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História You Give Love a Bad Name - 2.Rose Petals (part.4)


Escrita por: Mylovepuk

Notas do Autor


Hello ^^
Sim, a parte final.

× Acabou dando 7.400 palavras e resumindo foi esse resultado... Sorry ;-;
Eu realmente não queria que ficasse extenso, mas também não queria mais dividir então decidi deixar assim mesmo.

× Sei que disse que postaria até ontem, mas não tive tempo... Sorry.
Agora vou dar uma pausa (NÃO HIATOS) nessa fic para atualizar as outras. Pelo menos até eu terminar os 5 caps finais de TOE.

× Percebi que no quisito bad essa fic tá bem dark... Eu não planejava que ela fosse exatamente assim. Sorry ;-;

Bom, até as notas finais ;-;

Capítulo 7 - 2.Rose Petals (part.4)


Fanfic / Fanfiction You Give Love a Bad Name - 2.Rose Petals (part.4)

Barulho de chicotes e gritos de dor ecoam pela masmorra úmida localizada nos fundos da moradia Yato. 

O líder conta mentalmente a quantidade mandada e as vezes “perdia” as contas prolongando mais o castigo do sujeito de situação nada agradável. Suas roupas estão sujas de sangue e rasgadas pelo impacto de chicote, seus braços estão esticados verticalmente por correntes grossas que o suspende não permitindo encostar o pé no chão.

Há cinco dias está nessas circunstâncias passando por fome, cede e tortura. Diariamente Umibouzu o interroga por longo tempo, mas tudo que consegue ouvir é um “vá para o inferno”.

- Dessa vez vamos usar um método diferente, o que acha? - indaga após uma sequência de trinta e cinco chibatadas.

- Me mata de uma vez, besta - está ofegante e rouco após tanta gritaria. 

Os olhos azuis escuros não tem um pingo de piedade ou compaixão, mas também não há ira ou tristeza, dor ou martírio. Há nada ali. É como se Umibouzu sentisse nada. Seus olhos fosco assustam até mesmo outros Yatos pois é como se houvesse dois abismos negros em seu rosto.

- Espera, não seja tão apressado - caminha a mesa com os instrumentos de tortura - eu vou te matar, mas é irônico Você achar que farei isso tão rápido.

O líder agora algoz tira a capa negra e mexe a prótese feita pelo amigo afim de testa-la então pega uma longa barra de ferro consideravelmente pesada colocando uma ponta na fornalha. 

- Cada dia que passa me sinto morrer - faz movimentos aleatórios com o braço falso testando a qualidade - dói morrer todo dia, sabia? E já que isso é graças a vocês então resolvi retribuir o favor e descontar tudo em você - sorriu, o prisioneiro tremeu - mas não sou como vocês, longe disso - pegou a ponta do ferro observando a outra já bem aquecida - Você tem a oportunidade de morrer logo se me contar quem te mandou aqui, mas enquanto não me dizer eu vou mostrar que sou cinco vezes pior.

Caminha até o homem preso e posiciona-se atrás dele como um jogador de baseball com um taco, só que com o bastão de ferro.

- Sua última chance - esperou três segundo, mas nada ouviu - tudo bem então.

A primeira pancada foi abaixo do joelho onde pousou a ponta quente do ferro fazendo o outro gritar e chorar. Depois o local atingido foi bem acima do tornozelo e depois as coxas e depois encima do joelho.

O som de ossos quebrando é algo agradável a ponto de ser prazeroso para o Yato, a quanto tempo não ouvia esses estalares tão sôfregos misturado com gritos e cheiro de sangue?

- “Não faça isso” - a doce voz de Kouka invade sua mente.

- “Não vejo o homem que amo em baixo de todo esse sangue” - Maldita lembrança!

- Umibouzu? - Abuto o chama após perceber algumas lágrimas cair de seu líder. 

- “Gosto de sentir suas mãos limpas” - diz ela após limpar o corpo dele de um recém duelo - “Seu cheiro, sem um resquício de sangue é tão bom” - diz ela após a primeira vez que ele a beijou - “Eu te amo” - depois da primeira vez que ela disse essa frase então tudo o que passou a importar para ele foi agrada-la para ouvir de novo e de novo seu amor retribuir a declaração.

Quando dá-se por si está ajoelhado no chão escondendo o rosto com suas mãos e derretendo-se em lágrimas grossas. Levantou-se de pressa e jogou o ferro para longe e começou a simplesmente socar o estômago do inimigo. 

- Hou... House... Housen.

Umibouzu parou seu desconto de raiva quando ouviu o prisioneiro dizer aquele detestável nome muito conhecido por ele.

- Housen - diz após recuperar o folego - e-ele me mandou. Agora me mata, por favor.

- Então - o mais velho arregalou os olhos não acreditando no que ouviu - então esse desgraçado que está atrás dos meus filhos? - socou novamente o homem pendurado - VOCÊS MATARAM MINHA MULHER POR CAUSA DESSE CARA?

Os socos foram tão fortes que todos presentes na masmorra ouviram o som dos ossos das costelas quebrar.

- AQUELE MALDITO, COMO ELE PODE? - Umibouzu ainda chora e a cada murro sua força aumenta - DESGRAÇADO!

Em um chute e grito deu seu último golpe no estrangeiro.

Abuto está de olhos arregalados com a confissão do inimigo, quem imaginaria que tudo isso está acontecendo por causa do ódio de dois irmãos? Umibouzu nem precisa perguntar a razão pois sabe exatamente pelo o que o irmão está se vingando.

