História Your drama... - Vai ser meu amigo?

Pov's Mark Tuan

 Minha vida pode até ser ruim, posso até sofrer em alguns sentidos, mas minha vida não é um drama. Sou só uma pessoa comum em meio a muitas outras pessoas, sou só mais uma criança na rua, que vive 'bem'. E não vá pensar que eu vá ser aquelas crianças que procuram os pais a qualquer maneira, não mesmo... Eu nem me importo por eles terem me abandonado, não os odeio, nem os amo, eu só 'os trato' como desconhecidos, o que realmente são. Eu só sou um Mark qualquer, nessa Coreia qualquer, em uma rua qualquer, vivendo uma vida qualquer.

Eu precisava fazer algo, algo para melhorar minha vida. Minha amiga SenHi disse " Vai trabalhar! Eu estou trabalhando agora e tudo melhorou pra mim... Agora sou babá de uma menininha, seus pais me dão casa e comida. Mas, não esqueça disso, não conte que não tem pais e que mora na rua. Você fugiu de um orfanato Mark, eles não irão te querer!", e agora aquilo estava 'batutando' em minha cabeça. Ponho a mão nos bolsos do casaco que uma bondosa velinha me deu para me esquentar daquele frio, pois estava frio, muito frio e, infelizmente, aquela calça que me deixava descolado com pequenos cortes no joelho não me esquentava. 

Eu olhava para os anúncios que estavam grudados nos postes, mas nenhum me agradava. Queria apenas arrumar logo um ludar pra dormir. Mas então algo me chama a atenção e eu chego mais perto daquela parede cinza com um pequeno papel colado de mal jeito. 

"PROCURA-SE BABÁ!!!
Procura-se babá do sexo masculino.
Com direito a casa, comida e salário.
Ninguém com a idade acima de 21 e
que seja cuidadoso com crianças.
Casa 167, Rua Sentra-Inno, portão 
branco e casa verde.
Número de contado: 82 27902-2931"

Rapidamente vou a um bar qualquer para tomar banho... Não, não tem chuveiro, mas todo lugar com uma pia que saia água, eu dou meu jeito, ficar sem tomar banho é que eu não vou. Pego minha trouxa de roupa, que havia deixado em um ponto estratégico para que ninguém roubasse- em baixo de dois tijolos soltos do banheiro- e começo a lavar-me. Terminando, ponho a roupa suja em um saco e ponho a limpa, que uma moça educada perguntou se poderia me dar de seu filho, ela me deu a maioria de suas roupas, disse que ele havia ido embora e que não precisaria mais delas. Até hoje me pergunto se na verdade ele foi embora mesmo ou faleceu, espero que a primeira opção, por ser horrível pela moça e também por eu estar usando a roupa de uma pessoa que morreu, meio 'mal agradecido' minha parte, mas ficar usando roupa de defunto não é legal né.

Saio correndo do local, deixando o dono do bar furioso, ele não gostava do tempo que eu ficava no banheiro sem nem comprar nada. Começo a procurar o lugar, repassando mentalmente o endereço "Casa 167, Rua Sentra-Inno, portão branco e casa verde.". Ao chegar a rua, o que eu precisava procurar era o número 167, mas o problema era, eu não sabia como funcionava a ordem dos números, pois nesse exato momento eu estou passando na casa 189. "Casa verde, portão branco" . 

"-Cadê você maldita casa verde?"- Dito já com raiva da pessoa que tinha organizado aquela rua desorganizada. Mas então por um milagre vejo um gari na frente de uma casa e quando o comprimento com o meu educado "bom dia", vejo que a casa é verde, portão branco, casa 167. Suspiro aliviado e paro em frente ao portão, estava preste a clicar no interfone, mas o portão branco se abre, mostrado então o lindo jardim, com flores de todas as cores, fico encantado. Um pequeno caminho de pedras dá na casa, a casa que mais parecia uma mansão, que lugar era aquele?! Uma parede de vidro mostrava o lindo lustre de dentro da moradia, o verde da casa era tão clarinho que se eu não prestasse bastante atenção, não saberia que era verde. Era tudo tão chique que fico com medo de entrar, eu estava vestido como um mendigo... E agora eu ja estava desesperado, "o que eu vou falar?", "e se perguntarem de meus pais?". 

Ponho o pé dentro do caminho de pedras e caminho, com o portão fechando atrás de mim. Suspiro criando coragem e aperto a campainha. A porta da frente era tão grande que fiquei me perguntando se lá dentro poderia viver um gigante, era duas vezes o meu tamanho. Ouço o barulho de chaves e engulo em seco, olho para trás, desejando que aquele 'treco' branco abrisse novamente para que eu pudesse sair correndo dali. Já era tarde.

"-Pois não?"- Olho para frente novamente e deu um pequeno passo pra trás, despercebido pelo homem de voz extremamente grossa. Entendi o porque daquela ultra porta, pois la vivia realmente um gigante. Minhas mãos começam a soar, estava paralisado e ele da uma risada que me faz tremer."-Vamos rapaz, eu não irei te morder!"- Dá um sorriso simpático que me faz ficar um pouco mais aliviado.

