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História You Could Be Mine - Capítulo 5


Escrita por: Psycho-sama

Notas do Autor


Hey! Hey! Heeey! Desculpe a demora, minna-san!

Como discutido no capítulo anterior, neste, trabalhei em outros casais uauahuahauhauau Espero que curtam. Não acho q mencionei todos, mas isso é só questão de espaço. Não fiquem exasperadas!!

Boa leitura!!

Capítulo 5 - Capítulo 5


Fanfic / Fanfiction You Could Be Mine - Capítulo 5

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Capítulo 05

Você Poderia Ser... Mais Entrosado

ϾϿ

“Minha velha amiga, eu juro que nunca desejei isso[...]. Não me olhe desse jeito; isso foi um engano honesto.”

. . .

 

Miyagi

Karasuko Kōkō

08:28

——

 Hinata riu com o comentário de Tatsuya, batendo no ombro do moreno com um sorriso enorme rasgando seu rosto.

—— E ela me disse “você vem sempre aqui?” e eu quase gargalhei na frente dela. Isso foi, tipo... a pior cantada da nossa Era! —— Os amigos riram também. —— Eu disse “venho sim... na realidade, venho sempre depois da academia!”.

E todos voltaram a gargalhar.

—— Ela acreditou mesmo que você tem dezenove anos?

—— Claro! Sou um cara muito convincente! Ela acreditou até que faço academia!!! —— Gabou-se, ouvindo algumas ovações em seguida. —— Marcamos de nos encontrar lá de novo, amanhã.

—— Eeh... que inveja do Komi-san! —— Resmungou um dos garotos, mais atrás.

Hinata não se lembrava do nome dele, mas sabia que o garoto era gente boa. Estava tentando se enturmar, depois que viera transferido de Sapporo há pouco mais de uma semana.

—— E o que você vai fazer se ela descobrir que você tem quinze na realidade, Tatsuya-san? E que não faz academia...?

—— Não mencione isso, Hinata! Vai me dar azar!

O ruivo riu quando o mais alto bagunçou seus cabelos, em retaliação.

—— Bem, tenho certeza que Komi-san pode se passar por um jovem adulto sem problema, com o físico que ele tem. —— Novamente o novato mencionou, enquanto levava a mão livre para o rosto.

Estavam a caminho da biblioteca, junto da turma inteira. Tinham seus cadernos abaixo dos braços e deixaram a sala por último, uma vez que Komi tinha algo muito bom para contar aos amigos. Hinata não achara assim tão relevante ouvir as histórias amorosas que o moreno tinha para contar, mas gostava da companhia.

—— Por que diabos está reparando no físico do Komi, Sakano? —— Yuri indagou alto, apoiando-se no novato e fazendo-os perderem um pouco do equilíbrio.

“Oh... é Sakano-san então!” pensou Hinata com calma.

—— I-Isso é apenas a-algo que não dá ‘pra ig-ignorar, caramba! —— Komi riu, agarrando-se à Hinata também.

—— Não se preocupe, Sakano-san! Yuri só está com ciúmes! —— O loiro olhou para o melhor amigo com asco, tentando chutá-lo, mas errando quando Komi acelerou o passo, trombando, junto de Hinata contra a batente da porta da biblioteca.

Os outros dois riram.

—— Caramba, Komi-san!

—— Foi mal, Hinata! —— Seguiram em frente, rindo ainda.

Os demais colegas já estavam em suas mesas com livros abertos sobre elas. Grupos de quatro e cinco integrantes foram feitos, e logo os atrasados procuraram um lugar para sentar. Hinata deixou seus materiais ali, olhando para Komi.

—— Vou pegar alguns livros.

—— Volta logo! Não vai se perder lá. —— Komi brincou, rindo.

—— Você consegue carregar tudo sozinho? Com esses braços magrinhos...

—— Se for demais, pode pedir para a Komiya-san te ajudar. —— E logo riram, vendo que Komiya tinha o dobro do tamanho do ruivo.

—— Calem a boca logo! —— Corou, girando nos calcanhares e caminhando a passos pesados para perto das estantes.

Enfurnou-se na sessão de literatura japonesa, à procura dos livros que teriam o assunto necessário para a pesquisa.

—— Período Meiji... período Taisho... onde está o Showa? —— Seu dedo tocava a superfície da estante, passando os olhos lentamente pelos escritos em dourado entalhados na madeira, quando outra presença na ponta oposta do corredor chamou sua atenção.

Ergueu o rosto, parando de andar quando notou quem era. Sorriu.

—— Oh, Kageyama! —— Acenou, aproximando-se do levantador.

—— O que foi? —— Hinata fez careta, olhando de canto para o mais alto.

“Mal humorado logo a essa hora...”

—— Sua turma também veio para a biblioteca?

—— Hum... —— Voltou seus olhos para os livros, parecendo confuso sobre algo. —— Qual sua aula?

—— Literatura! E a sua?

—— Inglês. —— Hinata viu sua face se transfigurar em uma azeda, e cobriu os lábios para não rir. Sabia do ódio natural do levantador por aquela matéria em específico.

—— O que vão fazer?

—— Temos que escolher o trecho de um livro e traduzi-lo.

—— Huum... parece fácil. —— Kageyama se virou para ele com rapidez, evidentemente irritado.

