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História You Give Love a Bad Name - 2.Rose Petals (part.1)


Escrita por: Mylovepuk

Notas do Autor


Hello^^''
Olha quem resolveu aparecer... Me desculpem.
Eu pretendia ter voltado antes, mas algumas coisas me impediram ;-;

Sim, YGLaBN saiu do Hiatos <3
E sim, dividi o capítulo em dois pois já tinha mais de 4000 palavras e nem chegou ainda nos acontecimentos mais importantes... Sorry.

Eu quero dedicar esse capítulo a duas pessoas: a GabyTatakai e a Nini_Kagu <3
Obrigada por me mostrarem o quanto consideram minhas fics e isso me deixa muito feliz (tipo, muito mesmo) e obrigada também as pessoas que tem dado apoio!! Eu sempre espero a opinião de vocês seja elas negativa ou positiva, sempre me incentivam a continuar.

Apenas mais um aviso: o próximo cap estará pingando feels então já vão preparando os lencinhos e os corações porque as coisas vão ficar bem tensas ;-;

Boa leitura <3

Capítulo 4 - 2.Rose Petals (part.1)


Fanfic / Fanfiction You Give Love a Bad Name - 2.Rose Petals (part.1)

 

Abril marca o apogeu da primavera nipônica. A estação começa em março trazendo consigo flores e folhas de diversas colorações, mas a mais marcante é a cor rosa das pétalas de cerejeiras. Elas dominam cenários fazendo o  chão parecer um imenso tapete rosa resultando em uma paisagem romântica aos olhos de alguns e peculiar por outros.   

As árvores rosadas desabrocham desde o sul ao norte do Japão formando a Sakura Zance* o que permite a todo o povo japônico aproveitar o Hanami com familiares e amigos. Esse evento ocorre durante os dias em que os vários tipos de Sakuras expulsam suas pétalas durante o Shunbun no Hi*  

-Kamui! - Grita Kagura pulando em cima do irmão - Vamos, Aniki, você tem que acordar logo! - cutuca o maior que tenta continuar dormindo.  

-Para com isso! Eu tô cansado! - A tira de cima de si deixando a insatisfeita.   

-Mas, aniki – ela sobe novamente sentando na barriga do ruivo – e o hanami? Se não formos logo não vamos assistir! - Kamui suspira e a fita com o intuito de repreende-la, mas ele acha tão adorável o bico da menor que não conseguiu.  

-Tudo bem, vai acordar a mãe e o pai que eu já vou - dito isto um grande sorriso formou-se no rosto da Yato que beijou a bochecha do irmão.   

-Tô indo! - levantou-se e saiu correndo para fora do quarto de Kamui que deitou novamente para cochilar.  

A menor passa correndo pelos corredores até o quarto de seus pais, abriu a porta com cuidado e foi em passos leves até o grande futon de seus pais e sussurrando chamou Umibouzu.  

-Papa, vamos, acorde – sacudia o de leve, tudo para não acordar sua mãe - anda, papa, se vocês demorarem vamos perder o Hanami!  

-Kagura? - indaga finalmente abrindo os olhos e fitando o pinguinho de gente emburrado – o que foi, filha?  

-O Hanami, papa, lembra? Hoje é o terceiro dia! Vamos nos atrasa se vocês continuarem dormindo!  

-Mas é cedo ainda e o Hanami é para a hora do almoço - passa a mão na franja da ruivinha a bagunçando -  então volte a dormir.  

-Papa – ela o encara séria - se o senhor não levantar e chamar a mamãe eu vou acordar ela.  

O Yamamoto mais velho gelou com a ameaça da filha pois sabe que se ela cumprir o que foi dito as consequências serão dolorosas pra ele e claro que o maior não quer aparecer marcado na frente dos amigos durante o Hanami.  

-Vá tomar café que eu acordo ela – diz rápido e sentando-se no futon.  

-Tá bom – sorriu e saiu devagar do quarto de seus pais.  

