História You know, You love me - Capítulo 4

Já disse que sou de exatas? Pois é, estou aqui na aula de filosofia tentando entender esse Carl Marx, mas só consigo pensar que devia ser uma trabalheira cuidar da barba que ele tinha.

-O que você acha do Fidel? – Karol me pergunta me tirando dos meus pensamentos.

-Fidel o que? – perguntei perdida.

-O que você acha do Fidel? Aquele do terceiro – continuei na mesma - Depois eu te mostro então, aí você me diz o que você acha – disse sorrindo para mim.

-Mas o que tem ele? – continuei confusa.

- Eu estava reparando nele esses dias – disse como se não fosse nada demais.

-Você quer ficar com ele?

-Talvez.

-Fala logo que você quer – digo a fazendo parar de ficar fazendo suspense.

Nós estávamos rindo da minha reação quando ouvimos alguém bater na porta da minha sala.

-Licença professora – disse Otávio surgindo após abrir a porta.

Eu o “conhecia” porque ele é um dos melhores amigos do Alex.

-A gente pode falar com a sala rapidão? – essa voz, essa voz eu conheço.

- Claro meninos, já acabei a aula mesmo- respondeu a professora.

- Ah e, valeu professor – respondeu Otávio.
E então entrou o Otávio e logo atrás Alex e mais duas meninas do 3ºB. Inclusive a Emily é do nono ano, sim ela é 3 anos mais nova que o Alex, e eu, dois anos mais nova.

Otávio, Alex e as meninas foram para a frente da sala e começaram a explicar o “porquê” da visita:

-Bom dia, 1°A, bem como a maioria sabe, nós somos do 3ºB e vamos nos formar no final do ano, - enquanto a menina explicava, o Alex olhou para mim e sorriu, aí o meu coração ficou o que? Com batidas incontroláveis e claro que eu sorri de volta, porém de forma tímida- Mas para termos uma formatura inesquecível nós precisamos do famoso dinheiro, então nós vamos realizar vários projetos para garantir que nós ganhemos dinheiro o suficiente para a formatura – explicou uma das meninas.

-Então nós estamos vendendo rifas para ganhar esta cesta de chocolates – disse a outra menina enquanto mostrava a cesta.

-E nesse sábado, nós vamos fazer a festa do terceirão, nome criativo, eu sei, – alguns riram das palavras de Alex– Mas a festa vai ter de tudo, depois as meninas vão passar os detalhes pra vocês – explicou Alex. -Vai custar dois reais cada rifa e 15 reais a entrada da festa. Estaremos no intervalo vendendo as rifas e a partir de amanhã nós vamos vender as entradas pra festa - concluiu.

-É isso gente – finalizou Otávio.

Todo mundo aplaudiu a apresentação e os quatro foram embora, mas antes Alex lançou um aceno com a cabeça pra mim e para a Karol, mas vou fingir que foi só para mim.

Depois da apresentação passou mais uma aula e logo depois veio o intervalo, onde eu e Karol já estávamos com nossos lanches em uma das mesas do pátio.

-E aí, o que achou do Fidel? – perguntou-me Karol depois de ter me mostrado ele.

-Não é o meu tipo, porém é o seu– respondi rindo no final.

-Exato - eu ri da resposta dela.

-Mas você não vai falar com ele agora, né?

-Er... eu já estava pensando em ir lá – diz ela.

-Vai me deixar sozinha para falar com ele? Conversa depois – disse fazendo manha.

-Tá bom, tá bom – disse fazendo sinal de rendimento com a mão.

-Você está me usando de desculpa para não ir lá, não é?

-Talvez – sabia – Escuta, você vai comprar uma rifa?

-Acho que si...- nem consegui terminar de falar pois ela me cortou.

-Ah que bom – disse se levantando – Alex, Otávio! – balançou o braço chamando os dois.

Jesus vou virar um tomate de tanta vergonha.

-Pois não? – perguntou Otávio ao chegar na mesa.

-Duas rifas – respondeu Karol.

-Quatro reais.

-Aqui! - disse Karol dando o dinheiro.

-Vocês vão na nossa festa do terceirão? – perguntou Otávio.
 

-Com certeza – respondeu Karol – A Mari vai também – oi?

-Aí sim – disse Otávio assim que deu as rifas – Nada de dar o pé pra atrás – disse rindo no final.

Karol me olhava com cara de “me agradeça depois”.

-Dar para atrás com o que? – diz Alex que até então não tinham chegado.

-De ir na festa da sala – respondeu Otávio.

-Vocês vão? – disse olhando para a Karol e depois para mim.

-Sim – respondeu animada – Né, miga? – disse Karol se virando para mim, filha da mãe.

-Sim... – respondi meio baixo.

-Que bom – diz Alex sorrindo.

Cacete, que Déjà vu.