1. Spirit Fanfics >
  2. You thought you were alone 'kaisoo >
  3. Stay like you should

História You thought you were alone 'kaisoo - Stay like you should


Escrita por: maximin

Notas do Autor


Mais um capítulo fresquinho pra vocês!
Muito obrigada por estarem acompanhando ♡

Capítulo 16 - Stay like you should


As estrelas envolviam o céu com grande simpatia. Milhares delas se espalhavam pela espessa camada de nada que pairava acima da cabeça dos dois. A lua os iluminava com um brilho intenso na face, apreciando a vista que tinha.
Peito no peito, as respirações se misturavam, unindo o gás carbônico que saia do sistema respiratório de ambos. Talvez, se o sol estivesse ali, o choque entre eles criaria uma combustão da qual nunca se esqueceriam.
Para Jongin, era difícil carregar Kyungsoo sem ficar um pouco vermelho. O jovem estava tão arruinado que mal conseguia se manter de pé sem ter de colar no corpo do outro. O mais novo não corava pelo cansaço. Apenas nunca imaginara que seu guardião fosse quente como era naquele momento. Pensar naquilo despertava um sentimento desconhecido em Jongin, que emanava por todo seu corpo através de arrepios.

- Eu sei que sou pesado, mas aguente só mais um pouco. Já estamos praticamente na frente da sua casa. - Kyungsoo encarava o mais novo com um sorriso sereno nos lábios, tentando encoraja-lo a seguir em frente, embora não fosse preciso. Jongin já estava convicto de que o faria, mesmo sem o estímulo do anjo.
- Não é como se eu fosse desistir de te levar até lá. Não precisa gastar seu fôlego apenas pra me incentivar. - bufou em resposta, fazendo Kyungsoo rir baixo.
- E você não precisa gastar a energia que resta para brigar comigo. - O mais velho retrucou enquanto desviava o olhar para o filete de tijolos logo á sua frente.

Ao contrário do que sempre pareceu ser aos olhos do guardião, surpreendentemente, aquele lugar estava mais vivo do que antes. Não que estivesse reformado, com janelas novas ou uma maçaneta que não se abrisse com uma leve ventania. O que acontecia era que, daquela vez, ao lado de seu protegido, a casa parecia chamá-lo, alegando que era seguro estar ali. Que podia estar ali. Afinal, ele e Jongin haviam feito as pazes e aquilo significava que seu lugar agora era ao lado do mais novo, protegendo-o, acolhendo-o. Não é?
No entanto, não é como se tudo estivesse certo para ambos. Assim como Kyungsoo tinha seus problemas, Jongin vivia dentro de um bolo recheado de dívidas que ganhavam mais e mais juros á cada dia que se passava. Teriam de se virar se planejavam ter uma vida em paz. Fosse sozinhos ou juntos um do outro.

- Como pode ver... - começou o loiro ao entrar no lugar que mais parecia uma ruína da segunda guerra mundial do que um cômodo comum do século 21. - Meu quarto é muito confortável.
- De repente eu cheguei á conclusão de que minha casa teria sido uma opção melhor.
- Eu só não bato em você por que já está machucado demais. - gargalhou enquanto ajudava Kyungsoo á se sentar próximo á cama. - Pode se deitar. Vou tentar arranjar algum remédio pra você.

O mais velho balançou as mãos negativamente.

- Não preciso de nada disso. - deu duas batidas leves no colchão. - Descanse.
- Para de se exibir. Depois de todas essas porradas, você precisa de um monte de medicamentos e curativos.

Kyungsoo continuou encarando-o sem nada dizer. Á princípio, o mais novo fortaleceu o olhar, fazendo questão de enaltecer sua decisão. Ele iria com toda a certeza do mundo atrás de auxílio químico para o rapaz. Nem que tivesse de roubar uma farmácia para que o conseguisse.
Cerca de poucos segundos depois, no entanto, o loiro pôde sentir seu rosto queimar por inteiro. Era oficial: não conseguia encarar aquela criatura durante muito tempo.
Derrotado, escondeu a face com ambas as mãos e jogou-se na cama apressadamente. Não queria que o jovem tirasse vantagem de suas emoções instáveis e facilmente alteradas.

