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História You To Me - Shared tears


Escrita por: ASolitaria e Jeniffersantos

Capítulo 4 - Shared tears


Fanfic / Fanfiction You To Me - Shared tears

POV Camila Cabello.

Estou no velório de Shawn e Taylor, e não consigo evitar uma careta quando as pessoas prestam suas homenagens aos dois e simplesmente referem se a eles como pessoas maravilhosas, como se eles não tivessem cometido nenhuma falha, como se fossem perfeitos. Pensar na hipocrisia do ser humano faz meus olhos encherem - se de lágrimas. Raiva e auto piedade, acho. Choro por ele estar morto e nossa vida "perfeita" destruída, choro de raiva e tenho pena de mim mesma porque tudo não passou de uma mentira.  Os pais de Shawn perguntaram se eu gostaria de dizer algumas palavras a respeito do meu marido, e tudo o que eu respondi foi:  "Falar o que? Sobre o caso dele com a pianista?". Merda, eu detesto hipocrisia. Eles sempre souberam da paternidade de Shawn, só que, claro, apoiaram o filho querido que aumentara a renda da família. Eles sempre se preocupavam com o dinheiro, são todos um bando de fúteis, e eu, tola, sempre admirei o Shawn por ele ser "diferente." Mais uma vez, seria cômico se eu não fosse a idiota da história. Apoiaram o meu casamento com o Shawn por conta do meu nome -  Cabello Estrabão, herdeira da maior e bem sucedida gravadora musical de todos os tempos - seria uma enorme vantagem para um jovem astro recém descoberto. A imprensa explodiu com o nosso relacionamento, quem em sã consciência se casa aos 18 anos? Dois adolescentes apoixonados, claro. Nos tornamos o casalzinho sensação da Inglaterra, mais amados que a família real, e mais conhecidos que Angelina Jolie e Brad Pitt. Eu me senti como uma princesa em um conto de fadas e, bem, todos sabem que contos de fadas não existem.

[Dois dias depois]

– Tia Camila...

Paro de pintar assim que a escuto chamar meu nome. Há duas coisas que gosto de fazer para me acalmar: sentar - me ao piano para reproduzir ou compor melodias, e pintar. E nesses últimos três dias Clara tem sido uma telespectadora assídua para ambas as coisas. Sempre calada,  analisando cada detalhe e/ou movimento.

— Sim? - Incentivo ela a continuar falando.

— A senhora... me ensinaria a tocar piano?

Pisco repetidas vezes...

— Sua mãe já deve ter te dado aulas né ?

— Não... Ela dizia que eu não levava jeito, mas vou me esforçar eu prometo!

Os seus olhinhos brilhando de ansiedade me fazem sorrir. Céus! Que tipo de mãe era a Taylor? Não consigo ver Clara sendo péssima em alguma coisa, ela é tão esforçada. A maldita deveria ao menos ter tentado ensina - la.

— Está bem! Mas antes você tem que me ajudar a pintar esse quadro. As orelhas do Mickey estão muito pequenas né?  Você tem que escolher um desenho mais fácil da próxima vez!

Falo fazendo um falso  biquinho chateado, e em seguida abro um grande sorriso bobo que se alarga ainda mais quando vejo a pequena sorrindo e vindo empolgada em minha direção. Conviver com Clara tem sido mais fácil do que imaginei, ela é esperta, independente, companheira e o melhor de tudo... não me olha com  piedade como todo mundo vem me olhando. E sua curiosidade com relação a tudo que eu faço é surpreendente. Tenho me esforçado bastante para agrada - la e fazê - la sorrir.

[...]

Depois de termos ficado mais de duas horas pintando, ou melhor, nos sujando de tinta - o que me fez muito bem, diga-se de passagem - nós duas estávamos agora na cozinha, devorando o segundo prato do meu  delicioso macarrão com queijo que Clara adorou no outro dia.

— Mila? Clara?

— Aqui!

Eu respondo por nós duas, já que a pequena estava bastante ocupada em mastigar sua refeição. Em menos de um minuto Dinah adentra a cozinha e olha de mim para Clara com o queixo quase batendo no chão de tanto que sua boca estava aberta. Provavelmente está em choque pela quantidade de massa que está em nossos pratos.

— Quer macarrão com queijo ?

Pergunto.

— Não. Meu Deus! Karla Camila, não sei como você não engorda.

DJ beija a bochecha de Clara e, após pegar uma maçã, senta-se ao meu lado, franzindo a testa para o meu prato.

— Eu sou maravilhosa eu sei... é a boa genética.

Ela revira tantos os olhos que por um momento cheguei a pensar que estivesse tendo um ataque e eles não voltariam mais para o lugar. Mas depois desse breve momento em que Dinah demonstrou o quanto aprecia meu lado convencido, vejo surgir em seus lábios um sorriso que diz que ela está achando algo divertido. Está olhando alternadamente de mim para Clara.

- O que foi?

Pergunto após dar mais uma  garfada.

- Você está com tinta na sobrancelha esquerda... É alguma moda nova?

Ela diz soltando uma gargalhada, e Clara a acompanha. Pequena traidora!

- Então bonitinha, por que está rindo? Você está com tinta nas duas orelhas.

Agora é minha vez de sorrir, Dinah a enganou direitinho - ela não está com tinta nas duas orelhas, e sim em uma!!

Clara cora um pouco as bochechas mas me lança um olhar cúmplice.

Vejo que minha amiga DJ abre um grande sorriso bobo, mas não fala nada. Agradeço mentalmente por isso.

— Falei com sua mãe hoje, ela e Sofi chegarão daqui a pouco. Vamos todas ao parque!

Olho seriamente para Dinah, mas ela está sorrindo e olhando para Clara, que visivelmente ficou feliz com a notícia.

