- é aqui que minha jurisdição termina. - Brian diz pensativo.
- e é aqui que que a nossa começa. -digo entrando no meu carro.
Seguimos o caminho que Gisele nos indicou e fomos parar em uma pequena cidade. Tudo indica que Braga está em uma antiga igreja. Não é possível, aquele homem tem até o padre na sua folha de pagamento. Estacionamos o carro e entramos por trás, pegamos algumas armas que Brian havia conseguido.
- Você não merece perdão. - digo apontando a arma na cabeça de Braga, que se encontrava numa situação ridícula, ajoelhado em frente à imagem de Jesus Cristo. Depois de ter feito coisas que até o diabo dúvida, ele vem a Cristo.
- vocês querem me prender... aqui? - ele pergunta.
- queremos mais que isso. - Dom diz.
- Hermano... você e eu... não somos diferentes. - ele diz e nos encara. - você não é um herói.
Eu carrego a arma e estou pronta para atirar em sua cabeça.
- tem razão. - Dom diz. - é por isso que você vai voltar pela fronteira. - eu encaro o Dom confusa. - mas o Fênix é meu.
- todo seu. - digo por fim. Entramos nos carros e começamos a ir em direção a fronteira. Braga estava no meu carro comigo.
- vai conseguir sair apenas alguns quilômetros com sorte. - ele diz me olhando.
Vou ultrapassando aqueles poucos carros que entram no meu caminho, com Dom e Brian logo atrás de mim me dando cobertura. Entramos na estradinha de terra para mudar o caminho e não dar bobeira.
- sabe onde está indo gatinha? - ele sorri. - se quiser te dou meu GPS emprestado. - ele ri.
- cadê teus soldadinhos? - e no momento que eu pergunto, ouço barulhos de tiros em nossa direção. Olho para trás receosa colocando as mãos da cabeça
- cuidado com o que deseja. - ele gargalha. Olho para o lado e vejo Dom se desviando de mais carros que chegam atrás de nós. Meu sangue só fervia.
- para o carro. - ele ri.
- cala a porra da boca, seu filho da puta! - eu grito. O que só faz ele rir mais alto. Perco a paciência e bato com a cabeça dele no painel do carro. Passo a marcha e acelero.
- pro túnel! - grito no walkie talkie. Olho pelo retrovisor e vejo Dom atirando no pneu de um dos carros o fazendo capotar.
- Melanie, se manda daqui! - Dom grita enquanto eu me esforço mais para sair na frente dele. Vejo ele e Brian fazendo de tudo para que os outros carros não se aproximem de mim.
- você sabe mesmo onde são os túneis? - Braga diz debochando.
- te cuida. - eu digo apenas. - entrei. - falo no walkie talkie e vejo o ford verde na minha traseira.
- você só passou por aqui uma vez. Tem certeza?- ele diz tentando me fazer perder a concentração.
- quer falar a boca, ou quer levar outra porrada?- digo o ameaçando. Vou tomando cuidado para não bater nessas paredes finas, aquilo era muito estreito, já estava com dor de cabeça. Não podia negar, estava sim com medo de bater nos túneis. Podia escutar os berros de Fênix daqui. Ele estava na minha cola e ficava batendo na minha traseira.
- filho da puta! - grito.
- a princesinha está com medo ? - Braga ri. Quando me deparo com duas estradas, entro em uma por instinto. Acelero e vejo que é fechado. Droga.
- e agora? - Braga ri. Entro com tudo pela esquerda. Tinha que dá em algum lugar. Saio em um túnel mais largo e Fênix vai para o meu lado.
- Anda! - Braga grita para ele.
Ele acelera e fica na minha frente. Braga gargalha ainda mais alto, perco a paciência e dou uma cotovelada em sua cara, fazendo seu rosto sangrar mais ainda. Fico lado a lado com ele, dou uma batida para que eu passe sua frente, ele estava mais furioso ainda, entro por um beco mais estreito e vejo o fim da linha. Meu coração dispara. Perco o controle e sinto o impacto do outro carro na minha lateral. Solto o volante e sinto meu corpo indo em várias direções. O carro roda várias vezes até parar de cabeça para baixo. Vejo Fênix sair do carro.
- ei! Me tira daqui! - Braga grita.
Fênix o tira do carro, enquanto eu retiro forças do meu interior para chutar a porta e tentar sair do carro, estava sentindo muitas dores por diversas partes do corpo, minha barriga estava sangrando, assim como minha testa, estava sentindo o sangue escorrendo pelo meu rosto, porém meu pensamento estaca nos meninos, estava com medo do pior ter acontecido com eles. Ele me olha e aponta a arma para mim.
- não é porque é uma princesinha que não vou bater. - ele me dá um chute no rosto, fazendo meu supercílio rasgar e o sangue esguichar. - é uma pena bater nesse rostinho tão lindo. - ele aponta a arma novamente para mim, sinto um frio na barriga. Era estranho sentir isso, era como se minha vida estivesse se esvaindo entre meus olhos, no calor do momento os melhores momentos da minha vida estavam passando como um filme. Ouço o barulho de outro carro chegando, o que tira a atenção de Fênix. Ele não perde tempo em atirar no carro uma, duas, três vezes. Sentia meu corpo se arrepiando e calafrios me faziam tremer. O Muscle preto está tão rápido que levanta o chassi, só podia ser uma pessoa. Quando vejo que o carro estava vindo em nossa direção e que Fênix iria escapar, seguro seu pé o impedindo de fugir. O carro o acerta em cheio, com todo o impacto meu corpo é jogado para uma pequena distância, sinto meus músculos se contraírem e meus estômago se revirar. Dom sai do carro, cospe em Fênix que aparentava nao ter sobrevivido ao impacto do carro. "Viadinho" ele diz em sua direção e vem até mim. Brian chega logo em seguida.
- Melanie! - Dom grita.
- vai embora, Dom! - grito de volta com a voz fraca e fazendo careta de dor. Odiava sentir dor, meu pesadelo era se sentir omissa a alguma situação.
- foge Dom! Eu fico com ela! - Brian o tranquiliza.
- pressiona aqui... - ele diz rasgando a manga de sua camisa e colocando em cima do local onde estava sangrando na região do meu abdômen. - vai ficar tudo bem minha menina. - ele diz me deixando calma. Sua voz soava como a de um irmão mais velho para mim, ele me passava uma sensação de ternura.
- você tem que sair daqui. - digo como uma súplica. Sinto meu rosto sangrar.
- não vou a lugar nenhum. - ele diz enquanto ouço o barulho de sirenes
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