História You Could Be Mine - Capítulo 4

. . .

Capítulo 04

Você Poderia Ser... Mais Cuidadoso

Ͼ-Ͽ

“Não se atrevam a olhar para o chão! No vôlei... Sempre se olha para o alto!!” —— Ukai Keishin; Ep 08, 3ª Temp

. . .

Shinzen HighSchool

07:13

——

—— Ei!! Hinata! Kageyama! Já está na hora, acorda para o café da manhã!

O ruivo podia ouvir bem a voz de Sugawara o despertando, mas seu corpo estava tão dolorido e seus olhos tão pesados, que ele mal conseguiu resmungar “mais cinco minutos”.

—— Anda Hinata, não faça o Daichi vir aqui! Você sabe o que ele vai fazer para te acordar. —— Não precisou de muito mais e logo o ruivo estava sentado sobre o futon, igualmente Kageyama que dormia ao seu lado, e havia escutado apenas a parte da ameaça na conversa.

Sugawara riu da feição amassada e de olhos fechados de ambos, divertindo-se com a visão de cabelos bagunçados e camisas tortas que ambos ostentavam. Tirou o celular do bolso e antes que ambos estivessem despertos demais para se moverem, tirou uma foto, logo lhe dando as costas.

—— Você tirou uma foto nossa, Sugawara-san? —— Kageyama indagou calmamente, girando o rosto ainda de olhos fechados.

O mais velho apenas riu e piscou em seguida, fazendo o levantador abrir os olhos e mirar aquela expressão travessa na face do parceiro de time. Sabia que era inútil negar, uma vez que seu celular imitava o barulho de uma câmera ao tirar fotos.

—— Você tirou!! —— Hinata se assustou com o grito repentino ao seu lado, enquanto Sugawara aproveitava a brecha e saía correndo.

—— Vou fazer um grupo de bate-papo com os membros do clube e colocar a foto como capa!

—— Sugawara-san!! —— Kageyama se colocou de pé, pretendendo ir atrás do mais velho, quando tropeçara nas cobertas e lençóis e caíra sobre as pernas de Hinata.

O ruivo ainda estava tão sonolento que nem processava que tinha um garoto enorme caído sobre suas pernas. Piscou algumas vezes, olhando para Kageyama.

—— O que está fazendo, Sabishīyama? —— O levantador sentiu uma veia estourar em sua testa, enquanto se endireitava e espalmava a mão no rosto de Hinata, prensando-o contra o futon.

—— Quem é solitário, seu imbecil?

—— Urgh!!! Kageyama!! —— O atacante esperneou, afastando o outro de si com dificuldade.

Hinata tinha o rosto vermelho e lágrimas nos olhos.

—— Já é a segunda vez que você tenta me matar, filho da-

—— E terá muitas outras, imbecil!!

—— Hinata! Kageyama!

Quando Daichi irrompeu da porta, ambos pularam no lugar.

—— Vocês estão brigando ao invés de descerem para o café da manhã? —— O sorriso que ele dera fora de arrepiar a alma, deixando ambos os primeiranistas suados em nervosismo.

—— N-Não, já está-estávamos descendo, Daichi-san!

—— N-Não se preocupe com is-isso, pai- quero dizer, Daichi-san!!

O mais velho cruzou os braços sobre o peito, vendo ambos se erguerem em um pulo e começarem a trocar de roupa.

Suspirou.

No final ele era como um pai mesmo.

Ͼ-Ͽ

07:20

——

Hinata caminhou pelas mesas com sua bandeja nas mãos, até parar próximo de onde Kenma e Lev estavam sentados, o loiro jogando em seu PSP e deixando seu café da manhã intocado, enquanto o outro parecia apressado em terminar seu desjejum.

—— Ei, Kenma... Como está seu celular?

O levantador dos gatos o olhou logo em seguida, baixando o PSP e tirando o outro aparelho do bolso, mostrando para o ruivo. Lev acenou, falando algo com a boca cheia que Hinata prontamente respondeu sem problema nenhum, deixando Kageyama que estava logo atrás do ruivo se perguntando como eles estavam se comunicando sem problema nenhum.

—— Só arranhou a ponta. Nada demais. —— O ruivo sorriu.

—— Oh, que bom! Pensei que tinha quebrado!

—— Mfhpghushu!

Os dois levantadores dos times rivais franziram o cenho para o Haiba, enquanto Hinata ria, concordando.

—— Verdade, verdade! Aquele tapa foi tão forte que pensei que ia quebrar as mãos do Kenma.

—— Ei, eu não sou tão delicado. E Lev, fale depois engolir sua comida... É nojento.

—— Mphugsf!!! Phgumf ksmhguj snshdrpuhg...

O outro fechou a cara, ficando irritado quando um pouco de comida voou sobre a mesa. Por que aquele maldito gigante não conseguia entender o que ele quis dizer com o “fale depois de engolir sua comida”?

