História You Rock My World (em correção) - Passaporte Para a Coragem

 Um mês depois... 

Mais de um mês se passou, estava tudo certo, estava bom demais. Depois que eu e Michael nos desentendemos, passamos o dia seguinte sem direcionar uma palavra um com o outro, mas a noite, ele entrou em meu quarto para conversar, e nele, nossa reconciliação aconteceu, com uma noite de sexo, a qual me fez gozar mais três vezes. Eu e Steve não saímos mais, mas um dia ele me pegou de surpresa em seu cassino e me beijou.
   Michael e eu estamos em uma espécie de amizade colorida, ele as vezes fica com algumas mulheres e eu com alguns homens, mas nada de mais para ambos os lados. Recebi meu primeiro salário ali, comprei algumas roupas e um livro para Michael que era lançamento no país inteiro, e ele queria muito lê-lo, o resto do dinheiro guardei. Ele também me presenteou com um lindo sapato de salto preto. Mamãe me falou uma vez que, quando algum homem que você tem uma certa íntimidade, te presentei-a com uma peça de roupa, sapato, jóia ou até mesmo um esmalte, é porque ele quer lhe ver usando aquilo, e que gosta e te acha muito mais bela com aquilo no corpo, fiquei feliz ao me lembrar disto.
   Não é sempre que fico com outro homem, e ele com outra mulher. A maioria das vezes é só alguns amaços, e nada mais. As vezes tem mulheres que Michael está que não me agradam, ele a mesma coisa sobre mim. Nós ainda nos deitamos e passamos noites um do lado do outro. Alguns dias apenas ficamos conversando e curtindo o momento juntos. Mike mudou nesse pouco tempo, ele me deixa mais livre agora, não está tão preocupado com o irmão. Ele é mais carinhoso e eu como sempre, adoro quando ele me chama de alguns apelidos fofos.
   Michael está cantando muito bem, e todos estão adorando. Hoje como sempre, nós iremos ao cassino. Michael recebe uma quantia a mais do que eu, por causa de sua performace, e eu fico feliz por ele. Desde criança sempre gostei de administrar coisas, brincava com minhas bonecas fingindo ter uma grande empresa, a qual dividia a função de cada uma, e eu gerenciava tudo aquilo. Assim que fui crescendo, brincava de ter várias lojas em diferentes cidades, nisso eu somava e diminuía os lucros e gastos. Desde o quanto eu iria faturar ao vender uma loja de móveis inteira, ao quanto eu iria desembolçar para pagar a gasolina dos caminhões da empresa. É claro que os preços eu inventava em minha cabeça.Mas enfim, eu sempre quis ter meu próprio empreendimento, mas infelizmente, a vida não me deu essa oportunidade, pelo menos até agora.
   Michael bateu em minha porta freneticamente, me tirando dos meus pensamentos. Não queria levantar de minha cama, então gritei para que ele entrasse. E que para minha surpresa, entrou como um furacão, mais desesperado do que nunca.
- Annie, você precisa sair daqui e é urgente.- Sua respiração  profunda e pesada, seu desespero evidente na voz, e principalmente sua frase, deixava entender que coisa boa não estava acontecendo.- Eu não sei como mas Jack descobriu nossa localizão.
   Senti minha respiração falhar, estava tão boa esta vida que nem parecia verdade. Meus olhos em um estante se encheram de água, não saberia o que fazer daqui pra frente, com a notícia de que um homem que te jurou de morte está vindo atrás de você.
- Mas, você disse que ele não viria.- Murmurei não podendo acreditar naquilo. Ainda bem que estava sentada em minha cama, pois se não poderia ter caído ao chão, por causa do choque.
- Eu sempre pensei nisso. Mas parece que ele enfrentará essa cidade apenas para nos matar.- Ele andava de um lado para o outro, parecia também não acreditar naquilo.- Hoje depois que almoçamos eu peguei meu celular e...
- Você viu uma mensagem, não foi ?- Mike corfirmou com a cabeça e eu deixei uma lágrima solitária escapar.
- Ele sabe aonde estamos, aonde estamos morando, e trabalhando.- Michael veio até mim com passos calmos, se sentou ao meu lado e deu um sorriso sem graça.- Estamos fodidos.- Sussurrou.
- Muito fodidos...- Tentei sorrir também, talvez aquilo me acalmasse, mas não consegui lidar com a situação desse jeito. Então, abraçei meu Mike e desabei a chorar.- Como ele sabe disso tudo ?
- Eu não sei Annie.- Não estava olhando para o rosto de Michael, mas podia escutar que ele fazia força e lutava para não chorar, enquanto me abraçava, me protegendo o quanto pudesse naquele momento.- Eu não sei nem o que iremos fazer...
