História You were my mistake - Não sei mais o que fazer...

Iriamos ficar no mesmo dia para treinar (treinar o que eu já não sei, porque nós somos experientes já rs), Minseok ganhou uma sala própria e eu teria que ficar na sala gigante com o Chanyeol. 

Entrei na sala e fui para minha mesa sem olhar para sua cara.

— Quanto tempo em, Sr. Byun — Se levantou sorrindo e veio até minha mesa. Falso! 

— Pois é, Park. Infelizmente não tive mais tempo.

— Quando vai parar de me odiar? — Perguntou e eu ri irônico, preferindo ignorar. Ele se agachou e ficou mais perto de mim. — Você não me ouviu. Eu...

— Nem ouse em terminar essa fala — Me levantei e fui para o outro lado da sala. — Eu realmente acreditava nela. Até você estragar tudo e jogar tudo no lixo.— Sai da sala já sentindo as lágrimas que ameaçavam cair.

Chanyeol provoca tanta coisa em mim. Tantos sentimentos.

Eu o odeio por me fazer ama-lo tanto mesmo depois de tudo.

Sai da empresa e fui correndo até o lugar mais próximo por estar chovendo. Entrei em um posto de gasolina qualquer e me sentei em um dos banquinhos para esperar a chuva passar. Encostei a cabeça na parede e suspirei. Eu sabia que quando visse ele ia começar a sentir tudo isso de novo, só não imaginava que ia vir mais forte que tudo... Limpei as lágrima que ainda caiam e atendo o celular quando o mesmo toca

— Alô? Q-Quem fala? 

— Onde você está? Está chovendo e não te achei aqui na empresa. — Revirei os olhos ao ouvir sua voz.

— Chanyeol...

— Não desliga, por favor. Eu só quero conversar com você, Bae.

— Nós não temos nada que conversar. E não me chame assim de novo.

— Onde você está? Está na chuva? 

— Não. Estou no posto perto da empresa.

— Estou indo ai. — Ia responde-lo mas ele desliga na minha cara.
Suspirei e fui para a frente do posto. A chuva tinha aumentado e o vento estava mais forte, fazendo alguns pingos me atingirem. Logo um carro para na minha frente e Chanyeol abre a porta do passageiro.

— Eu não vou entrar ai.

— Vem logo, Baekhyun. Se você não vir eu vou ai te pegar. — Não sai do lugar e arregalei os olhos quando ele sau do carro e veio até mim.

— Teimoso como sempre... — Ele me pegou pelas pernas e me colocou em seu ombro.

— Hey. Me solta — Disse e ele praticamente me jogou dentro do carro e fechou a porta. — Aish. Grosso. Tenha mais cuidado comigo.

— Além de eu estar te carregando tenho que ter o máximo de cuidado.

— Você me carregou porque quis — Revirei os olhos e ele ri.

— Por que eu te amo tanto em? — Corei comprimindo os lábios. Por que ele insisti em ficar dizendo essas coisas? 

Encostei minha cabeça no vidro e fiquei pensando em nossos momentos juntos. Era tudo tão... Perfeito. Pena que nada é perfeito nessa vida.

Percebi que estávamos indo para sua casa e então o encarei.

— Eu não quero ir para sua casa. Eu preciso tomar banho quente e trocar de roupa.

— Na minha casa tem chuveiro, com agua quente, e roupas suas lá. Você deixava todas suas roupas em casa quando ia dormir lá e nunca as levava — Explicou quando eu o encarei confuso. — Não que eu esteja reclamando claro... — Se ele guardou minhas roupas ele ainda tinha esperanças de que um dia eu fosse voltar... Entrei em sua casa e mais uma onda de lembranças me atingiu. Ela está idêntica desde a última vez que coloquei os pés aqui.

— Por que você tem uma foto minha?

— Não é sua. É nossa. E eu tenho porque eu quero. Gosto de ficar olhando ela quando sinto sua falta. — Abaixei a cabeça e mordi os lábios. Pra ele tudo parece tão fácil, desde falar sobre ou sentir. 

Peguei minhas roupas e fui para o banheiro. Fiquei embaixo do chuveiro por mais ou menos 1 hora, tentando colocar todos os pensamentos e sentimentos em ordem. Está tudo uma bagunça dentro de mim.

Incrível como não mudou nada, tanto na casa quanto nele em si. Ele parece estar apenas mais maduro, talvez porque está com uma responsabilidade nas costas. Mas parece ser o mesmo Chanyeol brincalhão e risonho de sempre. O Chanyeol que eu me apaixonei ainda existe.

Assim que me vesti fui direto para a cozinha, sentindo um cheiro maravilhoso. Chanyeol sempre cozinhava para mim quando eu vinha em sua casa - também porque sou uma lástima na cozinha. Encostei-me no balcão e fiquei o encarando. Como ele pode ser tão bonito? Chega a ser injusto com algumas pessoas sua beleza em excesso. Tudo em seu rosto o deixa atraente. Sua boquinha grossa, seus olhos grandes, suas orelhas, seu sorriso grande... Tudo.

