunhiu, puxando uma toalha e tocando-a também.

 

———— Essa sua cara está me enojando. ———— Hinata sentiu uma veia estourar em sua testa. Quis muito retrucar, mas quando seu corpo se arrepiou inteiro, apenas fechou a boca e secou os cabelos, depois o tronco, vestindo a regata.

 

Com sorte, poderia vestir o calção do uniforme oficial do time, já que as outras peças estavam suadas e ele sem vontade alguma de vesti-las. Quando tirou o calção da mochila, olhou para o seu próprio calção encharcado, e depois para Kageyama. O moreno franziu o cenho para ele, vendo o menor se empertigar de forma defensiva.

 

———— O que foi?

 

———— Vira! ———— O levantador não escondeu sua confusão, soltando um longo “hã?” que fez Hinata revirar os olhos. ———— Eu vou tirar o calção.

 

———— Eu já vi você de cueca, imbecil! ———— Ralhou alto, com uma veia pulsando em seu pescoço. Hinata teve a mesma reação.

 

———— Mas eu vou tirar a cueca molhada, Bakageyama! ———— O levantador gênio tentou não saltar no colega encharcado e com propensão de pegar um resfriado, e mata-lo asfixiado.

 

Tentou se convencer de que precisava dele para vencer as Nacionais e os futuros jogos que participariam. Não poderia vencer Oikawa Tooru e Ushijima Wakatoshi outra vez, sem aquele número 10.

 

Infelizmente.

 

Com uma expressão digna de fazer pessoas se virarem e correrem, Kageyama deu as costas para Hinata, caminhando até a porta e a fechando atrás de si. Apoiou-se nela, para evitar se molhar, e amaldiçoou aquele ruivo imbecil. Se ficasse gripado também, o mataria lentamente. Quando melhorasse da futura gripe imaginária.

 

Hinata tirou as duas peças encharcadas e vestiu o calção logo. Não era a primeira vez que ficava sem cueca por baixo, mas era a primeira vez que o pensamento o deixava desconfortável.

 

Avisou Kageyama que podia entrar, enquanto guardava as peças molhadas dentro da mochila.

 

———— Acho que vamos ficar aqui por um bom tempo. ———— Ouviu o outro falar, olhando para a fresta da porta, onde apoiara algumas caixas para mantê-la apenas daquela forma.

 

O levantador se sentou próximo da única entrada. Ainda era pela tarde, mas o tempo fechado fazia com que a sala ficasse muito mais escura e fria do que o normal.

 

———— Não tem problema. ———— Sorriu, aproximando-se de Kageyama e sentando-se na parede ao lado, apoiado à estante. ———— Ne, ne Kageyama-kun?

 

———— Hum?

 

———— Você está ansioso para esse amistoso no final de semana? ———— O moreno ergueu as pernas, apoiando os braços sobre elas. Não olhou para Hinata, parecendo pensar sobre a resposta, quando ela era mais do que óbvia.

 

———— Não! Já fomos para Tóquio duas vezes, por que deveria? ———— Hinata se remexeu inquieto, franzindo o cenho e movendo as pernas em forma de lótus.

 

———— Mas agora estamos mais fortes! Isso não te deixa com uma sensação doída na boca do estômago? ———— Kageyama suspirou, olhando os próprios braços com escrutínio.

 

———— Sim, deixa!

 

———— Então? ———— Quando os azuis se chocaram com os castanhos, Hinata sentiu-se com vontade de se encolher, mas ficara firme.

 

———— Só por que estamos mais fortes, não quer dizer que eles estão mais fracos. ———— O ruivo tombou a cabeça, sem entender o que o levantador quis dizer, ouvindo um alto e longo suspiro vindo do outro. ———— Acha que eles ficaram parados durante essas semanas desde que os vimos da última vez? Nekoma. Fukurodani. Shinzen. Ubugawa. Todos eles deram duro, e estarão em um nível diferente quando formos. Assim como nós. Ainda mais depois daquele jogo da Nekoma contra a Nohebi.

