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História You still have all of my heart - A voz


Escrita por: queenoffsuburbia

Notas do Autor


Se alguém estiver lendo isso: boa leitura hahaha <3

Capítulo 4 - A voz


Depois que comprei o que tinha que comprar – incluindo a água do meu irmão – voltei para a mesa com uma sensação diferente pelo corpo. Eu estava inquieto e não estava conseguindo me manter sentado.         

                - Vou ao banheiro. – eu disse me levantando rápido e torcendo para que ninguém quisesse ir comigo.

                O banheiro do térreo estava interditado, então tive que ir no do primeiro andar.

                Eu estava no mictório, obviamente de costas para os espelhos e as pias, quando ouvi o barulho da porta abrindo. Alguém com uma voz extremamente fina – e MUITO afinada – adentrou o recinto cantando.

                - And it's hard to hold a candle In the cold November rain – ele cantava Guns. Não ousei virar para trás.

                Terminei de fazer xixi e finalmente me virei para ver quem era.

                O garoto do ônibus estava parado em frente à um espelho. Ele não cantava mais, mas estava passando a mão pelo cabelo. Fui me aproximando muito devagar. Seus olhos encontraram os meus pelo espelho.

                Caminhei até a pia ao seu lado e levei a mão. Meu cabelo caiu ao lado do meu rosto, me impedindo de ver o que ele estava fazendo. Quando acabei, puxei alguns papéis toalha e sequei as mãos para, finalmente, ajeitar o cabelo. Ele não me olhava, mas tinha um sorriso divertido nos lábios.

                - Você canta muito bem. – eu disse sem pensar. Ele cantava como uma menina, eu admito, mas não era qualquer um que tinha aquela afinação. Ele olhou pra mim e ampliou ainda mais o sorriso. Não consegui não sorrir de volta.

                - Obrigada. – ele respondeu timido.

                - Novo por aqui? – perguntei vendo que ele não tinha assunto. Não sei por que raios eu queria puxar assunto com ele. Seu só queria. Fazer um amigo nunca é demais, certo?

                - Cheguei ontem. É tão óbvio? – ele riu passando a mão pelo cabelo.

                - É eu percebi que você tá meio perdido. – ri de volta. – Ainda não conhece ninguém?

                - Não. Ninguém. – eu o olhava nos olhos. Os olhos que tinham a cor do céu.

                - Victor. Ou Vic. – estendi a mão me apresentando.

                - Kellin. – ele apertou minha mão. Ela era quente e forte. O aperto demorou alguns segundos a mais do que o “recomendado”, mas eu não me incomodei. Ele ainda me olhava nos olhos, o que já estava começando a me deixar constrangido. Soltei sua mão.

                - Se precisar de ajuda, ou se quiser companhia, me procura. – eu disse o contornando para sair do banheiro. Olhei para trás e ele me encarava com um sorriso tão pequeno que era quase invisivel.

                - Obrigada Vic. – ele disse com o tom de voz mais baixo, mais doce. Sorri e sai do banheiro.

                Ok, tudo estava muito estranho. Eu nunca, NUNCA, havia sentido vontade de conversar com outro cara antes. Eu também nunca me interessei muito em ir atrás de mulheres. Ficava com algumas de vez em quando por pressão dos meus amigos, mas nunca sequer tinha namorado. Eu não era o tipo de cara que ficava secando mulheres na rua nem assobiando para elas. Eu era na minha. Meu foco estava em outras coisas.

                Kellin tinha alguma coisa diferente que me fazia sentir muita vontade de conhecê-lo. Eu não sabia o que era.

                Quando sai do banheiro estava muito distraído com meus pensamentos e não vi a ruiva que passava na minha frente. Ela trombou em mim e suas folhas voaram para todos os lados.

                Ela estava prestes a me xingar, mas quando olhou para mim ela simplesmente... sorriu. Achei muito estranho, eu nunca tinha a visto. Ou, pensando melhor, a tinha visto mais cedo no ônibus. Mas ela só passou por mim me encarando, eu nem tinha olhado em seu rosto direito.

                Me abaixei para ajudar a moça a recolher a bagunça causada pela minha distração.   

                 - Desculpe, eu estava com o pensamento longe. – disse à ela, finalmente a olhando. Tenho que admitir: ela era linda.

                -Tudo bem, acidentes acontecem. – ela pegou a ultima folha e nos levantamos do chão. – Sou Danielle.

                - Victor. – respondi sorrindo de volta pra ela. Sem esperar que a conversa ganhasse um novo assunto, fiz um sinal com a cabeça e me retirei.

(...)

                Chegando em casa os carros dos nossos pais já estavam na garagem. O que era incomum, pois eles nunca chegavam do trabalho antes de escurecer, muito menos na hora do almoço.

                - VOCÊ NÃO TINHA O DIREITO DE FAZER ISSO! – minha mãe gritava do andar de cima. Olhei para meu irmão, que também me olhava e subimos juntos e em silêncio.

                - CALE A BOCA, VOCÊ NÃO DEVE ME DIZER O QUE FAZER OU NÃO! – meu pai gritou de volta.

                - VICTOR VOCÊ NÃO TEM AUTORIDADE SOBRE A FAMILIA DOS OUTROS! – ela rebateu. Mike e eu estavamos na ponta da escada ouvindo tudo.

                - SE ALGUM COLEGA DE TRABALHO MEU VISSE ALGUM DOS MEUS FILHOS AOS BEIJOS COM OUTRO HOMEM EU IA QUERER QUE ME CONTASSEM. NINGUÉM MERECE UM FILHO GAY. – meu pai esbravejou. Aquilo me deu uma pontada de desconforto. Engoli em seco, esperando a resposta de minha mãe.

                - Então quer dizer que se algum dos seus filhos fosse gay você iria expulsá-lo de casa? Assim como mandou George fazer? – minha mãe já falava mais baixo, mas era nitida a revolta em sua voz.

                - Exatamente. Filho meu tem que ser homem! Tenho certeza que George vai colocar aquele moleque no lugar dele. – meu pai dizia como se estivesse falando de algo repugnante.

                - Vamos descer as escadas e fazer barulho lá embaixo para que eles não desconfiem que escutamos tudo. – Mike disse me puxando pelo braço escada abaixo.

                Abri e fechei a porta com uma batida forte.

                - Chegamos! – gritei.

                - Estamos aqui! – minha mãe gritou lá de seu quarto.

                Subimos e passamos no quarto de nossos pais para cumprimentá-los. Eu mal conseguia olhar para o meu pai. O que ele havia acabado de dizer era algo inacreditável e eu não estava nem um pouco feliz em saber que ele pensava daquela maneira.


Notas Finais


Desculpem qualquer erro! <3


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