Yuta chegou no aeroporto internacional da Coréia por volta de duas da tarde. O que o fez se deslocar do Japão até ali? Winwin, seu amigo virtual.
Os dois se falavam já fazia quase cinco anos, e sabiam mais da vida um do outro do que aqueles amigos mais próximos. Sair do país para encontrar um desconhecido era um grande risco, mas um risco que Yuta estava amando correr.
Depois de pegar sua mala e ajustar seu celular para conseguir usar sua rede fora do país, Yuta contatou o amigo.
-Aonde você está?
-Eu estou perto da saída B, Yuta - respondeu Winwin - vai andando para a esquerda que você vai ver.
-Hmmm ok.
Yuta logo achou o lugar indicado. Por sorte era praticamente fluente em coreano - graças ao amigo.
Winwin acenou com um sorriso enorme no rosto, correndo o quanto podia no meio da multidão para finalmente dar o tão sonhado abraço.
Yuta mal podia acreditar que estava mesmo sendo envolvido por ele. Os dois pulavam e giravam como crianças, e não conseguiram segurar as lágrimas.
-MEU DEUS, VOCÊ É EXTREMAMENTE FOFO! - Yuta gritou, apertando o rosto do amigo nas mãos.
-Ai para! Vai me deixar vermelho - disse o mais novo - vamos, minha mãe está nos esperando no carro.
O quarto de Winwin era grande o suficiente para caber a mala do amigo, além do colchão inflável que ele havia levado. Depois de desfazer as malas, Yuta foi tomar um banho e trocar de roupa, pois os dois haviam combinado de ir ao parque. Os pais do mais novo já consideravam o japonês uma parte da família, e todos os amigos dele em algum momento já ouviram falar no nome de Yuta.
Quando o mais velho saiu do banheiro e entrou no quarto, viu Winwin fazendo várias trancinhas no cabelo e terminando o visual com uma pequena faixa preta.
-Que coisa fofiiiiiiiinha - Yuta perturbou, abraçando o mais novo por trás.
-Aigoo! Me solta - Winwin se desprendeu do abraço - tu sabe que eu não gosto muito de afeto físico.
-Aish, eu demorou quase cinco anos pra te ver e não ganho nem um abraço? - o japonês fez biquinho.
-Já nos abraçamos tempo demais no aeroporto - respondeu sendo irônico - brincadeira, sabe que eu te adoro. Só não gosto de...
-Disso? - Yuta apertou o outro de surpresa, fazendo a cara dele fechar, mas de um jeito fofo - ok parei.
-Vamos?
-Vamos.
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Os dois amigos chegaram no parque quando as primeiras estrelas já apontavam o céu. Aproveitaram e foram direto para a roda gigante, vendo a noite escurecer gradativamente conforme rodavam. Depois se divertiram na montanha russa e nos carrinhos bate-bate, terminando a jornada no trem fantasma - onde Winwin passou boa parte do tempo de olhos fechados.
-Depois não gosta que eu diga que parece criança né? - disse Yuta ao saírem.
-Aigoo, eu não estava com medo, eu só...
-Estava apavorado - Yuta ria.
Ambos estavam sentados em um banco, descansando e pensando qual seria o próximo brinquedo, até que Yuta se levantou e comprou um algodão doce, fazendo os olhos do mais novo saltarem.
-Yutaaaa - Winwin fazia aegyo - me dá um pedacinho.
-Não - Yuta provocou - compre o seu.
-Poxa, Yuta-oppa...
-Credo, não me chama de Oppa, isso é estranho - Yuta não conseguiu segurar o riso.
-Por favorzinho - Winwin passou o braço ao redor da cintura do mais velho - por favor Yutaaa
-Agora você me abraça, né seu interesseiro?
-Vai me negar um algodão doce?
-Deixa de ser palhaço, Winnie! É só ir lá e comprar.
-Mas eu quero o seu - Winwin riu - por favor por favor - o apertou mais.
-Hmmm com uma condição - Yuta deu um olhar malicioso - eu quero um abraço bem apertado e um beijinho - disse fazendo biquinho.
-Aigoo, um beijinho também? Já é demais né?
-Quer ou não quer? - Yuta balançou o algodão doce na frente dos olhos do mais novo.
-Tá bom. Você venceu!
Winwin cedeu, envolvendo os braços com força ao redor do mais velho, deitando sua cabeça em seu ombro.
Quando se inclicou para selar a bochecha de Yuta, o mesmo virou o rosto, juntando os dois lábios e dando um pequeno susto nele.
-Yuta...
-Desculpa, eu não...
-Tudo bem - disse Winwin - eu... Eu até que gostei.
Yuta então puxou de leve o queixo do mais novo, lhe dando um selinho um pouco mais demorado e pedindo passagem para estender aquele momento.
Quando se separaram por necessidade de ar, Winwin estava com as bochechas totalmente vermelhas, o que fez o maos velho abrir um sorriso enorme diante daquela visão.
-Viu só? Você é mesmo extremamente fofo!
Os dois continuaram se divertindo o resto da noite, até os brinquedos começarem a fechar. Voltaram para casa de mãos dadas e ficaram conversando a madrugada toda, sem esconder a felicidade por finalmente estarem juntos. Faziam quase cinco anos que se conheciam virtualmente, mas naquela noite, haviam se conhecido de uma forma muito melhor.
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