 

O silêncio pairou, e Hinata baixou o olhar. Kageyama ficou encarando-o, vendo que havia desmotivado o colega, desviou o olhar para o pátio e o vendaval lá fora. Fora cruel, talvez, mas necessário. Hinata não podia viver nas nuvens o resto da vida. Ele tinha que ter menção de que estavam sim, mais fortes, mas não eram os únicos que levavam o voleibol a sério e almejavam a Nacional.

 

Quando sentiu sua nuca pinicar de forma dolorosa, seu corpo gritou em instinto. Algo o ameaçava? Ao girar o rosto alarmado para o ruivo, seu rosto empalideceu e qualquer pensamento coerente escapou de sua mente. Aquele sorriso a rasgar o rosto de Hinata, era ameaçador e surpreendentemente intimidante. Seu corpo inteiro se arrepiou ao ver as pupilas estreitas, e aquela sombra determinada pairar abaixo dos olhos dele.

 

Era aquele Hinata.

 

Aquele que aparecia nos momentos decisivos de uma partida. Aquele que aparecia quando mencionavam uma derrota. Aquele que apareceu no primeiro encontro com Ushijima Wakatoshi.

 

O Hinata que o deixava tenso e arrepiado dos pés à cabeça.

 

———— Isso é mais interessante ainda, não é? ———— Quando aqueles olhos felinos caíram sobre si, a única coisa que Kageyama pôde fazer, foi evitar se afastar como seu corpo inteiro gritou para fazer. Sua mente reconhecia Hinata, mas também o julgava uma ameaça.

 

 

———— É... É... ———— Respirou fundo, desviando os olhos para fora em seguida.

 

Os raios cortando os céus iluminavam o vestiário. Pingos de água batiam leves contra o braço de Kageyama, e o vento friorento o arrepiava com menos intensidade que aquela personalidade confusa de Hinata. Um espirro vindo do menor chamou sua atenção.

 

Ao girar o rosto para ele, viu-o encolhido, abraçando os próprios joelhos. Por ter molhado o casaco do clube, não podia vesti-lo. Trincando o maxilar num alto estalo, que fez Hinata erguer a cabeça e mirá-lo — já acostumado a reagir àquelas expressões de Kageyama de modo defensivo, como se de alguma forma, o outro fosse bater nele —, vendo o moreno apenas encostar a porta, e em seguida tirar o casaco.

 

———— Vista! ———— Resmungou, olhando-o daquela forma intimidante que fazia o ruivo desejar estar bem longe do outro. ———— Anda logo, antes que me arrependa. Se você pegar um resfriado antes dos amistosos, vou te matar!

 

Hinata fechou a cara, puxando o casaco e vestindo-o.

 

———— Você deveria dizer que ia cuidar de mim, Kageyama-kun... ———— Brincou com um bico, vendo uma veia saltar na testa do colega.

 

———— Minha bunda! ———— O outro riu baixo, juntando os recuos, e o fechando até a altura do peito, para em seguida deixar as mangas cobrirem suas mãos e voltar a se abraçar, repousando o rosto sobre os joelhos.

 

———— Urgh... Que merda... Eu queria tanto ter ido treinar mais um pouco no Treinador Ukai... Que saco... Que saco...

 

———— Você pretendia ir lá, e nem me convidou? ———— Kageyama pareceu realmente alarmado, quase traído. Todos sabiam de sua adoração pelo treinador já aposentado. Hinata ter cogitado voltar ao lugar sem requerer sua presença, era quase como... Recusar passar cola na prova.

 

O ruivo não ergueu a cabeça, formando um bico com os lábios.

 

———— Eu sabia que você negaria, afinal... O Treinador Ukai me disse que você vem pegando a chave do ginásio no final dos treinos, e fica aqui sozinho treinando... E você também não me convida pra isso. ———— Olhou-o, agora enfezado.

 

———— Eu já disse que não preciso de você para treinar!