— Você está me escutando? — Sai do transe quando ele me sacode.

— Hm? Que? 

— Estava perguntando se você está com fome.

— Ah. Sim. Estou sim.

— Por que estava me olhando assim? Você sempre fazia isso quando eu cozinhava pra você — Sorriu me fazendo corar.
Sempre que Chanyeol estava cozinhando, seja café da manhã, almoço ou janta, eu me sentava no balcão para observá-lo todos os dias, com a desculpa de que queria aprender a fazer algumas coisas com ele, mas na verdade ficava apenas admirando seu rosto e seu corpo. Chanyeol é alto e magro, mas gostoso, nada muito exagerado. Seus cabelos negros destacavam seu rosto e depende de como ele sorria, uma covinha fofa se formava em sua bochecha.

Sentei-me para comer e ele se sentou ao meu lado, me encarando. Corei mas não deixei de correspondê-lo no olhar. Estávamos mais próximos do que imaginei, quando me dei conta já estava sentindo sua respiração acelerada bater em minha boca. Minha mente mandava eu me afastar o quanto antes, mas assim que ele se aproximou mais eu segui meu coração e o beijei. Era um beijo calmo completo de saudades, céus, nossa boca se encaixavam tanto, aprecia até que foram feitas uma para a outra.

Afastei quando acordei para a realidade e abaixdi a cabeça, mais vermelho que a cor do copo que estava a minha frente.

— Eu estava morrendo de saudades do seu beijo. De senti-lo. Assim que te vi no meio daquelas pessoas, tive vontade de largar tudo e ir correndo te abraçar e te beijar, mas sabia que não podia fazer isso. Sabe como fiquei quando foi embora? Eu sei que o que fiz te magoou muito, mas você não tem noção do quanto eu corri pra acabar com a maldita dessa aposta. Eu não queria mais fazer aquilo de jeito nenhum, pois eu estava me apaixonando cada vez mais. Eu sabia que se eu não contasse, Kris iria contar, mas eu fui enrolando cada vez mais e mais, achando que ele deixaria isso de lado. Mas ele fez você descobrir da pior maneira possível. A culpa é toda minha, eu sei. Eu sei que eu fiz tudo errado e praticamente joguei nosso relacionamento fora. Mas eu mudei, eu não sou mais aquele moleque babaca de ante. Com esses anos, aprendi a corrigir minha vida e amadureci muito mais. Baek, você é capaz de me perdoar. Você me ama. Você... me ama ainda, não ama? — Olhei para a luz e pisquei rapidamente para conter as lagrimas que insistiam em cair. O encarei e segurei seu rosto com minhas duas mãos.

— Sim, Chanyeol. Eu ainda te amo... Muito.
Ele sorri e posso ver um fio de esperança em seus olhos. Acaricio seu rosto com meus dedos.

— Mas eu não posso... O que você fez, não importa se você não me conhecia bem ou não, não se faz com ninguém, Chan. Isso me magoou muito, realmente. Por isso fui embora, e não iria voltar tão cedo se não fosse por essa oportunidade. Eu não consigo ficar perto de você sem sentir o que eu estou sentindo agora... Dor, paixão, angústia, desejo. São vários degraus de sentimentos doloridos demais. Por isso, pensei muito enquanto estava tomando banho, e estou cogitando a ideia de me despedir da empresa. Eu não vou conseguir trabalhar te vendo todos os dias, eu não vou conseguir me concentrar em nada. Eu não consigo mais... Pelo menos até as coisas no meu coração se acertarem. — Limpo as lágrimas de seu rosto e desvio olhar para não ter que ficar encarando seu rosto triste.

— B-Bae, não m-me abandona de novo, p-por favor. 

— Chanyeol, não torne tudo mais difícil. Se eu ficar, nós dois saímos ainda mais machucados.

— N-Não... Você vai nos machucar ainda mais se for embora.  — Suspirei e fechei os olhos.

Eu preciso de mais tempo, não pensei que doeria tanto me reencontrar com Chanyeol. Não pensei que todo o sentimento que tive antes de sair da Coreia me envolvesse tão forte quando voltasse. Achei que tivesse superado pelo menos parte disso. Mas pelo contrário, eu não superei nada e apenas abri mais ainda a ferida que estava se cicatrizando em meu coração.

— Eu preciso de mais tempo. Não conseguirei fazer nada perto de você, a não ser pensar em como você está bonito naquela manhã, ou em como você fica ainda mais maravilhoso quando está concentrado — Sorri triste em meio às lágrimas. — Não sairei da empresa, apenas quero que você me dê um tempo. Minseok cuidará de tudo no meu lugar, até melhor que eu. — Ele assentiu ainda chorando e meu coração se apertou ainda mais.

Dor.