Após a saída da menor o yato suspirou e olhou para sua mulher que dorme tranquilamente, sabe que se aquele anjo fosse acordado indelicadamente por Kagura viraria uma fera.  

O maior abraçou as costas de sua esposa que se aconchegou no peito quente de seu amor. 

- Amor, temos que levantar - diz sussurrando no ouvido da ruiva enquanto acaricia a pele alva e macia dela - hoje tem Hanami e Kagura fica doida se nos atrasarmos.  

- Mas assim tá tão bom - fala manhosa se acomodando mais ainda no braço de seu marido. 

- Eu sei, querida, mas hoje é o feriado da família, eu quero aproveitar cada segundo que puder ver você sorrindo e nossos filhos correndo em baixo das sakuras.  

- Mas eu quero passar essa manhã sentindo o cheiro do meu amor - Finge-se de chateado fazendo Umibouzu sorrir da manha. 

- É confortável ter a joia mais preciosa da minha vida encostada no meu peito, mas temos nossos tesouros que devem estar nos esperando na cozinha - diz e logo em seguida começa a depositar pequenos selares na bochecha de Kouka. 

- Eu vou com apenas uma condição - vira-se pra o mais velho para acariciar o rosto sem barba - só se você me beijar muito agora. 

O Yato deu uma pequena risada do pedido de sua mulher, mas nunca que recusaria. Os cabelos negros e cheios rodearam o rosto de Kouka deixando a como único foco e a beija como a mesma pediu. A de olhos azuis esverdeados abraçou o pescoço a sua frente e mudou as posições ficando deitada em cima do maior. 

Cessaram quando houve faltar de ar e Umibouzo leva sua única mão as longas madeixas alaranjadas e incrivelmente brilhosas. 

- “Como pessoas podem ter medo ou coragem de maltratar um anjo como esse? Tão linda, tão pura, tão minha” - pensa o  líder Yato enquanto acaricia a mulher de sua vida. 

- O que está pensando? - pergunta curiosa vendo o jeito que ele a olha. 

- Que sou o homem mais sortudo do mundo por ter o anjo mais lindo do universo só pra mim - ela cora e sorri enquanto faz pequenos círculos com o polegar na bochecha dele - não interessa se acham que somos... - procura por palavras - feras - escolhe a menos pior que achou no momento - o rótulo não importa, o que importa é o que você tem em seu coração e eu sou o cara mais feliz da face da terra por ser o único que pode ter você de corpo e alma exclusivamente pra mim. 

- Sei o porquê de você está falando isso - ela deita a cabeça no peito embaixo de si aproveitando o carinho - Mas doeu ver o que aconteceu com meu filho! Eu não me importo que me chamem de besta demoníaco desde que não encostem no meu filho! Eles cortaram o cabelo dele! Cortaram o cabelo dele só porque ele é lindo - ela começa a chorar deixando o outro triste - Onde eu estava com a cabeça quando deixei ele ir pra escola? Yatos nunca conseguem ter uma vida normal então por que eu deixei ele tentar? 

Lágrimas grossas rolam pelo rosto pálido acima de Umibouzo que sente-se culpado por ter estado ausente desse acontecimento.  

O pequeno ruivo implorou  a sua mãe para ela dar lhe uma chance de aprender como pessoas normais e ela, com muito custo, deixou ele tentar uma vida social em uma instituição de ensino o que não durou uma semana, no quarto dia cercaram e bateram no e tiraram a grande trança laranja. Quando o menor chegou em casa Kouka não pensou duas vezes antes de ir atrás das famílias dos meninos que fizeram isso com seu garoto, mas o que recebeu foi pais orgulhosos com o feito de violência de seus filhos o que fez o Sangue da Yato ferver e no mínimo deixar um soco nos pais daqueles que machucaram seu filho. 