—— Por que você acha que eu entendo essa língua maluca?

—— Haha... Ele disse que você trata seu celular como se ele fosse vivo, e que pensou que você ia morrer se caso ele quebrasse.

Kageyama bocejou, pronto para se afastar daquela conversa estranha e comer logo, quando alguém parou próximo, alertando-o e quase deixando sua bandeja cair.

—— Oya! Deixou seu celular cair, Kenma? —— Quando Kuroo de repente irrompeu ao lado de Hinata, os três mais novos se arrepiaram, parecendo alarmados ao fitarem o moreno. Lev engoliu sua comida de vez pelo susto, engasgando-se e recebendo um copo de suco de Kageyama.

O Tetsurou riu de canto, como se estivesse satisfeito com o alarde que causara nos jovens; equilibrando a bandeja em uma mão e a outra apoiando na cintura.

—— Você é sempre tão cuidadoso com essas coisas... O que deu?

—— N-Nada, Kuroo.

—— Como nada?

—— Bom dia! —— Daichi se aproximou, e Hinata sentiu suor escorrer por sua testa. Kageyama já tinha suas costas suando.

Se os Capitães descobrissem sobre a quase briga da tarde anterior, eles sem dúvida seriam punidos. Não sabia quão cruel Kuroo podia ser — mesmo que ele fizesse umas expressões assustadoras para Lev, ás vezes —, mas sabia o quanto Daichi podia ser. E isso os aterrorizava o suficiente.

—— Aconteceu alguma coisa?

O Sawamura apenas estranhou aquele grupinho que se formava junto de seus filhotes, e como tinha aquele instinto que o dizia que alguma coisa estava sempre errada quando Hinata e Kageyama estavam envolvidos em um grupo daqueles, resolveu intervir.

“Por que Daichi-san tem que ser tão bom detectando problemas?” Hinata praguejou internamente, começando a tremer.

—— N-Nada, não! Só jogando conversa fora, Daichi-san...

—— Eu ouvi falarem de celular quebrado. —— Kuroo mencionou, recebendo olhos irritados sobre si.

—— Oh... Como isso foi acontecer?

—— Hey! Hey! Heeey! Meu discípulo! —— De repente Bokuto irrompeu de algum lugar ao lado de Hinata e envolveu seu ombro, quase o jogando contra Kuroo que estava no lado oposto. —— Vamos jogar um 3 contra 3 de novo essa tarde, antes de voltarem 'pra Miyagi!

—— OOOOHHH... WOAAAHH... EU TOPO! —— Todo o medo de que Daichi descobrisse sobre a confusão se dispersou tão rápido do ruivo, que Kenma segurou a vontade de rolar os olhos.

—— WOOAHHH... ISSO AÍ! —— Bateram um high five com apenas uma mão.

—— VOU PEGAR SUAS CRUZADAS, BOKUTO-SAN!! SE PREPARE!

—— HAHA QUERO VER ESSA, HINATA! —— E começaram a gargalhar alto, irritando Daichi e Kageyama.

—— PAREM DE GRITAR AQUI DENTRO, BANDO DE BARULHENTOS! —— Ukai gritou do outro lado da cafeteria, enfezado.

Os dois se assustaram, olhando sobre os ombros.

—— Oyyysu*...

ϾϿ

08:12

——

—— Bola de graça! —— Nishinoya gritou próximo, recebendo a bola com calma e a erguendo perfeitamente para Kageyama.

O levantador se posicionou abaixo dela e todos correram para rebatê-la. Hinata saltou, mas ela não atingira sua mão, fora para Ennoshita, que substituía Daichi naquela partida para que se acostumasse com jogos pesados e contra potências como Fukurodani.

Komi recebeu sem problema nenhum do outro lado, jogando-a para o alto.

—— Minha! —— Akaashi gritou, correndo até a bola.

E então tudo ficou em câmera lenta para Hinata.

Pôde ver quando os olhos do Ás e do levantador se conectaram, rápidos e cheios de uma mensagem não verbalizada. Sentiu sua garganta seca, vendo o moreno se preparar para receber a bola.

Hinata assistiu conforme Bokuto corria um pouco para a esquerda e então avançava em direção da rede. Tanaka, Tsukishima e Kageyama estavam na frente durante aquela rotação, mas ele sabia que Bokuto passaria por eles com aquelas cortadas em um ângulo complicado, sem problema nenhum.

Respirou fundo, de repente deixando os sons ao redor de si diminuírem pouco a pouco, conforme sua respiração estabilizava. Ouvia apenas o ar que saía e entrava por seus pulmões como uma música de ninar.

Quando Bokuto deixou o chão, Hinata já estava próximo da rede. Não havia notado quando começara a correr. Nem quando tudo pareceu ficar mais devagar para seus olhos.