- Temos que ir na polícia.- Segurei com minhas mãos o rosto de Michael, o encarando e vendo seus olhos se enxarcarem de lágrimas, a qual ele permitiu que algumas caíssem, demonstrando o seu desespero.- Isso, vamos a polícia, por favor.
- Ah, Annie eu não sei o que fazer...- Como não sabia o que fazer ? Bastava irmos na polícia, e dizer nossa situação.
- Vamos. Se não podermos ir, iremos morrer.- Segurei nos ombros de Mike e o sacodi.
- Vamos fugir, por favor, eu não quero ir na polícia !-Ele gritou em desespero, lágrimas escorriam freneticamente de seus olhos, Mike soluçava e apertava minha cintura contra o seu corpo. Eu nunca tinha visto Michael tão desesperado assim.
- Mas por que ? Ele precisa pagar pelo que fez, se fugirmos ele irá atrás de nós, ele quer nos matar.- Também me desesperei.
- Mas ele é meu irmão, Annie...- Enxuguei suas lágrimas, lhe dando alguns beijos na bochecha e testa.- Ele fez tantas coisas de errado, mas nunca deixou de me ajudar com tudo que eu precisasse. Ele podia ser mal, mas já ajudou várias pessoas pobres.  Eu ainda amo meu irmão!
- Calma por favor. Entenda Michael, eu sei que você ama o seu irmão, e ele também te ama. Mas assim que você resolveu se envolver comigo, você sabia que viraria o inimigo de Jack.- Nossa respiração estava pesada, Michael se acalmou e entrou em un transe, olhando fixamente para o nada.- Você sabe, sempre que recebe essas mensagens idiotas de Jack, ele está nos ameaçando, falando que vai nos matar e tudo mais.
- Me desculpe Annie, mas não irei fazer isso contra meu irmão.- Michael se levantou e me encarou com a face séria.- Eu o amo, e sei que ele não faria nada comigo.
- Mas como você tem tanta certeza ?- Seus olhos lacrimejaram novamente, e Mike começou a morder seus lábios com bastante força.
- Isso não interessa...- Sua voz foi falha e amedrontada. Ele estava escondendo algo de mim.
- Michael, me fala! Como tem tanta certeza disso ?- Também me levantei, me colocando a sua frente, com minha lágrimas escorrendo.- Por favor me fala. Eu sei que ele é seu irmão mas sei que também pode te matar sem esforço.
- Eu não quero te contar nada, só sei que ele não faria isso... As coisas são bem mais complicadas do que você imagina!- Aos poucos ele foi aumentando sua voz. Não consegui entender o porquê daquela idiotice e rebeldia de Michael agora.
- Me fala, pois se você não dizer, irei para uma delegacia, com ou sem você Michael Jackson.- Seus olhos se estreitaram e ele me lançou um olhar, a qual me deixou com bastante medo.
- Se você quer saber então irei falar.- Michael pegou em meu braço com força, e me jogou na cama, que caí sentada.- Seu pai contou só a metade da história pra você, baby.
- Mas como assim...
- Me deixa falar. O desgraçado que você chama de pai ficou com tanta inveja de Max, que resolveu matá-lo, obrigando sua mãe a seduzir Max, e dar veneno pra ele.
- Minha mãe não!- Gritei e Michael se agachou na minha frente, ele estava triste e com raiva, isso eu podia ver em seus olhos e modo de agir.
- Me deixa falar, Annie.Seu pai te contou tudo de forma errada, e teve a coragem de enventar um outro traficante para ajudar Jack- Me lembrei que um amigo de Jack tinha o ajudado a ir contra meu pai, fazendo assim seu "império" ser reerguido. Bem, pelo menos essa era a versão do meu pai.- Bem, depois que Max morreu, Jack tomou conta de tudo, e o seu pai continuou com aquela maldita inveja. Então vendo que tudo estava dando certo...
- Espera aí, meu pai disse que estava uma merda os negócios do seu irmão, ele tentou ajudar de princípio, mas depois resolveu pegar toda a grana pra ele.
- Me deixa explicar.- Suspirei e pedi para que Michael continuasse.- Estava tudo dando extremamente certo pra Jack e os negócios do seu pai, dando tudo extremamente errado. Então, ele resolveu me sequestrar pedindo uma quantia de dinheiro.- Eu não podia acreditar, Michael chegou a conhecer meus pais da pior maneira possível.- Jack estava preocupado e estava determinado a dar qualquer quantia para me trazer de volta, enquanto eu fiquei sendo torturado.- Deu um sorriso sem humor, suas lágrimas acabaram e ele está mais calmo.