Mães tem instintos e Yatos são feras. Imagine a mistura dos dois. Kouka não importa-se se os Yatos ficaram novamente mal falados pois nunca irá se arrepender de golpear os pais das pessoas que tiraram de seu filho algo que ele acha importante. 

- Não foi culpa sua - Umibouzo levanta a cabeça ruiva e beija a testa de Kouka - Como toda mãe você quis apenas o bem de seu filho, mas quem iria prever que algo assim aconteceria? Você não tem uma bola de cristal pra sabe o futuro. 

- Mas somos Yatos! É fácil prever que isso não terminaria bem, mas... - ela soluça tentando controlar o choro -mas eu deixei mesmo assim porque amo aquele sorriso dele. 

O Yato maior trocou as posições e a beijou com carinho e quando viu que as lágrimas diminuíram separou seus lábios. 

- O que pensam de nós vale o mesmo que nada. Você melhor do que ninguém sabe que nossos filhos tem um bom coração e é só isso que importa! Você ensinou a nossos filhos valores que aqueles infelizes nunca vão ter e prova disto é que Kamui não levantou o punho uma vez sequer para revidar. 

- Mas... 

- Ele mostrou ser superior quando não se vingou e você é uma ótima mãe por ensinar a ele o que realmente é importante! - Uma das únicas mulheres capazes de quebrar o coração de Umibouzu o beijou como se precisa-se disso para sobreviver. Os beijos ficaram intensos e os toques de Umibouzu ficaram íntimos até chegar ao ponto de suas roupas incomodarem. 

- Amor, Kagura daqui a pouco vem aqui nos chamar - diz pensando se era boa hora para o que querem fazer. 

- Ela já veio, não virá mais - ataca o pescoço alvo com beijos e mordidas de leve. 

- Tem certeza...? - prende um gemido. 

- Sim! 

Depois daquela resposta ela se entregou totalmente a ele enquanto tenta desajeitadamente arrancar sua camisola. 

**** 

Kamui chega a cozinha e dá de cara com Kagura sentada na mesa circular emburrada. 

- O que foi? - indaga percebendo que sua irmãzinha sujou toda a blusa vermelha que usa de geleia e logo deduz que a pequena fez o café da manhã. 

- Papa e mama não saem do quarto e eu já falei com o papa - cruza os bracinhos. 

- Você sabe como mamãe fica se acordarem ela, ele deve tá estudando um jeito de acorda-la sem morrer depois - a menininha parece refletir sobre as palavras do irmão. 

- Verdade. E por que você ainda não está com a roupa do Hanami? - o encara sentar ao seu lado e não o deixa comer - só podemos tomar café quando mama e papa chegarem! 

- Okay - diz fingindo tristeza pela repreensão pondo as mãos pra cima como sinal de “eu me rendo” - eu não sei se vou no Hanami. 

A pequena arregala os olhos e depois franze as sobrancelhas deixando claro que desaprova a escolha do irmão.  

O ato de apreciar as flores de cerejeira é uma tradição importante tanto para o Japão quanto para os Yatos. Esse costume veio da China há muitos séculos atrás e hoje, apesar de Yatos serem totalmente reprimidos socialmente, todas as pessoas do “palacete das bestas” juntam-se na praça perto de casa pois é um dos únicos lugares que não fica lotado essa época por ser marcado como “território Yato”. 

Algumas famílias amigas do clã junta-se a eles sempre no terceiro dia para todos apreciarem as pétalas rosadas caírem. Todo o simbolismo das flores de cerejeira resume-se a fraternidade e amor. Mesmo com todos os rótulos maldosos que o “clã das feras” recebeu ao longo dos anos nada os tirou o direito de festejar durante o Hanami. 

- Você não pode recusar ir no Hanami! Ano passado você não foi porque estava estudando em outro distrito, mas esse ano está todo mundo aqui! Até o papa tá aqui! Você não pode dizer isso!  

- Eu tô cansado - suspira e coça a nuca logo sentindo falta de sua trança.  