Nishinoya e Daichi sentiram um arrepio de repente, e seus olhos se distanciaram da bola que era lançada para Bokuto, e focaram nas costas de Hinata. Havia uma aura escura ao redor dele, irradiando algo que não conseguiam decifrar, mas que era assustador o suficiente para deixa-los sem fala.

Bokuto também notou, mas apenas quando sua mão tocou a bola e seu braço girou, sabendo que era tarde demais. Fisgou aqueles olhos afilados e assustadores do ruivo, e seu corpo tremeu, vendo como ele rapidamente se agachou, juntou as mãos em frente ao corpo e recebeu a bola com facilidade, erguendo-a para o alto. Quase caindo para trás pelo impacto violento.

—— Woaahhh... Hinata!! —— Os corvos de fora da quadra gritaram, arrepiados e chocados viam a bola subir e subir mais.

—— Ele recebeu aquilo?

—— O nanico que é ruim em recepções?

—— Você ouviu o som que fez? Podia quebrar aqueles braços magrinhos!!

Kageyama riu de forma nervosa ao ouvir as vozes das corujas. Ele estava tão chocado quanto todos os outros — talvez mais além —, enquanto algo se revirava em seu estômago, olhando para aquele garoto irradiando uma aura digna de um Ás perigoso e problemático.

Digno de um monstro nas quadras.

E era inevitável negar.

Hinata estava evoluindo em uma rapidez assustadora.

—— Cobrem!! —— Ennoshita gritou, e prontamente, despertos do transe que fora ver a bola de Bokuto ser recebida, Tanaka correu e lançou para Kageyama.

O moreno saltou, pronto para cortar, quando conseguira uma finta, graças aos jogadores do outro lado da quadra ainda estarem pasmos demais para agirem normalmente.

—— Match-point ‘pra Karasuno!! Que incrível!

Hinata riu, seus braços latejando pela intensidade do corte, mas sendo ignorados quando Bokuto se aproximou da rede.

—— Hinata maldito!!!

—— Eu disse que ia pegá-la, Bokuto-san... —— Ergueu a mão em punho para ele. —— E prepare-se, pois vou pegar mais delas!!

O mais velho não soube como responder aquilo, olhando para seu discípulo e sentindo um fogo arder dentro de si. Era o fogo da rivalidade. Queria jogar contra Hinata, queria esmaga-lo na quadra, e queria fazer isso várias e várias vezes.

Logo o líbero e o #5 saltaram sobre o ruivo, o abraçando e o socando na barriga. Ennoshita também o abraçou, logo seguido de um Asahi sem palavras.

Kuroo, Kenma e Lev assistiam a partida do lado de fora, esperando para saber quem seriam os próximos a jogarem contra eles, uma vez que a partida contra Shinzen terminara rápido demais. O outro time estava sem dois jogadores, por isso se tornaram um alvo fácil para os gatos.

—— Parece que o Chibi-chan está se superando de novo... Ele não cansa não?

Kenma não conseguia nem falar, sentindo seu sangue ferver pela próxima partida contra Hinata. Lev mal se aguentava no lugar, e isso era tão óbvio pelos murmúrios constantes de “Acaba logo! Acaba logo! Acaba logo!” que ele soltava sem parar ao seu lado.

Ele queria enfrentar Hinata. E por mais incrível que parecesse, Kenma conseguia entender tão bem que doía.

—— Shouyou...

Aquele set fora dos corvos, mas as corujas tinham mais dois sets para virarem o jogo. No segundo round Bokuto se sentia mais confiante para fazer suas jogadas, mesmo que tivesse sido alertado que Hinata tentaria pegar todas. O líbero se mostrara bom com suas paralelas, uma vez que já haviam usado a tática de ampliar o bloqueio e permitir que o líbero tivesse visão livre para receber os ataques de Ushijima, e acharam uma boa ideia usá-la com Bokuto também.

Mas seus cruzados eram constantemente recepcionados unicamente por Hinata. Quando ele não conseguia erguê-los, era por pouco que não o fazia.

Era irritante. Mas o deixava animado e excitado por aquela partida.

Daichi sentia-se perplexo e orgulhoso ao ver como o filhote corvo tinha evoluído depois que invadira o treinamento na Shiratorizawa. Ele realmente não subestimara seu trabalho como gandula, e mostrava ser capaz de receber com mais experiência que no início. Ainda tinha 50% de acertos para 50% de erros, mas sabia que com aquele garoto, era só questão de tempo.

Pouco tempo mesmo.

O set terminara com as corujas vencendo, isso por que pouco Hinata fora usado para atacar. Ukai vira algo naquelas recepções do primeiranista e pedira que o ruivo ficasse mais para trás, aproveitando para pegar qualquer bola que pudesse. O final acabara com a vitória da Fukurodani, mas o time não sentia aquilo como uma vitória.

Sabiam que se enfrentassem a Karasuno nas Nacionais, as coisas seriam complicadas.

—— Itteee na!! Meus braços doem 'pra caramba! —— Hinata ergueu-os, mostrando a vermelhidão que se encontravam.

