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História You Give Love a Bad Name - 2.Rose Petals (part.3)


Escrita por: Mylovepuk

Notas do Autor


Hello ;-;
Não vou mentir, tô chorando ;-;

Então, tive que dividir de novo. Não pensei que o capítulo 2 ficaria tão extenso a ponto de eu ter que dividir em quatro... Meus planos eram que essa fic tivesse 30 capítulos, mas se eu tiver que dividir todos eles em 2, 3, 4 ou 5 prevejo terminar essa fic com 90 capítulos ;-;..... Sorry

Mas o próximo realmente vai ser o último pois falta pouco para eu terminar de escrever. Eu tomei um susto quando vi 12.000 palavras e resolvi dividir em duas partes por que não quero mais divisões pra esse capítulo. Enfim, tentei resumir essa parte e esse foi o resultado.... Sorry

Último aviso: choro é livre para todos os público. Essa parte foi o apogeu do capítulo 2, mas ainda vai ter momentos bad no próximo... Sorry

Boa leitura :')

Capítulo 6 - 2.Rose Petals (part.3)


Fanfic / Fanfiction You Give Love a Bad Name - 2.Rose Petals (part.3)

Tudo, todo o clima tranquilo, o som de risadas, as conversas descontraídas, a alegria e fraternidade, tudo destruído.

Sougo e Kagura estão próximos ao lugar onde viram seus responsáveis da última vez, mas cessaram seus passos quando ouviram gritos e um pouco mais perto puderam ouvir sons que provam o encontro entre lâminas. Okita estalou a língua enquanto pensa em uma estratégia, mas seus devaneios foram interrompidos quando ouviu a Yato soluçar baixinho.

-Você não pode chorar agora! - sussurra a repreendendo.

-Mas mama e papa devem estar lutando e eu não sei onde está meu aniki - tenta a todo custo não chorar alto.

-Olha, vamos para aqueles arbustos - aponta - perto da mesa e vamos nos esconder lá embaixo para localizar nossos pais, mas você não pode fazer barulho.

-Mas eu não vejo nossos pais aqui - retruca controlando o choro.

-Não da pra ver muita coisa daqui, mas eles devem estar lá - a encoraja pondo as mãos nos ombros pequenos - não precisa ter medo! Eu vou te proteger porque é isso que samurais fazem!

-Mas você nem é samurai ainda.

O menino franziu o cenho querendo vingar-se pela última frase da ruiva, mas aquela situação o impede de fazer tal coisa então fará diferente. 

Durante o treinamento de samurai Sougo aprendeu que o mais importante não é manejar perfeitamente uma espada e sim a causa de sua luta. Todo guerreiro segue seu Bushido* e a partir do momento em que escolhe sua causa para lutar esta será a mesma até o fim de seus dias e se seu juramento for quebrado a consequência será o Sepukku*.

O mais novo da linhagem Okita desde que recebeu sua Mamori-gatana* aos cinco anos já tinha em mente sua razão e escolheu simplesmente lutar por proteção e justiça, mas muitos samurais estão trocando suas Katanas* por canetas e tornando-se poetas ou filósofos já que a classe guerreira do país do sol nascente está sumindo aos poucos com a falta de guerras nacionais. A briga entre clãs tem diminuído consideravelmente pela variedade de comércio que aumenta cada vez mais resultando em menos rivalidade e o encerramento de muitos. 

-Kagura! - Kamui os vê supostamente escondidos enquanto ajuda a morena segurar o de cabelos negros.

-Aniki! - Saiu correndo para abraça-lo e quase deixou Hijikata cair com o impacto da menor em seu tronco.

-Que bom que vocês estão bem - diz o ruivo com a irmã ainda presa ao seu corpo -Mas vocês tem que se esconder! Não podem dar o mole de ficar a vista! 

-Estamos escondidos - defende o moreno.

-Não estão não - profere Mitsu - foi sorte não terem sido encontrados pois vimos vocês a metros daqui.

-Exagero - contraria a irmã - estávamos bolando um jeito de irmos para baixo da mesa sem sermos vistos.

-Boa, até porque precisamos de pessoas do seu clã para tratar de Toushirou - analisa Kamui - Sougo, eu tenho um plano, mas preciso de sua ajuda. Aquenta carregar ele?

-Por que eu tenho que carregar o Konoyaro - sua fisionomia irritada revela o quanto detestou a pergunta.

-Porque eu vou para o campo e logo perceberão que sou um Yato então irão atrás de mim e enquanto eu os afasto vocês levam Toushirou para os do clã Okita que ficarem e, Kagura - fita a menor autoritário - Fique aqui com eles. Eu voltarei com nossos pais e acabaremos com esse inferno. Entendido?