- E-ele... Nunc-ca esqueceu... O q-que você f-fez... Fez a Hinowa - sangue escorre de sua boca como uma cachoeira vermelha - a-agora... Me mate.

O de cabelos negros mais velho apenas sai de perto do homem quase morto e passa pelas pessoas de seu clã aparentemente desnorteado.

- Umibouzu? - Abuto foi o único que teve coragem de chama-lo - O que faremos com ele?

O líder para caminhar e fita com os olhos extremamente sérios e fisionomia assustadora aos olhos dos outros.

- Soltem ele. Com essas pernas vai ser capaz nem de rastejar. Em cinco horas ele provavelmente já estará morto então quero que alguém venha recolher o corpo antes que comece a feder.

E assim saiu da masmorra tentando organizar seus pensamentos, mas todo barulho insuportavelmente doloroso de seus devaneios calaram-se ao ouvir a voz de Kagura.

- Sougo, eu não consigo dormir - a menor de vestido simples vermelho escuro está sentada ao lado do garoto de calça cor creme e parte de cima branca.

- Dá pra ver nessas suas olheiras horríveis - implica o de gesso no braço e vários curativos espalhados pelo corpo - uma hora você não vai conseguir segurar e vai ter que dormir.

- Mas eu tô cansada - abaixa o olhar - eu não sei como vou cuidar do papa e do aniki - seus olhos se enchem de lágrimas - eu não posso fazer nada porque sou pequena e fraca. Como eu vou ajuda-los dessa forma?

- Vem aqui - com o braço não engessado puxou a para si. Assim que a cabeça ruiva chegou em seu peito ele tratou de começar a fazer cafuné na cabeleira ruiva - você não precisa fazer nada nem cuidar de ninguém. Você só precisa dormir.

O pequeno peso de Kagura faz seu corpo doer por conta das muita feridas, mas a dor não é importante agora.

- Pensa assim, eu sou um samurai e vou bater em qualquer coisa que tentar te assustar no seu sonho.

- Mas eu não tenho medo de pesadelos - ajeita-se em cima do acastanhado.

- Fecha os olhos e me imagina bem grande - ela fez o que ele pediu - me imagine com uma Katana bem legal e depois um dragão - Ela dá uma risadinha o que indica que realmente está imaginando - eu e o dragão lutamos enquanto você grita e então você dá um grito tão alto que distrai o dragão - ela abre os olhos e o olha com uma sobrancelha arqueada.

Fita a mini indignação dela e acaba por sorrir.

- Não pode abrir os olhos - ela volta a fecha-los - depois que você distraiu ele eu consegui matar o dragão. Depois disso você correu até mim e disse que me daria qualquer coisa que eu pedisse e eu disse... - depois ficou em silêncio para que ela imaginasse o resto da história e funcionou.

Algum tempo depois ela apenas mexe levemente o peito por conta da respiração e tem uma expressão tranquila. Kagura finalmente dormiu bem depois de cinco dias.

- Kagura? - chamou para comprovar que sua princesinha dormia - eu pedi pra você parar de chorar - terminou a história mesmo sabendo que ela dormia.

Umibouzu apenas observa Sougo sentado de costas para uma árvore do jardim ainda um pouco rosa por causa das cerejeiras e sua filha dormindo no peito de Okita. Encostou-se na parede atrás de si e escorregou suas costas até chegar no chão. Como vai cuidar de seus filhos sem ela? Ele nunca sequer imaginou uma situação assim e não sabe o que fazer.

Depois de tempos chorando conseguiu por a mente no lugar. Observar a cena de Kagura e Sougo o fez pensar em uma coisa: ela precisa de alguém forte ao lado dela.

Kouka sempre quis que Kagura aprendesse apenas etiquetas, línguas, fosse inteligente e prendada. Os dois concordaram que Kagura nunca teria sangue nas mãos. Tentaram ignorar o fato de que é impossível Yatos viverem como pessoas normais, mas a realidade mostra o que não adianta mais negar. 

- Me desculpe, amor - o ser cansado de chorar declara olhando para o céu - Mas é necessário.

Levantou-se e antes de ir olhou novamente para os dois no jardim sentindo seu coração sangrar como nunca havia sentido antes. Neste momento Umibouzu tomou duas difíceis decisões: procurará um noivo para Kagura e a ensinará a lutar.

***

Kamui está sentado em algumas pedras perto do que ele costumava chamar de rio colorido. Agora sua tonalidade é vermelha e rosa. Vermelha graças a quantidade de sangue derramada no raso flume e rosa por causa de algumas pétalas de Sakura que estão em seu último dia de desabrochar.

O Yato segura a corda presa ao cristal totalmente rachado, mas agora limpo encarando o e deixando lágrimas rolar pois todos os momentos agonizante de dias atrás aparecem em sua mente o fazendo sentir dor e mais dor como se tudo estivesse acontecendo de novo e de novo.

Considerou inúmeras vezes quebrar aquela pedra transparente para descontar sua raiva e tristeza, mas Kouka a achou e o entregou minutos antes de morrer e essa lembrança faz ele querer tirar a própria vida.

Ao por o cordão no pescoço novamente pega no bolso de sua calça de moletom preta como a blusa um estilete coberto por panos. Põe o objeto cortante na pedra ao lado enquanto tira as faixas que vão de seus dedos até o cotovelo revelando arranhões, hematomas e cortes verticais na área do pulso. Por algum motivo Kamui não considera ruim a ideia de morrer. 

