If you had a twin I would still choose you.
Alice Waldorf
Eu ainda estava com a cabeça em Marie. A ruiva. E claro, nele. Olhava pra Josuah que explicava algo da aula de planejamento visual mas não ouvia nada, minha cabeça estava bem longe dali.
Olhava pra multidão que dançava animadamente na boate.
—Vai ficar aqui parada a noite toda?— olhei para o lado e Justin me olhava com um sorriso brincando nos lábios
—Eu?—ele faz que sim com a cabeça.
—Você.
—Estou bem aqui.
Ficamos calados, um minuto se passa, depois outro, e, depois de certo tempo em silêncio Justin começa a rir.
— O que foi?
— Você. Aí, parada. Isso é uma boate, você é uma caloura, devia estar se divertindo, não?
— Porque sempre faz tanta questão de dizer que sou caloura em suas falas?— ergui as sobrancelhas o olhando.
— Para te lembrar.— ele riu.
— Acho que posso fazer isso, sem sua ajuda, huh?!— ele levantou as mãos num ato de como estivesse se rendendo.— Você não tem um namorada?— a pergunta que estava na minha cabeça a horas simplesmente saiu sem filtro ou permissão, e me esfaqueei mentalmente por isso.
Justin ficou encabulado e o sorriso que dá ao abaixar a cabeça é tão enigmático que me irritou. É um sorriso com duas possibilidades: pode ser apenas por ter achado graça para fazer com que me sinta menos ridícula tanto com a pergunta quanto com a resposta. Ou pode ser talvez, quem sabe, um sorriso mais sutil que isso, uma manifestação compreensiva, um acordo não verbal entre nós, confirmando que te alguma coisa acontecendo que aquele nosso papo poderia ser um começo.
E depois de muito tempo ele balançou a cabeça — Não— disse levando o copo a boca. Senti como se uma porta estivesse sendo aberta, mas não sei muito como proceder.
— Por que não?
— Não conheci ninguém com quem queira passar os próximos 30 anos— riu.— ou um mês.
— Devem ter milhões de garotas em Yale.
— Tem sim, na verdade.
— E nenhuma delas chega aos pés de seu coração?— ele me olhou confuso, me senti estúpida por estar falando aquilo, no meio de uma festa.— Quer dizer....
— Quer dançar?— agradeci mentalmente por ele mudar de assunto e por mais que aquela não fosse minha vontade, decidi aceitar.
Ouvi uma voz me chamar ao longe com um eco
— Senhorita Waldorf? — pisquei algumas vezes vendo Josuah na minha frente.— Que tal ocupar sua cabecinha, mas com assuntos mais interessantes, como o desta aula?
— Desculpa Sr. Bennet— me olhou como se estivesse me castigando por dentro e voltou a dar a aula.
Voltei a sorrir pensando na lembrança que acabara de vir. A noite de inauguração do Vitrola, o primeiro passo, minha primeira aproximação com ele. Pensar em Justin era inevitável. Assim como a lembrança negra do fim do nosso relacionamento. Era horrível ter que lembrar daquilo. Doía em mim como se tivesse levando facadas e mais facadas diretamente no coração.
Com o apito do celular suspirei lendo o nome do meu irmão no visor ''Te esperando próximo ao estacionamento, não demore'' Eu estava feliz por saber que veria papai de novo, mas sabia que iriamos tocar no nome da minha mãe o que me faria lembrar do acidente.
Levantei da cadeira pegando minhas pastas e saí da sala as pressas para me encontrar com Nate. Tenho certeza que Josuah estaria furioso por eu não esperar o fim da aula. Eu entenderia a fúria, ele também era um dos meus chefes no estágio da redação, sempre disse que cobrava muito de mim porque via potencial.
Nate foi o caminho todo conversando coisas aleatórias em momento algum tocou no nome dele. E o agradeci mentalmente por isso.
— Serena disse que não quer ir para a festa de Maejor— bufou— E também não quer que eu vá. Isso só pode ser brincadeira.
— Talvez ela queira fazer algo mais romântico— dei de ombros
— Mais romântico? Alice, é aniversário de um brother meu de anos, eu não posso fazer isso, eu tenho que estar lá.
— Já pensou em falar isso PRA ELA?
— E depois ter que ver sua carinha triste?— ri de sua cara indignada— Não, obrigada.
— Eu só acho que seria melhor do que ficar aí frustrado.
— Mas se bem que você poderia me ajudar não é? Quer dizer, ela é sua amiga.
— Ah nem pensar Nate, não vou ficar no meio de vocês dois.
— Obrigada irmã, parceira, achei que fossemos mais unidos.— resmungou e eu ri — Queria que ela fosse como Justin.
— Justin?— desci do carro
— É, ele sempre virava um cachorrinho quando se tratava de você.— suspirou — Era sempre você em primeiro lugar. E agora, eu tô virando um viadinho igual a ele.
— Você tem a opção terminar.
— Esse é o segundo problema Alice — me abraçou de lado enquanto caminhávamos até a entrada do restaurante — Eu tenho sentimentos por ela, não quero perde-la.
— Ela me disse que, tem medo de perder você, sabia?— ele me olhou surpreso com um sorriso nos lábios.
—Eu quero alguém que me ame e confie em mim ao ponto de não sentir que pode me perder. — me olhou — Pode dizer isso a ela, quando estiver a convencendo de ir para a festa, huh?!— riu entrando no restaurante. suspirei. iria ser uma longa conversa com a loira.
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