- Para com isso - os olhinhos dela se enchem de lágrimas e ele sente-se culpado por faze-la chorar  - Mama se sente muito mal quando vê você triste e eu também! Os idiotas que cortaram o seu cabelo não merecem a satisfação de ver você desse jeito. 

Ela desce da cadeira e vai abraça-lo segurando soluços e lágrimas, mas não aperta seus braços pois tem medo de que o corpo do irmão ainda doa em algum lugar. 

- Mitsu também tá preocupada com você, Sougo me disse que ela fica triste por você não querer vê-la! - ela não aguenta e solta o choro - você é mais do que aqueles acéfalos podem vê pois tudo que fizeram foi por inveja! Mitsu sempre diz isso! Ela quer muito te ver Aniki. 

O Maior devolve o abraço e sorri triste percebendo que está sendo um pouco egoísta. Algumas partes de suas pernas doem e ainda há manchas pelo tronco graças a violência que sofreu simplesmente por ser um Yato.  

Se Yatos são ruins então por que pessoas “normais” fazem a ruindade? O pequeno ruivo faz constantemente essa pergunta em sua mente, por que ser bom com pessoas que te vêem como um mostro e te atacam como ogros por apenas querer se incluir na sociedade? Por que ser bom se você vai ser tratado com o ser mais pérfido da terra? Kamui não gosta da resposta dessas perguntas. 

- Basta ser Yato - responde a si mesmo sozinho e detesta ainda mais essa resposta toda vez que olha pra Kagura . Nunca que ele vai permitir a pequena sofrer por conta dessa discriminação - Tudo bem, eu vou!  

Os olhinhos brilhantes de Kagura fitavam os do maior da mesma cor e então abriu um sorrisão. 

- Eles devem demorar, ou papai não conseguiu acorda-la de maneira que ela não fique de mal humor ou conseguiu e estão desfrutando desse bom humor até agora - a mais nova não entendeu o que seu irmão quis dizer na segunda parte, mas aposta na primeira - podemos comer, então? 

- É, parece que vão demorar - ela passa a mão na barriga - e eu tô com fome. Vamos tomar café e depois você vai tirar esse pijama, hein. 

- Okay, senhora! E você vai trocar esse kimono todo sujo de geleia - ela apenas assentiu pois já havia começado a comer. 

**** 

Os portões do “palácio sem sol” foram abertos e de lá saíram vários Yatos com seus guarda chuva junto da família de seu Líder que acompanha sua esposa e seus filhos. O parque onde ficam é, literalmente, do lado da moradia dos Yatos. 

Alguns amigos próximos já estavam alí quando chegaram e um deles é Shun e sua família.  

- Kamui! - Mitsuba corre em direção ao ruivo e o abraça apertado.  

Kouka e Umibouzo, que se encontram de mãos dadas, ficaram muito feliz com esta cena pois Kamui sorriu sincero e ela estava radiante com a presença dele. Depois a morena cumprimentou os pais e a irmã de deu noivo e logo seus pais apareceram cumprimentando os amigos. Kagura procura por Sougo, mas não o vê em lugar nenhum. 

Kouka segura seus cabelos soltos e seu kimono branco por causa do vento enquanto conversa com Meiko e seu marido ajuda Okita com o churrasco que contém grande variedade de legumes enquanto Kagura bola uma forma de catar algum Wagashi* ou um Sakura mochi* da farta mesa e logo pensou que seria mais fácil se fosse para baixo da mesa então foi o que fez: correu para a parte de trás da mesa, pegou alguns doces, levantou o pano que a cobre e tentou entrar sem ser percebida.  

- O que você faz aqui, menina idiota? - Essa voz arrastada e preguiçosa é inconfundível. 

- Sougo? - sussurra pensando em como vai limpar o açúcar que cairá em seu longo e delicado quimono vermelho florido. 

- Não, um fantasma - pega um doce da mão da menor - Sai daqui cheguei primeiro. 

- Não vou sair! - senta na grama começando a comer. 