—— Fácil o caramba! Não é um trecho pequeno, idiota!

Hinata riu, apoiando uma mão na estante e outra na cintura.

—— Ah, então pegue “O livro do travesseiro” da Sei Shônagon... é muito bom, e tem trechos curtos e bem poéticos.

Kageyama permaneceu estático por longos segundos.

—— Desde quando você lê livros? Está doente!

Hinata se irritou.

—— Em literatura é obrigado a ler um livro desses em duas semanas, imbecil! E eu nunca disse que não gostava de ler!

—— É mesmo?

—— Acho que nossos professores são diferentes... —— Riu de leve, irritando Kageyama mesmo antes de dizer algo. —— Deve ser por sua falta de leitura que você vai mal nas matérias de língua, Kageyama-kun!

—— Como é maldito? Repete! —— O levantador o agarrou pela camisa, e Hinata logo o afastou com um empurrão.

—— É a realidade. Leitura é vida, Kageyama-kun! Por isso você é tão burrinho!

Riu.

Kageyama pôde sentir uma veia estourar em sua testa, avançando contra Hinata e o empurrando contra a estante.

—— Você quer morrer hoje, não é, imbecil?

Ambos começaram a se empurrar e se socar no corredor estreito, agarrando um ao outro o colarinho da roupa. Quando deram-se conta, se desequilibraram e bateram contra a estante, e rapidamente ela pareceu balançar. Indo e voltando.

Hinata arregalou os olhos, surpreso pela força que ambos usaram, e então a estante começou a cair na direção deles. O ruivo teve tempo apenas de gritar algo e cobrir o rosto com os braços, sendo jogado no chão com força. Caiu com o cotovelo direito, sentindo-o latejar violentamente antes de sua cabeça atingir o piso frio.

O estrondo fora alto, e muitas vozes foram ouvidas por baixo do som dos livros caindo.

Levou algum tempo para perceber que não havia sido esmaga, e abrir os olhos, dando de cara com o rosto de Kageyama a centímetros do seu. Arregalou a vista, vendo algo vermelho escorrer por entre os fios escuros até a testa, sobre seu nariz, e pingar em seu rosto.

Assustou-se.

—— Kageyama!

—— Não grita, minha audição é boa ainda. —— Várias vozes rodearam o local, chamando por ajuda e perguntando se tinha alguém ali.

Hinata viu que a estante apenas não os esmagou, pois bateu na parede, apoiando-se ali e dando apenas uma pequena brecha para os dois. Kageyama estava sobre ele, e se não fosse mais esquisito, estavam exprimidos um contra o outro.

—— Ka-Kageyama... você está san-sangrando...

O levantador resmungou algo, fechando os olhos e tombando a cabeça para frente. Estava tonto e sentia-a latejar violentamente. Sua testa apoiou-se no ombro de Hinata, enquanto tentava voltar ao normal. Seus ouvidos zuniam e seu coração batia forte dentro do peito. O susto pela queda da estante, o fato de como pulara sobre Hinata no reflexo e cobrira o corpo dele com o seu ainda o assustava.

Que maldita atitude altruísta foi aquela, afinal?

—— Para de gritar, Hinata imbecil! Já disse que estou be-

Ergueu o rosto, quando notou o sangue na camisa do ruivo. As mãos dele prontamente foram para seu rosto, sobressaltando-o.

—— Você está bem uma ova!

Olhou de volta para Hinata, sentindo sua cabeça voltar a girar de uma forma diferente. A visão que tinha do ruivo era diferente de qualquer outra que tivera até aquele dia. Já estava acostumado a vê-lo corado, suado, ofegante, sorridente, cabisbaixo, e incrivelmente, irritado.

Mas ali, tão perto, as bochechas vermelhas, aquele brilho preocupado nas íris grandes e castanhas, e a respiração descompassada; era simplesmente diferente.

Kageyama ouviu algo explodir, em algum lugar longe. Parecia ter sido acima deles, ao mesmo tempo que era dos lados e atrás. Parecia ter explodido dentro de si próprio. Que som era aquele? Parecia algo... transbordando?

Logo a estante começou a ser movida, e rostos se colocaram nas aberturas para ver se os dois jovens estavam bem. A estante fora movida, e Kageyama conseguiu erguer-se e sentar, saindo de cima de Hinata e sentindo as mãos quentes dele deixarem seu rosto. Logo fora envolvido por rostos e vozes altas que machucavam seus ouvidos, tanta atenção assim o deixando enjoado.

—— Saiam de perto deles! Vamos para a enfermaria, vocês dois!

—— Sensei! —— Hinata olhou a mulher que se aproximava com olhos arregalados e pálida. —— Kageyama-

Apontou, mas sua mão fora afastada por um tapa firme.

—— Fica quieto, imbecil! —— Agarrou o braço dele, mirando-o com enfezo. —— Ninguém do clube pode ficar sabendo disso, entendeu?

—— Mas, Kageyama-

—— Eu estou pedindo. —— E a voz mansa do levantador desamou Hinata completamente e instantaneamente.

Aquela expressão de dor no rosto de Kageyama machucava Hinata, de alguma forma nova.

E descobriu então, que odiava ver aquele rosto contorcido em tal expressão de aflição e medo.