Mais cortes são feitos enquanto seu sangue escorre, pequenos gritos são reprimidos e a cada corte procura ir mais fundo.

Quando será que essa tortura vai acabar?

Talvez quando não houver mais sangue.

- O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? - o grito fez o ruivo tomar um susto o fazendo parar.

- O que você está fazendo aqui, Toushirou? - indaga mostrando emoção nenhuma em sua fisionomia o que assustou o de cabelos negros já que pela quantidade de cortes aquilo deveria estar dolorido.

- Me dá - ordena estendendo a mão que não está engessada se referindo ao objeto prateado.

- Sai logo daqui se não tiver nada pra falar.

Os olhos azuis escuros do de quimono negro fitam os claros inchados e cheio de olheiras do outro e nenhum dos dois mostra desistência. Hijikata suspira e caminha até Yamamoto sentando ao seu lado.

- Eu e Mitsu temos ido na sua casa nos últimos dias e você nunca se encontrava - vê o menor suspirar pois finalmente entendeu que toshi não vai ir embora tão cedo - e então ela me contou que achava que você estava aqui, mas depois de tudo que aconteceu ela ficou com medo de vir.

- Se veio agradecer realmente não precisa. Nós dois demos o nosso melhor e juntos conseguimos proteger ela e os meninos - quando relaxa os braços o de cabelos longos preso pega o estilete e joga no rio aproveitando a falta de reação de kamui - merda!

- Você tá doido? Tem noção do quão perigoso é o que tu tá fazendo? E se isso causar uma infecção ou anemia profundo por causa da perca de sangue? Você vai morrer!

- Essa é a intenção - começa a enrolar a faixa novamente em seu braço encharcado de sangue enquanto o outro estala a língua.

- Se eu tivesse com forças te daria um soco agora - puxou a manga da blusa do de cabelos curtos o fazendo fitar o mais velho - sei que está sendo difícil, sei no que você provavelmente está pensando, mas e seu pai? E Kagura? Vocês tem que ficar juntos!

Kamui não expressão emoção nenhuma e isso assusta tanto quanto entristece Toushirou.

Na mente do Yato há muitas coisas gritando ao mesmo tempo e tudo que ele quer é silencia-las, muitas imagens vem e vão, muitos sentimentos estão em uma constante batalha dentro dele.

 Kamui está desmoronando, mas ninguém vê isso. 

Ele não deixa isso transparecer e é isso que está o matando.

- Kagura precisa de vocês para continuar crescendo como sua mãe sempre quis. Kamui, se não fosse você e sua irmã seu pai provavelmente já teria cometido suicídio então se ele está sendo forte por vocês dois, se Kagura está tentando ser forte por você e por ele por que você não pode ser forte como eles?

- Eu tô cansado de ser forte.

Seus olhos estão vermelhos indicando que a vontade de chorar está voltando, mas seu orgulho não permite seguir essa vontade na frente do menino angustiado pelo seu estado tanto físico como psicológico.

- Não deveria, graças a sua força Mitsu ficou bem, sua irmã ficou bem.

- Por causa dessa maldita força, por causa desse maldito sangue Yato que me obriga a ser forte - soluça não conseguindo conter o choro - ela... Não está mais aqui!

- Isso não foi culpa sua, você não pode culpar seu sangue por isso! Tudo isso aconteceu por alguém que não gosta de vocês - tenta confortar o amigo que abraça os joelhos para esconder o rosto entre eles - Não veja essa força como maldição, a veja como uma qualidade! Use a ao seu favor ao invés de odiá-la.

- V-você não entende - suspende o rosto inchado para fitar o outro - minha força não é para salvar pessoas e sim para mata-las. Não há exceção.

- Você salvou sua irmã e...

- Não! - o cortou - antes de eu encontrar vocês eu havia acabado de lutar com quatro deles e queria mais! Queria quebrar mais ossos, queria ver mais sangue! - Toushirou fica atônito com as confissões - eu tenho instintos! Yatos tem instintos assassinos que são ligados com o simples cheiro de sangue.

O futuro samurai pensa onde o Yamamoto quer chegar falando todas essas coisas assustadoras aos seus olhos. Percebeu somente agora a mudança de azul para o alaranjado do céu indicando que está anoitecendo.

- Eu sai para procurar mais deles, queria ouvir mais gritos, queria ver medo nos olhos deles. Quando cheguei, não me importei com Mitsu nem com seus gritos, apenas fiquei excitado ao ver outros adversários.

- Kamui... - procura por palavras, mas não consegue distinguir o que sente - então se foi tudo por extinto, por que o último cara você contou com a minha ajuda?

- Porque a Mitsu gritou meu nome chorando... Como Kagura. Fiz a promessa de nunca ser daquele jeito na frente dela então consegui reprimir esse instinto, mas nada que os Yatos fazem é por uma boa causa.

- Você conseguiu evitar que uma coisa muito ruim acontecesse e é isso o que vale! Você voltou ao normal depois e ajudou a gente, Kamui, você é mais do que a destruição que diz ser.

O ruivo de cabelos curtos pensou que Hijikata iria embora convencido de que o mais novo fosse o ser vil que a maioria das pessoas da cidade, Talvez até mesmo de todo o Japão, descrevem os Yatos, os “belos demônios”. Mas não foi isso que o de cabelos negro fez.

- Foda-se o que os idiotas da cidade dizem, é tudo por inveja! Você tem caráter e só isso que importa. Kamui, sua força não faz de você uma pessoa ruim. Até hoje você não mostrou atitudes de uma pessoa ruim e é isso que importa!