-Mas Kamui, você já brigou com muita gente hoje - Mitsuba tem preocupação em sua voz - acho melhor nos escondermos em outro lugar todos juntos.

-Toushirou não tá bem ele precisa de cuidados médicos e nenhum de nós sabe o bastante para ajuda-lo - suspira trocando de lugar com Sougo - por favor, fiquem bem.

-Kamui - Kagura o chama chorosa o que arrebentou o coração do ruivo - me leva com você, por favor.

-Eu vou volta, tá bom? - ajoelha para ficar do tamanho dela - você tem que ser corajosa e ajudar a cuidar de toshi.

-Mas eu tô com medo - e soltou o choro que há muito tempo prendia.

-Sougo vai te proteger. Não saia de perto dele, tá bom? Vai ficar tudo bem - levantou antes que desista de seu plano por Kagura - esperem um pouco, quando os sons diminuírem vocês entram lá.

O Yato saiu de trás dos arbustos logo envolvendo-se na luta chamando a atenção dos chineses. Não tardou para acontecer o previsto por Kamui: o grande grupo inimigo focou apenas nele e então fugiu do cenário totalmente destruído dando espaço para os outros que estavam atrás dos arbustos entrarem no campo.

-Okitas! - os membros do clã dos castanhos foram correndo em direção a eles logo socorrendo o maior entre eles.

Mitsu limpa o rosto de Kagura enquanto Sougo aproveita o termino dos curativos de Hijikata e aproximou-se do mesmo.

-Que pena que não morreu - iniciou o diálogo e sentou em frente ao de olhos azuis.

-Não foi dessa vez - sorri irritado.

-Pois é. Saiba que quando você morrer vai ser por minhas mãos.

-Ah, claro. Tenta sorte.

-Konoyaro - esperou até Toshi fita-lo - obrigado.

-Pelo quê? - indagou confuso.

-Você protegeu minha irmã.

-Você não tem que agradecer a mim -“e sim a Kamui que conseguiu realmente evitar a tragédia” - completou mentalmente cabisbaixo.

-Acredito que o Konoyaro ruivo chegou depois e ajudou, mas se não fosse por você eu e Kagura não teríamos fugido e minha irmã talvez não estivesse bem - dá de ombros - eu te odeio, mas sei ser justo e acho que você vai ser um ótimo samurai.

-Obrigado...! - Ele nunca esperou ouvir isso do pequeno a sua frente e sorriu - mas apenas fiz o que samurais fazem.

-Proteger princesas? - pergunta fitando o maior que cora minimamente.

-Também...

-Sabe, tenho uma coisa que não entendo de vocês - interpolou mostrando dúvida.

-O que é?

-Mitsu é princesa do Kamui, não é? Então por que você agiu como se fosse o samurai dela?

-Por que ela é minha princesa! - diz com convicção - O que define se ela é minha ou não não são Rótulos e sim se ela quer ser minha princesa e eu seu samurai só isso que importa. 

-Então por que ela é noiva do Kamui e não sua?

-Porque não foi ela nem ele que decidiram disso - suspira - Sougo, quando você achar a pessoa que quer proteger de tudo e fazer qualquer coisa apenas por um lindo sorriso então faça isso independente de qualquer coisa pois o que vale são os sentimentos e não os rótulos.

O menor reflete sobre tais palavras e olha para a pequena de kimono vermelho sujo e olhos brilhantes lembrando que tem algo que ia fazer então levanta-se e caminha até a ruiva deixando um Hijikata orgulhoso para trás.

A mais nova está sentada em uma cadeira soluçando por ter chorado tanto quando Sougo chegou.

-China, você tem que levantar.

-Por quê?

-Porque sim - ela franze o cenho, mas não quer brigar então fez o que foi pedido a ela.

Kagura está em pé então Sougo ajoelha-se  em frente a ela e depois levanta o joelho esquerdo ficando um pouco menor do que ela.

-Eu, Okita Sougo, futuro samurai e sucessor da família Okita assumirei a responsabilidade de protege todos que são vulneráveis unicamente pela justiça e zelarei pela segurança de meu clã.

A menor o fita interrogativa enquanto o mesmo mantém a calma e a seriedade.

-E uma de minhas prioridades estará sua segurança. Dou a você, Benehime, minha palavra de que nunca permitirei uma lâmina sequer marcar sua pele.

-Mas... Por quê? 