- Você tem que respeitar os mais velhos, nanica, eu não tô afim de cuidar de criança hoje - Diz como se fosse um adulto. 

- Você também é criança então cala a boca - ele rouba mais um dos doces dela - para com isso e vai pegar o seu! 

- Já que você vai ficar aqui me perturbando tem que dividir comigo. 

- Não tenho não! 

- Tem sim. 

O moreno tenta pegar outro wagashi, mas ela o interrompe e começam a correr em baixo da longa mesa. Ao chegar em uma das pontas a Yato tropeça e cai sujando o Kimono de terra e deixando os doces caírem no chão. 

- Bem feito. É isso que dá ser egoísta - sorri sarcástico enquanto ela levanta-se e mostra a língua pra ele. 

A menininha pega um punhado de grama e joga no garoto de nove anos que irrita-se e ameaça bate-la a fazendo tentar correr, mas a mesma tropeça em seu Kimono e instintivamente segura a toalha branca a sua frente para equilibrar-se, mas isso não aconteceu. Sougo sabe que acima daquela parte da mesa repousa a torta de morango de Mitsuba e abaixo dela há uma travessa pesada de prata com ornamentos florais e Também sabe que puxando a toalha como a pequena Yato faz nesse exato momento é certo essa sobremesa como outras também caírem em cima da Yamamoto.  

O pequeno aprendiz de samurai não pensou duas vezes antes de jogar-se em cima da criança que puxou a toalha mesmo sabendo que provavelmente ficará com alguns hematomas nas costas pelos pesados recipientes das sobremesas, mas esse detalhe não pareceu perturba-lo.  

A atenção de todos presentes no parque voltou-se totalmente ao barulho de uma pequena travessa de Ohagi* cair no chão e logo puderam ver Kagura e Sougo no meio do rasgo que fizeram na toalha branca que cobria toda a mesa. A menina de olhos azuis safira reclama pelo queixo recém ralado e o moreno agradece por a tolha ter rasgado e não os alimentos terem caído em cima deles. 

- Kagura, vejo que já encontrou Sougo e já estão aprontando - Kouka a olha com repreensão enquanto Meiko sorri da travessura juntando os doces que caíram. 

- O que vocês faziam embaixo da mesa, hein? - indaga a sra. Okita puxando a orelha de seu menino. 

- Boa pergunta - Kamui profere fulo enquanto Mitsu tenta em vão puxar a manga de seu ch'ang-p'ao* preto amarrado na cintura com um tecido vinho vivo com uma calça branca para contrastar. 

-Estavam apenas brincando – sorri a morena de cabelos curtos e kimono longo verde com estampas de rosas nas pontas das mangas e na altura do joelho. O obi marrom tem folhas estampadas e o objime é uma mistura entre branco e dourado. 

-São crianças, filho. Quando você tinha seis anos como sua irmão cismava em caçar peixinhos no rio ali perto e sempre puxava Mitsu deixando tanto eu como Shun doidos atrás de vocês - O maior compartilha uma garrafa de saquê com o sr. Okita tomando cuidado para não sujar seu ch'ang-p'ao* branco como o de Kamui com a diferença de que a faixa do mais velho é azul escura.  

-Mas você aprendeu a lição depois que ficou doente por duas semanas e quase me enlouqueceu – a sra. Yamamoto põe a mão na teste sinal de que procura paciência - vão brincar, mas tentem não destruir mais nada ou fazer algo perigoso. 

Os mais novos levantaram-se e foram correndo pra o outro lado do parque antes que Kouka mudasse de ideia.  

-Vamos pra lá também - Kamui já ia segui-los, mas a mais nova não o deixou. 

-Não! Vamos para outro lugar – e sem que ele pudesse contestar ela segurou a mão grande do Yato comparada a dela e o levou para o lado oposto de onde os menores foram deixando para trás olhares curiosos de seus pais. 