—— Hinata, imbecil! Se estava doendo por que continuou?

—— Mas o koji disse para eu trabalhar na recepção... —— Fez bico, sentindo os membros latejarem.

—— Você trabalhou bem, Hinata! —— Daichi o elogiou, bagunçando seu cabelo. O ruivo riu de orelha a orelha, radiante.

—— Ouviu isso, Kageyama-kun? —— Kageyama fez careta.

“Ele muda de humor muito rápido... Decida se você está com dor ou está alegre, imbecil!”

—— Aquilo foi animal, Shouyou! —— Nishinoya passou a pular e gesticular, logo sendo acompanhado por Tanaka e Yamaguchi.

—— Nem acreditei que estava conseguindo pegar aquelas cruzadas, Hinata! Seu senpai está orgulhoso!

—— Valeu!

—— Você estava incrível, Hinata!

—— Haha... —— Coçou a nuca, ficando sem jeito. —— Não é ‘pra tanto, Yamaguchi...

—— Para alguma coisa a baixa estatura deveria servir. —— A voz de Tsukishima reverberou, quebrando o encanto que o ruivo sentia.

—— Como é que é, Tsukishima maldito? Vou arrebentar sua cara! Droga... Destruiu todo meu entusiasmo.

—— Se você alcançasse meu rosto eu até tentaria ficar preocupado! Pfff...

—— TSU.KI.SHI.MAAAA!!!

O sorriso de canto do outro o emputeceu, obrigando Tanaka a segurá-lo antes que saltasse sobre o loiro, realmente.

—— Ei, agora já chega! —— Sugawara se aproximou, afastando Hinata dos energéticos e contendo-o com gentileza. —— Vamos aproveitar essa pausa para tratar seus braços. Eles estão vermelhos e aposto que febris... —— O ruivo corou, sentindo como se estivesse sendo repreendido mesmo que o levantador sorrisse. —— Melhor ir para a enfermaria e colocar algo gelado em cima.

—— Mas-

—— Não retruque, Hinata! —— Ukai cortou, sério. —— Você tem o costume de exagerar quando está aprendendo algo novo. Vá com ele, Kageyama, e se certifique de que ele tratou os braços direito.

E o corpo do pequeno corvo se sobressaltou, girando o rosto para o levantador.

—— Entendido! —— Quando Kageyama largou sua garrafa e toalha no chão, o ruivo tremeu, vendo-o marchar até si como se estivesse pronto para leva-lo amarrado. Ou pronto para ir para a guerra. A expressão era a mesma.

—— Es-Espera aí, Kageyama-kun!? —— E o levantador o agarrou pela gola da camisa, o arrastando consigo enquanto ignorava seus pedidos para que ele parasse, durante todo o percurso.

—— Senta aí, imbecil! —— O empurrou contra uma cama vazia, ouvindo os xingamentos baixos e não se deixando abalar. —— Se não queria que isso acontecesse deveria ter maneirado.

—— Olha quem ‘tá falando! Não é você que também exagera nessas situações? —— O levantador olhou-o ameaçadoramente enquanto se afastava, procurando por algo frio para colocar sobre a pele do outro.

—— É diferente!

—— Diferente como? Eu tenho que praticar para me acostumar... —— Assistiu enquanto o levantador procurava algo, indo em direção ao que parecia um frigobar pequeno e abrindo-o. Pôde ver vários pacotes brancos de algo, dois deles pegos por Kageyama.

O moreno se aproximou de novo, puxando o braço direito primeiro e apoiando ali o pacote gelado. Hinata grunhiu, fazendo careta, e logo em seguida teve o outro braço puxado.

—— É bom que você esteja aprendendo algo útil, ‘pra variar... —— Hinata fez careta, olhando-o com raiva. —— Mas pense um pouco. Se você se machucar, ganhar uma lesão, pode ficar fora da quadra por um bom tempo. E como as nacionais estão logo aí, você gostaria de ficar de fora?

—— Claro que não! —— Kageyama fez força com o pacote contra seus braços, vendo-o resmungar de dor, se remexendo.

—— Então pega leve, por enquanto, imbecil! Eu não deveria precisar dizer isso se você fosse mais esperto!

Hinata não disse nada, preferindo por se calar antes que dissesse que pretendia jogar 3 contra 3 junto de Bokuto e os outros, mais tarde.

ϾϿ

13:24

——

—— Hey! Me deixem jogar também! —— Hinata irrompeu da porta, assustando Bokuto que ia receber o passe de Akaashi, e fazendo-o errar o momento de pegar a bola, acertando sua própria cabeça.

—— Ouch!

—— Oh, Chibi-chan! Achei que ia ficar descansando! —— Kuroo sorriu, com as mãos na cintura.

—— Com Hinata aqui agora posso jogar! —— Lev se colocou de pé do outro lado da quadra, olhando para o ruivo que se colocava entre Bokuto e Akaashi.