-Porque eu quero. Porque é meu dever. Porque eu detesto ver você chorando. Porque um Samurai tem o dever de proteger princesas.

Antes dos guerreiros japoneses juntar-se a elite militar seu dever era apenas proteger seu daimyo*. Nobres tinham os melhores mestres e muitas vezes os casamentos eram escolhidos a partir de suas habilidades. Depois que samurais passaram a juntar-se a facção militar perdeu-se um pouco o costume de casamentos por contrato pois os guerreiros deixavam bem claro que prezavam a liberdade e por a maioria ser viajante eram bastante conhecedores de culturas tanto religiosa ou não. A maioria deles tinham princípios baseados em crenças, mas as mais populares resumia-se ao amor. Sentiam-se orgulhosos de serem comparados a Sakuras pois realmente identificavam-se com ela.

-Então, já que quer cuidar de mim me leve até meus pais - pediu esperançosa.

-Acho melhor ficarmos aqui, você ouviu seu irmão.

-Ele disse que se eu estiver com você então tudo vai ficar bem!

-Não acho uma boa ideia.

-Por favor - ela o abraça enquanto o mesmo continua ajoelhado - eu preciso ver minha mama e meu papa! Eu preciso cuidar do meu irmão!

-Você não vai poder fazer nada para ajudar, é melhor ficar.

Ela separa-se dele e cerca as bochechas dos de olhos castanhos com suas pálidas mãos e crava seu olhar ao acastanhado mostrando sua determinação.

-Eu não posso deixar Kamui perder o controle se não ele vira algo que ninguém o para até seu corpo se cansar. Ele me prometeu que nunca mais viraria aquilo em minha presença então eu não posso deixá-lo sozinho. 

Ela tem o olhar sério apesar de brilhante. Okita nunca viu imagem tão bonita pois dentro daquele mar que parece ser os grandes olhos de Kagura havia indiscutível coragem e isso fez o coração de Sougo palpitar mais rápido pois a coragem da menina a sua frente vem acompanha de força. Tudo isso encanta Sougo.

-Não tenho como recusar - ela sorri e deixou um pequeno selar no nariz de Okita.

-Vamos logo - demorou uns segundos para o outro recompor-se e levantar-se, mas fez nada disso antes de tocar em seu nariz e admirar o sorriso de sua Benehime.

**** 

Kouka não tem controle de seus movimentos. Alguns minutos depois de seus filhos saírem de seu campo de visão os adversários anunciaram sua presença com uma bomba de fumaça assim transformando toda aquela fraternidade em uma briga. Seu kimono anteriormente branco agora tem a cor vermelha de tanto sangue que tirou dos inimigos, seus cabelos encontram-se soltos e seus olhos atentos a procura de duas figuras ruivas e pálidas. Diversas vezes foi cercada e viu-se em uma situação complicada por estar desarmada, mas felizmente conseguiu roubar a espada de uma das pessoas que combateu. 

Umibouzo, por sua vez, nunca anda desarmado apesar de ser característica dos Yatos serem os melhores em duelo corporal. Em momento nenhum perde Kouka de vista que está totalmente desesperada procurando suas crianças por todo lado. Primeiro foram em direção a que Kagura e Sougo , mas deram voltas e mais voltas acabando por chegar no rio onde Kamui brincava quando menor e viram dois inimigos mortos e muito sangue o que deixou a Yato em pânico. Antes de sair do lugar onde seu filho estivera achou o cordão que ele mantém sempre em seu pescoço e de transparente agora está totalmente vermelho e isso a fez chorar pois não queria essa vida pra Kamui nem pra Kagura, mas ergueu-se, guardou o cordão de seu filho e voltou a correr atrás de suas crianças sempre achando os estrangeiros inimigos pelo caminho.

Quando os Yamamotos consideraram já ter andado por todo lugar a ruiva começou a chorar desesperada e o líder Yato tentou conforta-la, mas tiveram que lutar com os causadores de todo esse caos. Por sorte chegou um grupo Yato que juntou-se ao abatedouro transformando a cena romântica em um cenário brutal totalmente infame a simbologia do Hanami. 

Tudo em que Yatos tocam, morre. Tudo que Yatos gostam, sangra. Tudo que Yatos ama, mata. 

-MÃE - Kamui a chama iluminando o olhar dela.

-KAMUI, MEU FILHO! - Ela apartou com seus braços todos que tentaram impedir e Umibouzo foi logo atrás - finalmente eu te achei.

Kouka não importou-se com o que há em sua volta apenas abraçou o de cabelos curtos sentindo algumas feridas nos braços e costas de seu filho. O líder do clã e outros Yatos logo tratou de deixar o inimigo distante da cena ente mãe e filho.

