História You don't own me - Uma história Gossip Girl - Me deixe explicar

Serena acordou e olhou de lado para ver se Blair ainda estava dormindo. A amiga respirava tranquilamente, bem diferente de como estava até ser vencida pelo cansaço. Serena colocou o braço na testa e ficou olhando para o teto, revivendo a noite anterior. Como será que a GG ficou sabendo disso? Será que alguém escutou Chuck e Nate brigando? Ela tinha certeza que as pessoas só notaram o que estava havendo depois de Nate dar um soco em Chuck. Ela suspira. Estava cansada da Gossip Girl sempre soltar os segredos deles. Era muito fácil falar dos outros quando era anônima e nada poderia atingi-la. 

O celular dela e de Blair tocaram, tirando-a de seus pensamentos. Ela praguejou, e olhou para ver se tinha acordado a amiga, mas Blair continuava dormindo. Ela pegou o seu e viu que tinha uma nova mensagem de GG. Serena bufou e abriu. Tinha um vídeo carregado. Ela levantou devagar da cama e foi até o corredor. Apertou o play. Era o momento exato em que Chuck falava para Nate sobre ter tirado a virgindade da Blair. E depois o murro. Ele mereceu, ela pensou. Serena suspirou e deu uma olhada no andar de baixo. Dorota estava terminando de arrumar as coisas.

Serena lembrou de Dorota consolando Blair, penteando seus cabelos e tentando acalmá-la. Serena abriu um sorriso ao pensar nisso. Era bom que Blair tivesse alguém cuidando dela, já que Eleanor sempre vivia fora. Seu estômago roncou e ela desceu as escadas, para ver o que tinha para comer.

- Miss Serena. A mesa do café está posta. Eu não sabia se Miss Blair ia querer comer na mesa ou na cama, ou... – Ela suspirou. – Nunca a vi assim.

- Ela vai ficar bem, Dorota. Ela vai.

 Serena deu um sorrisinho triste mas sincero para Dorota. Foi até a mesa mas logo parou ao ouvir o barulho do elevador. Virou para olhar e seu sangue gelou. Chuck entrou devagar, como se indeciso. Usava um dos seus ternos caros e bem passados. Segura um buquê de peônias em uma das mãos. Seus olhos estavam inchados. Quando viu Serena o encarando, de braços cruzados, parou. Ela empinou o queixo.

- Chuck. – Ela começou, mas logo parou porque ele levantou a mão pedindo para ela parar.

- Serena, antes que você fale qualquer coisa, por favor, me deixe explicar.

Serena continuou de braços cruzados, olhando para ele, sem suavizar nem um pouco a expressão.

- Não acho que nenhuma explicação justifique o que aconteceu ontem, Chuck.

Ele ajeitou a gravata com a mão livre e sentou no sofá, colocando o buquê ao seu lado, cuidadosamente. Serena revirou os olhos e foi até o sofá na frente dele, sentando-se também.

- Eu sei que a forma com que eu fiz as coisas não foi das melhores, mas a minha intenção nunca foi magoar Blair. – Chuck não abriu, em nenhum momento, aquele sorriso irônico dele, Serena percebeu. Ela olhou de lado e depois para ele.

- Por que você veio aqui ontem, Chuck? E por favor, me diga a verdade. Eu quero acreditar que você não é o monstro que está parecendo ser, mas é difícil. A culpa do que aconteceu ontem não foi diretamente sua, mas você teve parte. E uma grande parte. Se não tivesse aparecido aqui... – Ela balança a cabeça negativamente. Ele faz uma careta e ajeita a gravata novamente. Ficam em silêncio por um momento. Ele olha para ela.

- Eu não consigo tirá-la da minha cabeça. – Serena olha atentamente para ele. – Desde aquela noite eu não... Não consigo. – Ele abre um sorriso triste, se lembrando de algo. – Eu fui para cama com várias mulheres, tentando fazer isso sumir, mas não consegui fazer nada. Não adiantava.

Serena perde a linha de raciocínio por um momento. Ou ela estava ficando louca ou Chuck Bass, sim, Chuck Bass estava dizendo que estava gostando de alguém. E esse alguém era ninguém mais ninguém menos que Blair Waldolf. Serena descruzou os braços e passou a mão no cabelo. Ela nunca tinha visto esse olhar em Chuck. Tentou falar uma, duas, três vezes. Chuck se remexeu desconfortável no sofá. Seu corpo queria uma bebida para acalmar os nervos, mas ele sabia que precisava estar sóbrio para Serena acreditar nele e o deixar falar com Blair.

- Eu não sei o que pensar sobre isso. Acho que explica algumas coisas. Não que você não esteja errado, você está, mas... – Ela faz uma careta, sem acreditar no que ia dizer. – Mas eu entendo você.

Ele suspirou aliviado. Olhou para as escadas e Serena olhou também. Voltou a olhar pra ele.

- Ela está dormindo. – Ele olha para ela, uma expressão preocupada e interrogativa. - E está péssima, Chuck. – Serena fecha os olhos e respira fundo, se sentindo exausta. – Eu nunca a vi assim.

-Chuck sente um arrepio passar pelo seu corpo. Precisava vê-la, confortá-la. Saber que ele tinha culpa e em grande parcela em ela estar assim, o fazia sentir raiva de si mesmo. Ele tentou lutar contra isso. Ah, ele sabe que tentou. Mas não conseguia. Parecia que uma corda invisível o puxava na direção dela. Os dois ficaram calados, pensando.

- Chuck. - Serena diz, depois de um tempo. Ele ergue os olhos para ela, uma expressão interrogativa. - Quem você acha que mandou aquele vídeo? Eu jurava que não tinha ninguém por perto. - Ela franze a testa.