Os olhos arregalados já menos vermelhos veem o outro levantar-se e estender a mão.

- Vamos, está ficando tarde - então o Yato segura a mão que o ajuda a levantar - Não vou te deixar sozinho aqui nem morto! Se eu ver você com aquela porcaria na mão de novo eu vou quebrar seu braço!

- Sim senhor - sorri minimamente seguindo o de vestes pretas.

O céu já está escuro e o vento começa a ficar frio para Toushirou, mas para o ruivo estava ficando melhor. Caminharam até a moradia Yato em silêncio pois não há animação para qualquer assunto.

Ao chegarem nos portões vermelhos veem de longe Umibouzu conversando com o comandante da polícia de Ibaraki. Ao chegar mais perto pode ouvir o que o policial falava.

- Eu já disse, os cidadãos dessa cidade não querem mais vocês aqui. Dou três dias para sumirem de Ibaraki - avisa o homem de farda.

- Você não tem o direito de fazer isso. Sempre pagamos devidamente os abusivos impostos que nos cobram.

- Vocês põem pessoas em perigo. Não sei como os Okita pode confiar tanto em vocês que trazem desgraça.

- Nós vivemos aqui apenas trabalhando honestamente e educando nossas crianças, por que temos que ser expulsos?

- Por que não é a primeira vez que vocês tornaram festividades de tradições milenares em um rio de sangue. Vocês põe pessoas em perigo e meu trabalho é protege-las.

- Mas não temos culpa de termos sido atacados justo em dias de fraternidade - Kamui denuncia sua presença.

- Mesmo que não fosse dias de Mitsuri. Não me surpreende terem inimigos muito menos que eles os persigam, mas sempre que isso acontece vocês põem muitas pessoas em perigo. 

- Seu trabalho é ajudar toda a população então ao invés de nos jugar você deveria estar lá para pra nos proteger fazendo seu trabalho de Policial - Umibouzu puxa a gola da blusa do mais novo para ficar mais próximo de si.

- É de vocês que eu preciso deixar a população segura. Vocês que trazem todo o perigo sem tirar que por si próprios já são perigosos. Eu apenas estou fazendo o que já deveria ter feito a tempos: expulsar as bestas daqui.

Hijikata apenas assistia tamanho absurdo de olhos arregalados enquanto Kamui aperta os punhos doloridos e morde a língua para não deixar palavras correrem, mas é uma tarefa difícil.

- O que nos difere das outras pessoas? Somos nós quem mantemos essa cidade Sem perigo e você sabe muito bem disso - O líder Yato aperta o ombro do filho o repreendendo.

- Vocês quem trazem o perigo pra cá, como tem coragem de dizer que protegem essa cidade? - o homem carrancudo ri sarcástico.

- Eles tem completa razão, você quem deveria pensar duas vezes antes de negar - Shun aproxima-se do grupo a frente do palácio Yato - Se nessa cidade não há atividades mafiosas ou coisas do tipo é graças a presença dos Yatos. Vocês podem falar o que quiser, mas é fato que esse clã sempre ajudou a manter a cidade livre de atividades perigosas. 

Os Yatos Viveram por muito tempo em Hokkaido enquanto viviam a serviços direto de Shogun, mas depois de seu desvinculo com o imperador com a tentativa de ter uma vida normal escolheram o subdistrito mais perigoso do Kanto. Em torno de uma década tornaram Ibaraki o subdistrito mais seguro de todo o distrito Kanto. Alguns dizem que até os piores vilões temem o Clã, outros dizem que Yatos apenas queriam tomar a cidade para seus próprios fins macabros e agora com o passar de tanto tempo mesmo esses seres mostrando que apenas estão em paz em seu canto ainda há muitas pessoas que os vê como os piores.

- Okita, como pode defender essa tribo? - O comandante fita o moreno com semblante sério - Me admiro sua coragem de juntar-se a eles sem medo de manchar o nome de sua família.

- Títulos não me interessam, opiniões aleias quanto minha escolha pessoal não me interessam. Agora pessoas com você me dão asco - o policial sentiu aquelas palavras transmitidas não só pela boca como também pelo olhar do Samurai de olhos quase vermelhos e Kimono simples preto - sua arrogância, ignorância e orgulho fazem me pensar como Shogun designa homens com tão pouca inteligência cobrir cargos como o seu.

o cara já com alguns cabelos brancos tenta responder algo a altura, mas apenas  range os dentes mostrando sua raiva a falta de argumentos que provem o contrário.

- Também não me importo com sua opinião! O fato é que eles estão sendo expulsos daqui. Se não saírem em três dias de Kanto então serão retirados a força.

O silêncio dominou aquele meio onde olhares de raiva são presentes. Umibouzu já esta cansado de tudo. Sua mulher morreu a poucos dias, seus filhos estão seriamente machucados, acaba de descobrir que tudo de ruim que acontece em sua volta é causado pelo irmão. Seria demais pedir só um pouco de paz em respeito ao seu luto?

Os Yatos não estão em condições de lutar contra nada neste momento, o líder não aquenta mais perdas e não quer que seus filhos sintam ainda mais tristeza. 

Quando esse pesadelo vai acabar?

Quando os dias de chuva passarão?

Até quando essa família vai suportar?

Não por muito tempo.

- Em dois dias estaremos partindo.

Aquela declaração fez todos fitar o yato de cabelos negros. Shun cerra os olhos entristecido por não poder mudar as circunstâncias, Hijikata e Kamui estão de olhos arregalados e incrédulos enquanto os policiais presentes tem um sorriso vitorioso. 