-Mãe, temos que lutar - Kouka fita os olhos vazios de asiático ruivo que deixou os dela mais marejados.

-Não era pra ser assim - ela fita os machucados e hematomas pelo corpo pálido do ruivo menor e a quantidade de sangue em suas mãos - não era pra vocês terem essa vida - acaricia a bochecha dele reparando o quanto a pele dele está fria exatamente como sua expressão facial.

-Não temos escolha - após a última declaração Kouka não aguentou e permitiu-se chorar e abraça-lo de novo.

-Eu não vou permitir que te transformem em um monstro! Eu nunca vou permitir mais sangue em suas mãos! 

-Mãe, estamos cercados de vilões. Precisamos mata-los para não voltarem mais. Precisamos viver - diz sério.

-NÃO FALE DESSE JEITO! - Descontrola-se e começa a gritar - NÃO FALE COMO SE PRECISARMOS MATAR PARA VIVER!

-Mas não é assim que Yatos são, mãe? - Ela soluça e acalma-se parando de gritar.

-Não, meu filho, podemos ser diferentes. Não precisamos ser o que dizem que somos. Você não é assim! -soluça - nunca quis que você aprendesse a lutar para matar pessoas e sim para se defender! Seus punhos - pegou no pulso ensanguentado dele - não são armas! Você, não é uma arma. 

-Mas, mãe, transformamos tudo em que tocamos em Sangue. Não é isso que armas fazem?

Kouka já não sabe mais como retrucar seu filho então apenas o abraçou novamente apertado e afogou os cabelos curtos.

-Você não mata tudo que toca e ponto - tentou ser clara e mostrar determinação -Você e Kagura não são assassinos por serem Yatos.

Ao ouvir o nome da menor o Yato mudou sua expressão e claro que a mais velha percebeu.

-Se você continuar sua irmã vai se sentir assim também e não é bom ter esse tipo de sentimento, não é mesmo?  

Kamui pareceu considerar as palavras de sua mãe e envolveu o pescoço dela em seus braços doloridos devolvendo o abraço caloroso. O contato foi quebrado quando ouviram um grito agudo e logo o associaram ele a Kagura.

-AMOR, O GRITO VEIO DAQUELA DIREÇÃO - gritou ela apontando em direção a algumas árvores e como um vulto viu Kamui passar por ela - KAMUI!

-EU VOU PROTEGER MINHA IRMÃ! - continuou a correr em direção de onde ouviram o grito e logo foi seguido por sua mãe.

****

- LARGUEM ELA! - exige o pequeno moreno comparado aos grandes e fortes inimigos que seguram com força o braço de sua princesinha.

- Garoto, admiro sua ousadia - diz um dos que seguram Sougo pelos braços enquanto o mesmo se debate – mas só vai encher nossa paciência se você não parar agora. 

O aprendiz de samurai ia retrucar, mas o Chinês que antes falava agora torce o braço direito do mais novo que grita por conta da dor.

-SOUGOOOO - Grita Kagura chorando por assistir a última cena.

-N-não t-ta doendo - diz rangendo os dentes e olhando pra ela - N-não precisa c-chorar, China.

Ela contorce-se, mas o adversário apenas a segura com mais força a fazendo arfar mostrando que está a machucando e isso deixa Okita muito fulo.

-Solta ela, seu covarde - novamente tenta em vão ir para o lado da Yato - se você quer machucar alguém faça isso comigo. 

O algoz da menina a jogou no chão com um sádico sorriso no rosto e ajoelhou-se puxando o tornozelo da pequena a sua frente e o torce a fazendo dar um grito alto mostrando seu desespero e dor junto com lágrimas grossas. Seu rostinho pálido ganha forte coloração vermelha nas bochechas e nariz fazendo o já quebrado coração de Sougo despedaçar-se por completo.

-HAHAHAHAHAHAH!!! Vendo você assim até parece uma criança normal, seu monstro - ele força novamente o tornozelo já torcido dela a fazendo gritar ainda mais - nem se você tiverem uma vida toda sentindo esse tipo de dor todo dia seria o suficiente para reparar tudo o que já fizeram. Todo sangue Inocente que derramaram, famílias que destruíram, o maldito ouro que ganharam por matar, tudo isso, por cada ato cruel e nada misericordioso de vocês deveria voltar em dobro, suas bestas.

