História You were my mistake - Deixe a porta destrancada.

Havia terminado o banho a pouco tempo e estava descendo para comer algo quando escutei a campainha tocar. Abri a porta e me deparei com Chanyeol me encarando com o olhar na mistura de sentimentos como decom um raiva com... Medo?

Quando ia perguntar o porquê dele estar ali, ele se aproximou com rapidez e tomou meus lábios em um beijo feroz.

— Que porra você está fazendo? — Empurrei ele com toda força que tinha, o fazendo cambalear para trás.

Ele me encarou novamente e seu olhar tinha mudado, parecia culpa. Mas culpa do quê? Eu estou muito confuso.

— Você está bem, Chanyeol? — Perguntei começando a ficar assustado e preocupado com sua expressão vazia.

Ele apenas sussurrou um; “desculpa “, e saiu correndo me deixando com um ponto de interrogação no meio da cara. Ele chegou parecendo estar com muita raiva, cheguei a pensar que havia feito alguma coisa errada, mas do nada, pareceu culpado pelo que fez. Ou o que ia fazer… Eu preciso entender o que está acontecendo com Chanyeol... Ele muda de um hora para outra. Em um dia está me xingando, no outro está querendo me beijar, agora isso... Eu vou realmente acabar ficando louco antes dos vinte.

                         ∞

Acordei sem o despertador e com minha cabeça latejando. Peguei meu celular e vi uma mensagem de Chanyeol;

"Hey, é o Chanyeol, troquei de número. Passa aqui em casa para irmos juntos para a escola, okay?"

Franzi o cenho e reli a mensagem várias vezes para ter certeza do que li. Ele ficou bipolar ou o quê? Santo Deus, eu não estou entendendo nada…

Tomei um banho depois do café da manhã e resolvi ir direto para a casa de Chanyeol.

— Olá, Sra. Park. — Fiz reverência em forma de respeito e sorri simpático, ela retribuiu gentilmente e me deu espaço para entrar.

— Chanyeol está no banho. Logo ele está saindo. — Disse e foi para a cozinha, me deixando sozinho e meio desconfortável na sala. Me sentei na ponta do sofá e fiquei esperando Chanyeol, que logo apareceu.

— O que está fazendo aqui? — Perguntou confuso, me fazendo ficar intrigado ainda.

— Você me mandou uma mensagem pedindo para eu passar aqui e que iríamos juntos para a escola.

— Tá doidão? Eu não te mandei mensagem nenhuma... — Essa história está confusa demais, pelo amor. Me levantei e mostrei a mensagem para ele. — Esse com certeza não sou eu. Nem trocar de número eu troquei...

— Quem pegaria meu número para fazer isso então? Chanyeol... Eu estou começando a ficar assustado já. Primeiro alguém me segue no caminho de volta da escola, agora isso. Quem será que está por trás disso tudo? — Perguntei e ele fez uma cara pensativa, tive quase certeza de que ele tinha alguma ideia em mente de quem era, mas não tive tempo para perguntar perguntar, pois ele me abraçou repentinamente.

— Não vai acontecer nada com você, fica tranquilo... Eu não vou deixar — sussurrou a última frase baixinho, mas mesmo assim eu o ouvi, e mais uma vez me senti seguro ao seu lado.

Com Chanyeol comigo, nada poderia me afetar...

— Hey, vocês vão se atrasar desse jeito... — Escutei a mãe dele dizendo e separei o abraço. — Andem logo, eu preparei isso pra vocês comerem. — Nos entregou um saquinho com vários pãezinhos dentro.
Chegando na escola, vi Kris – o cara fodão do time de basquete – sorrir para Chanyeol, mas o mesmo ignorou e virou a cara. Senti a tensão ai hein.

Quando abri meu armário e vi um papel cor de rosa cair do mesmo. Peguei-o e li, a mensagem escrita dizia;

"Querido Baekkie.