- NÃÃÃÃÃO! - agora a dona da atenção é Kagura que é segurada por Sougo - NÃO PODEMOS SAIR DAQUI! MAMA ESTÁ AQUI!

O Yamamoto mais velho a olhou com vontade de chorar depois que viu que a mesma está chorando copiosamente o que indica que ela já ouve aquilo há um bom tempo. O ruivo tentou imitar o pai, mas falhou completamente em segurar suas lágrimas.

Esse é o tipo de momento em que Yatos querem ser como os descrevem: demônios sem coração, pois agora a dor é quase insuportável. 

Yatos matam qualquer coisa então por que  não seu próprio coração? 

Agora isso não parece uma ideia ruim, não para Kamui e Umibouzu.

- SEMPRE VIVEMOS AQUI! NÃO É JUSTO! - soluça enquanto o moreno menor segura seus braços - Não é justo... Nós sempre tentamos ajudar, mas nunca aceitaram nossa ajuda.. Mama nunca... Nunca deixou eu brincar com outras meninas porque elas queriam bater em mim, mas tudo bem...

- Kagura, volte para dentro - ordena o pai.

- Pessoas não gostam de nós... Tudo bem! Se vivemos assim até agora então podemos continuar... Eu não me importo! Mama não se importava! 

- Kagura, depois conver...

- Eu não quero sair daqui! - corta o patriarca Yamamoto - Mama está aqui, todas as minhas lembranças estão aqui! Você não pode fazer isso.... Por favor...

A pequena basicamente implora fazendo seu pai cerrar os punhos. O acastanhado menor solta Kagura que corre direto em direção a Kamui e Umibouzu. Shun e Hijikata estão abismados com o sorriso perverso do comandante.

- Daqui a dois dias - repete o detestável Homem de farda antes de sair daquele lugar com outros policiais que o acompanhava.

- Não, papa! Não p....

- Kagura! - a interrompe com dura voz o que a assustou - Todos vocês, deem licença. 

- Mas, papa... 

- Vá com Sougo pra dentro e vocês - olha para Toushirou e Kamui - vão para outro lugar.

- Desculpa por presenciar tal momento. Boa noite sr. Yamamoto - diz antes de sair.

- Obrigada a você, Hijikata, por fazer companhia a meu filho.

Toshi some de suas visões sobrando apenas Yamamotos e Okitas.

- Kagura, por favor.

A ruiva ia contestar, mas Kamui a faz entrar mesmo ela gritando para ele solta-la. Lá dentro ela chuta a perna do irmão e vai correndo para o quarto e é seguida por Sougo. Os olhos azuis claros vermelhos não consegue pousar o choro o engrossando cada vez mais.

Kamui detesta ficar em casa depois de todo o ocorrido, a cada pedacinho daquele lugar tem uma lembrança de sua linda mãe. Caminhou até as tulipas do vasto jardim de entrada que arrancava para dar a ela quando menor. Aquele belo sorriso agora é tão doloroso. O ruivo apenas ajoelhou-se em frente as vermelhas tulipas e deixou mais lágrimas cair em cima delas imerso em momentos passados felizes que agora são seu inferno. 

Cada dia é como se um pouco de Kamui morre-se, mas talvez realmente esteja.

Talvez seu coração esteja morrendo aos poucos.

E junto a ele qualquer coisa que envolva sentir.

****

 - Se você quiser ficar, meu clã entra na briga para te defender. Eu te dou meu total apoio e a família Hijikata deve ajudar também - O líder Okita oferece auxilio para o amigo.

- Não, Shun, eu estou cansado. Se os Yatos não saírem eles não descansarão até nos ver longe daqui.

Infelizmente Umibouzu está certo e o moreno sabe disso, mas não consegue aceitar tamanha injustiça.

- Se ficarmos a polícia atacará minha casa, machucará pessoas de meu clã e meus filhos... - suspirou - eu não quero que eles tenham mais perdas. Chega de dor.

- Entendo - aperta o ombro do de cabelos negro - fazemos de tudo para cuidar dos nosso pequenos. Mas para onde vai daqui a dois dias?

- Para Kabukicho, onde tudo começou.

- Hokkaido?

- Sim, a casa dada por Shogun ainda é nossa propriedade. Voltaremos a nossa origem.

- Desejo que as pessoas do lugar para onde vão sejam menos arcaicas e ignorantes.

- É isolado, não moraremos exatamente no meio de um espaço urbano. É no monte Haguro* e você só encontra se souber a trilha. Não quero ter visibilidade por enquanto.

- Entendo. Eu sentirei falta de sua família nos mitsuris - sorri, mas sente-se triste pelo clima de despedida.

- Eu também, não só eu como meus meninos - sente o mesmo aperto no peito que seu amigo - Kagura vai sentir muita falta de Sougo e Kamui com certeza sentirá de Mitsu.

- E quanto ao noivado deles? - indaga preocupado de como seus filhos ficarão após a partida dos Yatos.

- Quando Mitsuba fizer vinte anos então promoveremos o noivado. Conversaremos por cartas. 

- Tudo bem - desmancha o sorriso - a propósito a prótese lhe serviu bem?

- Ah, já ia esquecendo de agradecer - mexe o braço falso - ela é ótima. Obrigada Shun. Por tudo.

- É o que amigos fazem - suspirou ao perceber que provavelmente essa é a última conversa que terão pessoalmente por muito tempo - Agora vou pegar Sougo, a mãe dele já estava ficando louca com o horário.