Tacou com certa força o pé de Kagura no chão a fazendo grunhir enquanto chora. Okita está abismado com as atitudes do homem, como ele tem coragem de ferir uma criança? Uma criança linda que não tem culpa de nada, uma criança que nunca derramou sangue, uma criança que entristece qualquer um que a ver chorar então por que ele a machuca? Por que ele a olha chorar com tanta satisfação enquanto os outros gargalham da tristeza dela?

-Por quê? - diz baixinho chorando pela dor de sua ruiva.

-Acho que o principezinho disse al... - Foi cortado pelo golpe do moreno.

Okita notou que o inimigo que segurava seu braço direito afrouxou o aperto e mesmo sentindo dor conseguiu puxar o braço levando o maior ficar debruçado sobre si e conseguiu levar sua perna direita até o estômago do homem estrangeiro que soltou totalmente seu braço pra buscar estabilidade, mas falhou pois Sougo chutou seu calcanhar o fazendo cair e antes que o outro pudesse acertar um golpe na nuca castanha levou uma rasteira e uma mordida o fazendo cair e tirar as mãos do pequeno samurai.

-Cansado garoto? - debocha o homem a frente da Yamamoto vendo o de olhos vermelhos ofegante -quer fazer bonito pra princesa? - agacha-se e agarra os fios ruivos da Yato a forçando levantar a cabeça e revelar seus olhos e nariz inchado -o que te agrada nela, beleza? Ah, garoto, demônios usam máscaras. 

Sougo correu até ele e ganhou um murro ao chegar, mas não desistiu e tentou acertar o homem cruel a sua frente, mas suas investidas são apenas bloqueadas e quando o chinês cansou-se socou o mais uma vez o fazendo ir para longe.

-Você promete, garoto - diz o principal oponente de Sougo neste momento.

-Xaelong - chama um dos orientais - devemos ir e levar a menina pois só sobrou nós e provavelmente não demorarão a nos achar já que você a fez gritar bastante.

-Merda - coçou a nuca - mas nos mandaram levar os dois ruivos e não só a garota.

-Agora estamos em menor quantidade e já devem estar vindo pra cá então é melhor irmos só com a garota mesmo- o outro franze o cenho.

-Quem sabe o que é melhor aqui sou eu. Eu lidero você e nosso chefe mandou levar os dois então vamos levar os dois pra ele.

-Escolhe: morrer aqui dolorosamente e levar nada pra ele ou levar pelo menos um, ganhar metade da recompensa e ainda sair vivo?

-Ele não vai ficar muito feliz - reflete Xaelong a cerca de seu chefe.

-Escolha logo entre sua vida e seguir as vontades dele porque estamos ficando sem tempo - o outro estala a língua e leva Kagura pelo braço até seu ombro e a mesma apenas o permitiu sentindo-se incapaz de fazer qualquer coisa por conta da dor e quando deu as costas para retirar-se Sougo o parou ao acertar um galho grosso nos pés do chinês e o fez cair quando puxou o galho já que a ponta era curvada. Kagura deu um gritinho ao cair com o inimigo chamando a atenção do resto do grupo que olhou para eles.

-Nunca de as costas para um inimigo - diz o pequeno jogando um pedaço rasgado no chão de seu Kimono antes creme agora totalmente sujo de terra e sangue, mas permaneceu com a calça verde do mesmo estado.

-Você já está me irritando - Quando ia levantar-se Sougo pega seu tornozelo e desviando dos chutes fica de pé em sua costa com o tornozelo esquerdo na mão- vai torcer meu tornozelo também, principezinho? 

-Não, pessoas como você merecem o triplo - sorriu sádico torcendo o pé do outro.

-Isso dói tenho que admitir, mas só isso?

-claro que não - de dentro de sua calça tirou um pedaço de Katana que quebrou de um dos chineses mortos que estavam ali quando o outro desconcentrou-se dele para discutir com outro deles e depois rasgou a parte de cima de seu Kimono para envolver o objeto e esconde-lo em suas calças.

-LARGUE ISSO! - ao ver o objeto cortante nas mãos do mais novo percebeu que está em perigo - PEGUEM ELE!

A última ordem de Xaelong não teve tempo de ser concedida antes que o aprendiz de samurai fizesse sua vontade pois o moreno não fez cerimônia  ao afundar a lâmina quebrada no tornozelo do homem abaixo de si causando grande estrago. Satisfação foi o que Okita sentiu ao ouvir aquele miserável gritar de dor. 

Quando Kagura viu que não estava mais sendo segurada tentou levantar-se para correr até seu moreno, mas não conseguiu então rastejou-se até ele que ajoelhou-se no intuito de acolhe-la, mas outras pessoas do grupo o pegaram antes dela alcança-lo.