-Nossa menina gosta muito do filho de vocês - Meiko comenta de mãos dadas com seu marido. 

-É bonita a amizade de nossos filhos, tanto de Kamui e Mitsuba quanto de Kagura e Sougo – Umibouzu confessa orgulhoso ao lado de sua esposa sorridente que ajeita a enorme trança e depois abraça o. 

-Estou ansioso para juntar nossas famílias - desta vez o comentário foi de Shun - Já ia me esquecendo, terminei o aparelho que lhe prometi há alguns anos, mas gora consegui terminar minhas pesquisas recentemente e demorei uns meses para monta-lo, mas quero que você seja o primeiro a usar o utensílio artificial que criei, aliais, foi por você que o criei. 

O maior não sabe as palavras exatas para agradecer. Já existe próteses, mas nenhuma das que tentou usar ficou satisfeito então o senhor da família Okita prometeu o criar algo que o deixa-se confortável e lhe fosse  útil. O Yato Sempre agradecerá ao amigo pelo tempo que perdeu com pesquisas e tentativas falhas apenas para alcançar o resultado de ver o companheiro satisfeito. Esse é o tipo de amizade que vale a pena. 

**** 

-Pra onde você tá me levando? - Indaga o ruivo recebendo risadinhas como respostas.  

Enquanto iam para o destino que só a de olhos castanhos avermelhados sabe onde é  Kamui observa as pétalas rosa caindo suavemente e depois notou que quase todo o lugar onde ocupava a coloração branca graças a neve agora é um mar de rosa. Passando os olho ao redor do imenso parque não muito movimentado graças a presença dos Yatos o que difere demasiadamente pois todos os parques da região estão super lotados pode ver pessoas de seus Clã rindo, bebendo, meninas dançando em grupo e aquele clima o aqueceu. 

A Sakura mostra muito mais do que as pessoas podem ver. Sua breve existência é frequentemente comparada com a vida pelos japoneses por ser luminosa e bela, embora efêmera e transitória. Muitas gerações apreciaram o desabrochar e a filosofia envolvida nessa tradição milenar. 

O ruivo está tão submerso a imagem que visualiza, a harmonia que corre naquele lugar que nem percebeu quando Okita parou de correr e a mesma o olha sorrindo finalmente o vendo sem a expressão triste de quando chegou. Kamui saiu de seus devaneios calorosos quando sentiu sua prometida o abraçar apertado ficando imóvel. 

-Eu fiquei tão preocupada com você - ela diz com seu rosto contra o peito do maior - e pra ajudar você ainda cisma de me distanciar - ela quebrou o abraço e o encarou furiosa - qual é o seu problema? - o outro engoliu o seco.  

-Eu juro que... - foi cortado. 

-Você não jura nada! Você não pode se excluir do mundo porque isso o que aqueles malditos querem! - É notável a irritação na voz da menor. 

-Mas monstros não podem fazer parte da sociedade, Mitsu. Eles sentem medo da minha presença e não os tiro a razão - ele abaixa o olhar mostrando sua tristeza e talvez tivesse um pouco de raiva ali também - Sabe, faz tempo que eu quero te fazer uma pergunta - hesita momentaneamente, mas ele precisa ouvir a resposta - você não sente raiva ou no mínimo indignação por ter que se casar com um demônio?  

Ela arregala os olhos e o fita não acreditando naquela pergunta. Nunca teve medo ou algo do tipo em relação ao Yato, ao contrário, sempre amou a companhia do amigo, sempre sentiu-se protegida com ele, sempre sentiu-se mais alegre com os sorrisos sinceros e travessuras do garoto a sua frente então como ele pode ter uma imagem tão vil de si mesmo? Ela não percebeu, mas seus olhas encheram-se de lágrimas o que o assustou. 

- Calma, Mitsu - ele olha de um lado para o outro procurando por algo que o a acalme, mas nada achou. 