- Entre - deu espaço para o outro passar.

****

No quarto de Kagura ouve-se apenas soluços e choro. Sougo não sabe o que fazer ou falar, apenas assiste a menor desmoronar fazendo seu coração fazer o mesmo. 

Okita não sabe o que é mais devastador: ver Kagura nesse estado ou saber que ela vai partir e não fazer a mínima ideia de quando a verá novamente. Ela já faz parte de sua rotina, invadir a moradia Yato pelo jardim e aparecer na porta do quarto dela já é algo comum desde que se lembra.

Como será que é não vê-la todos os dias?

Sougo definitivamente não gosta dessa ideia.

Não quer vê-la chorar por isso, mas não há nada que possa ser feito para mudar.

O pensamento de que essa noite seja a última que a verá o incomoda grandemente.

Finalmente desgruda-se da parede e vai até ela que está ajoelhada no futon e então senta com perninhas de índio em sua frente.

- Kagura... - Ela só então percebe sua aproximação - Não precisa chorar por isso.

- Mas... Mas eu não quero ir... Eu quero ficar aqui! 

- Eu sei, mas pensa assim - procura por algo que pode ajuda-la - você pode conhecer pessoas e outros lugares legais.

- Eu não quero! Eu não me importo de viver só dentro de casa... Eu não quero deixar a mama sozinha.

- Kagura, ela vai para onde você for - ela tenta parar de soluçar, mas falha - talvez seu irmão pare de viajar tanto e comece a estudar em casa.

- Eu não quero... Não, Não, não! - fica emburrada fazendo biquinho negando completamente a ideia de ir.

- Veja outro lado bom, você vai se livrar de mim - ela olha pra ele com olhos estáticos - você não vai mais precisar parar de brincar de boneca porque eu não vou mais imp... Kagura?

Ela parece estar sem reação, sua respiração é falha, seus olhos estão arregalados e suas bochechas encharcadas.

- Kagura!

Ela ainda não havia percebido que ir para longe significaria ir para longe de Sougo também e isso faz tudo doer em proporções assustadoras.

- Kagura, tudo bem?

Não, nem em mil anos estaria tudo bem se Sougo estiver longe de si. Como será passar dias, semanas, meses ou anos sem a presença do menino a sua frente? 

Se imaginar dói, imagina viver? 

Kagura não quer viver esses dias.

- Kag... - a menina pálida o abraça apertado enquanto desaba em lágrimas - calma, vo...

- EU NÃO QUERO IR PRA LONGE DE VOCÊ! - diz determinada sentindo seu peito e garganta arder - eu não quero me livrar de você! Sougo, eu não sei como brincar sem você. Eu não sei passar meus fins de tarde sem você. Eu não quero ficar sem te ver nunca mais.

Okita não aguenta a vontade de chorar e junta-se a ela. Seus ossos podem doer pra sempre que ele não se importaria de permanecer naquele abraço. 

Tudo toma proporções diferentes quando o pensamento de “pode ser a última vez” está presente. A dor quando já é insuportável fica de matar.

Sougo não suporta a ideia de ela ir para longe.

Ela não consegue viver longe dele.

Ambos sentem seus corações se despedaçando.

Querem tornar eterno esse abraço.

Shun e Umibouzu entram no quarto assustando os dois menores que afastaram-se. O pai da ruiva sabe que isso não será fácil, mas é a única coisa a ser feita.

- Sougo, despeça-se de Kagura - ordena Shun com dureza no olhar mesmo estando internamente acabado.

- NÃÃÃO! - Ela o agarra novamente - VOCÊS NÃO TEM O DIREITO DE TIRAR TUDO DE MIM DESSE JEITO.

- Kagura, tente entend...

- NÃO! - Corta seu responsável - o que eu te fiz pra você está fazendo isso comigo?

- Você nã..

- Você me odeia?

- Claro que não, minha filha!

- Então por que está fazendo tudo isso? - ela soluça enquanto encara o pai - POR QUE? ME RESPONDE!

- É necessário, meu amor.

Umibouzu pergunta-se mentalmente o porquê de tudo isso estar acontecendo e não acha a razão para tanta dor. Seu maior medo agora é de que Kagura o odeio pra sempre, mas nada disso acontece por seu querer. As circunstâncias são cruéis.

- Despeça-se de Sougo - os menores choram como se não houvesse amanhã e isso faz seus pais sofrerem - entendam, não é a última vez que irão se ver. 

- Ka..kagura - começa a dizer em meios a soluços - Eu vou crescer... Eu vou me t-tornar samurai... - Sua voz é falha e ela o fita com as enormes esferas iguais a safira - Eu vou ficar mais inteligente.... E quando eu for maior de idade eu vou te ver! Aonde quer que você vá eu vou te procurar! Eu prometo.

Sua determinação deixou o pai orgulhoso e satisfeito. Essas ações mostram que Meiko e Shun acertaram ao criar seus filhos e ficam extremamente orgulhosos ao ver que ambos tem caráter. Há cinco dias o Okita mais velho pode presenciar o quanto Sougo presa uma promessa então se o menor a prometeu vê-la novamente é por que fará de tudo para isso acontecer.

- Quando você c-crescer, tente não esquecer de mim - os soluços diminuíram - nós vamos nos ver de novo.

- E-eu nunca v-vou me esquecer de você! 

Ela diminui a força de seus braços e ele entende que é hora de partir. Hesitante distancia-se dela e fica de pé caminhando até o pai.