-SOUGO - tentou engatinhar mais rápido, mas um deles a pegou pelos braços - ME SOLTA!

-Deixem ela. Se vocês querem um saco de pancada eu estou aqui - profere sério recebendo socos e chutes.

-NÃÃÃÃO! DEIXEM ELE, POR FAV... - sua boca foi tampada por um pano.

-você grita demais - gesticula o responsável por calar Kagura - Chega, temos que ir, segurem Xaelong e vamos embora.

-NÃO! - Grita o líder - apanhar não é o suficiente, não iremos sair até esse garoto aprender a lição!

-Já disse q... -foi cortado.

-Não importa o que você disse o que importa é o que EU digo -enfatiza o “eu” - eu quero que ele pague.

-Tá - concorda o outro sem paciência - como?

-Cortem o braço dele. O bom não o que foi torcido e este quebrem -diz sendo levantado por alguns companheiros para assistir o garoto ser desmembrado.

Ao contrário do esperado, Sougo disse nada, apenas gritou quando seu braço direito foi quebrado e seu ombro deslocado e apenas esperou seu outro braço ser cortado.

-ESPEREM - Pediu o chefe daquele grupo - eu quero que a garota veja isso.

Yamamoto está nos braços do homem impaciente para saírem daquele lugar enquanto espera tudo acabar atrás de uma árvore e teve que deslocar-se  assim que ouviu o pedido do líder. Os dois chineses que estavam a frente de Sougo saíram dando vista do moreno machucado e dos caras que o seguram. Okita chora ainda mais ao ver o estado de sua princesa pois aqueles olhos são tão lindos para estarem inchados e vermelhos daquele jeito. O homem tirou o pano da boca dela que também cobria o nariz o permitindo ver o quão vermelho estar.

-So-sougo - gagueja por conta de seu soluço - me perdoa.

-Você não fez nada para ter que me pedir perdão, Kagura -responde fazendo um sorriso forçado.

-Mentira! Eles estão fazendo... Fazendo isso com você p-por minha culpa - seus olhos brilhantes e vermelhos estão matando Sougo mais do que as pancadas que recebe.

-Eles estão me batendo porque são maus. Eu só quero ver você bem. Se daqui a alguns dias eu te ver sorrindo então vou saber que tudo isso agora está valendo a pena.

-Que lindo. Acabem logo com isso - pede o Chinês apoiado a dois capangas.

O inimigo põe-se na frente do moreno e retira sua Katana da bainha enquanto outros seguram o garoto. Kagura ia gritar, mas botaram pano na boca dela novamente. O homem já estava pronto para desmembrar o pequeno quando recebe uma katana bem no meio da testa o fazendo tombar.

Okitas e Yatos entraram no cenário combatendo o inimigo que tentou fugir, mas Shun certificou-se de cercar toda a área impossibilitando a fuga dos chineses.

O líder Okita não hesitou em atacar aqueles que prendeu seu filho que está seriamente machucado. Assim que soltou Sougo surpreendeu-se pela determinação do filho pois mesmo claramente impossibilitado de fazer muitos movimento tentou correr em direção a Kagura que estava sendo segurada por um dos altos orientais de cabelo negro. Shun segurou o braço do mais novo que resmungou e tentou soltar-se.

- Pai, eu tenho que salvar a Kagura! 

- Não. Você tem que ficar perto de mim - diz olhando pros rebeldes olhos avermelhados - você não está em condições de fazer nada.

- Pai, eu sou um samurai e foi o senhor mesmo que me ensinou a ter palavra, coragem e honra - a determinação naquele olhar deixou o castanho maior orgulhoso e angustiado - eu prometi pra princesa que ia protege-la e você não pode me impedir de cumprir uma promessa que fiz diante das Sakuras como um samurai.

Os olhos castanhos aflitos não sabe o que fazer pois sabe que Sougo não irá desistir fácil e não tem tempo para trabalhar naquela resistência. Sem tirar que ele não pode ser o motivo da quebra de uma promessa importante para o filho e fica orgulhoso ao ver que seus ensinamentos foram bem sucedidos.

- Então vamos trabalhar juntos - sugere soltando o braço nu do outro que se empolga com a ideia.

- Vê se não me atrapalha, hein, Velho - dito isto começou a correr em direção a sua Benehime sendo seguido pelo pai.

Umibouzu ao avistar um dos inimigos sendo carregado por outros logo concluiu que aquele é o líder. Eles não tem o perfil de ser uma equipe unida muito menos ter parcerias naquele meio então por que carregariam alguém sem ser seu líder?