"- Quem é querido?"- Uma mulher aparece na porta e eu fico completamente fascinado. A moça era tão bonita, devia ser apenas alguns anos mais nova que o homem, mas seu rosto era de uma pessoa doce, estava com um sorriso que fazia com que seus olhos se fechassem, sorrio para ela e depois olho para o homem dando um sorriso nervoso."- Ah! Olá!"- Diz com uma voz fina e melodiosa.

"- Ér... Muito prazer."- Respiro fundo e dou um sorriso, coçando a nuca."- Queria saber se ainda estão procurando uma babá!"- Minha voz sai meio trémula, o que faz com que a mulher desse uma risada baixinha, com a mão em frente a boa. Os dois pareciam animados, me fazendo ficar animado também.

"- Sim, sim! É claro que estamos!"- O homem diz com um sorriso fazendo ruguinhas no canto de seus olhos aparecessem.

"- Que bom!"- Penso um pouco no que dizer em seguida."- Tenho que fazer alguma entrevista? Ou algo assim?"

"- Qual seu nome? Idade?"- A moça pergunta olhando pra mim carinhosamemte.

"- Mark Tuan. Tenho 15 anos!"- Sorrio mais uma vez, eles são tão legais.

"- Sou Eunji Wang e essa é minha esposa Mi-Hi Wang!"- Estendo a mão mas a moça me puxa para um abraço. Talvez ficar com eles não seria tão ruim assim. O homem pega minha mão para apertar e depois me dá um pequeno e rápido abraço."- O salário é de 60000 wons. Tudo bem?"

Arregalo os olhos involuntariamente e ele ri. Acinto com a cabeça, mais vezes do que desejei.

"- E seus pais? Deixam que você more com a gente por um tempo?"- A Sra. Wang pergunta preocupada e eu gelo. O que eu falo? Respiro fundo e crio uma história em minha cabeça.

"- Meus pais viajaram e eles até ficaram aliviados por eu estar vindo morar com alguém e poder ganhar meu próprio dinheiro. Eu acabei de chegar na cidade, por isso não tenho muitas coisas e nem fui matriculado em alguma escola ainda..."- Digo tão rapidamente que eles ficam atordoados, mas depois sorriem e acintem. 

"- Podemos te matricular na mesma escola que Jackson!"- Diz Sr. Wang.

"- Jackson? Ah... O filho de vocês, é verdade!"- Esqueci completamente da criança. Sorrio e não sei mais o que falar. Seria fácil de me matricular, pois eu tinha roubado meus documentos do orfanato antes de fugir, sempre fui esperto para essas coisas. Tinha até o nome de meus pais, que eu não faço ideia onde estão, mas não me importo.

"- Entre! Você tem apenas isso filho?"- Sr. Wang parece preocupado e eu apenas entro de cabeça baixa envergonhado. Murmuro um "licença" e espero que eles entrem para me dizerem o que fazer. 

"- Pode sentar aqui! Teremos que sair rapidamente, mas mais tarde voltaremos. Jackson daqui a pouco chega da escola!"- Mi-Hi diz e eu sorrio me sentando no grande sofá. Coloco minhas coisas ao lado de mim e respiro fundo aquele perfume gostoso de casa aconchegante. Ouço mais uma vez o barulho de porta e um "tchau querido", após enfim eles saem. Respiro aliviado e me deito no encosto do sofá. 

Fico por lá, olhando tudo enquanto olho para toda a casa quando ouço o barulho de chaves, esperava que era os Wang's, mas o que aparece era um menino de cabelos negros bagunçados com um olhar assustado, acho que ele estava preste a fugir.

"- Jackson! Calma, eu vou ser seu babá!"- Digo e depois percebo o quanto isso soa idiota, ele suspira aliviado e abre um sorriso de orelha a orelha. Ja estava esperando aquele tipo de criança igual aos filmes que querem dar um jeito do babá fugir, tomara que ele não seja um desses pestinhas. Eu esperava uma criança mais... Como as outras? Bem, ele era a criança mais linda que ja vi, tinha o rosto fofo e bochechas rosadas, parecia muito a senhora Wang, apenas tinha as ruguinhas ao lados dos olhos como seu pai. 

Ele se aproxima e fico com medo dele me bater e sair correndo, seila. Mas me surpreendo, quando ele me dá um abraço bem apertado.

"- Jinjja? Tudo bem com você? Meu nome é Jackson! Você vai ser meu amigo? Vai dormir no meu quarto comigo né? Qual seu nome hyung?"- Solta tudo de uma vez, não sabia bem o que responder primeiro ele me solta e fica de frente pra mim, ele era bem pequeno, era do meu tamanho enquanto eu estava sentado, mas falava tudo direitinho, sem erro nenhum.