- Kagura - ele a chama pela última vez - se você se tornar uma princesa quando crescer então quando eu for Samurai podemos juntos fazer o Hanami ser nossos dias - ele tem convicção na voz o que a fez limpar as lágrimas no intuito de parar de chorar - então poderemos passar todos eles junto. Mas para isso, você não pode se esquecer de mim.

- Eu prometo crescer e me tornar uma princesa forte e inteligente! - funga - prometo nunca esquecer de você... vou sempre te esperar!

- Até mais, benehime - Sougo sai do cômodo seguido pelo pai. Ao passar pela porta volta a chorar como criança e assim permanece até chegar em casa.

- Kagura... - Umibouzu pensa em algo para confortar a filha.

- Sai daqui.

Sua voz e olhar tem ódio e isso afetou o Yato de todas as formas possíveis.

- Minha filha...

- Eu quero ficar sozinha. Respeite pelo menos isso, por favor.

O mais velho abaixa a cabeça e sai do quarto da ruiva. Assim que fecha a porta a ruiva volta a desmoronar como tem feito noite após noite, dia após dia desde a morte da mãe.

Umibouzu daria tudo que tem se pudesse consertar as coisas. Tudo que pôde fazer foi mandar Abuto avisar ao restante dos Yatos e trancar-se em seu quarto onde pôde chorar por tudo que acontece junto a uma garrafa de sake. 

Espera que a mudança signifique algo bom no meio de todo esse caos.

****

É o grande dia das “bestas” irem embora de Ibaraki de uma vez por todas. Há grande movimentação em frente ao palacete Yato de pessoas celebrando a partida do clã.

De seu quarto Kamui consegue ouvir as pessoas gritando coisas como “vocês mancham a terra do sol nascente” ou “a paz Reinará em Kanto novamente”. Todos esses protestos o irritam extremamente.

- Kamui? - Mitsuba o chama pela terceira vez finalmente ganhando sua atenção - não liga para o barulho que vem de fora.

- Desculpe - volta-se para a morena - o que dizia?

A acastanhada suspira. Os olhos fundos e a pele extremamente pálida de Kamui a preocupam, mas infelizmente não vai poder cuidar dele e isso a preocupa ainda mais.

- Kamui, você tem que se cuidar!

- Ah, não se preocupe. Eu vou ficar bem - dá de ombros e ela bufa.

- Você não me convence, como espera ficar bem se eu sei que você não anda comendo ou dormindo Sem tirar que tem passado muito tempo na friagem de noite - põe as mãos na cintura - como uma pessoa com seus atuais costumes pode ficar bem?

- Frio não me faz mal, Mitsu - se joga em seu futon, a única coisa em seu quarto agora - com o tempo eu melhoro.

Ela senta de frente a ele que apoia seu corpo em seus cotovelo para fita-la. Ela tem um bico nos lábios e olhos repreensores. Adorável aos olhos do ruivo.

- Você vai acabar pegando anemia se continuar assim! Não esquece de comer bastante proteínas.

Kamui ri de sua voz mandona e sua postura séria apenas para mostrar a importância de suas broncas. Essa preocupação nunca fez bem a Kamui pois graças a isso começou a sentir mais do que devia por ela.

- Do que você está rindo? Eu estou Falando sério! - franze o cenho.

- Eu sei que está - senta de pernas cruzadas na frente dele - é por isso...

- Por isso o que?

- Que eu acabei gostando de você.

Diz simplista enquanto ela cora. Sabe que o Gostar de Kamui é no sentido de amar e não sabe como responde-lo. 

Okita entra em um pequeno pânico ao sentir mãos quente em sua bochecha.

- E-eu...

- Relaxa - acaricia a pele quente com seu polegar.

Mitsuba jura que poderia derreter com esse simples toque.

- Obrigada por cuidar de mim, sempre me fazer companhia e enxergar meu melhor - ele sorri sincero ainda acariciando o rosto dela - desculpa, mas não foi culpa minha eu me apaixonar por você.

Aquela declaração a deixou vermelha e totalmente sem fala. Aqueles olhos, aquele sorriso, tudo tão perfeito. Seu coração se acelera e sua pele queima gradativamente.

- Você foi a única pessoa que tive forte sentimentos sem ser da família, Mitsu.

-K-Kamui...

- Já disse para relaxar - sorri para passa-la confiança - não se preocupe pois agora eu não sinto mais nada.

Tira sua mão do rosto extremamente avermelhados e perplexo dela. Qual foi o sentido disso? Confundi-la? Foi uma brincadeira? O que foi? Ela levanta-se bruscamente do futon.

- Só achei que essa era a última oportunidade que eu teria de dizer. Não que não seja importante... Quer dizer, realmente não é importante. 

Sua fisionomia é calma quando Mitsu considera o assunto bastante delicado. Kamui só pode estar brincando agindo dessa forma.

- Não precisa se preocupar, já disse que não sinto mais nada. Você não tem motivos pr...

- Você não considera isso importante, mas eu sim! - exclama o cortando - você não pode falar de seus sentimentos como nada, como algo assim pode ter acabado de uma hora pra outra então?

- Eu só tô cansado, Mitsu - suspira ficando em pé também - tudo estava doendo muito - dá de ombros - então decidi jogar fora. Me sinto melhor assim.

- Kamui, você está me assustando. Como assim “jogou fora”?

- Descartei. Sabe quando você chora tanto que nem tem mais lágrima pra cair? Acontece que eu percebi que eu sentia demais qualquer coisa e essa intensidade me fazia mal. Então descartei.