Chegou próximo do trio que pensou estar conseguindo fugir despercebidamente.

- Se não querem ficar sem as pernas parem onde estão - ordena fazendo os cerrar os passos na mesma hora - você é o líder, certo?

- Parece que isso é um encontro de líderes então - sorriu sarcasticamente o que não é apropriado para sua atual situação.

- Quem é o seu senhor? - ignorou a ironia e foi direto ao ponto.

- O que faz você achar que eu direi? Mas o incrível de verdade é você me perguntar isso e acreditar que eu te diria de bom grado e sem mentiras - Em movimentos rápidos o Yato corta os braços que sustentam o corpo do homem com quem dialoga o fazendo cair e entrar em pânico.

- Diga de uma vez para ter uma morte rápida - aproximou-se, abaixou-se ficando frente a frente com ele - mas se você for masoquista e quiser ser torturado antes por mim tudo bem também.

- S-seu monstro! Me mata de uma vez! Eu morrerei com honra mesmo que me torture.

Gargalhar, foi o que o homem de um braço só fez deixando o outro amedrontado.

- Honra? Você ainda tem coragem de pronunciar essa palavra? - dessa vez a ironia chegou aos lábios do Yato e foi odiada pelo vilão - você vai implorar pra morrer! Quando você chegar no inferno vai agradecer por ter morrido - Ergue o pulso fazendo o ser a sua frente tremer - mas lembre-se: a escolha foi sua. 

Acertou o rosto próximo de si que fez o líder fracassado ficar inconsciente. Mandou dois de seu clã leva-lo para a masmorra do palacete Yato pois este passará por um pequeno interrogatório depois. 

O segundo foco do Yato mais velho foi Kouka que junto a Kamui luta contra os orientais que não a deixam chegar em sua filha enquanto o mesmo tenta a todo custo segurar uma faca para mata-la, mas Kagura não para de contorcer-se o impossibilitando de prosseguir seu plano. 

Sougo e Shun entram na briga, mas Kagura continua inacessível por causa do grupo estrangeiro. O pai furioso por ver o estado da filha lançou-se no meio da briga e com apenas uma combinação de três golpes deixou dois deles inconsciente o que abriu espaço para os demais correrem até ela. 

O chinês que antes prendia Kagura empenha-se para fugir, mas dada a situação percebeu que é impossível sair com vida e não ia morrer por nada. Sua única certeza é de que ele levará alguém para o inferno com ele. 

Com a aproximação dos Yatos o algoz chinês subiu na árvore e jogou a menina em direção a eles para que tivesse tempo de pegar um punhal e um frasco de vidro de dentro de suas vestes.

Kagura foi lançada em direção Chão, mas como Sougo estava mais perto da direção por onde ela foi atirada conseguiu chegar no local da queda antes que ela encontrasse o chão. A ruiva cheia de arranhões e machucados caiu bem em cima de Sougo que com o impacto desequilibra-se e bate com as costas no chão com a menina em seu colo.

- SOUGO! - Chama desesperada - SOUGO, SOUGO, SOU... - Parou de chama-lo e sacudir seu tronco quando ele pois seu dedo indicador nos lábios dela.

- Não..  grita - disse com falta de ar ganhando um abraço apertado.

Tudo, está tudo doendo. Por mais que esse abraço deixe o mais dolorido ele não quer outra coisa. 

Finalmente a princesa vermelha está nos braços de seu Samurai.

- KAGURA! - Kouka e Kamui chegam até eles e a menor vai correndo abraça-los - meu amor, finalmente.

- Sougo - Kamui ajuda Shun a levanta-lo - sabia que podia confiar em você para cuidar de Kagura.

- Nem precisa me dizer isso, Konoyaro Ruivo - resmungou por conta das muitas dores - só que agora você vai ter que cuidar dela. Preciso de uma folga.

Após algum esforço seu pai conseguiu sustenta-lo e agradeceu Kamui pela ajuda que voltou para onde sua mãe estava. Quando o primogênito dos Yamamotos chegou aquilo virou um abraço triplo, a cena mais linda que Umibouzo poderia ver. 

- Meus filhos, vocês não sabem o que eu faria sem vocês - aperta mais ainda suas crianças.

A maioria dos Chineses morreram, desmaiaram ou fugiram então a luta havia acabado. Se não fosse por um maldito. O Yamamoto mais velho viu quem antes prendia sua filha em cima da árvore pronto para pular em cima de Sua família com um punhado na mão.

- KOUKA! - gritou correndo em direção a eles enquanto sua mulher o fita e depois olha pra trás.