Concordou sem nem ao menos notar.

ϾϿ

Enfermaria

——

Hinata movia as pernas de forma impaciente, olhando para o médico que examinava seu braço e falava consigo — sem que conseguisse prestar atenção — e então para Kageyama na maca ao lado, onde era tratado pela enfermeira da escola. Seu rosto estava estático em uma expressão de preocupação latente.

Tão intensa, que Kageyama estava a um ponto de mandar Hinata calar a boca, mesmo que ele não tenha dito nada. Sua aura parecia cutucar o levantador insistentemente.

—— Hinata-kun! —— Voltou seus olhos para o homem. —— Você torceu o cotovelo. Dez dias de repouso com a faixa, e mais três sem exercícios, por precaução. —— E logo tanto o meio de rede quanto o levantador miravam o homem com confusão e surpresa. Ele riu, erguendo-se e alisando a cabeça de Hinata. —— Não se preocupe, você vai estar bem para vencer as nacionais. Vou enrolar seu braço, espere aqui e não mova-o, se não quiser piorar a torção.

O ruivo grunhiu irritado, olhando o membro ferido e não deixando de mostrar-se frustrado.

“Droga... logo agora?”

—— Ei, nem pense em fazer algo idiota, Hinata! —— Olhou para Kageyama, vendo a enfermeira ainda a cutucar a cabeça do levantador. Ele precisaria de pontos.

—— Eu nem disse nada!

—— Está na sua cara que você odiou ouvir isso. —— Abriu a boca para reclamar, quando o outro o cortou de novo. —— Não ouse ignorar as ordens do Sensei ou eu vou te matar.

—— Assim ele também não vai poder jogar nas nacionais, Kageyama-kun! —— A enfermeira brincou, vendo a face do moreno se contorcer em uma enfezada, aumentando sua diversão.

—— É só um aviso gentil!

—— Seja mais enfático no “gentil”, então! —— Hinata rebateu prontamente, indignado com a forma que o outro tinha de mostrar sua gentileza.

—— Por que eu deveria? Foi protegendo você que eu cortei minha cabeça!

—— Quem pediu 'pra você me proteger em começo de conversa?

—— Como é? —— Ameaçou se erguer da maca, quando a enfermeira firmou a mão em seus ombros.

—— Se não parar quieto pode ser que eu fure outra parte de sua cabeça sem necessidade...

E ele se acalmou, ficando tão estático de repente que a jovem riu de sua reação infantil.

Quando ela terminou, avisou-o sobre ficar um pouco mais na enfermaria, uma vez que ele poderia ter tido uma concussão. Hinata murmurou algo como “duvido, com essa cabeça dura dele” que acarretou em outra discussão ruidosa, com direito até a chutes dados no ar como se ambos pudessem acertar um ao outro com o vento.

Era divertido de se ver.

O médico enfaixara o braço de Hinata e prendera uma faixa em volta de sua nuca, para que ele mantivesse o cotovelo na mesma posição. O ruivo pareceu bem frustrado e incomodado com aquilo, como um cachorro a quem colocam um colar elisabetano.

—— Sem mover o braço! Podem ficar aqui até o intervalo, se quiserem. —— Alertou antes de deixar Hinata e Kageyama sozinhos.

O ruivo suspirou, ouvindo a porta da enfermaria abrir e fechar quando o Médico deixou o lugar. Voltou-se para Kageyama, sorrindo.

—— Ei, Kageyama! Vamos jogar um jogo! —— O levantador o ignorou, deitando-se. —— Ei, não é suposto que você durma!

—— Eu não vou dormir. Só descansar! Minha cabeça dói.

Hinata apiedou-se, mesmo que seu braço e cabeça também doessem.

—— Então vamos jogar um jogo.

—— Por que você apenas não fica quieto?

—— Por que eu quero jogar um jogo, idiota! Quantas vezes vou ter que repetir? Se ficarmos quietos vamos acabar dormindo.

Kageyama grunhiu, olhando-o de forma furiosa.

—— Não abuse da sua sorte. Só por que está com o braço enfaixado eu não vou me segurar em matar você!

Hinata riu, sentando-se na ponta da cama e ficando de frente para a de Kageyama.

—— Vamos jogar banana to ittara! É divertido! Eu jogo com minha irmã, ás vezes.

O levantador rolou os olhos, se negando a responder.

—— Vamos!!

Kageyama sentou-se, olhando-o com irritação.

—— Que jogo idiota é esse? —— Hinata tentou não mostrar sua irritação. Aquela era sua maneira de manter Kageyama e ele próprio, despertos. Aquele remédio que ganharam dava sonolência, como alertara a enfermeira, e sabia que se tratando dos dois, dormiriam com dois minutos de silêncio.

—— É um jogo onde você fala a primeira coisa que te lembra o que a outra pessoa falou. A primeira palavra é obrigatoriamente banana.

Vendo que Kageyama inclinou a cabeça em silêncio, suor escorreu por sua testa.

“Ele é mais ignorante do que eu presumia no início...”

—— Hum... por exemplo, eu começo falando banana, você fala macaco! Pois é a primeira coisa que você lembra quando escuta alguém falar banana. E assim por diante... Você tem que responder logo, se não leva um tapa!

