História You don't own me - Uma história Gossip Girl - Três palavras, nove letras

Blair estava sentada entre Chuck e Nate, de frente para Serene e Dan. Estavam todos na limo de Chuck, indo para o Centro Ostroff. Blair pegou o celular, que estava tocando. Ela viu o nome de Louis na tela, franziu a testa e recusou a ligação, guardando o celular. Quando entraram no táxi, ela deu ao taxista o endereço de Serena e pediu para ele andar o mais rápido que pudesse. Chegando lá, ela desceu e Louis já vinha atrás dela, mas Blair o parou, dizendo que tinha assuntos complicados a resolver e que ele deveria ir com Dorota para a casa dela. Louis não ficou muito feliz, mas Blair não iria ceder. De jeito algum que ia aparecer com ele lá. Eram problemas pessoais de Serena. E tinha Chuck, que já podia estar entendendo tudo errado e se ele ainda subisse com eles... Não daria certo. Blair suspirou, sentindo Chuck muito próximo dela. Queria colocar Serena para dentro de uma vez para poder conversar com ele. Seu corpo praticamente implorava o toque dele. Ela deu uma olhada de lado, para ver seu rosto e o pegou olhando para ela. Os dois desviaram os olhos. Blair sorria. Ele também a queria. E isso bastava para ela.

Chegaram na frente do Ostroff. Blair olhou para Serena.

- S. Você lembra do plano não é?

O plano era simples: Blair iria entrar, se fazendo de bêbada, segurada por Chuck, que iria alegar que sua irmã estava fora de controle e precisava urgentemente de tratamento. Blair faria uma cena na recepção, o que daria a Serena a oportunidade de entrar e ir até o quarto do irmão.

- Lembro, B. – Serena mordeu o lábio, olhando para a janela e de volta para ela. – Minha mãe podia simplesmente liberar a MINHA entrada. – Ela deu ênfase na palavra minha, balançando a cabeça nervosamente.

Blair rolou os olhos, se esticando por cima de Chuck para abrir a porta. Ela sentiu um frio na barriga e deu uma olhada nele, que abriu um sorriso sedutor na mesma hora. Blair afastou um pouco os lábios e escutou uma pigarreada, o que a fez se afastar de Chuck rapidamente, voltando ao seu lugar. Chuck deu uma risadinha, seguido de Serena, e saiu do carro. Blair sentia seu rosto vermelho e seu coração acelerado pela proximidade com Chuck. Ela não tinha pensado muito no que estava fazendo. Olhou para Serena com raiva e saiu atrás de Chuck, alisando o vestido.

Deu uma rápida olhada em Chuck, que ainda exibia seu sorriso, o que a fez ficar nervosa. Se inclinou na direção da janela fechada do carro e passou a mão na boca, fazendo com o que batom que usava borrasse. Passou a mão no cabelo, bagunçando-o e rasgou um pouco do vestido. Blair suspirou. Ela gostava demais desse vestido. Deu de ombros. Compraria outro depois. Virou para Chuck, erguendo uma sobrancelha ao perceber que ele olhava para suas pernas. Ela limpou a garganta. Aquele olhar, ela pensou.

- Chuck. – Sua voz saiu sedutora demais. Ela rolou os olhos. Limpou a garganta de novo. “Por que ele precisa me deixar assim?”, ela pensou, antes de falar de novo. – Vamos!

Ele a segurou pelo braço e Blair se apoiou nele, andando como se estivesse tonta. Ela tinha escolhido Chuck para ser seu companheiro de plano de propósito. Estava com saudades da proximidade dele. E seria uma ótima oportunidade de sentir seu cheiro, de sentir seu toque. Eles entraram pelas portas de vidro do centro de reabilitação e Blair começou a trocar as pernas, cruzando-as enquanto andava e se apoiando em Chuck, que fingia se esforçar para não deixá-la cair. Blair dava risadas altas e quando avistou a mesa da recepção, apressou o passo, se apoiando de maneira desastrada na mesa e lançando um joinha para a recepcionista, que a encarava de olhos arregalados. Blair soltou outra risada e apoiou dois dedos no tampo da mesa, movimentando-os como se imitasse duas pessoas correndo de algo. Chuck teve vontade de rir, mas se controlou e olhou a mulher.

- Senhora. – Ele disse. – Preciso que...

- SENHORA! – Blair gritou, rindo. A mulher ficou boquiaberta. – Não escute meu irmão... – Blair tentou olhar o crachá da mulher, mas balançou a cabeça. – Por que tudo giraaaaaa? – Ela se prolongou no a do final da palavra, agarrando Chuck pela gravata, que tentou soltá-la.

