Olhar ela ali tao frágil na minha frente, fez meu coração acelerar e eu senti um medo de perde-la. Como pode? A conheci a tão pouco tempo. Quando vi ela abrir seus olhos e me olhar, ela parecia feliz em me ver ali, pude notar seu sorriso de canto.
- Isa -me aproximei acariciando uma de suas mãos.
- Brenda -ela suspirou meu nome, fazendo os pelos dos meus braços arrepiar, tentei disfarçar separando as mãos.
- Você está melhor?
- Como não ficaria? -senti minhas bochechas avermelhar.
- Bom a Susana perguntou se você quer que ligue para seus pais para avisar o que aconteceu - lhe avisei.
- É melhor não, minha mãe está em lua de mel com meu padrasto, e meu pai morreu, não irei preocupar ela.
- Desculpa não sabia.
- Está tudo bem, Brenda a Susana te tratou mal de novo? -me olhou preocupada.
- Não, na verdade ela ficou feliz em me ver, e falou para cuidar de você, pois agora ela tem que cuidar do enterro da mãe dela.
- Então a mãe dela faleceu - percebi ela sentir uma tontura, rapidamente acariciei seu rosto.
- Obrigado - ela afirmou me abraçando bem forte, senti meu corpo relaxar no meio daquele abraço demorado.
- Você não tem o que agradecer -avisei me afastando.
- Acho que deveria descansar mais, me afastei dela percebendo ela abaixar a cabeça com um olhar serenamente triste.
- Que foi? - senti meu peito doer, e me aproximei novamente.
- Fica comigo, não vai embora -pediu. - Eu não ia embora -percebi ela dar um sorriso mesmo fraco.
- Deita comigo assim eu tenho certeza que dormirei melhor - apenas concordei.
Foi quando ela encaixou a cabeça em meu braço e pude sentir seu aroma, que fez meu coração acelerar mais ainda, ela me olhou um pouco e logo em seguida dormiu em meus braços, fiquei fazendo carinho em seu rosto, a olhando e percebi o quanto ela é linda, o quanto desejo proteger ela de todo mal.
Assim que notei Susana entrar na sala e me ver. Ela estava bem seria com os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar, eu fiquei em choque, não sabia se saia dali, mas iria acordar Isa.
- Não precisa sair daí -ela disse com a voz calma.
- Certeza? -insisti.
- Sim, se você faz bem a ela, eu não posso impedir sua aproximação, é bom que alguém cuide dela, porque agora estou tentando ficar bem - percebi lágrimas escorrerem dos olhos dela.
- Não sei o que dizer -confessei.
- Ela é tudo para mim, então por favor cuide bem dela - avisou se aproximando e beijando a testa de Isa.
- Pode deixar eu cuidarei - afirmei com a voz firme e confiante.
Só pude ver ela saindo da sala, fiquei olhando mais um pouco a Isa até que peguei no sono, quando acordei vi uma enfermeira me tocando.
- Acorde a paciente ela precisa tomar esse remédio - fosse entregando para mim.
- Está bem - apenas concordei e ela saiu da sala, foi quando percebi que já estava de noite.
- Isa -sussurrei e nada dela me responder.
- Isa acorda -acariciei seu rosto e nada dela acorda.
- Amor - sussurrei meio sem querer acariciando seu cabelos e ela começou a despertar.
- Nossa que horas são? - ela arregalou os olhos sentando na cama e saindo de meu braço onde tinha sua babá ela ficou vermelha de vergonha por causa daquilo.
- Não sei mais posso afirmar que ja é noite - me levantei e peguei os dois comprimidos.
- Que isso? - me olhou notando copo de agua na minha mão com o comprimido. - Não vem fingir que você não sabe, você ja fez muitos remédios - ela sorriu soltando uma risada gostosa.
- Toma - entreguei os remédios ela logo engoliu.
- Cadê a Susana? -ela parecia preocupada.