—— E você joga algo violento assim com sua irmã? —— Pareceu chocado, mas ao mesmo tempo interessado.

Hinata riu, coçando a nuca.

—— Normalmente sou eu quem apanho mais.

—— Idiota!

—— Olha quem tá falando!

—— Como é?

—— Vamos jogar ou não? —— Kageyama bufou, dando-se por vencido. Anuiu. —— Certo... banana! —— Hinata começou, se remexendo sobre a cama.

—— Macaco!

—— Idiota...

—— Hinata!

—— Oe! Não era 'pra você continuar! —— Kageyama inclinou a cabeça, não entendendo a situação.

—— Mas achei que fosse assim...

—— Eu te chamei de idiota por que você usou a palavra que dei de exemplo!

—— Você não disse que não podia! —— Respondeu calmamente.

O ruivo grunhiu frustrado.

“Merda... ele é idiota, mas um idiota com razão. E isso é ainda mais irritante!”

—— Certo. Banana!

—— Macaco!

—— Homem!

—— Mulher!

—— Criança!

—— Boneca!

—— Robô...

—— Capitão América!

—— Mas que diabos... como um robô pode te lembrar o Capitão América, Kageyama? —— O levantador fez careta.

—— Você disse que era a primeira coisa que vinha na cabeça, não que tinha que fazer sentido! —— Pôs-se de pé, caminhando até a maca do ruivo. Um sorriso maléfico surgiu em sua face e o ruivo se encolheu. —— E você interrompeu o jogo!

—— Droga... —— Deixou Kageyama puxar seu braço bom, juntando os dedos indicador e médio, erguê-los no ar e acertar com força a pele pálida do meio de rede, deixando-a vermelha logo em seguida. —— Isso foi demais, maldito! Quer arrancar meu braço bom?

Kageyama sorriu mais.

—— Acho que vou gostar desse jogo!

—— Filho da mãe!

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Tóquio

Fukurōdani Gakuen

12:34

——

Bokuto sentiu-se aliviado por finalmente estarem no intervalo.

As aulas de Kagura-sensei eram sempre torturantes. Principalmente para o Koutarou, que estava na beira de um penhasco na matéria dela.

Fazer o quê se matemática não era seu forte? Não queria fazer nada relacionado a cálculos no futuro. Que fosse a puta que os pariu com suas operações com números racionais decimais, quadriláteros e a odiosa trigonometria...

Suspirou, olhando para Akaashi que caminhava um pouco mais a sua frente.

—— Akaashi... minha cabeça dói!

—— E o que eu tenho a ver com isso? —— Com um livro pequeno entre os dedos, não olhou-o, nem mesmo para o caminho que tomavam até os bancos abaixo de uma árvore no pátio da escola. Parecia ter memorizado.

—— O que acha de uma massagem? —— Indagou animadamente, quase pulando sobre o outro.

—— Nem ferrando, Bokuto-san. Não sou seu empregado.

—— Isso não vai te matar, sabia? —— Desanimou um pouco, mas não perdera as esperanças. Sabia que com Akaashi era só uma questão de insistência.

—— Então faça você mesmo. —— Deixaram o prédio da escola, e por nenhum fodido momento, Keiji olhou para frente.

Era assustador como ele conseguia seguir caminho sem trombar em nada ou tropeçar.

—— Aí não vai ter graça! AGAASHI!

—— Já disse para não gritar assim, Bokuto-san. —— Olhou-o sobre o ombro com enfezo, vendo apenas um sorriso cortar o rosto do Capitão da Fukuroudani. A sensação de que ele havia ganhado alguma coisa irritou mais o levantador.

—— O que acha de um suco de uva, então?

—— Sua cabeça já parou de doer?

—— Não era tanto assim!! —— Gargalhou alto, fazendo Akaashi rolar os olhos.

Aproximaram-se do lugar de sempre, onde Bokuto prontamente atirou-se no banco de madeira enquanto Akaashi guardava seu livro no bolso do uniforme católico cinza, e caminhava até a máquina de sucos do outro lado. Comprou um de uva para Bokuto, e um café gelado para si, retornando para perto do Capitão.

—— Eu sempre soube que você tinha um coração gentil, Akaashi!

—— Fica quieto e beba! —— Estendeu a caixinha para o outro com irritação, virando-se de costas para ele em seguida.

Bokuto sorriu, sentando-se e retirando o canudo da lateral, e usando-o para furar o local indicado. Bebeu alguns goles, olhando pelo pátio quase cheio, e em seguida para o levantador. Akaashi voltou a abrir seu livro, já nas páginas finais.

Pensando bem, não gostava quando Akaashi tinha aqueles malditos livros com ele. Sempre acabava sendo ignorado pelo levantador, e isso era bem cruel. Uma pessoa tão carente e dependente de atenção quanto Bokuto, sentia aquilo com muita intensidade.

Sorrateiramente, afastou-se do banco, sorrindo ladeiro, agachou-se atrás do levantador. Ficando frente a frente com a traseira do outro, podia ver como era redonda e firme, colada de forma provocante na calça escura do uniforme. Rindo baixo, sentiu seu lado perverso se manifestar, erguendo a mão com calma e cautela para não despertar a atenção do outro.