—— Você não deveria se exceder, Hinata! —— Olhou para o levantador, sorrindo e abanando a mão.

—— Sem problemas. Meus braços estão bons agora! —— Mostrou-os, logo sendo envolvido pelos braços de Bokuto.

—— Meu discípulo é sedento por mais. ASSIM QUE EU GOSTO!! —— E gargalhou alto, recebendo olhos estreitos dos demais.

—— Tudo bem, vamos 3 contra 3! —— Kuroo concordou, divertido.

O jogo fora zerado e dividido como sempre. Hinata prometeu conseguir passar pelos outros três, enquanto Tsukishima apenas menosprezava sua altura outra vez.

A partida fora acirrada, naquele dia. Nenhum dos dois lados queria deixar a bola cair, e mesmo que um lado tivesse um levantador experiente e um jovem futuramente habilidoso em recepção, conseguindo assim boas cortadas; o outro era péssimo em recepções com exceção de Kuroo. Em contrapartida, os bloqueios eram inquebráveis.

Estavam praticamente empatados.

—— Hinata, é sua! —— Quando ouviu a voz de Akaashi, um sorriso brilhou em seus lábios, correndo em frente para um ataque do fundo. Bokuto assistiu com orgulho enquanto o filhote de corvo saltava para rebater a bola lançada.

Sua espinha se arrepiou ao vê-lo juntar tamanha força no braço e jogar aquela bola como se fosse um canhão. Seus olhos se arregalaram, lembrando-se vagamente dos ataques ferozes de Ushijima Wakatoshi, ou daqueles saques que vira o Capitão da Aoba Jōhsai executar com facilidade.

Os três saltaram, mas a bola bateu contra a mão de Tsukishima e seguiu em frente.

O loiro grunhiu pela mão dolorida, olhando para trás para ver a bola bater contra o chão em um som que preencheu o ginásio, e depois rebater na parede, voltando rolando para perto deles.

—— Isso!

—— Hinata!!! —— Bokuto correu para o menor, erguendo-o nos braços enquanto Akaashi também se aproximava para parabeniza-lo.

Tsukishima grunhiu, voltando sua atenção para o ruivo.

—— Meeerda! Hinata é tão incrível! —— Lev levou as mãos aos cabelos, se ajoelhando e rindo alto.

—— Realmente... Tsk!

—— Não liga, Tsukki! —— Ouviu a voz de Kuroo ao seu lado segundos antes de sentir um tapa em sua bunda.

Paralisou, arregalando os olhos.

Kuroo pareceu se tocar do que fizera, inconscientemente, e arregalara os seus também, endurecendo ali. Lev olhou para os dois quando notou que os três do outro lado da rede tinham visto aquilo também.

—— Kuroo-san... V-Você...  —— Virou-se para ele, calmamente. —— O quê?

—— O quê? —— E a troca de olhares durou longos segundos.

—— Você acabou de bater na minh-

—— Não!

—— Bateu sim! —— Sentiu suas bochechas começarem a esquentar, vendo o moreno coçar a nuca.

—— Deve ser impressão, Tsukki!

“Merda... Quem mandou ele ter uma bunda tão bonita...?! Meu braço se moveu sozinho!!”

—— Mas eu-

—— Acho que vou deixar o jogo por enquanto. Já está quase na hora de voltarmos para o outro ginásio. —— E girou nos calcanhares, deixando os demais confusos e silenciosos. Igualmente um Tsukishima corado.

—— Oooaaahhh.... —— Bokuto ergueu os braços ao alto da cabeça, sorrindo. —— Também quero tentar!! —— E seus olhos brilhantes se voltaram para a única pessoa no recinto que sentira-se tremer dos pés à cabeça. —— Akaashi!

—— Nem vem, Bokuto-san!

—— Mas Akaashi!

E o levantador se afastou, pegando suas coisas e deixando o ginásio, sem dizer mais nenhuma palavra. O Ás da Fukurodani odiava quando o outro fazia aquilo, ele não tinha consideração nenhuma por seus sentimentos.

Juntou suas coisas rapidamente, correndo atrás do colega.

—— AGAASHI!! SÓ UM TAPINHA!

—— Já disse que não!

—— BEM DE LEVE! —— Hinata olhou deles dois para Tsukishima, ainda perplexo.

Depois de uma leve troca de olhares com Lev, ambos caíram na risada, deixando Tsukishima Kei com uma aura assassina pelo resto do dia.

ϾϿ

Miyagi

19:06

——

Hinata bocejou enquanto descia do micro-ônibus, sentindo-se tão mole e cansado que não aguentaria aquela reunião. Nishinoya tivera que praticamente arrastá-lo consigo, enquanto Yamaguchi empurrava um Kageyama dormindo em pé. Não queria nem olhar para Yachi ou Tanaka, que encontravam-se em pior estado que a dupla do combo esquisito.

