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História You still have all of my heart - Contando ao meu irmão


Escrita por: queenoffsuburbia

Notas do Autor


Oooi pra quem está lendo. Esse capítulo ficou beeem legal. Só queria dizer uma coisa: a música que o Vic ta escrevendo é do Sleeping With Sirens, mas vamos fingir que ele que escreveu, porque não achei nenhuma música de amor fofinha do PTV.
Espero que gostem. Boa leitura <3

Capítulo 11 - Contando ao meu irmão


Por favor, leiam as notas do autor, tem um aviso lá :3

 

Ele correu para sua sala e eu para minha. Eu estava com esperanças de vê-lo de novo, mas quando estava andando pelo corredor de encontro a meu irmão e meus amigos, Danielle começou a caminhar do meu lado com um sorriso ridiculamente grande.

- Oi? – eu disse. Eu não queria ser grosso com ela, mas não queria papo naquele momento.

- Tudo bem, Vic? – ela perguntou. O caminho até os garotos pareceu se estender em 50 metros.

- Tudo. – respondi. Ela esperava que eu perguntasse de volta. – e você?

- Estou ótima! – ela respondeu apertando o caderno contra o peito. – Amanhã a noite vou dar uma festa na minha casa, quero que você vá. Ah, chame os meninos também. – ela me entregou um papel com um endereço e avistou outra garota do outro lado do corredor.

- Vou dizer a eles. – eu disse pegando o papel.

- Tudo bem. Até amanhã. – ela deu um beijo na minha bochecha e andou em direção a garota.

- Boa cara! Aquela ruivinha é muito gostosa. – Tony disse dando tapinhas no meu ombro.

Eu não podia dizer que eu não sentia atração nenhuma por mulheres. Resolvi improvisar.

- É, ela é gata. – eu não sabia o que mais dizer. Eu não queria que eles pensassem que eu tinha algum interesse nela, mesmo que mínimo e também não queria que eles soubessem que eu era gay. Não ainda. Meu irmão me olhou me analisando. Ele parecia ler meus pensamentos.

- O que ela queria? – Jaime perguntou curioso.

- Nos convidou para uma festa amanhã. – respondi dando de ombros.

- Cara, ela quer muito transar com você. – Tony disse rindo. Me senti desconfortável.

Eu não era mais virgem. Tinha perdido no terceiro ano do ensino médio com uma garota que era apaixonada por mim. Não foi ruim. Só que pra mim não era a mesma coisa que era pra ela. Eu nem gostava dela, só a achava muito divertida e bonita. Depois da minha primeira vez, transei mais algumas vezes com a mesma garota, mas dei um fora nela quando ela começou a me pressionar para pedi-la em namoro. Nunca mais depois daquilo. E não me fazia falta nenhuma.

- Eu não quero transar com ela. – respondi rindo. A risada era de desespero.

- Qual é cara, ela é muito boa. – Jaime disse. Tony concordou assentindo com a cabeça.

Eles tinham razão. Danielle era linda. Eu podia reconhecer isso, o problema era que eu simplesmente não me sentia atraido por ela. Eu gostava de homens. Gostava de Kellin.

- Quem sabe ele muda de ideia até amanhã. – Mike disse me tirando daquela situação. Ele passou o braço pelo meu ombro e me conduziu para fora da faculdade.

- Quando vamos ensaiar de novo? – Tony perguntou se sentando no ponto de ônibus.

- Eu volto a trabalhar hoje, vai ter que ser nos finais de semana. – Mike respondeu.

Antes que mais alguém pudesse dizer mais alguma coisa, o ônibus de Jaime e Tony passou. Eles moravam perto então pegavam a mesma condução. Eles eram como eu e meu irmão, não se desgrudavam. Aquilo era bom, pois assim nenhum de nós nunca ficava sozinho.

Quando estava voltando para casa cogitei perguntar ao meu irmão o motivo de ele ter me livrado daquela conversa estranha sobre a Danielle. Desisti por medo da resposta.