Estava a um centímetro de tocá-lo, quando Akaashi se virou e acertou-lhe um chute no rosto, derrubando-o no chão com violência. Rolou um pouco, até parar sentado, alisando a lateral de seu rosto e mirando o levantador com espanto e incredulidade.

—— Minha nossa! Que brutalidade é essa, Akaashi? E aliás, onde aprendeu esse golpe? Foi lindo!!

—— Se tentar isso de novo... eu vou te matar, Bokuto-san! —— Bufou enfezado, lhe dando as costas e caminhando em direção da escola.

“Droga... ele realmente ficou encarnado com aquele tapa que Kuroo-san deu no Tsukishima...”

Era só o que lhe faltava.

Bokuto em modo pervertido!

—— AGAASHI!! MEU SUCO DERRAMOU!! —— Vendo que o outro o ignorou, continuou. —— É SÉRIO, AGAASHI!

ϾϿ

Metropolitan Nekoma High

——

—— Ei, por que nós temos que ajudar?

—— Por que é aniversário do Kenma, idiota! —— Lev murchou a expressão, cruzando os braços.

—— Vocês vão fazer uma festa surpresa ‘pra mim também? —— Kai olhou-o com o cenho franzido, antes de rir, se afastando. —— Oe! O que isso significa?

—— LIEV!

—— Geh! Yaku-san!

—— Geh, nada! Para de ficar de bobeira e vem ajudar, maldito! Essa sua altura deve servir ‘pra alguma coisa! —— Cabisbaixo, o grisalho aproximou-se do líbero.

Como combinado com o time, todos pediram dispensa nos últimos minutos do último período de aula, para enfeitarem o ginásio de vôlei antes que Kenma chegasse. Kuroo ficaria encarregado de distrai-lo um pouco mais depois que desse o sinal, mas como o Tetsurou podia ser facilmente ignorado pelo levantador, não tinham tanta confiança de que ele conseguiria sucesso no plano.

—— Vamos pendurar isso ali! —— Yaku lhe entregou a ponta de uma faixa branca, com o inscrito “Feliz Aniversário Cérebro” em letras coloridas.

Fora ideia de Kuroo, claro, já que ele sabia como o loiro ficava embaraçado ou irritado quando o chamavam de cérebro do time.

Lev agarrou a ponta da faixa, olhando para o gancho na parede.

—— Eu também quero uma festa assim...

—— Seu aniversário é daqui duas semanas, apenas. —— Resmungou o líbero, olhando-o.

—— É, mas estávamos preparando isso há um mês já! —— Pareceu magoado, tentando alcançar o gancho.

—— Se você fizer algo que preste aqui, podemos pensar em te levar em algum lugar!

—— Não! Festa surpresa é mais legal!

—— Cala boca e não seja exigente! —— Chutou-o. —— Se você ficasse sabendo da festa não seria surpresa, imbecil!

—— Eeh... Yaku-san é sempre tão malvado comigo. —— Choramingou, alisando o local dolorido e tentando alcançar o gancho outra vez.

Não conseguiu.

—— Não vai me dizer que mesmo com essa altura toda... você não alcança!?

Lev fez careta.

—— Uma cadeira é o suficiente. —— Olharam em volta, mas nenhuma estava livre. —— Vai demorar demais ‘pra pegar outra...

—— Me dá aqui! —— Yaku agarrou a faixa de suas mãos, irritado.

—— Não me diga... Yaku-san, você acha mesmo que pode alcançar?

—— Lev... eu sugiro que você feche a boca ou vou fazer você comer essa faixa agora mesmo! —— O mais alto tremeu, assustado. —— Agora agacha!

—— O-O quê? EU SINTO MUITO YAKU-SAN, NÃO VOU MAIS FALAR ASSIM! ENTÃO POR FAVOR NÃO ME FAÇA COMER A FAIXA! KUROO-SAN VAI FICAR FURIOSO!

—— CALA BOCA! —— Acertou-o no estômago, vendo o grisalho se contorcer sobre o próprio corpo. —— Eu falei ‘pra se agachar, droga!

A contra gosto, e com lágrimas nos olhos, Lev o fez, quando sentiu uma mão em sua cabeça e de repente, a perna de Yaku estava em seu ombro.

—— Yaku-san?

—— Se você me der apoio eu posso alcançar. —— Resmungou de bico, sentindo as bochechas corarem. Lev ameaçou girar o rosto para si, eriçando-o. —— NÃO OUSE ME OLHAR, MALDITO!

Lev baixou a cabeça, ajudando Yaku a sentar em seus ombros. Segurou as pernas dele, rindo contido ao imaginar a cena.

—— Posso me erguer?

—— S-Sim... —— Lev calmamente se pôs de pé, vendo Yaku logo erguer os braços e pendurar a faixa. Caminharam até a outra ponta, e o líbero repetiu o ato.

Riu, segurando ambas as pernas do mais velho e sentindo-o se assustar.

—— Qual a graça?

—— Yaku-san é tão leve! Parece uma criança!

Uma veia estourou na cabeça do líbero. Prontamente sua mão se fechou em punho e atingiu a cabeça de Lev uma vez. Logo em seguida de novo, e repetidamente.

—— COMO É QUE É? VOCÊ NÃO TEM MEDO DE MORRER?