"- Meu nome é Mark!"- Sorrio tão animado quanto ele."- Claro que vou ser seu amigo! Ne, estou bem! E, não sei se vou dormir no seu quarto, mas você podia me mostrar ele?"- Digo e seus olhos brilham. O menino joga a mochila no chão e me puxa escada acima, onde, pelo jeito, estava seu quarto.

"- Mark-ung você vai adorar meu quarto!"- Diz e abre a porta, olha pra mim e vejo como seu quarto é grande. Maior do que qualquer quarto em que eu dormi na vida. Mas depois de ouvir como o mesmo chama eu me confundo.

"- Mark-ung?"- Pergunto sem entender.

"- Mark com hyung, para que eu não precise te chamar de Mark-hyung toda hora!"- Ele diz animado me puxando de vez para dentro do quarto.

"- Eu não sou tão velho assim pra que você tenha que me chamar de hyung! Eu só tenho 15 anos!"- Falo rindo enquanto me sento em sua cama, que era de casal por sinal.

"- Hyung, eu tenho 12 anos!"- O mesmo diz e eu realmente me surpreendo, ele era pequeno demais para ter essa idade. Vejo o mesmo fechar os olhinhos e contar algo nos dedos. Além também de ser muito fofo/inocente para a idade... Por enquanto!"- São 3 anos de diferença! Isso é muito."- O mesmo diz cheio de certeza me fazendo rir.

Passamos o dia com ele me mostrando seus brinquedos, me mostrou também todos os cômodos da casa e no final ele e eu fomos jogar video-game. Os senhores Wang's chegam e nos vêem jogar.

"- Vejo que fizeram amizade!"- A matriarca da família diz e dá um beijo na testa do filho, que não tira o olho da televisão nem um minuto e me surpreendo quando a mesma vem e me dá um beijo na testa também. Sempre quis ter esse tipo de contado, de carinho, sempre quis ter uma 'família', isso era bom.

3 anos depois...

"- Jackson! Não grite tanto, os vizinhos vão vir e nos expulsar de casa!"- Grito ainda mais alto que ele, enquanto o via correr pela casa usando uma blusa que a Sra. Wang havia comprado pra mim, mesmo sem eu querer, e com uma bermuda dele."- JACKSON SE VOCÊ RASGAR ESSA BLUSA!"- Digo com raiva e ele se vira pra mim rindo, e começa a correr em minha direção, com medo do que aquele pestinha poderia fazer, começo a correr na direção contraria, fugindo do mesmo. Nem parecia ja ter 15 anos.

Eu ainda não tinha começado minhas aulas, mas seria amanhã o primeiro dia que eu entraria em uma escola de verdade. Sim... Eu fiquei três anos sem ir para a escola! Pois meus arquivos estavam atrasados e isso fez com que os Wangs descobrissem que eu fugi do orfanato, eles, mesmo pensando que seria o contrario, me entenderam e quiseram me adotar e isso demorou muito, 3 anos para ser exato.  Eu ja havia contado ao Jackie sobre minha história antes, pois criamos uma amizade que, mesmo que eu tente, não consigo mentir pra ele. Terei que entrar no 2º ano do ensino médio, pois eu fiquei estudando muito na casa dos Wangs, e no orfanato eu estudava também, então passei na prova, porém entrarei 2 anos atrasados, então, serei o único de 18 anos na minha classe. 

O telefone toca e eu vou atender.

"- Alô?"- Pergunto, olhando para Jackson para que ele calasse a boca.

"- Mark! Oi querido, quero saber se o uniforme que comprei pra você chegou, mandei entregar ai em casa."- A moça diz com a sua voz doce e eu dou um pequeno sorriso. De manhã bem cedo um homem bateu na porta e me entregou o uniforme, que por sinal era muito bonito. 

"- Entregou sim... Mais uma vez obrigado senhora Wang!"- Falo e ela da uma risada.

"- Não precisa agradecer Mark, é um prazer poder ajudar você."

Nos falamos mais um pouco, ela me perguntou sobre Jackson e queria saber se ele estava se comportando, e como um bom amigo, disse que estava, logo em seguida desligo.

"- Você me deve uma! Agora devolve essa camisa!"- Digo e ele tira a camisa, me devolvendo e depois ri.

Dia seguinte...

Eu realmente não estava preparado para isso... Já estava todo arrumado, mas algo me impedia de sair por aquela porta. Jackson também ja estava arrumado e estava me olhando do lado de fora da casa, a pequenos metros de mim, ele entendeu que eu estava nervoso então anda até mim e pega minha mão, logo sorrindo com aquele seu rostinho angelical, aquilo realmente me tranquilizou. Ele já estava do meu tamanho e isso me assustava, Jackie cresceu tão rápido... Algo no meu coração se aperta em pensar nisso. Meu irmãozinho.

"- Vamos Hyung... Eu estou aqui com você!"- Aperta minha mão com força e então eu saio por aquela porta, com dificuldade, mas saio.