Blair viu, por cima do ombro de Chuck, Serena e Dan na porta. Ela rolou os olhos e se virou para a mulher, que começava a franzir a testa. Ela apoiou o quadril na mesa e apoiou o resto do corpo na mesma, se debruçando e tentando alcançar a mulher.

- Preciso ver seu nome. Você é tão bonita. Parece um anjooo. – Ela riu, olhando para Chuck. – Ela não parece um anjo?

- Desculpe minha irmã, Senhora. – Chuck tentou puxar Blair, que começou a se debater em seu braço.

Serena e Dan passaram nessa hora, já que a mulher tinha sua atenção total em Blair, que gritava para Chuck soltá-lo. Blair olhou para o cabelo de Serena sumindo no corredor e deixou Chuck a puxá-la.Ela começou a chorar loucamente, batendo no peito dele.

- Me tire daqui. Você sabe que não estou doente! – Ela começou a gritar mais alto. A mulher se levantou, dando a volta na mesa.

- Senhor, vou pedir para os enfermeiros virem. Ela está descontrolada.

Chuck trincou os dentes e sacudiu Blair pelos ombros, que continuou chorando. Ele assentiu e a mulher saiu correndo. Quando ela se afastou, Chuck soltou Blair, e deram uma risadinha. Ele segurou sua mão e a puxou para saírem dali. Agora era com Serena.

Xx

Nate estava sentado na limo. Desde que Blair tinha ido embora, ele sentia um grande vazio dentro dele. Se distanciou de Chuck e de Serena, começou a sair com várias mulheres e beber quase todos os dias. Agora que ela estava de volta... Algo nele parecia completo. Mas não como ele imaginou que fosse. Só se sentia feliz de estarem todos ali, juntos, sempre dispostos a ajudar um ao outro. Ele sorriu ao perceber que Blair tinha razão quando disse que ele não a amava daquele jeito. Que ele só achava estranho ela estar com outra pessoa. E agora que ele havia entendido isso, Nate se sentia livre, solto, relaxado. Olhou para janela e viu Chuck e Blair saírem apressados do Ostroff, de mãos dadas e rindo. Nate se sentiu feliz por eles. Esperava que eles pudessem se resolver e serem felizes. Com todo seu coração. Ele abriu a porta que dava para a rua e colocou as pernas para fora.

- Arthur, diga a eles que eu fui para casa. Tinha coisas a resolver. – Nate sorriu e saiu.

Xx

Chuck olhou por cima do ombro depois de ouvir um barulho e puxou Blair para trás de umas árvores baixas que tinham do lado do Centro. Enfermeiros saíram, olhando em volta, procurando a paciente louca. Blair tapou a boca com a mão, segurando o riso. Eles finalmente praguejaram e voltaram para dentro. Blair ergueu os olhos e deu bem com o pescoço de Chuck em seu campo visual. Seus lábios coçaram para encostar ali, sentir seu cheiro, beijá-lo, mordê-lo e deixar uma marca roxa ao chupá-lo. Ela engoliu em seco e ergueu os olhos para os dele, percebendo que ele também a observava intensamente. Blair sentiu o corpo inteiro arrepiar, cada nervo seu gritando para ser tocada por ele. Ela passou a mão na nuca, nervosa. Ele suspirou.

- Blair. Vamos sair daqui antes que eu ataque você. – Ele sorriu, passando a mão no cabelo e puxando-a dali.

Chuck acenou para Arthur, que se aproximou com a limo. Blair sentia sua pele arder, mas ficou calada. Chuck abriu a porta para ela, que entrou seguida dele. Blair estava com os braços cruzados na barriga, olhando para frente fixamente.

-Blair. – Chuck disse e viu quando ela encolheu um pouco os ombros antes de olhar para ele.

- Chuck. – Ela respondeu, olhando em seus olhos. Chuck engoliu em seco e olhou para frente. – Arthur, Palace. Agora. – Voltou a olhar para Blair, abrindo um sorriso.

Xx

Louis estava no quarto de Blair. Ele passava os dedos pelas fotos que ela havia colocado em um mural acima da sua bancada. Blair com o braço ao redor do pescoço de uma garota – Louis procurou o nome dela. Serena. -, as duas sorrindo. Louis sorriu também. Olhou a próxima foto. Blair, Serena e dois rapazes, que Louis presumiu se tratar de Chuck e Nate. Ele franziu a testa e continuou olhando as fotos, parando em uma de Blair bem próxima a um rapaz moreno, que ele supôs ser Chuck. Tinha que ser ele, pelo que Blair contara. Eles estavam de uniforme, e pareciam se olhar intensamente. Louis cerrou os punhos e abriu um sorriso de desdém em seguida. Blair seria dele. E se esse tal de Chuck Bass resolvesse ficar no caminho, bem, ele teria de enfrentar a ira de um Grimaldi.