- Ela disse que precisava ir resolver umas coisas, mas ela veio tiver. - Ela brigou com você? - Não, segunda vez que me pergunta isso.
- Eu preciso de um banho -afirmou me olhando.
- Tem um chuveiro ali -disse apontando para o banheiro em seu quarto.
- Só tem um problema deixei minha mala junto com a mala da Susana.
- Eu devo ter uma roupa que caiba em você, vou pegar -disse saindo da sala.
Havia deixado a mala no guarda volumes, logo em seguida a peguei e olhei algumas das roupas , peguei uma calça legue preta, e uma camiseta branca com desenho de um gato.
E voltei para o quarto dela, ao chegar lá ela estava olhando a visão da janela, me aproximei devagar com a roupa em mãos, bom toalha o próprio hospital disponibiliza, depois dela colocar minha roupa teria que colocar a roupa do hospital. Tipo um avental pata ser sincera.
- Está aqui - entreguei.
- Vou ficar com seu cheiro -ela sorriu envergonhada.
- Na verdade será uma mistura -afirmei sendo exata. Enquanto ela tomava banho decidi olhar a janela, estava pensando, e os olhos dela estavam nitidamente em minha mente a forma que ela dormiu.
- Oi cadê a Isa? - Brenda apareceu tomada banho com uma roupa simples sem maquiagem, seus olhos estavam bem esplisidos noite mau dormida.
- Está tomando banho, quando ela terá alta? - perguntei.
- O médico me disse que daqui algumas horas, então eu vou ficar aqui agora -me avisou.
Quando vimos Isa sair do banho com os cabelos molhados, e com minha roupa ficou perfeitamente em seu corpo.
- Princesa - Susana correu para perto dela a abraçando forte. Desviei meu olhar para a janela, sentindo um ciúmes em ver a forma carinhosa que se tratavam. E sem dúvida Isa percebeu.
- Quer conversar comigo? - Isa olhou Susana com tanto carinho.
- Eu preciso comer alguma coisa -avisei me afastando delas.
- Não quer que eu va junto? -Isa me olhou com um olhar delicado.
- Não, eu quero ir sozinha -avisei com a voz um pouco alterada.
Quando sai dali corri para o refeitório, comprei algo e me sentei, estava com raiva muita raiva e por um segundo eu quase trasmiti a raiva dentro de mim.
Eu sei que fui rude, mas a forma que a Susana a chama, a forma que ela a olha, a forma que a Isa a trata, isso tudo me deixa com muita raiva. Sei que a mãe dela morreu, sei que elas tem um passado, mas ... Que droga.
Após comer decidi sair para fora do hospital, olhei as estrelas e a lua, me perdendo ali. A vida ela está brincando comigo só pode ser, sabe como tenho coração frágil, sabe o que aconteceu na última vez, oh céus porque?
Me sentei em um banco e permiti lágrimas escorrerem. Decidi tomar coragem e voltar para o quarto onde estava Isa, ao entrar percebi Susana chorando no colo de Isa, quando entrei ela não se incomodou, e continuou envolvida no colo dela chorando e chorando. Isa me olhou, por alguns segundos, fiquei próxima a janela dando espaço para elas. Talvez eu esteja sendo egoísta.
- Essa dor é horrível Isa -afirmava soluçando no colo dela.
- Eu imagino , tenta ficar calma eu to aqui - percebi Isa acariciar o rosto dela ao notar meu olhar afastou suas mãos rapidamente.
Depois de algum tempo finalmente o médico entrou fazendo com que Susana parece de chorar. Nos avisou que a bactéria foi eliminada pelo xixi de Isa que ela já estava em alta. Quando decidi me aproximar e Susana começou a falar.
- Você vai para casa comigo né? Eu quero que você vá comigo no velório.
- Eu vou sim, mas só com uma condição.
- Qual?
- Que Brenda vá junto - a olhei surpresa.
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