- Bom garoto. - riu o anjo entre tosses e dores na barriga. Após um longo suspiro, pôs-se a falar novamente. - Pode me perguntar.
- O que? - removeu os membros para analisar a expressão do guardião.
- Vai me dizer que depois de tantos anos me odiando, você não tem nenhuma questão em relação á mim?
- Qual é o motivo de tudo isso? Eu nunca exigi nenhuma explicação.
- Pediu, mas eu nunca te dei. - respondeu olhando profundamente nos olhos castanhos do mais novo. - Na verdade, essa foi a primeira coisa que ordenou que eu fizesse quando nos encontrássemos.

Jongin se recordou de algumas semanas atrás quando, de fato, havia exposto para todo o complexo estudantil que queria encontrar seu guardião desaparecido. Não poderia perguntar aquilo para ele naquele momento. Ainda estava se recuperando.

- Bem, eu não quero te perguntar nada, então pode abandonar essa ideia de que vou me intrometer na sua vida pessoal. - mentiu.
- Eu sei que você quer. Faça antes que eu mude meu ponto de vista.

O mais novo coçou a cabeça. Era um livro tão aberto assim? De fato, estava morrendo de vontade de demandar motivos pelo desaparecimento do outro desde que o encontrara pela primeira vez. Mas não o podia fazer. Certo? Seria errado obrigá-lo a contar algo que não quisesse. Certo?
Não era da sua conta.
Não era.
Não.

- Doeu? - cobriu a boca ao realizar que havia dito em voz alta. O anjo, por outro lado, não parecia surpreendido. - Se não quiser responder, tudo bem. Quer dizer, não quero que responda. Eu só pensei em voz alta.
- Nas primeiras doze horas, foi como se eu estivesse em um pesadelo. Era difícil respirar. Tudo rodava. Pode-se dizer que parte da minha alma sumiu junto daquele par de asas.

As bolotas castanhas que dias atrás exibiam tamanha vivacidade, estavam completamente caídas naquele momento. Obviamente, aquela não havia sido uma pergunta ótima. Despertar lembranças ruins não tinha sido sua intenção.

- Me desculpe...
- Por que você está pedindo perdão?
- Bem, parte disso é minha culpa. - passou a mão pelos cabelos tingidos. - Se eu não existisse, você não teria passado por tudo isso.
- Não fale besteira. As coisas são assim por algum motivo. - abandonando o receio que tinha de se aproximar do mais novo, afagou o cabelo dele com a mão intacta. A sensação acomodou o corpo do mais novo, arrepiando-o novamente. - Se não fosse você, teria sido outra pessoa.

Jongin apenas balançou a cabeça, muito envergonhado para dizer qualquer coisa. Se afastou aos poucos do anjo, encostando-se na outra parede fria do cômodo. Fechou os olhos e concentrou-se na respiração do garoto em frente. Aquele som o acalmava como música clássica. Era uma canção de ninar para seu corpo, que logo depositou todo seu peso sobre a estrutura ao lado.
Kyungsoo observou o mais novo dormir por um tempo. Naquele momento seus pensamentos se resumiam á aquela pessoa que se tornara acolhedora em poucos dias. Era aquele o efeito que tinham anjos sobre humanos? Afinal, se Jongin ainda tivesse tal personalidade arrogante, nunca o teria levado até sua casa.
Seria aquela uma nova oportunidade? Caso fosse, a única coisa que Kyungsoo precisava fazer era agradecer. Pela segunda chance. Pela confiança. Por tudo.