– Dessa casa, só Clara vai ao parque...

Dinah me encara, mas sabe  na hora que eu não irei mudar de idéia. Depois dos olhares e sorrisos de Dinah, percebi que talvez eu esteja me envolvendo de mais com a menina. Preciso de um tempo pra  pensar.

– Okay... Então, Bonitinha, quer me contar o que estava aprontando para estar toda suja de tinta? O que tem feito de bom por aqui?

Ela manteve uma conversa com Clara, que sorria e falava tudo o mais explicado possível, e arrancou um sorriso  surpreso de Dinah quando disse que eu prometi ensina-la a tocar piano...

A campainha toca assim que termino de ajudar a pequena a se arrumar. Sem pensar duas vezes, Dinah sai do quarto empolgada e vai abrir a porta, deixando eu e Clara a sós.

– Você está linda.

Falo, olhando seu reflexo no espelho.

– Obrigada!

– Eu só não vou porque não estou me sentindo muito bem tá ok ?

– Tudo bem, a senhora quer que eu fique com a senhora?

Abro um sorriso bobo devido o cuidado dela por mim.

– Não, não! Vá se divertir, você tem sido uma boa garota. Aposto que está doida pra brincar com Sofi... Vamos?

Ela sorrir e assente com a cabeça.

Assim que descemos as escadas, minha irmãzinha vem correndo em minha direção com os braços bem abertos.

– Miiiila!

Fala, se jogando no meu colo.

– Oi meu amor, tudo bem?

Pergunto, quase caindo com o impacto de seu corpo no meu.

– Sim! Eu trouxe a minha roupa da escola, eu volto pra​ cá com a Dinah para ir com Clara pra escola amanhã.

– Tô sabendo, não comam muita besteira na rua, será a noite dos filmes e brigadeiro.

Sofi assente e me larga pra poder falar com Clara, em seguida sai puxando a mais nova pela mão, comentando, empolgada, sobre elas irem juntas pra escola amanhã.

Viro para minha mãe, que assim como eu, estava rindo da empolgação das meninas. Me despeço da mesma com um demorado abraço. Sempre achei incrível o poder que um abraço tinha, ainda mais o de dona Sisu.

Uma hora depois eu já tinha feito o brigadeiro e separado os filmes. E como eu sabia que elas iriam demorar, decidi tomar um longo banho de banheira. Acabo levando  meu celular para checar meus e-mails, coisa que não fiz nos últimos 5 dias. Quando estou no último e-mail recebo uma vídeo chamada de Lauren. "Merda!" Ela vem ligando todos dias para​ falar com a sobrinha, eu tenho que atender. E com o corpo quase todo submerso, atendo a chamada.

– Lauren, oi.  – Digo, um pouco desconfortável. Não movo um músculo se quer,  preocupada com que apareça mais do que deveria.

– Ah, oi. Desculpa, eu não queria te incomodar...

Ela cora as bochechas, totalmente surpresa com as condições em que me encontro. Isso me faz quase querer sorrir, quase. No entanto, devo estar tão vermelha quanto ela. Droga! Esse pensamento faz eu me sentir pior do que já estou.

– Liguei para falar com Clara.

Ela desvia o olhar e o mantém fixo em um ponto qualquer.

– Ela foi ao parque com minha mãe e minha irmã mais nova. Sinto muito... é..  você pode ligar mais tarde.

Lauren assume uma expressão triste, ela não parece muito bem. Seus olhos estão avermelhados, com grandes olheiras os delineando - lindos olhos por sinal. Mesmo de pijama ela parecia pronta para ir a uma festa... exceto pelo olhar perdido e a expressão vazia. É como eu fico quando paro  para pensar em tudo que aconteceu.

– Eu queria tanto vê- la. Minha sobrinha é tudo que me resta.

Uma lágrima solitária​ cai de seus olhos.

– Está tudo bem ? –

Pergunto instintivamente. Ela que havia abaixado os olhos e limpado a lágrima perdida, me encarou, como se não esperasse pela minha pergunta. Ficamos em silêncio, uma olhando para a outra. Vê-la tão triste faz meu coração se apertar um pouco, ver sua dor faz eu pensar em minha dor, e isso faz meus olhos encherem-se de lágrimas também.

– Isso não podia ter acontecido.

Ela quebra o silêncio e volta a chorar, um choro mudo, assim como o meu.

– Ela não deveria ter morrido assim, eu... eu não sei o que fazer, eu tentei tanto me acertar com ela... mas... era impossível. Ela era tão... difícil.

Tento assimilar o que ela diz e, ao mesmo tempo, tento entender meus sentimentos.

– É sabe, eles não tinham o direito... de me enganarem... e morrerem. Eu nem posso ficar com raiva sem me sentir culpada, e ainda tenho que cuidar da filha deles... ela não tem culpa de nada, eu sei.

Vejo ela arregalar os olhos ao ouvir tudo que eu disse. Por um momento tenho medo de que ela interprete mal o que falei sobre Clara, no entanto, ela suaviza a expressão ao ver meu desconforto e volta a quebrar o silêncio, depois de um longo minuto.

– Entendo,  desculpa por... não sei. Eu aqui falando de mim, sem pensar em como está sendo difícil pra você.

– Tudo bem Lauren. Me desculpa também. Eu precisava falar sobre isso com alguém... que... que... você sabe. Obrigada por entender.

Ela assente e dá um pequeno sorriso de lado.

– Eu também. Boa noite Camila!

- Boa noite...

Ela fica hesitante em encerrar a ligação, então eu acabo desligando. Largo o telefone e me afundo dentro da banheira, ficando submersa pelo máximo de tempo que consigo. Não queria pensar no que tinha acabado de acontecer, não queria pensar em nada.


Notas Finais


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