Levaram quase quinze minutos para se ajeitarem e darem oportunidade para Ukai e Takeda falarem. Daichi deu voz a algumas palavras também, inspirando mais ainda os jovens. Mesmo assim Hinata não acordara completamente, e podia jurar que ouvira Kageyama roncar ao seu lado em algum momento do discurso encorajador do Capitão.

Quando deixaram a quadra, quase duas horas depois de chegarem, Kageyama o acompanhou pelo caminho. Era cedo, comparado ao horário que eles normalmente deixavam a escola em dias da semana, quando ficavam até mais tarde treinando toques e passes. Em outros dias, ficariam até as 10 ou 11 ali, até que a mãe de um deles ligasse, ou decidissem por si próprios que já estava na hora de ir.

Com uma expressão de desgosto em suas faces.

—— Ei, Kageyama-kun, vamos comprar picolés! —— O moreno o olhou com olhos estreitos, ainda levemente sonolento.

—— Qual loja vai estar aberta? Sakanoshita?

—— Vamos tentar! —— Gritou empolgado, empurrando sua bicicleta com rapidez.

—— Ei, imbecil! Vai devagar, droga!

A loja estava aberta, prestes a fechar na realidade, uma vez que a atendente que substituía Ukai quando necessário, teria que sair mais cedo naquele dia. Apressaram-se em comprar picolés e alguns bolinhos de carne e darem oportunidade a garota de deixar o trabalho.

Uma péssima mistura de alimentos, mas que pareceu apropriada na hora. Deixaram a loja a passos lentos e em silêncio.

—— Ne, o que acha de irmos até o parque? Lá tem uma quadra velha, podemos jogar! —— Kageyama mal conseguia mastigar com vontade, mas seus olhos brilharam com a possibilidade de jogar mais um pouco.

—— Você não vai ter problemas chegando em casa tarde? Você mora a quase uma hora daqui.

Hinata parou de andar, olhando para o levantador com olhos arregalados e com o picolé preso nos lábios.

—— Kageyama-kun... Eu fico realmente preocupado com sua saúde mental quando você se preocupa comigo! —— O outro fechou a cara, sentindo uma veia estourar em sua testa.

—— Eu só perguntei, seu imbecil! Quem disse que estou preocupado? Você mora em uma maldita montanha!

Hinata riu, quase sendo arremessado longe, se não fosse por estar segurando a bicicleta.

Quando chegaram próximos do parque, Hinata ainda comia seu bolinho de carne com um sorriso vitorioso na face, enquanto Kageyama o mirava com ódio e uma aura psicopata ao redor.

Na realidade, era seu terceiro, por isso Kageyama o olhava com olhos furiosos e famintos ao mesmo tempo, alternando quando olhava para seu rosto e o bolinho em sua mão. Insatisfeito por ter comido apenas dois.

Sem querer, compraram cinco bolinhos e como um deles comeria um a mais, fizeram jokenpô para decidir quem seria o merecedor, e como esperado, Hinata venceu. Kageyama era simplesmente péssimo naquilo.

Prendeu sua bicicleta próxima e se encaminharam para a quadra, quando de repente Kageyama parou de andar, olhando assustado para frente. Hinata seguiu seus olhos, sentindo-se sobressaltar no lugar ao ver quem já a usava.

—— G-Grande Rei?

Logo o rosto de Oikawa Tooru se voltou para eles, surpreso, acabando por receber a bola no rosto.

—— Oh... Se não são os corvos. —— Iwaizumi se voltou para eles, levando a mão à cintura. Nem um pouco preocupado com os choramingos do outro que se contorcia sobre si próprio. —— Estão perdidos?

Se aproximaram levemente cautelosos, vendo que Oikawa começava a olhá-los de forma assustadora e intimidante, como se os mandasse embora dali. Hinata ainda estava traumatizado sobre o lance de enterrá-lo, por isso ficava levemente atrás de Kageyama, segurando a mochila do mais alto como forma de se sentir mais seguro.

—— Não. Apenas decidimos jogar aqui um pouco. —— Tentou soar normal, mas apenas a presença do Capitão da Aoba Jōhsai o deixava irritado. Era como olhar para Tsukishima.

—— M-Mas como vocês... Já-Já estão aqui podemos ir em-embora... Certo, Kageyama? —— Hinata parecia nervoso e isso era quase óbvio demais.

Oikawa prendeu a bola abaixo do braço e deu alguns passos a frente, para parar ao lado de Iwaizumi.

—— Pode relaxar, Chibi-chan, nós não mordemos... Ainda! —— O moreno o acertou com o cotovelo, vendo-o rir de leve.

—— Ele deve estar traumatizado com sua ameaça de enterrá-lo, seu cabeça de bagre...!

—— Ouch, Iwa-chan! Você está inovando nas ofensas nessas semanas! O que eu fiz? —— Choramingou. —— E eu estava brincando claro. —— Olhou para Hinata, rindo e abanando a mão. —— O máximo que eu faria seria trancá-lo no banheiro.