Xx

O ar dentro do elevador parecia sufocante. Blair levou as mãos até seu pescoço, tentando enxugar o suor que estava se formando ali. Ela estava com calor. Mas sabia muito bem que não tinha nada a ver com o tempo, e sim com a presença de Chuck ao seu lado, devorando-a com os olhos. Eles tinham tanto a conversar e Blair tinha dito a si mesma que era isso que fariam antes de... Antes de se agarrarem. Mas agora, frente a frente com ele e com todo esse calor, Blair só queria agarrá-lo ali mesmo e pedir, implorar, que ele a penetrasse, que a fizesse sua. Ela cerrou os punhos ao lado do corpo, se mantendo no mesmo lugar. Quando o elevador abriu, os dois se olharam e Chuck fez um gesto para Blair ir primeiro. Ela saiu, seguida dele.

Chuck começou a tirar a gravata, apressadamente. Estava lhe apertando. Ele deu uma olhada em Blair, que se abraçava, olhando ao redor. Escutaram um barulho na porta do quarto de Chuck, e Blair virou, de olhos arregalados. Chuck sentiu um calafrio, pensando no que poderia ser, mas um latido o fez relaxar. Era Monkey. Blair ergueu as sobrancelhas e Chuck sorriu, abrindo a porta do quarto e deixando o cachorro correr até ele. Chuck se agachou, fazendo carinho no pelo do cachorro.

- Ei, amigão. – Ele disse. Blair mordeu o lábio e se aproximou, abaixando na frente dele.

- Chuck Bass com um cachorro? – Ela disse, rindo.

Chuck deu de ombros. Monkey olhou para Blair e foi até ela, lambendo sua mão e abanando o rabo quando ela passou a mão em suas orelhas. Blair ria e Chuck levantou, observando. Estava com saudades do sorriso dela. Trincou os dentes. Entrou no quarto e jogou a gravata e o terno em cima da cama, passando a mão nos cabelos. Ouviu novamente a risada de Blair, o que o fez sorrir, mas logo parou, se sentindo nervoso. Suspirou e saiu do quarto, passando por ela e indo até o bar. Blair deu um último afago no cachorro e levantou, andando lentamente até Chuck. Encostou na mesa de sinuca, olhando para a janela, enquanto ele servia dois copos de whiskey. Chuck virou, entregando uma  ela e tomando um gole do seu, se apoiando no balcão do bar.

- Blair. – Ele disse, fazendo-a olhar para ele enquanto tomava um gole. – A foto. – Ele disse. Precisava tirar esse peso dos ombros de uma vez. Arrancar o bandaid. – Vocês estão juntos? – Ele perguntou, olhando-a seriamente, seu coração apertado. Blair lambeu os lábios e o olhou, abrindo um leve sorriso.

- Não. Nós somos amigos, Chuck. – Ela passou a mão na madeira da mesa de sinuca, suspirando. – O conheci na segunda semana. Ele só... Foi uma boa companhia para distrair meus pensamentos. – Ela de uma olhada nele, abrindo um sorriso triste.

Chuck assentiu, tomando outro gole e sentindo todo seu corpo se acalmar. Olhou para ela e encostou seu copo no balcão do bar, aproximando-se dela em seguida. Blair endireitou os ombros, olhando-o. Ele esticou o braço e tocou o rosto dela com os dedos. Blair fechou os olhos, deixando-se sentir seu toque. Chuck sorriu e passou os dedos nos lábios dela. Tão macios, ele pensou. Sua outra mão desceu até a cintura de Blair, alisando-a ali e puxando-a para próximo dele. Blair abriu os olhos, olhando diretamente para a boca dele. Ela deslizou os dedos por seu braço até enrolar seu pescoço com os braços. Chuck aproximou o rosto do dela e encostou suas testas.

Os dois ficaram de olhos fechados, sentindo a respiração um do outro. Chuck alisou as costas de Blair, que suspirou e levou os dedos para o cabelo dele. Blair sentia o estômago revirar. Ela precisava dizer alguma coisa. Não. Não alguma coisa. Precisava dizer aquilo. As palavras. Ela engoliu em seco e abriu os olhos, observando o rosto dele, cada detalhe. Ela tocou seu rosto com os dedos, alisando-o lentamente, esperando-o abrir os olhos. E ele o fez. Blair olhou bem dentro dos olhos de Chuck, alisou seu rosto mais uma vez e engoliu em seco antes de falar.

- Chuck. – Ela começou, baixinho. Ela não conseguia tirar os olhos do dele. Ela abriu um sorriso leve e aproximou mais os lábios dos dele. – Eu amo você.