 

———— Pois eu também não! Quero melhorar minhas outras habilidades, como você vive dizendo para eu fazer! ———— Kageyama se calou por breves segundos, suavizando a expressão para uma mais confusa.

 

———— Então por que está reclamando do fato de que eu treino sozinho?

 

———— Por que mesmo que eu confie em você cegamente, ainda seria bom treinar a sincronia. ———— Desviou o olhar, falando baixo. ———— Não quero que você se esforce para me ajudar, e na hora do jogo, eu acabe errando um dos seus passes perfeitos.

 

Aquilo atingiu Kageyama de várias formas diferentes. Ficou sem reação, petrificado. Realmente tinha problemas em lidar com os elogios diretos e francos de Hinata. Estava tão acostumado a xingá-lo e desmotiva-lo, que agradecer parecia absurdo e fora do normal.

 

———— C-C-Cala boca, Hinata idiota!

 

———— O que eu fiz? ———— Ralhou alarmado e confuso, vendo o outro virar o rosto irritado.

 

Hinata apenas se permitiu franzir o cenho de forma irritada e confusa, desistindo de tentar entender aquele cara. Ele estava em um nível completamente diferente. De imbecilidade. Impossível de se lidar, impossível de se compreender.

 

———— Você é nojento! ———— A fala pronunciada de forma baixa, foi ainda bem ouvida pelo menor, que arregalando os olhos em incredulidade mesclada a irritação, virou-se para o maior.

 

———— Como é que é, maldito? Eu te elogio e é assim que me retribui seu merda? ———— Kageyama lhe firmou a mão em volta da gola da camisa, puxando-o para perto. Os olhos raivosos cintilando em uma ira branda.

 

———— Você quer começar uma briga?

 

———— Pode vir bundão! ———— Não precisou de mais para que os dois começassem a rolar pelo vestiário como dois cães de rua.

 

Derrubaram coisas do armário, quando Hinata bateu com as costas nele. Esmagaram caixas quando Kageyama fora jogado sobre elas. Sujaram as próprias roupas se arrastando sobre a poeira do lugar, e apenas depois de quase 15 minutos naquilo, decidiram parar, cansados e ofegantes, tinham suor escorrendo pela testa.

 

———— Não é... Legal... Quando não... Tem ninguém... ‘Pra nos... Parar...

 

Kageyama tinha que concordar. Sempre que brigavam daquele jeito, eram separados por Daichi, Sugawara ou Tanaka em questão de um minuto.

 

———— Ah, olha, Kageyama... ———— Olhou o ruivo esparramado ao seu lado, vendo-o se debruçar sobre os braços e mirar a porta escancarada pelo vento, provavelmente. ———— Parou de chover! ———— Olhou para a porta virando a cabeça de forma desconfortável. Quando notou que estava vendo tudo de cabeça para baixo, girou o corpo e bateu-o quase contra o de Hinata. Olhou-o rapidamente. ———— Agora podemos ir para casa. — Ele sorriu, girando o rosto para si.

 

Não calcularam a distância direito, e quando Hinata moveu-se daquela forma, constataram que estavam mais perto do que o necessário.

 

Kageyama quis afastá-lo, mas alguma coisa nos olhos castanhos, o impediu de se mover rapidamente. O brilho do sol que escapava pelas nuvens carregadas, e entrava pela porta, refletia nos olhos do ruivo um tipo de chama incandescente e avassaladora. Os fios pareciam brilhar de uma cor sobre-humana que ele não conseguia classificar. O rosto pálido e liso, os fios caídos e bagunçados... Deixavam Hinata com a aparência de... De alguém que não pertencia àquele mundo.

 

Era irritante.

 

Espalmou a mão no rosto dele, empurrando-o contra o chão.

 

———— Você me irrita!

 

———— Urgh!!


Notas Finais


Bem, era isso kkk Espero que tenham gostado, e me digam suas opiniões.

Até a próxima ^^


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