—— Oe!

—— Acho que concordo com Hinata. Melhor irmos. —— Kageyama começou a girar nos calcanhares, quando a voz de Oikawa reverberou pela quadra iluminada por apenas quatro postes de luz.

—— Que tal uma partida de 2 contra 2? —— Ambas as cabeças se voltaram para o outro com rapidez. Podia se ver o brilho nos olhos dos dois primeiranistas e desconfiança nos olhos de Iwaizumi.

—— Shittykawa, o que ‘tá planejando?

—— Nada, Iwa-chan! Estava pensando em misturarmos nossos times, na realidade. Temos dois levantadores, um ponta e um meio de rede que serviria como ponta sem problemas... Por que não fazer as coisas que não podemos fazer normalmente? Vai ser divertido! —— Passou a girar a bola na ponta de um dedo, vendo que tinha conseguido o que queria apenas pelo silêncio que caiu.

Kageyama coçou a nuca.

—— Eu não sei se- POR QUE DIABOS VOCÊ ESTÁ TÃO BRILHANTE, IMBECIL? DÁ PRA VER FLORES AO SEU REDOR!!! —— Hinata se assustou, pulando para longe de Kageyama com pressa quando ele tentou agarrar sua camisa.

Corou levemente, tendo a segurança de estar bem longe do outro quando fosse continuar.

—— Mas... Eu vou receber levantamentos do Grande Rei... —— Falou como se fosse óbvio, seus olhos brilhando e o sorriso enorme no rosto.

Aquilo apenas irritou mais Kageyama. O moreno tirou a mochila e estava prestes a alcançar Hinata quando ele correu para trás de Iwaizumi e Oikawa.

—— Calma aí, Tobio-chan! Tenho certeza que o Chibi-chan apenas quer testar coisas novas... Diferente de você ele não se apega a apenas uma coisa para o resto da vida e continua achando que aquilo está bom. —— Kageyama sentiu a alfinetada como se fosse uma flechada nas costas. —— É assim que o vôlei é... Ao menos pensei que fosse o da Karasuno. —— Aquele sorriso prepotente e aquele olhar de quem conseguiu o que queria... Irritavam demais.

—— Certo! —— Rosnou, surpreendendo Iwaizumi e assustando Hinata. —— Vamos ver qual dupla se adequa melhor!

E se afastou, para jogar sua mochila do outro lado e tirar o casaco.

Iwaizumi lançou um olhar que dizia claramente “se você estiver tramando alguma, eu vou matar você de porrada” para Oikawa, que apenas se sobressaltou e riu de leve, acenando; e em seguida caminhou até perto de Kageyama, começando uma conversa baixa com ele.

Oikawa se voltou para Hinata, um brilho superior nas íris castanhas, vendo-o soltar sua blusa com pressa e se afastar como se fosse ser atacado por um lobo. Lembrou-o vagamente do que Kyouken-chan fizera quando voltara para o clube. Ele estava instintivamente cauteloso ao seu redor.

—— Oya, Chibi-chan, assim me magoa!

—— Ma-Mas... —— Ainda olhava-o com cautela.

—— Vamos lá, troque de roupa e vamos planejar algumas coisas! —— Fez sinal para ele se apressar, vendo-o assentir e fazer o que era pedido, correndo para perto de si logo em seguida.

—— Como vamos decidir quem começa? —— Iwaizumi indagou do outro lado.

—— Jokenpô?

—— Uma moeda seria mais rápido, Tobio-chan! —— O outro grunhiu, fazendo careta.

Iwaizumi riu, batendo nas costas dele de leve.

—— Cara, somos o Chibi-chan e eu que começamos. —— Aproximou-se do colega, tirando uma moeda do bolso e a jogando para o alto, prendeu-a no pulso, mostrando a face. Iwaizumi resmungou algo, enquanto Oikawa ria. —— É nossa!

—— Ne, Grande Rei!

—— Oikawa está bom.

—— Ne, Oikawa-san! —— Riu de leve.

—— Sim?

—— Como funciona jogos de 2 contra dois? O máximo que joguei foi com 3. —— O outro pareceu interessado momentaneamente.

Na realidade, tudo que envolvia Hinata lhe parecia interessante, em certo nível.

—— Com quem?

—— Hum... Bokuto-san, Akaashi-san e eu... Contra Tsukishima, Kuroo-san e Lev.

Ele só conhecia os dois primeiros. Mas era surpreendente que aquele nanico tivesse jogado com Bokuto Koutarou. Um dos cinco melhores do Japão. Era tão incrível que o irritava levemente.

“Mas bem... Pelo menos Tobio não estava junto. Isso sim me deixaria puto!”

—— É quase a mesma coisa, apenas que temos de ser mais rápidos para pegar a bola. Se ela bater na rede, pode bater com o pé e erguê-la. Vale tudo para não deixa-la cair, entendeu? —— Ele assentiu freneticamente, rindo em seguida. —— Você parece feliz demais para quem vai enfrentar seu próprio companheiro de time.