Antes de Mike sair de casa para trabalhar – depois de uma semana de folga – ele deixou o almoço pronto pra mim. Eu estava no meu quarto quando ele bateu na porta.

- Estou saindo. Até mais tarde. – ele disse do outro lado.

- Até. – respondi com os olhos grudados na folha de papel em branco a minha frente.

Eu estava tentando escrever alguma música decente para nossa banda, mas nada vinha a minha mente. Tudo que eu conseguia pensar era na conversa com Kellin mais cedo. Resolvi mandar uma mensagem pra ele.

“O que está fazendo?” – Vic

Bloqueei a tela, guardei o celular no bolso e desci para almoçar. Eu estava me servindo quando a resposta chegou.

“Tentando não pensar em hoje. Preciso estudar e não consigo” – Kellin

Sorri. Ele também estava pensando em mim.

“Eu também não consigo parar de pensar sobre hj” – Vic

“Já contou pra alguém?” – Kellin. A resposta veio imediatamente.

“Ainda não. Quero contar pra Mike mas tenho medo” – Vic

“Ele é seu irmão. Não vai te julgar. Aposto que você vai se sentir muito melhor depois que contar pra ele. Eu me senti muito bem” – Kellin

Ele tinha razão. Mike era meu irmão, meu melhor amigo. Ele tinha que saber. Só ele poderia me ajudar a passar por aquilo. Eu iria contar a ele naquela noite.

“Você tem razão. Vou contar pra ele” – Vic

“Você é incrivel” – Kellin

Ele que era incrivel e não sabia. Conseguia arrancar meus sorrisos mais idiotas apenas com uma mensagem. Eu ia responder quando mais uma chegou na sequência.

“Incrivelmente baixinho também” – Kellin. Estava demorando para ele tirar um sarro com a minha altura. Dei risada. Ele nem era tão mais alto que eu. Apenas o suficiente para que eu tivesse que olhar para cima para poder olhar em seus olhos. Ok, ele era bem mais alto que eu.

“Engraçadinho” – Vic.

Paramos de conversar e eu consegui almoçar. Passei o resto da tarde escutando música e tentando escrever alguma coisa.

Eu estava sentado na cama com um caderno no colo e uma caneta na mão. Não era possivel que nada sairia da minha cabeça.

“Pense Victor. Pense” me obriguei.

“If you want to I can show you what my dreams are made of” rabisquei. Pelo menos eu já tinha uma frase. Fechei os olhos e tentei pensar em algo que me inspirasse. A única coisa que consegui ver foi a imagem de Kellin com a cabeça deitada em meu ombro.

“I can’t imagine being anywhere else but here” continuei.

“I don’t think words can express your beauty” droga, tudo era sobre Kellin.

Joguei o caderno de lado e desci as escadas. Eu estava procurando algo para comer na geladeira quando ouvi a porta sendo destrancada e aberta.

- Cheguei! – Mike gritou da entrada. Eu não tinha visto o tempo passar. E tinha passado muito rápido. Isso só podia significar que eu tinha ficado mais de uma hora sentado olhando para aquele caderno antes de conseguir escrever nele aquelas três frases.

- Estou aqui. – gritei da cozinha.

- E ai cara? – ele parou na porta. – você vai comer? Porque eu estou morrendo de fome e adoraria um pão com manteiga na sanduicheira. – ele sorriu.

- Saindo. – eu respondi. Eu jamais negaria algo pra Mike. Ele fazia tudo por mim. Inclusive o almoço, aquilo era o mínimo que eu podia fazer por ele.

- Vic me empresta seu notebook? Preciso mandar um e-mail para o meu chefe. – ele perguntou. Eu estava de costas pegando as coisas no armário.

- Claro. Está em cima da minha mesa. – respondi.

Mike subiu e eu fiquei fazendo nossos lanches. Quando ele voltou estava com um sorriso muito ridiculo no rosto. Ele me olhava atentamente. Estranhei. Será que ele tinha feito alguma merda?

- O que foi? – perguntei incomodado. Não consegui não rir com a cara que ele estava fazendo.