—— AAH YAKU-SAN, PERDÃO! PO-POR FAVOR!

Do outro lado do ginásio, Tora, Kai, Inuoka e Kuroo assistiam a cena parados na entrada do ginásio.

—— Eu estou mesmo vendo isso? —— O #2 pareceu incrédulo, rindo de leve.

—— Acho que estou alucinando depois daquele suco de uva...

—— Não fala merda, Inuoka... o suco não é forte para provocar alucinações! Deve ser outra coisa que comemos...

—— Não acho que seja uma alucinação, Tora! —— Kuroo riu, tirando o celular do bolso e começando a gravar. —— Isso é divertido!

Logo os demais riam também, pegando seus celulares e tirando fotos.

—— Vou postar no site da escola!

—— Yaku-san te mataria, Kuroo-senpai!

—— VAI TER VALIDO A PENA! HÁ~

Continuaram assistindo enquanto Lev se debatia em uma tentativa de fazer o menor, ainda sobre seus ombros, parar de agredi-lo. Yaku podia ser pequeno, mas aquela força era incrível.

—— O que está acontecendo aqui?

De repente Kenma irrompeu da porta, com seus tênis em uma mão e a toalha na outra. Aproximou-se do grupo ali parado, olhando-os.

—— Oh, Kenma, você não consegue ver qu- KENMA!! —— Os demais se sobressaltaram, olhando o levantador com expressões lívidas. —— DROGA, NÃO OLHA! CUBRA OS OLHOS!

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Miyagi

Karasuno Kōkō

——

Daichi espreguiçou-se demoradamente, girando e apoiando as costas no parapeito, olhando para Asahi e Suga em seus flancos.

Tentava prestar atenção no que os dois conversavam já tinha um tempo — desde que chegaram ali, após o apito do intervalo —, mas não tivera sucesso. Estava com tanto sono, que podia dormir ali em pé, sem problema nenhum.

——... ichi... Daichi!! —— Sentiu um beliscão no braço, obrigando-o a grunhir pela dor e alisar o local latejante, olhando para Sugawara.

—— Isso foi cruel, Suga!

O levantador riu calmamente, inclinando a cabeça.

—— Você estava distraído. Aconteceu algo?

—— Não... apenas uma noite mal dormida.

—— Você também está nervoso com as Nacionais? —— Asahi indagou com uma expressão preocupada, vendo o amigo bocejar e olhá-lo com enfezo.

—— Ninguém fica nervoso tantos dias antes das Nacionais além de você, cavanhaque... nem mesmo o Hinata!

Suga riu mais, apoiando a lateral do corpo no parapeito.

—— Se não é isso, o que é Daichi?

—— Nada. Apenas tive insônia, acho... isso vem acontecendo nas últimas semanas, na realidade.

O levantador inclinou a cabeça, parecendo travesso arqueou uma sobrancelha para o amigo.

—— Precisa de ajuda para dormir? —— Daichi corou, olhando-o com irritação. —— Quem sabe alguém ‘pra cantar uma música de ninar e embalar você, Daichi-chan?

—— Sabe Suga? Você pode se ferrar! —— Sorriu de forma sarcástica, e os outros dois riram, quando um vulto passou correndo pelo portal do parapeito, assustando-os.

—— ASAHI-SAAAN! —— Nishinoya logo pulou sobre o mais velho, quase derrubando ambos do lugar, deixando o Ace da Karasuno a beira de um ataque cardíaco.

—— Nishinoya! Estamos no terceiro andar!!!

—— Compra suco ‘pra mim! —— O líbero pediu, em uma animação tão contagiante, que fez os outros dois rirem, ainda mais pelo desconforto aparente de Asahi.

—— Você não tem dinheiro?

—— Claro que não! Por isso estou pedindo a você! —— Riu, pulando de cima do mais alto e fazendo sinal para ele segui-lo. —— Estou precisando de um suco de uva agora!

—— Que mandão! —— Daichi sussurrou para Suga, o qual prontamente concordara.

—— Vai lá, Asahi! A gente se fala depois! —— O levantador acenou, incentivando o outro a ir de uma vez antes que Nishinoya ficasse irritado.

—— C-Certo...

—— Depois pode me comprar um pão de mel da cantina, Asahi-san!

—— Eeeh?

Pudera ouvi-los conversarem ainda enquanto se afastavam.

Daichi riu, virando-se outra vez e apoiando os braços no parapeito. Suga o imitou, acabando por ambos ficarem mais próximos do que de costume.

—— É bom ver que está todo mundo calmo em relação às Nacionais... —— Suga concordou, olhando para o pátio lá embaixo, e os alunos a perambularem calmamente.

—— Você não está mesmo nervoso?

Daichi riu, coçando a nuca.

—— Na realidade, isso vem à minha cabeça antes de dormir... e eu fico me perguntando “e se não passarmos da primeira rodada”?

—— Daichi! —— Foi um aviso, e logo o outro erguia as mãos em frente ao corpo, para se proteger se necessário.

—— Eu sei, eu sei... como Capitão não devo pensar isso... mas é a realidade. —— Sugawara concordava com ele, mas não quis dizer em voz alta. —— Entretanto eu sei que somos capazes... eu sinto que essa pode ser nossa chance. E não por que ela é a última, mas por que as coisas estão indo bem agora.