—— É exatamente por estar enfrentando Kageyama! —— Hinata riu mais, enquanto Oikawa franzia o cenho. Era óbvio que o Capitão não sabia sobre a rixa dos dois, seria normal que ele estranhasse Hinata querer derrotar um parceiro de time. Ainda mais quando ambos tinham um entrosamento que ia além da amizade humana. —— No fundamental enfrentei Kitaichii certa vez... e não conseguimos marcar mais de dez pontos em dois sets... fomos esmagados por Kageyama. —— Baixou os olhos, diminuindo o sorriso. —— Quando entrei para Karasuno, vim com o pensamento de que quando o encontrasse... eu usaria de todas as minhas forças para derrota-lo.

—— Mas Tobio-chan acabou indo para lá também.

O outro concordou, erguendo os castanhos calmamente para fitar Oikawa.

Havia uma determinação ali que comovera brutalmente o levantador.

Como dissera uma vez para Iwaizumi, havia algo em Hinata que fazia com que você desejasse levantar para ele. Era algo que não podia ser expressado em palavras, apenas que parecia como um chamado. No fundo de sua cabeça. No fundo de sua alma. Algo tão forte que você não podia ir contra.

Uma sensação de quase necessidade.

—— Sinto que com o Grand- Oikawa-san, eu vou conseguir vencê-lo.

Aquela troca de olhares durou segundos longos o suficiente para parecerem horas. Oikawa sorriu, sentindo-se queimar com o fogo da rivalidade de novo, sentindo-se em uma mistura de ansiedade e excitação.

—— Pois então temos o mesmo ideal em mente nesse momento, Chibi-chan! —— Ergueu a mão em punho. —— Vamos chutar a bunda do Tobio!

—— Vamos lá! —— Bateu seu punho com o dele, rindo de orelha a orelha.

Oikawa começou no saque, mas não pudera usar toda sua força uma vez que a quadra era pequena de mais, e por isso fora facilmente recebida por Iwaizumi. Não deixara de fazer careta ainda sim.

Ele a erguera para Kageyama e como esperado, o moreno usara uma finta.

Estava do lado oposto ao que Hinata havia ficado, por isso seria difícil para ele que estava longe da rede, correr e conseguir alcança-la.

Quando se conformara em perder o primeiro ponto, seus olhos se arregalaram ao ver Hinata receber a bola com rapidez, jogando-a para cima. Tooru não teve nem mesmo tempo de agradecer o ruivo por pensar rápido e já se encontrava lançando-a para ele.

Era a primeira vez que levantava para Hinata, e ainda sim, fora perfeito.

O ruivo acertara a bola sem dificuldade. Era um bloqueio duplo, e diferente do esperado, Hinata conseguia explorá-lo muito melhor do que quando enfrentara Aoba Jōhsai. Oikawa sentiu seu peito inflar quando viu a bola quicar na quadra rival e bater na cerca de arame que ladeava o lugar.

Hinata olhou para a expressão irritada de Kageyama e riu abertamente, mirando Oikawa em seguida.

—— Isso aí, Chibi-chan!! —— Correu até ele, erguendo os braços para um high five energético. —— Yay!!!

Iwaizumi rolou os olhos, sem conseguir conter o riso quando viu a expressão resplandecente no rosto de Oikawa. Fazia semanas que não o via mais daquele jeito, e já havia se conformado com mais alguns meses com aquela feição irritante. Sabia que quando ele entrava naquele humor, era difícil tirá-lo. Normalmente precisavam de algumas sessões de passeios com os amigos, até que Tooru voltasse a ser Tooru, realmente.

Mas então, ali estava aquele nanico do combo esquisito. E lá estava Oikawa parecendo uma criança que ganhara o presente que queria no Natal.

—— Realmente... O tipo que te faz desejar estar no mesmo time! —— Sorriu, vendo Kageyama se aproximar calmamente.

—— Iwaizumi-san, desculpe! Eu podia ter pego aquela, mas... —— O moreno riu, batendo no ombro do levantador e quase o deslocando.

—— Está tudo bem! Eu também fiquei surpreso com aquela expressão.

Kageyama suspirou, voltando sua atenção para Hinata e Oikawa ainda trocando falas energéticas, enquanto o ruivo pulava sem conseguir conter sua animação.

Sentia que demoraria a esquecer.

A expressão maravilhada que brilhava no rosto do meio de rede quando cortara a bola que Oikawa lançara.

E Kageyama achando ingenuamente que Hinata a fazia apenas para si.

—— Que irritante...

—— O quê?

—— Nada não! —— Posicionou-se de novo, enfezado. —— Vamos recuperar esse ponto, Iwaizumi-san!

—— Não fale como se isso fosse uma partida oficial, Kageyama!