Lhe aconselho a tomar mais cuidado ao ir sozinho para casa de alguém ou para a escola, nunca se sabe o que vai acontecer, não é mesmo? Imagine que hilário a cara do Chanyeol ao saber que alguém está tocando nesse seu corpinho imaculado? Irei amar ver isso...

Ah, não confie em números desconhecidos. Eles podem estar testando você ;)"

Olhei para todos os lados, mas não achei ninguém suspeito, vi Chanyeol vindo em minha direção e tentei esconder o papel amassando-o em minha mão.

— O que tem ai?

— Pare de ser curioso — Disse tentando disfarçar o nervosismo. Fail.

— Por favor... — Chanyeol esticou a mão e eu entreguei o papel receoso.

Ele me olhou preocupado e me abraçou no meio de todo mundo. Por mais que ele esteja me confortando – ainda que apenas um pouco – me sentia desconfortável fazendo isso.

— Chanyeol estamos no corredor da escola — Separei o abraço incomodado com os olhares de algumas pessoas. Ele suspirou e me acompanhou até a minha  sala, quando eu ia entrar, escutei alguém perguntando para Chanyeol.

— Hey, Park. Você é gay? — Segurei o riso e fiquei parado na porta para ouvi-los, meu professor não tinha chegado mesmo.

— Oi? Lógico que não.

— Desculpe a pergunta. É que eu vi você abraçando aquele bae-sei-lá-o-que.

— Primeiramente, é Baekhyun. Segundo, não te interessa o que eu sou ou deixo de ser! — Caralho. — E não pode abraçar ninguém não? Vai cuidar da sua vida vai.

— Seguro o riso.

— Sou mesmo. Quer ver? — Não aguento e acabo rindo.

Deixei minha mochila em cima da minha carteira e fui para o pátio beber água. Senti meu pulso ser puxado com força, mas quando me virei para ver quem era, me deparei com um homem desconhecido.

— Até que enfim te peguei sozinho, menino Byun. — Sorriu e eu fiz cara de nojo.

— Quem é você? — Perguntei tentando me soltar de seu aperto. Estava me machucando muito.

— Oh, ele não te falou de mim? Eu imaginei mesmo — Riu.

— Ele quem? O que você quer comigo?

— Só quero experimentar essa sua boquinha — Disse e me beijou a força. Eu mordi sua língua, o que serviu para que ele aumentasse cada vez mais a força aplicada em meus pulsos. Continuava tentando me soltar debatendo mãos e pernas, tentava gritar mas ele me apertava cada vez mais, senti ele sair de perto de mim e quando abri os olhos – que nem reparei ter fechado antes – vi Chanyeol praticamente espancando o cara.

— CHANYEOL! Para com isso — Gritei já com meu rosto tomado em lágrimas.

— QUAL É O SEU PROBLEMA, PORRA?! — Ele gritou e eu o afastei do homem, que estava rindo, o que fez Chanyeol ficar com mais raiva ainda.

— Eu não disse? — Se levantou com a mão na barriga. — Eu disse que se tocasse um dedo em você ele iria ficar puto. E eu paguei pra ver. — Sorriu e só ai eu percebi que ele é o cara do bilhete.

Chanyeol quis avançar nele de novo mas eu o segurei, olhei em volta e tinha muitos olhares curiosos encarando a cena que protagonizávamos. Peguei na mão de Chanyeol e o tirei de lá.

— Você está doido? — Perguntei olhando sua mão toda machucada.

— Ele que é doido, não eu.

— Você... Você conhece ele? Por que não me disse?

— Eu não tinha certeza...

— F-Foi ele que me seguiu no caminho da escola?

— Não sei. Não consegui ver o rosto, ele estava com a touca da blusa.

— Você... Aish, você é um retardado

— Por que fez aquilo?

— Você acha que eu iria ficar só olhando ele fazer aquilo com você? — Perguntou indignado.