Tudo aconteceu em fração de segundos. Ela parou a adaga com seu ante braço, percebeu que a mira do desgraçado está em seus filhos então deixa a lâmina acertar seu abdome de raspão para poder golpear o Chinês.

- MAMA! - Grita sendo segurada pelo irmão e tirando a atenção da mãe que recebeu o punhal em sua coxa esquerda. 

O líder Yato foi certeiro com a Katana e aceitou o pescoço do cara que atacou sua esposa. 

- Kouka? - ela está tonta então ajoelha-se no chão - KOUKA! 

- MAMA! - grita os filhos juntos e vão correndo até ela que escorou-se na árvore ao lado e começou a ter problemas respiratórios.

- Amor - trás ela para seus braços - amor, fala comigo, por favor.

- M-mama... - Kagura segura uma de suas mãos e Kamui a outra - Mama, você vai ficar bem?

- Claro que vai - os três estão desesperados transbordantes em lágrimas.

A Yato de vestido vermelho por causa de sangue tinha o objetivo de pronunciar alguma coisa quando começou a sair algo verde de sua boca assustando todos ao redor. Ela começou a se engasgar com esse líquido verde.

- Shun, me ajuda, por fa.... Shun? - o amigo também chora grossas lágrimas e Umibouzo já entende o porquê - Não... NÃO! TEM QUE TER COMO SALVA-LA! EU.. EU NÃO VOU...

- UMIBOUZO - Grita tentando controla-lo - ela foi envenenada - conclui ai ver os locais onde a lâmina foi encostada ficar na cor verde musgo e ao invés de sangue sair uma gosma verde.

- Não... NÃO! - Os três não podem acreditar no que ouvem - NÃO, NÃO, NÃO, NÃO! EU NÃO.... - Foi calado pela mão de sua esposa em sua face acariciando a barba mal feita que ela tanto detesta.

Com a mão tremula puxa o cordão de Kamui de dentro do vestido e com certa dificuldade o estendeu em direção ao Yato que soluça de tanto chorar e logo reconhece sua pedra e pega nas mãos de sua mão

- E-eu... amo... - sussurra com dificuldade não achando meios para respirar - Eu amo... Vocês.

Ela sorriu para ele, passou a mão pelo rosto de Kagura, de Kamui e faleceu. 

- Mama? - Kagura chora mais do que tudo agora - MAMA? MAMA! MAMA! ACORDA, MAMA! MAAAAMAAAAAAA!

A menor chora e grita para sua mãe acordar. Algo que nunca mais vai acontecer. Kamui segurou a gélida mão de sua mãe em sua face e a aperta não se contendo em lágrimas. 

Não só o trio chora, mas todos ao redor que presenciaram a cena não acreditam no que acabou de acontecer. Por que uma mulher que educa os filhos para o bem, é boa com quem merece e cuida não só de sua família, mas de todo o clã também tem que terminar desse jeito?  Nos braços do marido, na frente dos filhos de forma tão brutal. Nem um cachorro merece isso.

Esse dia que no passado marcou memoráveis lembranças como o noivado de Kouka e Umibouzo, o chá de bebê de Kagura, risadas, brincadeiras, tudo isso, todos esses felizes dias agora não fazem mais sentido. A mulher que ensinou os filhos a importância da felicidade deste dia não está mais aqui para lembra-los, a mulher que fizera Umibouzo apaixonar-se e o ensinou o verdadeiro significa de lar não estão mais aqui.

Os anos passarão, Hanamis virão, lágrimas trarão e Saudade insuportável resultarão. 

Porque Kouka não está mais aqui.

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Oi de novo ;-;
Samurais - realmente existiam e eram bastante respeitados da era Edo. Gente, Gintama faz mais referências história do Japão do que vocês imaginam.

Bushido - significa ” caminho do guerreiro e de acordo com o código, os samurais deveriam ser leais, resistentes, corajosos e disciplinados.

Sepukku - Hijikata vive falando isso kk. Acho que vocês já sabem, mas é uma forma de suicídio onde a possoa corta a barriga enquanto deixa o intestino sair. Eles não podem mostrar medo ou arrependimento. E depois uma pessoa especializada corta a cabeça para não prolongar o sofrimento. Esse é um dos motivos pelos quais o Japão é o pais onde mais tem taxa de suicídio do mundo todo.

Mamori-gatana - é praticamente o que o Gintoki usa, aquela espada de madeira.

Katana - espada Japonesa.

Daimyo - Senhor feudal.

O próximo eu prometo que é o último desse capítulo ;-;


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