A simplicidade e frieza do ruivo fazia ela perguntar-se se aquele é o Kamui que ela conhece. Ouviram uma voz do lado de fora chamando ele para partir.

- Então é isso, Mitsu - suspira - nos veremos no nosso noivado - sorri novamente, mas ela percebeu que esses sorrisos não são normais.

São sínicos  e dão medo.

- Por quê? - indagou deixando uma lágrima escorrer - por que deixou eles te transformarem em um monstro? Por que você cedeu a isso? 

- Porque dói menos - respondeu em frente a porta do quarto - adeus, Mitsu.

Assim que o Yato saiu a morena se ajoelhou no chão e começou a chorar. Kamui era seu precioso amigo e agora é o que ela tanto tentou fazer ele não se tornar. Seu coração se aperta ao ver que o Kamui que conheceu, que a apresentou o rio colorido, que deu a ela a pedra vermelha, dono do sorriso mais sincero agora está morto. 

Não pode culpa-lo por querer sentir menos dor.

Mas não pode evitar de sentir-se traída.

Fez tudo que pôde para não transforma-lo em um monstro.

Mas ele não foi tão forte.

- Adeus... Kamui.

Ao ouvir a despedida dela com voz chorosa do outro lado da porta decidiu seguir para a saída onde Umibouzu o esperava para irem embora.

As pessoas vaiam enquanto as carroças Yatos passam pelas ruas da cidade. Alguns jogam pedras e coisas do tipo enquanto gritam felizes com a retirada das “bestas angelicais”.

Kagura chora abraçada ao irmão que está totalmente inexpressível dentro de uma das carroças fechadas. Umibouzu anda a frente de todos os Yatos com o queixo erguido pedindo passagem.

Discursos de ódios são citados por líderes religiosos e policiais, pessoas não hesitam em lhes tacar coisas pesadas e comemorar a saída do clã.

Muitas carroças a cavalos passam pelas estreitas ruas com pertences de todos que antes moravam na enorme casa estilo chinês de madeira vermelha torcendo para que nada seja danificado no processo.

Enquanto todos passam pelas vaias recebendo todo tipo de agressão verbal possível o líder Yato apenas implora mentalmente para que todo esse inferno termine logo.

****

Depois de oito dias andando a cavalo e passando noites em pensões baratas chegaram em Hokkaido, o início de toda a lenda devastadora sobre os pálidos guerreiros. 

Dois dias depois de sua chegada Umibouzu partiu novamente indo para Sapporo onde tem o objetivo de falar com Shouyou Yoshida, líder do dojo Shoka Sonjuku responsável por preparar guerreiros de alta elite para o império.

Seguiu uma viagem de três dias até chegar o local desejado e não tardou para visitar o conhecido dojo bem movimento onde procura por Yoshida.

Um dos alunos a quem Umibouzu perguntou apontou para um ser de cabelos castanhos acinzentados que encontra-se no campo contando a quantidade de Katanas. O mais velho de guarda chuva roxo aproximou-se do professor que logo percebeu sua presença.

- Shouyou Yoshida? - indaga e o outro assente em resposta - tem um minuto?

- Sim, Yato - responde simpático deixando o outro repreensivo, quem trata bem um yato quando identifica um?

- Umibouzu Yamamoto. Ouvi falar muito bem de seus guerreiros. Tenho interesse em conversar sobre as técnicas que ensina no dojo.

- É raro Yatos estarem interessados em métodos espadachins já que estes preferem táticas corporais, me engano?

- Não. Serei direto para não gastar seu tempo. Procuro um pretendente para minha filha. 

Esperou uma reação do homem pálido não tanto quanto ele, mas este apenas assentiu e pediu para segui-lo até uma sala com bastantes mesas e cadeiras, o de cabelos negros concluiu que ali é o refeitório. O professor pediu para o Yato prosseguir.

- Fiz uma pesquisa minuciosa e descobri que sua ademia prepara homens que são o mesmo nível ou até mais fortes que Yatos. Preciso de alguém assim para casar com minha filha.

- Bom, nunca imaginei que um Yato viesse com tais interesses a meu dojo pois vocês próprios já são referência de força. Desculpe, mas estou curioso. Há uma razão especial para essa sua vontade?

- Nunca quis que minha filha aprendesse a lutar, mas agora as circunstâncias me obrigam a ensina-la. O caso é que eu preciso protege-la de todas as formas possíveis e a razão de eu estar aqui é uma delas. Não importa se é nobre ou não só importa se tiver caráter e for forte o suficiente para protege-la.

O homem de olhos verdes claros considera as palavras do mais velho e faz um breve silêncio que o de roupas chinesas julga ser pensamentos a cerca se deve aceitar ou não o pedido do outro quando na verdade este apenas pensa em quem poderia citar.

- Sakata Gintoki seria uma boa escolha, sr. Umibouzu.

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Então, esse é o fim da primeira fase da fic.
No próximo Kagura e Sougo estarão com a mesma idade que no anime.

Na verdade o monte Haguro fica no distrito tohoku, subdistrito Yamagata que é onde realmente fica o lugar da imagem, mas na fic esse monte fica no distrito Hokkaido.
Hokkaido não tem subdistritos, mas na fic Kabukicho é um subdistrito de Hokkaido.

No anime Shoka Sonjuku é a escola privada onde Shouyou dava aula, mas na fic eu o transformei em um dojo personalizado onde preparam guerreiros para a alta elite militar.

Agora posso dizer que as coisas vão ser menos piores. Até mais ❣


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