— O Chanyeol que eu conheço deixaria.

— Então você não me conhece…

— Eu conheço o que você mostrou durante esses 4 anos. Um babaca.

— Eu mudei. — Sussurrou mas eu ignorei. Ele realmente mudou. Mas ainda não sei se posso confiar. Geralmente não estou podendo confiar em ninguém.

— Você poderia ter me avisado que ia sair também né.

— E você virou minha babá desde quando? — Ele revirou os olhos.

— Eu disse que ia te defender. Mas com você se afastando fica difícil.

— Eu sei me defender, okay? — Pronto. Agora Chanyeol vai ficar ainda mais no meu pé.

— Sério? Não foi isso que vi quando cheguei no pátio. — Idiota! — E você em vez de me agradecer fica brigando comigo.

— Te agradecer por ter batido nele?

— Não. Quer dizer, também. Mas por ter te defendido. E se eu não tivesse chegado lá aquela hora?

— Eu poderia ter te avisado mas você estava conversando com aquela Ji-alguma coisa. Não quis atrapalhar o casal — disse com deboche e me arrependi no instante seguinte ao ver sua cara.

— Parece que temos alguém com ciúmes aqui, não é? — Sorriu

— Lógico que não. Idiota. Por que eu teria ciúmes de você?

— Porque... — Ele parou de sorrir e ficou me encarando.

Fiquei observando cada detalhe de seu rosto e, porra, Chanyeol é bonito pra caralho... Ele se aproximou e colou nossos lábios, vendo que não me afastei, ele começou um beijo lento.

— Chanyeol — Separei. — Estamos na quadra da escola, alguém pode ver. E temos que voltar para a aula, esqueceu?

— É né... Por um momento esqueci disso tudo… — Sussurrou e me encarou, alternando o olhar entre minha boca e meus olhos. — Te beijar é tão bom que eu chego a perder a noção do tempo… — Chanyeol falou me fazendo corar, lhe dei um último selinho e me dirigi para minha sala em passos largos.

Cheguei na sala e não tinha ninguém além da tia limpando a mesma.

— Onde estão todos?

— Foram dispensados — Disse seca, sem olhar para minha cara.

— Ah... tá. Obrigado.

Saí da escola e fui praticamente correndo para casa, não iria negar que os acontecimentos do dia anterior ainda me deixavam receoso em me dirigir para casa sozinho. Cheguei morrendo de calor, então fui direto tomar banho, resolvi por apenas uma cueca e fiquei matando tempo até chegar a hora de dormir.  Eu iria dormir se não tivesse escutado meu celular vibrar. E como não sou nada curioso, fui ver. Era Chanyeol.

Chanyeol: 

O que está fazendo?

Baekhyun: 

Chanyeol: 

Você!

Não acredito que fiquei corado apenas com uma mensagem.

Baekhyun:

Chanyeol:

Não estou de graça.
Queria você aqui com essa boquinha maravilhosa. 

Eu não estou falando só de beijar.

Se ele quer brincar, vamos brincar então.

Baekhyun:

Chanyeol:

Porra!

Queria que você fizesse essa boquinha descer e subir pelo meu pau.

Caralho, não acredito que estou me excitando com isso.

Baekhyun:

Chanyeol:

Você quer descobrir isso agora, Baek?

Porra...

Baekhyun:

Quero sim, Yeollie.

Você gostaria de me foder bem fundo?

Eu amaria sentir você dentro de mim...

Gente.. O que é que eu estou falando? Só posso ter tirado a coragem do cu e enfiado a vergonha no lugar.

Chanyeol:

Caralho Baekhyun...

Você não sabe o quanto eu gostaria de te foder.

Escutar você gemendo meu nome, enquanto eu vou mais fundo ainda em você.

Porra...

Chanyeol:

Deixe a porta destrancada.

Arregalei os olhos quando li a última mensagem. Não achei que ele iria realmente vir.