- Nada não. – ele se sentou na mesa e nós começamos a comer. – Olha, você sabe que é a pessoa que eu mais confio no mundo né?

- Sei. – estreitei os olhos. Tinha alguma coisa muito estranha acontecendo ali.

- Vou te contar isso porque sei que você não vai me julgar – ele continuou. Mordeu o pão sem pressa. Mastigou, engoliu e ai sim prosseguiu. – Estou saindo com uma garota do trabalho.

- Isso é demais! – e era mesmo. Mike nunca tinha “saido” com ninguém. As experiências dele eram de uma noite e nada mais. Ele sempre foi independente e nunca gostou de mulher nenhuma no pé dele o tempo todo. – qual é o nome dela?

- Alysha. Ela é a mulher mais linda que eu já conheci. E é inteligente, esforçada, madura... – ele suspirou. Ela também era milagrosa, já que tinha conseguido deixar meu irmão daquele jeito. Sorri para ele. Eu estava mesmo muito feliz.

- E você? Como vai a vida amorosa? – ele perguntou sorrindo e com aquele mesmo olhar de antes, sinico. Estava explicado. Ele queria saber de mim. Tinha se usado como desculpa para entrar no assunto. Canalha.

Era a hora. Eu ia contar pra ele. Respirei fundo. Eu ainda nem tinha conseguido comer nada do pão que estava a minha frente, naquele momento é que seria impossivel, meu estômago estava embrulhado.

- Bom... eu... – me enrolei. – eu estou... gostando. – falei devagar. Eu o olhava nos olhos tentando captar algum sinal, alguma reação. Nada. Ele só me encarava de volta esperando.

- Gostando? – ele repetiu. – de quem?

- Bom... é complicado. – eu tentei prepará-lo. Meu coração acelerou a 1000 por hora e meus olhos se encheram de lágrimas. Eu não sabia como contar a ele.

Vendo meu desespero ele me olhou com compreensão e me acalmou.

- Vic, você pode me contar qualquer coisa. Eu sou seu irmão. Por favor. – ele disse. Respirei fundo de novo fechando os olhos e deixando, sem querer, uma lágrima escorrer pela minha bochecha.

- Eu sou gay. – eu disse finalmente soltando todo o ar que eu havia prendido involuntariamente. Fechei os olhos com vergonha. Eu esperava que ele risse, ou se levantasse e saisse, ou gritasse comigo. Mas não. Quando abri os olhos ele estava sorrindo. Não um sorriso de maldade, um sorriso de amor.

- Sim. – ele disse. Fiquei confuso. – Eu sei. E eu continuo te amando.

Com certeza tinha um ponto de interrogação enorme pairando em cima da minha cabeça.

- Victor, eu sempre soube. Desde quando você dispensou aquela garota no terceiro ano. Você acha que eu nunca percebi que você sempre foi desligado para esse lance de mulheres? E quando papai disse aquelas coisas horriveis eu podia sentir emanando de você raiva e mágoa. Ou hoje quando os meninos estavam te pressionando e você estava ficando muito sem graça. Sem contar que eu já reparei o jeito que você olha para o Kellin. – ele disse. Eu estava chocado. Abria e fechava a boca mas nenhum som saía dela.

- Eu estava esperando você me contar. Eu sei que é dificil e que você teve que ter seu tempo. Mas eu não aguentava mais, eu queria muito conversar com você sobre isso. – ele prosseguiu.

- Mike... – eu não sabia o que dizer.

- Você sabe que pode contar comigo para qualquer coisa né? – ele sorriu e enfiou na boca o ultimo pedaço do pão.

Levantei da cadeira e abri os braços. Ele se levantou e me abraçou. Realmente, parecia que um peso enorme tinha sido retirado das minhas costas.

- Ah, só mais uma coisa. – ele me afastou e me segurou pelos ombros. – aquela música que você está escrevendo está ficando muito boa.

Meu rosto queimou de vergonha. Ele tinha lido minha pequena declaração para Kellin.

Naquela noite dormi muito feliz. 


Notas Finais


Até o próximo. Comentem <3


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