O ambiente em que se encontrava já não lhe parecia tão atormentador. A ausência total de luz já não o incomodava mais. Daquela vez, sabia onde estava a caixa; onde estavam as sombras.
Apertou o piso com uma parte específica mais elevada do que o normal, dando espaço para que a mesma cena do episódio anterior se repetisse.
Com paciência, esperou que as sombras se deformassem e voltassem a possuir o tamanho original. Assim como da outra vez, uma palheta de cores criou-se dentro das mesmas, soltando uma fragrância diferente em cada uma.
Kyungsoo, com a caixa em mãos, deixou que seu coração o guiasse a medida em que adentrava uma delas.
Ao sentir seus pés aterrisarem em solo protegido, piscou algumas vezes para se acostumar com a claridade. Embora fosse noite na terra, o céu continuava festivo como sempre.
Anjos de classes superiores que passavam naquele local, acenaram para o ruivo ao notarem que o jovem havia aparecido. Gentil como sempre, Kyungsoo retribuiu os cumprimentos, tomando parte de seu tempo precioso para conversar com eles antes de caminhar para o seu fim. Faziam perguntas desinteressantes, mas o rapaz os respondia sem se importar com os preconceitos escondidos em tais comentários. Não era sempre que conseguia entrar na casa de Deus sem aviso prévio e queria aproveitar a oportunidade para conversar com alguns de seus antigos amigos.
Pouco tempo depois, se despediram do mais novo com aparente satisfação. Kyungsoo sugou todo o ar que conseguia, caminhando na direção de um enorme prédio dourado no centro de uma praça repleta de flores e árvores. Antes mesmo de chegar perto da porta - adornada por detalhes gradientes que refletiam a luz recebida - a mesma se abriu com um baque ensurdecedor.
Dois homens repletos de elegância e acessórios apareceram diante do pequenino. Ambos, incrivelmente altos, o fitavam com intensa curiosidade. Um pouco desconfortável, Kyungsoo fazia questão de encarar o objeto que ainda segurava com o objetivo de evitar o olhar dos mais velhos.
Para quebrar a tensão no cômodo, o anjo de pele pálida - acentuada pela diferença de cor entre o resto do corpo e o contorno dos olhos - abraçou o ruivo com um pouco de dificuldade. O menor retornou o carinho segundos depois, ainda hesitante pelo olhar incessante do loiro na sua frente.

- Yifan, não vai cumprimentá-lo? - perguntou após se afastar. - Faz tanto tempo desde a última vez.
- Exatamente, Zitao. - resmungou de maneira arrastada. - Nem me lembro da última vez em que vi rosto. Talvez... quando nasceu?

Kyungsoo congelou com a rispidez do mais velho. Não que o mesmo estivesse errado ou algo do tipo, mas existia um motivo por trás de tudo aquilo. Todos sempre tinham uma razão para agirem de tal maneira. Por que as pessoas não conseguiam entender que a culpa não era dele?

- Me desculpe. - prendeu a caixa com força em seus braços. - Eu sei que fui um completo covarde. Entendo que agi com cem por cento de egoísmo. Compreendo que nunca tentei ajudar Jongin sem antes pensar se eu me machucaria.
- Chega. Não aguento escutar suas ladainhas. - Pronto para sumir dentro da estrutura que podia chamar de casa, Yifan foi impedido por um puxão forte do ruivo. - O que pensa que está fazendo?!
- Kyungsoo, solte ele. - Zitao berrava enlouquecido pela ação do rapaz. Anjos não podiam tocar Deus, visto que este era A presença mais divina dentre todas e quaisquer outras criaturas existentes universo afora.
- Estou disposto á pagar por minha incapacidade. Não estou lhe enchendo a cabeça de lamúrias por um motivo qualquer! - entregou a caixa para seu superior, que olhava perdido para o anjo ao lado de ambos.
- Isso é seu.
- Posso entregá-lo em troca de uma segunda chance. - insistiu.

O mais velho passou o braço pelo ombro do ruivo, levando-o para dentro do edifício.

- Eu lhe entreguei isso por um motivo. Você não pode jogar toda a minha confiança pelo ralo, anjinho.
- Não estou desistindo do meu cargo! Eu só... queria provar que estou disposto a fazer qualquer coisa para continuar protegendo Kim Jongin e a casa de todos os meus irmãos.
- Você é a chave de tudo o que eu tenho mantido em controle por todos esses anos. Não posso deixar que você desista de seus deveres por ter uma péssima relação familiar.
- Nunca abriria mão dessa honra. - esboçou um sorriso em forma de coração.
- Realmente. Eu deveria ter escolhido alguém menos convincente do que você. - gargalhou. - Apenas se lembre de que o próximo aviso virá acompanhado por uma punição, Kyungsoo.
- Obrigado. - agradeceu cabisbaixo abraçando o pequeno objeto de madeira. - De coração.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...