O levantador continuou a mirar seu Capitão com seriedade, antes que seus olhos brilhassem e um sorriso despontasse em seu rosto. Anuiu.

—— É assim que se fala, Capitão... agora se voltar a ter problemas para dormir, pode me ligar que eu vou cantar uma música para você.

—— Ah, cala boca! —— Ambos riram, e Daichi voltou a se apoiar no parapeito.

Um vento agradável abraçou a ambos, trazendo com ele um cheiro amadeirado e fraco. Sawamura ergueu o rosto, tentando sentir melhor de onde vinha a fragrância nova e cítrica, tão leve que parecia acarinha-lo.

Foi quando percebeu que vinha do levantador.

Olhou-o, percebendo quão próximos estavam, e como seus braços se tocavam sobre o parapeito. O rosto em perfil do outro, era realmente agradável de se ver, pois Suga tinha traços finos e delicados para um adolescente da idade dele. Ou para um adolescente. O fato de que Suga estava sempre com um cheiro de perfume em suas roupas, era outra coisa que gostava no levantador.

Ele sempre fora tão cuidadoso consigo mesmo, que era um pouco engraçado.

Mas havia ainda uma coisa que Daichi queria saber.

—— O que foi? —— A pergunta repentina do outro o pegou de guarda baixa, sobressaltando-se um pouco.

—— Nada... só —— Ergueu a mão, vendo Suga arquear as sobrancelhas em sua direção. Estendeu a mão até tocarem as melenas grisalhas, numa massagem leve na lateral de sua cabeça. O levantador riu de leve, estranhando o comportamento, mas não odiando-o completamente. —— uma folha.

Riu ao vê-lo rir também, quando o celular de Koushi começou a tocar em seu bolso, fazendo-o se afastar um pouco para conseguir pegá-lo.

Daichi virou-se para frente, abrindo a mão que pegara a folha, e não tendo absolutamente nada ali.

Riu travesso, fechando o punho e olhando para o céu.

“Macios como eu pensei...”

—— Daichi! —— Seu braço fora puxado, e o sorriso sumiu de seu rosto ao ver a expressão na face de Sugawara.

—— O que aconteceu?

—— Tanaka mandou uma mensagem... parece que Hinata e Kageyama estão na enfermaria... e parece que é sério!

ϾϿ

Enfermaria

——

—— Qual é! De novo não, Kageyama! Olha o estado do meu braço.

O levantador riu desdenhoso, dando de ombros.

—— Quem mandou ser um saco nesse jogo que você mesmo sugeriu?

—— Urgh... —— Encolhendo-se, Hinata deixou seu braço ser puxado outra vez. Quando a porta fora aberta em um rompante, assustando os dois.

Sugawara logo passou pelo portal, com Nishinoya, Asahi e Tanaka logo em seguida. Os três comiam pães de carne, o que logo chamou a atenção de Kageyama.

—— Hinata! Kageyama! —— O levantador parecera tão exasperado ao chamar o nome deles, que foi como se os visse pela primeira vez depois de anos. —— O que acont- seu braço!

Hinata riu, logo sendo bombardeado por várias vozes. Nishinoya passou a pular à sua frente com um pedaço de pão na boca, enquanto Asahi falava nervosamente e gaguejando logo atrás do líbero.

—— Eu estou bem, sério. É só uma torção!

Suga aproximou-se de si, apoiando a mão em seu ombro.

—— Quanto tempo?

—— Dez dias com a faixa, e mais três sem ela... —— Pareceu cabisbaixo ao dizer, olhando para Kageyama. —— Ele levou pontos.

—— Pontos? —— Todos indagaram em uníssono, quase pulando sobre o levantador.

Logo em seguida Daichi passou gritando pela porta, com o restante do time em seu encalço. Tsukishima era praticamente arrastado por Yamaguchi.

—— O que aconteceu?

—— Você quebrou seu braço?

—— É sangue na sua camisa?

—— Sangue?

Hinata e Kageyama tentaram explicar a situação por cima das vozes exaltadas. Todos ouviram com calma, e quando a história fora terminada, Daichi e Suga não deixaram de repreendê-los por serem tão impulsivos. Proibiu-os de comparecerem aos treinos, ao menos Kageyama ficaria fora por dois ou três dias, mais como punição do que qualquer outra coisa.

Hinata já tinha sua cota a ser cumprida.

—— Hoje, vocês vão para casa direto depois do sinal!

—— Mas Daichi-s-

—— Se insistir mais vou te dar uma semana, Kageyama! —— E o levantador se calou, irritado.

—— Francamente... a que ponto vocês dois chegaram? —— Sugawara pareceu realmente preocupado e cansado, o que fez os dois primeiranistas baixarem a cabeça, culpados.

—— Hun... se a cabeça deles servisse para algo além de guardar ar, quem sabe eles tivessem espaço para a racionalidade-

—— Tsukishima, fecha o bico! —— Daichi repreendeu prontamente, cruzando os braços e olhando para os dois a sua frente. —— Quero que comecem a pensar mais em suas atitudes... isso podia ter sido pior do que apenas torções e alguns pontos. Vocês podiam ter ido para o hospital, talvez quebrado um osso e ficado fora do clube por meses.