- Kamui - sua voz embargada mostra a tristeza dela sobre a pergunta do ruivo e depois tocou sua cálida mão no rosto alvo do mesmo - para com isso. O que fizeram com você não foi por medo. Nunca foi. Foi tudo por inveja! Você é lindo e inteligente e as pessoas se incomodam com isso - ela desliza a mão para a nuca ruiva acariciando os cabelos agora curto de Kamui - não deixe a inveja dessas pessoas te transformarem em um monstro, por favor. 

O Yato apenas notou que começou a chorar quando  ela passou o polegar por suas pálidas bochechas. Ela ia quebrar o abraço, mas ele não a deixou distanciar-se e devolveu o afeto a abraçando apertado e ela entendeu que algo dentro dele luta para acreditar nas palavras dela. 

- Você é uma das pessoas mais importantes pra mim e não suporto te ver sofrendo por isso - os olhos dela estavam brilhantes por causa das lágrimas. 

Quebraram o abraço e ele a fitou sorrir e achou a imagem incrivelmente bela, a menina mais linda e gentil que conhece bem a sua frente com olhos brilhantes e sorriso sincero, Sakuras preenchendo o cenário deixando tudo mais romântico e o perfume de rosas que sentiu vir da delicada de Mitsuba o deixa um pouco desnorteado. O Yato pôs suas mãos ao redor das bochechas dela e ficou preso nas íris avermelhadas por um tempo calculando o que faria e por fim desistiu de prosseguir a vontade de beija-la pois sabe que os lábios de sua prometida não o pertence, o coração de sua noiva não o pertence.  

-Obrigada, Mitsu - beijou a bochecha dela e distanciou-se - por tudo!  

-Para onde você vai? - indaga o assistindo ir para qualquer lugar aleatoriamente. 

-Vá se divertir, já fiz você perder muito seu tempo comigo. Hijikata deve estar por ai te procurando - ela começa andar em direção a ele. 

- Mas eu quer... 

-Eu preciso ficar sozinho - isso foi o suficiente para ela parar de segui-lo. 

Mitsuba ficou parada vendo o distanciar-se com o olhar triste. Toushirou observou os de longe e entendeu as razões do amigo. Não os perseguiu, apenas os viu de longe e quando aproximou-se ao ouvir o teor da conversa decidiu não intromete-se, mas percebeu o clima que formou-se entre aqueles dois, mas algo em si sabe que Kamui nunca seria capaz de algo assim. Decidiu por fim que é hora de ir animar sua menina então anunciou sua chegada com um "oi" e logo foi abraçado por sua garota que pelo aperto perceber o quanto ela precisa que ele a devolvesse e então a envolveu em seus braços e passou a mão pelas madeixas curtas morenas. 

-Tem um lugar onde quero te levar, amor. 

**** 


Notas Finais


Então vamos as explicações:
Eu escolhi tratar do Hanami pois já havia falado um pouco sobre ele no anterior e achei interessante incluí-lo na história sem tirar que ele se encaixa perfeitamente nos próximos acontecimentos.
Sakura Zancen - É a “linha de frente das Sakuras”. Elas começam a florescer no sul e terminam no norte em todas as regiões formando uma “linha”.
Shunbun no hi - é o equinócio de primavera japonês.
Wagashi - doces feitos a partir de plantas.
Sakura mochi - É bolinho de arroz recheado com feijões vermelhos (muito comum no Japão para a preparação de doces) e enrolado em folhas de Sakuras.
Churrasco japonês - não​ é repleto de carne como o churrasco brasileiro pois eles assam mais vegetais do que carnes.
Ohagi - Bolinho de arroz revestido por feijões vermelhos também conhecido como “BotanMochi” e é considerado um doce de primavera e de outono.
ch'ang-p'ao - sabem as roupas que a Kagura e Kamui usam no anime? Esse é o nome de uma delas... É mais Kamui que usa. Esse é o nome do trage japonês deles.

Novamente aviso para prepararem o kokoro rsrs
Gostaram??


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