- Bem, se isso foi tudo verdade, quantos anos você tinha ? Papai nunca me falou a época desses acontecimentos.- O puxei para se sentar ao meu lado.
- Isso é tudo verdade, eu prometo pra você, Annie. E eu tinha apenas onze anos, e você cinco, eu estava em uma casa abandonada, bem pelo menos era ao que parecia.- Ele sorriu novamente, com aquele mesmo sorriso sem graça.- Eu cheguei a ver você duas vezes. A primeira vez que te vi, você estava dormindo e a outra chegou até a conversar comigo.
- Eu não acredito, eu não lembro de você.- Estava surpresa com tudo isso, deixei com que um sorriso saísse de meus lábios.
- Seu pai te levou até aquele lugar. No dia que você estava dormindo, você ficou no colo da sua mãe o tempo todo. Já quando você falou comigo, seu pai te deu uma bronca.
- Papai não gostava que eu falava com estranhos.
- Ei, eu não era estranho. Eu era apenas um garoto amedrontado que estava em um quarto escroto, com umas grades em volta. E Annie, você era uma gracinha desde a infância, eu escutei uma criançinha chegar perto de mim e me perguntar qual é o meu personagens da Vila Sésamo que eu mais gostava, e depois sair no colo do pai levando uma bronca por ter falado comigo.Mas sabe, você sempre foi bonita desde pequena, mas antes era mais fofa, e agora mais sexy.
- E mesmo eu não me lembrando de você aos onze anos, você continua o mesmo bobo de sempre. Mas por favor, continua.
- Tudo bem... Jack iria dar metade dos seus lucros de dois anos e meio para me resgatar, mas seu pai queria a grana toda. Nisso ele marcou o lugar para encontrar, onde aconteceria a troca, mas quando Jack entregou o dinheiro, um amigo de longa data dele foi feito de refém, junto comigo. Seu pai pediu mais dinheiro mas Jack se recusou a dar, então um dos homens do seu pai matou o amigo de Jack, se meu irmão se recusasse a dar dinheiro mais uma vez, seria a minha vez de morrer. Então ele deu outra grande quantia e aí sim, me soltaram.
- Eu não acredito que meu pai teve coragem de fazer isso, usar minha mãe pra matar uma pessoa e mentir pra mim.- Depois daquele breve e ainda um pouco mal contado testemunho de Michael, meu coração desparou com meus olhos cheios de água.
- Jack fez isso por você Michael. Mas agora coloca na sua cabeça, que é tudo diferente, por favor não misture as coisas. Agora não tem dinheiro envolvido, e você não tem mais onze anos.
- Annie, isso foi a maior prova de amor do meu irmão. Ele sempre cuidou de mim, me salvou dando quase todo seu dinheiro, a qual ele demorou anos e anos para conseguir novamente, esteve sempre do meu lado me defendendo.- Michael suspirou mais uma vez e se levantou, com a expressão vazia.- Talvez você esteja certa, eu deveria estar misturando as coisas. Tome.- Ele tirou do bolso seu celular e o entregou a mim.- Quero que vá a delegacia, mas sem mim,eu não seria capaz de fazer uma coisa dessas com Jack. Ligue pra Steve, sei que ele vai te levar. Faça isso por favor, isso é sério. Ah, se você quiser levar meu celular, pode responder as mensagens de Jack fingindo ser eu.
- Mas Michael... - Ele começou caminhar até a porta do quarto, e eu fui atrás.
- Annie, eu sei o que você está pensando. E não, eu não estou fazendo isso só por que você está correndo risco de vida. É como você disse, eu também estou, por isso quero que faça isso por mim, pois eu não tenho coragem. Quando meu irmão estiver preso ou morto me avise, estarei no meu quarto. Mas por favor, faça isso por nós.
   Assim que Michael saíu e me deixou sozinha, desabei a chorar. Não acreditava nisso tudo que estava acontecendo. Descobri tantas coisas, e pelo desespero que Mike estava, eu acreditava que aquilo era verdade. Continuo achando que Michael misturou coisas, juntando suas emoções sobre o seu sequestro e o meu sequestro. Mas mesmo assim, foi melhor ele ter me contado a verdade. Perdi as forças das minhas pernas e caí ao chão, em total desespero, com medo do que aconteceria daqui pra frente. As palavras de Michael eram firmes mas ao mesmo tempo amedrontadas, eu não sei se ele realmente queria que eu fosse procurar a polícia, ainda mais com a ajuda de Steve. Mas mesmo ele querendo ou não, aquela era minha vontade e escolha. As palavras de Michael, foram como um passaporte para minha coragem. Por isso, peguei seu celular e começei a procurar o nome de Steve em sua lista de contatos.