—— Daichi, você está exagerando... —— Suga murmurou baixo ao seu lado, sem querer quebrar o clima de repreensão, mas apenas para deixar o Capitão avisado.

Daichi nem mesmo o olhou.

—— Precisamos de vocês bons ‘pra jogar. Não podemos vencer sem a dupla do combo esquisito.

Hinata baixou mais a cabeça, tão culpado que podia começar a chorar ali mesmo. Já Kageyama estava em um misto de dilema dentro de sua cabeça. Uma parte sua dizia que não tivera culpa no que acontecera, pois Hinata era um imenso imbecil, enquanto a outra gritava que deveria se desculpar mesmo que a culpa fosse toda de Hinata.

—— Nós sentimos muito, Daichi-san! Isso não vai se repetir. —— Deu voz a ele e Hinata, encarando o Capitão com firmeza.

Daichi quis dizer mais algumas coisas, mas soube que o susto fora o bastante.

—— Certo... vou acreditar em vocês dessa vez. Não me decepcionem.

—— Sim, Senhor!

ϾϿ

15:54

——

Kageyama acompanhou Hinata até o bicicletário, vendo-o pegar sua bicicleta e iniciarem a caminhada comum e já decorada de todos os dias.

A única diferença é que se encontravam apenas ambos. Normalmente o time estaria logo à frente, ou então a lua já estaria brilhando no céu. Era até meio melancólico aquele pequeno trajeto de volta para casa, naquele momento.

Hinata guiava sua bicicleta com uma mão apenas, e só naquele momento que viu o ruivo ter dificuldade para guiá-la, é que Kageyama notou que ele não poderia conduzi-la. Não com uma mão apenas.

—— Ei... você vai caminhando ‘pra casa? —— O ruivo ergueu a cabeça, rindo.

—— Fazer o quê. Não posso usar o braço.

—— Mas você mora ‘numa maldita montanha.

—— É só 45 minutos até lá... bem, talvez uma hora a pé. —— Kageyama resmungou alguma coisa, puxando a bicicleta para si e começando a guia-la. —— O que está fazendo?

—— Facilitando as coisas ‘pra você. Cala boca!

Hinata olhou-o com olhos arregalados, vendo o levantador apressar o passo para ficar fora de sua linha de visão. Quis rir daquilo — Kageyama sendo caridoso com alguém —, mas parte sua soube que se fizesse, ele arremessaria aquela bicicleta em si em dois segundos.

O fato de Kageyama ser tão bruto e rude tornava aquelas suas atitudes generosas, raras e preciosas. Shouyou não deixava de pensar quão importantes elas deviam ser para o levantador, e o quanto ele dizia por aqueles gestos.

Sorriu, seguindo-o rapidamente.

Caminharam em silêncio por mais alguns minutos, além do som da própria bicicleta, quando finalmente chegaram em frente à Sakanoshita. Hinata se sobressaltou, assustando o sonolento levantador ao seu lado.

—— Espera aqui, Kageyama! —— E correndo invadiu o pequeno mercado.

—— Oe!! —— Gritou, mas já era tarde.

Fez careta, distribuindo o peso do corpo para uma perna e esperando por quase dez minutos, quando Hinata voltou a correr em sua direção, com uma sacola de papel marrom na mão. Sorria de orelha a orelha, e não precisou de muito além de erguer o saco no alto de seu rosto para que Kageyama entendesse.

Ele comprou bolinhos de carne.

—— ‘Pra você! —— Estendeu, e prontamente o outro o apanhou.

Hinata riu. Quis agradar o amigo pelo gesto caridoso. Por protegê-lo da estante, levar sua bicicleta e não pedir por um “obrigado”. Sabia que aquilo era o bastante para que o mais alto entendesse seu agradecimento.

—— Valeu! —— Hinata viu o esforço que o outro fizera para não sorrir, notando que só tinha dois bolinhos ali dentro de propósito.

Kageyama podia comer até nove sozinho. E mesmo que Hinata tivesse mais dinheiro na carteira, queria que aqueles fossem apenas para o levantador, e por mais estúpido que Tobio fosse ás vezes, ele percebeu.

Esquecendo a bicicleta, Kageyama começou a andar. Hinata riu baixo, empurrando-a ele mesmo enquanto observava o mais alto comer. As bochechas cheias e vermelhas, os olhos brilhantes e a face quase leve e... pura.

—— Você parece criança, Kageyama-kun!

—— Cala boca!

Hinata gargalhou ao vê-lo virar o rosto, embaraçado.

—— Eu não disse 'pra ofender. É fofo, apenas!

A velocidade com que o rosto dele se voltou para si fora cômica.

—— Quem você está chamando de fofo, imbecil?

E era apenas com Tobio que suas emoções podiam mudar de uma extremamente feliz, para uma completamente furiosa em questão de segundos.

Riu, correndo quando o levantador ameaçou persegui-lo.


Notas Finais


Um pouco de DaiSuga, BokuAka e LevYaku... eu amo esses shippes, sinceramente <3 <3 <3

Ah, o livro q Hinata sugeriu existe mesmo... eu tentei baixar em pdf mas não colou uhauahuahuahuaa

Até a próxima, minna-san!!


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