- Não sei, Serena. Eu não estava em condições de lembrar de nada. - Ele disse, sincero. 

Serena suspirou e voltou a pensar em quem poderia estar por trás do blog. Queria poder saber quem era e acabar de uma vez por todas com todas essas fofocas. Se sentia impotente por não poder fazer nada, principalmente ao ver como Blair tinha ficado. Gossip Girl machucava as pessoas e não sofria nada por isso. Ela olhou para Chuck, que tinha uma expressão de quem também estava pensando nesse assunto. Ele olha para ela.

- Um dia iremos descobrir quem ela é. Pode ter certeza.

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Blair abriu os olhos e voltou a fechar. Eles ardiam. Estavam doloridos e ela os sentia inchados. Deus, como tinha chorado. Não queria pensar na noite anterior. Não tinha mais forças para chorar. Ela estava acabada. Puxou o cobertor e se encolheu na cama, mas logo se lembrou de Serena. Será que ela tinha ido embora? Não achava que a amiga faria isso. Reuniu toda a força que tinha e se levantou. Calçou as pantufas e foi se arrastando para fora do quarto. Fechou o roupão e parou no primeiro degrau quando ouviu a voz de Serena. Deu uma olhada para ver com quem ela falava e quase deu um grito ao ver que era Chuck. Ela deve ter feito algum barulho, porque os dois olharam para cima e a viram. Chuck deu um pulo do sofá e pegou o buquê. Deu uma olhada para Serena e depois veio andando até as escadas. Blair ficou olhando para ele, sem saber o que sentir, o que fazer. Ele parou na frente das escadas.

- Blair, eu sei que você provavelmente não quer me ver ou falar comigo. Mas por favor. – Ele olhou para ela de um jeito que nunca tinha olhado. Ela sentiu seu estômago revirar. – Por favor, me escuta.

Ele ficou parado, esperando que ela deixasse ou não. Já tinha feito muita merda, não iria forçá-la a falar com ele. Blair sentiu os olhos ficarem úmidos e levantou a cabeça para não chorar. Ela se sentia esgotada. Não sabia se queria ouvir as desculpas de Chuck, mas que Deus a ajudasse, porque ela queria estar junto dele. Balançou a cabeça positivamente para ele. Ele subiu as escadas e foi até ela, passando a mão ao redor dela e a levando de volta ao quarto. Quando Blair sentiu o cheiro dele, o toque dele, seu corpo entrou em um estado de anestesia. Quando estavam juntos, tudo parecia sumir, não ter importância. Ela encostou a cabeça em seu peito e deixou que ele a levasse.

Serena ficou olhando os dois subirem e se sentiu um pouco nervosa. Ela não sabia se tinha feito o certo em confiar em Chuck e nem se Blair também tinha acertado em deixar que ele a confortasse, mas Serena viu algo diferente nele. Ela esperava que não estivesse errada.

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Blair estava com os olhos inchados demais, Chuck notou. Sentiu seu peito apertar. Não imaginava que ela pudesse ficar assim. Ela parecia cansada.

- Por que você não deita, Blair? – Ele a levou gentilmente até a cama. Ela deitou e ele sentou na ponta da cama, do lado dela. Blair respirou fundo e fechou os olhos. Ele esperou. Não sabia como começar. Ela abriu os olhos e o olhou.

- Chuck. Foi você que mandou para a Gossip Girl? – Ela prendeu a respiração, esperando pela resposta dele.

- Você não soube? – Ela balançou a cabeça negativamente. Ele suspirou. – Alguém gravou minha discussão com o Nate e mandou para ela. Durante a discussão falamos sobre o assunto. – Ele parou de falar. Ela soltou o ar que estava segurando. Pelo menos ele não tinha mandado de pirraça por ela não o ter chamado, ela pensou. Não o perdoaria se tivesse feito isso. – Blair, eu sinto muito. Eu não queria que isso tivesse acontecido.

- O que você veio fazer aqui ontem, Chuck? – Ela olhou bem nos olhos dele. Ele não desviou. A intensidade com que ele a olhava, fazia com que cada parte do corpo dela ficasse arrepiada. Ela engoliu, porque, de repente, a garganta tinha ficado seca. – Nós tínhamos combinado que era para esquecer o que aconteceu.

- Não, Blair. Você decidiu isso. – Ele a interrompeu. Ela franziu a testa, sem entender. – Eu tentei aceitar, Blair. Disse a mim mesmo que era o que eu queria. Mas apesar de eu ter tentado, no fim, não consegui. – Ele abre um sorriso triste. – Quando vim para cá, eu queria fazer você se lembrar do que sentiu quando estava comigo. Ia perguntar a você se você realmente queria esquecer. – Ele passou o dedo pelo braço dela, lentamente. Blair estremeceu. Os dois ficaram se olhando por uns segundos.

Blair não sabia o que pensar. Ela olhou para o teto e para ele novamente. Começou a sentir o estômago revirando.

- Você... – Ela começou, mas parou. Umedeceu os lábios e tentou novamente. – Você gosta de mim? – Chuck não disse nada. Apenas fechou os olhos e respirou. Quando abriu novamente, Blair viu em seus olhos a mesma paixão que tinha visto quando eles estavam na cama, juntos. Seu corpo parecia vibrar com a ideia de Chuck Bass gostar dela. – Chuck? – Ela repetiu.

- Eu não consigo comer, nem dormir, nem fazer qualquer outra coisa que não seja pensar em você, Blair. Se isso é gostar de alguém então... – Ele deu de ombros, abrindo um sorriso para ela. Aquele sorriso. Blair nunca tinha visto aquele sorriso em Chuck. E ela nunca imaginou que se sentiria tão feliz em ser a primeira pessoa à quem ele o dava.